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Encontrou-se, a partir das representações dos gestores envolvidos na implementação do CsF, o campo compreensivo para ressignificar as trajetórias do CsF desde a Reitoria, passando pelas instâncias que implementaram o Programa, como a PROGRAD e a CAI, até chegar às coordenações de cursos do Centro de Tecnologia, Centro de Ciências e do Instituto de Cultura e Artes da UFC com a finalidade de compreender como o Programa foi se dispersando ao descer na hierarquia organizacional e ao ser implementado em cursos de áreas diferentes.

Partindo da análise dos relatos, os resultados apontam para a construção de indicadores acerca das trajetórias do CsF e da internacionalização da UFC, conforme o quadro 12.

Quadro 12 – Trajetórias institucionais do Programa CsF e a internacionalização da UFC: indicadores

Dimensões Indicadores Resultados

Trajetória pessoal

Experiência internacional dos gestores.

-As trajetórias de vida e dos gestores se entrelaçam com a história da UFC e com os contextos históricos, influenciando a percepção deles sobre as políticas de educação superior e o Programa CsF na UFC e sua implementação;

-Todos os gestores da administração superior tiveram experiência internacional; enquanto entre os 12 coordenadores, somente 4 não tiveram;

- Os gestores foram unânimes em afirmar que é uma experiência muito enriquecedora para a formação, em que o estudante entra em contato com outras culturas, outras visões de mundo, novas línguas, novas tecnologias e formas diferentes de se fazer pesquisa; -A experiência internacional dos gestores contribuiu para o reconhecimento da relevância da mobilidade, o que certamente permitiu à UFC uma maior apropriação do CsF no tocante à implementação do Programa.

Contextos

nacionais e

institucionais

Percepção dos

gestores acerca dos contextos nacional e institucional

-Para todos, é notório o investimento em políticas públicas do ensino superior de 2003 a 2016;

-Os gestores da administração superior e coordenadores de curso apresentaram incertezas e inseguranças no âmbito acadêmico quanto ao futuro das universidades públicas e do desenvolvimento científico no atual contexto, principalmente os coordenadores do Instituto de Cultura e Arte (ICA), área que tem sido atacada pelo Governo Bolsonaro, salvo um coordenador do curso de engenharia de produção mecânica, que demonstrou otimismo em relação aos novos rumos do ensino superior;

-Entre os coordenadores de curso, observou-se um maior receio em abordar o contexto da UFC em decorrência das polarizações políticas em que o País se encontra e, em especial, pelo momento político-institucional que a Universidade tem vivenciado, sobretudo em 2019.

Internacionalização

Concepções dos

gestores acerca da internacionalização

-Em geral, esteve alinhada com a indicada pela UNESCO, voltada para a solidariedade entre as instituições, com exceção do coordenador do curso de engenharia de produção mecânica, que restringiu a formação a atender as demandas do mercado, conforme indicado pela OMC.

-Os gestores da administração superior avaliam positivamente a internacionalização da UFC com base na criação da Pró-Reitoria de Internacionalização (PROINTER) e com o destaque da Universidade nos rankings internacionais;

-Os coordenadores de cursos veem que a internacionalização ainda precisa se desenvolver, pois enfrenta barreiras como a língua e a presença de poucos alunos estrangeiros na UFC.

O Programa CsF na UFC Percepção dos gestores acerca da formulação, planejamento, implementação e resultados do Programa CsF na UFC

-No tocante à formulação, os gestores são unânimes em afirmar que o Programa ampliou as possibilidades na formação dos alunos. Ademais, para os gestores da administração superior, o CsF contribuiu para a democratização do ensino superior e estruturou o processo de internacionalização da UFC;

-Sobre o planejamento, todos os gestores concordaram que o CsF foi elaborado de forma muito rápida e desconsiderou a participação das universidades e suas especificidades locais. Entretanto, para os coordenadores de curso, faltou maior rigor no processo seletivo e a falta de proficiência da língua comprometeu o desempenho dos alunos no intercâmbio;

Quadro 12 – Trajetórias institucionais do Programa CsF e a internacionalização da UFC: indicadores.

