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Sistemas de Informação para gestão e gerenciamento de resíduos sólidos

INDICADORES DE DESEMPENHO DA ERSAR Adequação da interface com o usuário

4.3.5 Sistemas de Informação para gestão e gerenciamento de resíduos sólidos

Segundo Schneider, Ribeiro e Salomoni (2013), informação é resultado do processamento, manipulação e organização de dados, que são facilmente capturados em máquinas, frequentemente quantificados e facilmente transferidos e armazenados. Segundo os autores, a informação requer análise e consenso em relação ao significado, além de mediação humana. Ou seja, é necessário que haja um sistema capaz de armazenar e processar as informações para, então, gerar dados e indicadores que traduzam a realidade com linguagem acessível ao público alvo.

Segundo definição de Bellingieri (2012),

Sistema de informação pode ser definido como todo sistema usado para prover informação (incluindo o seu processamento), qualquer que seja o uso feito dessa informação. Possui vários elementos inter-relacionados que coletam (entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo de feedback. (BELLINGIERI, 2012).

Bellingieri (2012) traz que, para que um sistema nacional de informações seja confiável, é imprescindível que haja uma coleta consistente de dados que assegure credibilidade, com abrangência que declare legitimidade perante as particularidades de cada município e que dê continuidade e capacidade comparativa. A constituição de um sistema municipal de informações compatível com os sistemas estadual e nacional exige que haja interoperabilidade entre tais sistemas. Para isso, é preciso compatibilizar não só os dados, como também os requisitos operacionais de compartilhamento entre os sistemas de informações.

MMA (2010) aborda que é necessário que esses sistemas “acompanhem o conjunto de premissas, políticas e especificações técnicas que regulamentam a utilização da tecnologia de informação e comunicação no governo federal e que estabelecem as condições de interação com os demais Poderes e esferas de governo e com a sociedade em geral”. As seções que seguem descrevem os principais sistemas sobre resíduos municipais traçados na PNRS. Dados mais detalhados sobre seu conteúdo, estrutura e funcionamento serão abordados na seção reservada aos resultados do trabalho.

Heller, L., Heller, P. e Monteiro (2004) defendem que, para conceber um sistema de indicadores com base em informações sobre o saneamento que atenda às necessidades político institucionais do país, não se deve perder de perspectiva atributos como o custo de obtenção do indicador, a sua temporalidade, sua representatividade espacial e a confiabilidade dos dados que o compõem. Por outro lado, os autores ressaltam que potencializar o emprego dos dados rotineiramente coletados no país e, reconhecidamente, subutilizados, mostra-se uma atitude correta e responsável para com os recursos públicos aplicados.

Apesar da utilidade do SIMIR e da necessidade de constituição deste apontada na PNRS, tanto nos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos como na regulação e controle sociais dos serviços prestados, ainda não há um sistema em uso no Brasil, que seja oficial, em funcionamento e com acesso público. Na pesquisa levantada neste trabalho, foram encontrados dois sistemas municipais sobre resíduos no Brasil, além de um estadual, que seguem descritos sumariamente.

SIMISA – Município de Itapira/SP

No município de Itapira, instituído pelo Decreto Municipal nº 104/2014, que regulamenta o Sistema Municipal de Informações em

Saneamento Básico (SIMISA), e constituído com a função de dispor de informações de saneamento básico do município, em especial dados, indicadores e estatísticas dos serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos urbanos. No decreto consta que as informações a serem publicadas poderão ser baseadas no SNIS.

Conforme dados repassados por e-mail pelo Serviço Autônomo de Águas e Esgotos de Itapira, as informações computadas no SIMISA são as mesmas que vão para o SNIS, não foi criada plataforma própria, e cabe a esta parte da administração municipal somente os dados sobre águas e esgotos, que se encontram disponível em sua página virtual (http://www.saaeitapira.com.br/pagina.geral.php?pagina=SIMISA). Sobre os dados correlatos a resíduos sólidos, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente está responsável por disponibilizar, mas ainda não foi concretizado nada a respeito.

Sistema Integrado de Resíduos Sólidos – Consimares

O Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos (Consimares) está localizado na Região Metropolitana de Campinas, no Estado de São Paulo, e congrega os municípios de Americana, Capivari, Elias Fausto, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré. Desde 2010, o consórcio vem desenvolvendo um sistema integrado de resíduos sólidos de acordo com a PNRS, e recursos complementares para criar o sistema de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos.

O sistema de informações sobre resíduos sólidos do consórcio vem sendo implantado junto aos municípios, mas ainda não possui nenhuma publicação ou resultados disponíveis para consulta em modo público. Em contato por e-mail com gestores responsáveis pelo consórcio e pelo desenvolvedor do sistema, foi informado que não é possível acessar o sistema, pelo motivo de ser uma ferramenta que está sendo comercializada aos municípios por empresa privada.

Sigor – Cetesb/SP

Com a finalidade de auxiliar o poder público no disciplinamento e, também, aprimorar os dados e informações sobre os resíduos, a Secretaria do Meio Ambiente, por meio da CETESB, e o SindusCon-SP criaram o Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (SIGOR). O sistema foi instituído pelo Decreto Estadual nº

60.520/2014, como uma ferramenta que auxilia no monitoramento da gestão dos resíduos sólidos desde sua geração até sua destinação final, incluindo o transporte e destinações intermediárias, e permite o gerenciamento das informações referentes aos fluxos de resíduos sólidos no Estado de São Paulo.

Atualmente, está disponível para uso apenas o Módulo Construção Civil do SIGOR, que tem por objetivo gerenciar as informações referentes aos fluxos de RCC no Estado de São Paulo, da sua geração à destinação final, passando pelo transporte. Sua correta utilização assegura que os resíduos gerados sejam transportados por empresas cadastradas/legalizadas e destinados a locais devidamente licenciados/legalizados, permitindo, assim, que os resíduos tenham destinos ambientalmente adequados (SÃO PAULO, 2015).

Segundo a Cetesb (São Paulo, 2015), de forma simples, geradores podem elaborar o PGRS, emitir o Controle de Transporte de Resíduos e ainda escolher o Transportador e a Área de Destino, desburocratizando e eliminando possíveis irregularidades que ocorram nesse processo. Dessa forma, o SIGOR está dividido de acordo com seus usuários: Cetesb, prefeitura, gerador, transportador e destino. Entretanto, ainda não está disponível nenhuma publicação resultante do sistema, pois este se encontra em período de teste com alguns municípios selecionados.