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PLANOS NACIONAIS

6.2.3 Sistemas e bancos de dados oficiais relacionados ao SIMIR Nesta seção seguem apresentados em detalhes os sistemas em

6.2.3.4 SINIMA – MMA

O SINIMA é gerido pela Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (SAIC/MMA), por meio do Departamento de Coordenação do SISNAMA (DSIS). O sistema possui três eixos estruturantes: o desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação baseadas em programas computacionais livres; a sistematização de estatísticas e elaboração de indicadores ambientais; e a integração e interoperabilidade de sistemas de informação de acordo com uma Arquitetura Orientada a Serviços (SOA).

Em 2004, foi criado o Comitê Gestor do SINIMA, com o papel de apoiar a definição das diretrizes, acordos e padrões nacionais para a integração da informação ambiental. No entanto, o SINIMA não foi ainda implementado (MONTENEGRO; CAMPOS, 2011). Deste modo, a adoção de políticas e especificações claramente definidas para interoperabilidade e gerenciamento de informações é imprescindível para propiciar a conexão, tanto no âmbito interno como no do SISNAMA, que reunirá todas as informações dos diversos sistemas que coletam dados ligados a meio ambiente.

Nesse sentido, a Política de Informação do MMA foi instituída pela Portaria nº160, de 19 de maio de 2009, com o intuito de balizar e dar orientações à construção do SINIMA enquanto plataforma conceitual, baseada na integração e compartilhamento de informação entre os diversos sistemas existentes ou a construir no âmbito do Sistema. Conforme a portaria, no âmbito estrito do MMA, toda ação que estiver envolvendo construção, adaptação, evolução, adequação, expansão de sistema ou rede de informação deverá ser realizada em consonância com os princípios de compartilhamento e integração da

Portaria. A Portaria expõe ainda, como uma de suas diretrizes gerais, que o gerenciamento da informação deve seguir um modelo fundado na descentralização e participação de todos os órgãos e entidades envolvidos em todas as suas etapas, além de estimular a parceria com outros poderes, níveis de governo e iniciativa privada, sem que o MMA abra mão da integração e disponibilização de todas as suas informações.

Para Bellingieri (2012), na construção e manutenção do SINIMA como uma plataforma conceitual deve-se estruturar o modelo como uma linguagem convergente. Para tanto, o autor defende que deverá ser adotada a padronização de critérios semânticos visando abordar objetos informacionais correlatos, com o cuidado de compatibilizar suas linguagens para evitar a duplicação de esforços e gerar informações não conflitantes, por meio do uso de artifícios comuns de representação da informação, como classificação e ontologias, nos moldes dos padrões de interoperabilidade.

6.2.3.5CNORP, CTF-APP e CTF-AIDA – IBAMA/MMA

Regulamentado pela IN IBAMA nº 1, de 25 de janeiro de 2013, o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos (CNORP) é um instrumento previsto na PNRS e seus decretos regulamentadores, integrante do SINIR. O Ibama é o responsável por promover a integração do CNORP com o CTF-APP e CTF-AIDA e disponibilizar os dados para a integração com o SINIR, coordenado e articulado pela MMA.

A partir da implementação do CNORP, datada de 2013, nos próximos anos se espera que as informações sobre a geração e operação de resíduos sejam disponibilizadas em um sistema, com o intuito de melhorar a gestão desses resíduos, em especial aqueles classificados como perigosos. Para tanto, o CNORP está integrado aos CTFs citados e também ao Relatório Anual de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais (RAPP).

O gerador ou operador de resíduos listados no Anexo I da IN IBAMA 01/2013 está obrigado a prestar informações, anualmente, sobre geração, coleta, transporte, transbordo, armazenamento, tratamento, destinação e disposição final de resíduos ou rejeitos perigosos. Para tal, o usuário do sistema deve acessar a página para entrega do RAPP e fornecer dados sobre os resíduos sólidos, perigosos ou não. A partir da Lista Brasileira de Resíduos (LBR), o usuário que seleciona um resíduo classificado como perigoso deve preencher algumas informações

específicas adicionais no mesmo sistema, de maneira integrada ao CNORP.

A LBR, instituída pela IN IBAMA nº 13, de 18 de dezembro de 2012 e constante no Anexo I desta, fornece uma padronização da linguagem e terminologias utilizadas no Brasil para a declaração de resíduos sólidos, principalmente com relação às informações prestadas ao IBAMA junto ao CTF, e consequentemente ao CNORP, disponibilizado em conjunto com o anterior. Todas as informações sobre resíduos sólidos prestadas ao IBAMA serão disponibilizadas junto ao SINIR e SINIMA.

Conforme artigo 3º da IN 13/2012, a LBR deverá ser utilizada para a prestação de informações sobre a geração e o gerenciamento dos resíduos sólidos, inclusive os perigosos e os rejeitos, por: usuários geradores dos resíduos listados em seu Anexo I; sujeito passivo da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA; pelos participantes dos sistemas de logística reversa implementados por acordos setoriais de abrangência nacional ou por resoluções do CONAMA, na identificação dos resíduos e rejeitos sujeitos à logística reversa, quando prestarem informações ao Ibama; e pelos empreendimentos e atividades licenciados ambientalmente pelo Ibama, em seus planos de gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo possíveis passivos ambientais a eles relacionados.

6.2.3.6CENSO e PNAD – IBGE/MPOG

O IBGE vem, por meio dos Censos Demográficos decenais (ocorridos em 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010) e, mais recentemente, desde 1971, por intermédio das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNADs) anuais (menos nos anos de CENSO), coletando, sistematizando e divulgando dados que informam sobre a demanda e a oferta de serviços de saneamento básico, nos domicílios urbanos e rurais.

A PNAD tem como finalidade a produção de informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do brasileiro. As PNADs têm sido empregadas com mais frequência por pesquisadores brasileiros porque permitem o acompanhamento da evolução de políticas públicas em espaços de tempo inferiores ao período de dez anos, correspondentes aos censos demográficos. A PNAD é, portanto, um levantamento complementar ao Censo, fundamental para o acompanhamento da evolução da cobertura dos serviços de saneamento

básico e das soluções individuais nos períodos intercensitários (MONTENEGRO; CAMPOS, 2011).

As principais vantagens na utilização dos dados dessas pesquisas são sua abrangência nacional (incluindo a área rural), sua regularidade (mesmo que decenal), e dados que permitem aferir a oferta e a demanda dos serviços públicos de saneamento básico a partir da situação de cada domicílio. Pelo caráter da amostra, a PNAD tem como limitação importante a representatividade dos seus resultados que não podem ser desagregados por Município, sendo apresentados por Estado e para o Distrito Federal (MONTENEGRO; CAMPOS, 2011). Além disto, as informações da PNAD não estão disponíveis para as áreas rurais dos Estados de RO, AC, AM, RR, PA e AP.

Com relação aos temas de interesse para o saneamento básico (abastecimento de água e proveniência da água utilizada nos domicílios, existência de banheiro ou sanitário para uso dos moradores e esgotamento sanitário como escoadouro do banheiro ou sanitário, coleta e destino do lixo), a PNAD investigou os mesmos aspectos cobertos pelo Censo, de modo a permitir a projeção dos dados censitários. Da mesma forma que o Censo, a PNAD não incluiu, até o momento, a temática da drenagem urbana e manejo de águas pluviais (MONTENEGRO; CAMPOS, 2011).