(continua)

Dimensões Indicadores Indicadores

O Programa CsF na UFC Percepção dos gestores acerca da formulação, planejamento, implementação e resultados do Programa CsF na UFC

-Sobre a implementação, todos mencionaram a falta de acompanhamento dos alunos pela UFC durante o intercâmbio e a dificuldade em aproveitar as disciplinas no retorno dos alunos. Eles também citaram que os alunos participantes do CsF demoraram mais tempo para se formar em decorrência dos desenhos curriculares rígidos da UFC e a falta de contrapartida dos alunos para a UFC no retorno do CsF.

-Quanto aos resultados do Programa para a UFC, tanto os gestores da administração superior, quanto os coordenadores de curso concordam que o CsF contribuiu para ampliar a formação dos alunos. Entretanto, os gestores da administração superior percebem contribuições institucionais para a UFC. Para eles, o CsF também contribuiu para identificar a rigidez dos currículos da UFC, deu maior visibilidade à UFC nos cenários nacional e internacional, influenciou positivamente as Casas de Cultura da UFC e fortaleceu o processo de internacionalização da UFC, o que não foi mencionado pelos coordenadores de curso.

O Programa CsF e a internacionalização da UFC Percepção dos gestores sobre a relação entre o Programa CsF e a internacionalização da UFC

-Os gestores da administração superior compreendem que, apesar de o CsF não ter aumentado as parcerias entre as universidades, o Programa representou a internacionalização da UFC, sensibilizou a comunidade acadêmica para a internacionalização, influenciou nos rankings de internacionalização da Universidade, contribuiu para o aumento da mobilidade acadêmica (passiva) na UFC -Para os coordenadores de curso, o CsF fez parte da internacionalização da UFC.

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Nessa construção de trajetórias aqui realizadas, foi possível perceber o quanto as trajetórias pessoais dos gestores se entrelaçam com os percursos da Universidade e com os contextos históricos e o quanto suas experiências internacionais foram primordiais na interpretação e do CsF na UFC, fazendo com que eles se apropriassem do Programa em seu processo de implementação.

No tocante aos contextos, os gestores foram unânimes em reconhecer o investimento em políticas públicas do ensino superior de 2003 a 2016 e manifestaram incertezas quanto ao futuro das universidades públicas, especialmente no atual contexto de medidas neoconservadoras e neoliberais, que afetam as universidades e transformam os sentidos da formação e a trajetória da internacionalização, salvo um coordenador do curso de engenharia de produção mecânica, que demonstrou otimismo em relação aos novos rumos do ensino superior. Entre os coordenadores de curso, percebeu-se um maior receio em abordar o contexto da UFC em decorrência das polarizações políticas em que o País se encontra e, em especial, pelo momento político-institucional que a Universidade tem vivenciado, sobretudo em 2019.

A concepção de internacionalização dos gestores, em geral, esteve alinhada com a indicada pela UNESCO, voltada para a solidariedade entre as instituições, com exceção de um curso na área de engenharia que restringiu a formação a atender as demandas do mercado, conforme indicado pela OMC.

Observou-se uma variação nas representações dos gestores acerca da internacionalização da UFC à medida que vai descendo na hierarquia organizacional. Os gestores da administração superior avaliam que a internacionalização da UFC avançou com a criação da Pró-Reitoria de Internacionalização (PROINTER) e com o destaque da Universidade nos rankings internacionais.

Sobre as ações na área de internacionalização, prioridades da gestão do reitor 2, o próprio reitor admitiu que muitas dessas ações foram motivadas por sua vivência internacional, corroborando com as proposições de Gussi (2008), Gonçalves (2008), Lipsky (1980) e Oliveira (2014), quando dizem que as ações dos agentes institucionais não acontecem destituídas de culturas, valores e afiliações teóricas.

Por outro lado, o pró-reitor de graduação 1 vê a internacionalização da UFC ainda tímida, em via de mão única. Os coordenadores de curso, por sua vez, também tiveram a mesma percepção do pró-reitor de graduação 1. Dessa forma, percebe-se que a percepção sobre a internacionalização da UFC sofre modificações, dependendo da posição ocupada dentro da instituição.

Em relação ao Programa CsF na UFC, também houve distintos posicionamentos. Os reitores, representantes e condutores das políticas dentro da Universidade, viram o CsF como uma ampliação de oportunidades na formação dos estudantes, como um programa democrático que possibilitava o acesso a alunos de qualquer classe social às melhores universidades do mundo.

O pró-reitor de graduação 2, que na época era coordenador de programas acadêmicos da PROGRAD, responsável pela implementação inicial do CsF na UFC e o coordenador de assuntos internacionais, responsável pelo Programa a partir de 2013, reconheceram a relevância do CsF, mas apresentaram as limitações de se implementar uma política pública elaborada de maneira muito rápida, instituída de cima para baixo, sem a participação das universidades e com todas as restrições estruturais que a UFC dispunha frente à dimensão do CsF.

Apesar de o coordenador de assuntos internacionais indicar que o primeiro processo seletivo para o CsF passava pelas coordenações de curso, os coordenadores informaram que

suas atribuições eram meramente burocráticas e restringiam-se a assinar os documentos e realizar o aproveitamento das disciplinas durante o retorno dos alunos.

Sobre esse aspecto, também houve divergências entre o posicionamento do reitor 2 e dos coordenadores de cursos. Estes sentiram dificuldades em realizar o aproveitamento das disciplinas, pois o currículo das universidades estrangeiras era diferente do currículo da UFC, revelando um engessamento nos desenhos curriculares da Universidade, algo reconhecido pelo pró-reitor de graduação 1. Entretanto, para o reitor 2, as disciplinas deveriam ser aproveitadas, independentemente das diferenças curriculares.

Apesar dessa dificuldade, que chegou a atrasar a conclusão de curso de alguns alunos, não houve um arranjo institucional, nem por parte da CAI, nem da PROGRAD, nem da Reitoria no sentido de solucioná-la. Mesmo que as normas e regras do Programa tivessem sido elaboradas pelo Governo Federal, a UFC, representada pelo reitor, tinha discricionariedade para implantar diretrizes internas, visando facilitar a implementação do Programa na UFC. (LIPSKY, 1980).

Sobre a implementação do Programa, ficou evidente que, apesar dos esforços da CAI, a UFC não tinha estrutura organizacional suficiente para dar conta do volume de trabalho decorrente das ações do Programa. Além disso, constatou-se inconsistências no registro sobre a participação dos alunos no CsF. Os gestores também fizeram críticas ao processo seletivo dos alunos participantes e à falta de acompanhamento dos alunos no exterior que era restrita à CAPES e ao CNPq.

Outro aspecto que apresentou antagonismos refere-se aos resultados que o CsF trouxe para a UFC. Na percepção dos reitores, dos pró-reitores de graduação e do coordenador de assuntos internacionais, apesar de o Programa não ter contribuído para estreitar os laços com universidades estrangeiras, contribuiu para aumentar a visibilidade da Universidade, aumentou a mobilidade acadêmica e estimulou a institucionalização da internacionalização na UFC.

No entanto, foi possível perceber que para os coordenadores de cursos de graduação, que tem uma relação mais próxima com os alunos, que vivenciam a sala de aula, o CsF não trouxe resultados para a UFC, uma vez que não houve mudanças nas aulas, nos desenhos curriculares dos cursos em decorrência do CsF. Para eles, os resultados foram pessoais, na formação dos alunos, que em sua maioria estão bem colocados no mercado de trabalho.

Notou-se divergências também na percepção sobre a relação entre o CsF e a internacionalização da UFC. Para o reitor 1 e para o pró-reitor de graduação 2, o CsF impulsionou o fortalecimento da internacionalização e sensibilizou a comunidade acadêmica

sobre o assunto; o pró-reitor de graduação 1 e alguns coordenadores veem relação direta entre ambos, fazendo referência ao que os rankings informam; o reitor 2 e alguns coordenadores preferiram não opinar sobre essa relação, tendo em vista que não foram realizados estudos até aquele momento que a comprovassem.

Já o coordenador de assuntos internacionais, apesar de avaliar que, no geral, o Programa tem relação com a internacionalização da UFC, ele relativiza essa relação por meio de uma análise dos critérios estabelecidos pela CAPES. Ele considera que no quesito mobilidade acadêmica, o CsF tem relação com a internacionalização da UFC, pois elevou esses números. No tocante à existência de disciplinas ministradas em língua estrangeira, aumento de laços entre as universidade e número de publicações, ele não percebe influência do CsF.

A análise da trajetória do CsF na UFC, como previsto, aponta compreensões distintas acerca do Programa CsF na Universidade e de seus desdobramentos na internacionalização. Essas distinções são claramente manifestas, principalmente entre os gestores da administração superior e os coordenadores de cursos, uma vez que tanto a função exercida, o cargo que ocupam, quanto suas afiliações teóricas e valores influenciam a forma como eles percebem o Programa e o colocam em prática na UFC. (OLIVEIRA, 2014).

Apesar de o processo iniciar e finalizar nas coordenações de curso, com o preenchimento de formulários e com o aproveitamento das disciplinas, respectivamente, a demanda maior, de validar as documentações, cadastrar nos sistemas da CAPES e do CNPq ficava à cargo da CAI, que não tinha estrutura suficiente para dar conta do volume de trabalho. Aos reitores, competia “pensar” a política e criar diretrizes que facilitassem sua implementação a partir das demandas apresentadas.

Pode-se inferir que a falta de uma maior articulação entre essas instâncias e o fato de o CsF ter ocorrido em dois reitorados distintos pode ter interferido em seu processo de implementação na UFC, pois abrangeu duas gestões em momentos políticos distintos, com agendas, interesses e pontos de vista diversos.

Em suma, a partir da análise das narrativas, não se pretendeu nesta pesquisa avaliativa, emitir um juízo de valor sobre a implementação do Programa CsF na UFC, mas ampliar o entendimento sobre como essa política foi experienciada na Universidade e, assim, suscitar reflexões acerca dos caminhos de internacionalização que vem sendo postos na UFC

Considera-se aqui que as proposições de Rodrigues (2008), Gussi (2008) e Gonçalves (2008), de que uma política está submetida a incessantes e inúmeras transformações à medida que adentra os espaços institucionais e de que estão circunscritas a ressignificações

de acordo com os aspectos culturais de seus sujeitos, foram fundamentais para ampliar a compreensão dessas trajetórias.

A essas proposições, agrega-se a noção de “topologia das instituições” de Lejano (2012, p. 261), que diz que “as instituições reais não são apenas regras e estruturas organizacionais, mas se encontram entrelaçadas com cultura, histórias, personalidades e outras contingências de contexto”, foi fundamental para a reconstituição da trajetória do CsF na UFC, principalmente porque a duração do Programa abrangeu distintas gestões na universidade, o que resulta em múltiplas significações de distintos atores em seu contexto institucional.

Ademais, o conceito de “coerência institucional” também ofereceu o aporte necessário para traçar essa trajetória, pois foi possível perceber como o CsF foi compreendido e implementado de formas distintas em diferentes cursos, do Centro de Ciências, do Centro de Tecnologia e do Instituto de Cultura e Arte.

A partir desses conceitos, é possível articular as trajetórias do Programa CsF na UFC - aqui analisadas - o conteúdo e o contexto político-institucional, os quais estão intrinsecamente relacionados, possibilitando uma avaliação em profundidade do Programa e a internacionalização da universidade, como será desenvolvido no item a seguir.

7 ENTRE CONTEÚDO, CONTEXTOS E TRAJETÓRIAS DO CsF: UMA AVALIAÇÃO EM PROFUNDIDADE

“As políticas são postas em prática em lugares e momentos reais por pessoas reais”. (Lejano) Esta pesquisa avaliativa fundamentou-se na concepção da educação superior como um bem público, um meio de transformação social e que, por meio da internacionalização, deve contribuir para a promoção do desenvolvimento apoiado em bases solidárias, visando atender às necessidades da sociedade.

Foi ancorado nesses princípios que se avaliou o Programa CsF na UFC sob a perspectiva da avaliação em profundidade, de Rodrigues (2008), fundamentada no paradigma hermenêutico de Lejano (2012), a partir dos eixos analíticos: análise de conteúdo, análise de contexto e análise da trajetória institucional, conforme quadro 1 na página 31, buscando realizar uma avaliação detalhada e multidimensional do Programa CsF na UFC. A avaliação em profundidade, juntamente com as noções de coerência e topologia de Lejano (2012) e a noção de trajetória de Gussi (2008), ofereceram os elementos analíticos necessários para que se pudesse compreender como se deu a experiência institucional do Programa CsF na UFC.

Com base nos resultados na pesquisa avaliativa realizada a partir dos eixos da avaliação em profundidade (conforme apêndice D, na página 222), constroem-se indicadores do Programa CsF e da internacionalização como sintetiza o quadro 13:

Quadro 13 – Síntese: avaliação em profundidade do Programa CsF na UFC

Eixos Analíticos da Avaliação em Profundidade

Indicadores Resultados

Análise de conteúdo

Análise dos objetivos,

dinâmica de

implantação, bases

conceituais, paradigmas

orientadores e as

concepções e valores que os informam, bem como os conceitos e noções centrais que sustentam o Programa CsF.

-Apesar de se configurar como um programa de

internacionalização do ensino superior, com características técnico-científicas, o CsF foi norteado por princípios economicistas, visando atender a interesses particulares do mercado, especialmente ao estabelecer áreas prioritárias, como ciência e tecnologia, que são áreas consideradas forças produtivas; -Configurou-se como um modelo de cooperação Norte-Sul, ao estabelecer relações somente com países desenvolvidos, predominando o imperialismo e a hegemonia do conhecimento produzido nesses países;

-Foi elaborado de cima para baixo, sem participação das universidades brasileiras, o que comprometeu o processo de implementação na UFC, cujas atribuições restringiram-se a divulgar os editais, homologar as inscrições por meio da CAI, registrar a participação dos alunos por meio da PROGRAD e efetuar o aproveitamento das disciplinas desses alunos nas coordenações de curso;

-O Programa CsF realçou o campo de tensões existente nas universidades e na internacionalização, colocando-a entre as fronteiras da cooperação e da mercantilização da educação.

Quadro 13- Síntese: avaliação em profundidade do Programa CsF (continuação) Eixos Analíticos da Avaliação em Profundidade Indicadores Resultados Análise de contexto Análise do momento político e das condições

socioeconômicas em

que o CsF foi

formulado e encerrado, bem como apreensão do

modelo político,

econômico e social que sustentou a política à

época de sua

formulação nos âmbitos nacional e institucional

-Elaborado no Governo Dilma Rousseff (2011-2016) em um contexto de Estado desenvolvimentista com vistas a promover a internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio da capacitação de pessoas em universidades estrangeiras; -Suspenso no Governo Temer (2016-2018), em decorrência de um projeto de governo ultra neoliberal;

- Na UFC, o Programa CsF começou a ser implementado em 2012, na gestão do professor Jesualdo Pereira Farias (2008-2015) em um contexto de ampliação das políticas públicas de educação superior, democratização do acesso, reestruturação e expansão das universidades;

- A estrutura física da UFC responsável pelas relações

internacionais era a Coordenadoria de Assuntos

Internacionais (CAI), que esteve nessa condição por 30 anos e era composta por 6 servidores e um terceirizado;

- Foi suspenso na gestão do reitor Henry de Holanda

Campos, uma gestão marcada por ações de

internacionalização;

- Com o fim do CsF, o campo da internacionalização passou por rápidas transformações em um curto espaço de tempo, pois em 2017 a CAI foi transformada em Pró-Reitoria de Relações Internacionais e em 2020 se tornou Pró-Reitoria

de Relações Internacionais e Desenvolvimento

Institucional, voltada para o desenvolvimento de ações de empreendedorismo e inovação, em conformidade com o projeto de internacionalização do Governo Bolsonaro (2019-2022).

-Com a mudança de contextos e gestores, a

internacionalização, no sentido de solidariedade entre as universidades vai sendo suprimida e vai se submetendo à lógica mercadológica. Trajetória institucional Análise do grau de coerência/dispersão do CsF ao longo do seu trânsito pelas vias institucionais da UFC, buscando perceber as mudanças nos sentidos dados aos objetivos do

programa e à sua

dinâmica conforme foi

adentrando as

diferentes unidades

acadêmicas e

hierarquias organizacionais.

- Sobre as trajetórias pessoais, estas se entrelaçam com a história da UFC e com os contextos históricos, influenciando a percepção dos gestores sobre o Programa CsF na UFC e sua implementação;

- A experiência internacional dos gestores contribuiu para o reconhecimento da relevância da mobilidade, o que certamente permitiu à UFC uma maior apropriação do CsF no tocante à implementação do Programa.

- Sobre a concepção de internacionalização, tantos os