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Sugestões para a integração do idoso no mercado de trabalho

Diante de toda essa conjuntura social apresentada neste estudo, caracterizada pela discriminação em desfavor das pessoas de mais idade na seara trabalhista, onde se tem que devido ao forte preconceito existente tais pessoas encontram enormes dificuldades para se inserirem no mercado de trabalho, sendo dessa forma, prejudicadas em sua dignidade, é que se avulta em importância qualquer tentativa voltada para minimizar essas adversidades buscando uma maior valorização e integração do idoso na sociedade. Nesse sentido Moreno propõe as seguintes sugestões:

 Amparar a formulação e a implementação da Política Nacional do Idoso;

 Formular uma política Estadual do Idoso, em conformidade com a Política Nacional, para garantir aos cidadãos, com mais de 60 anos, as condições necessárias para o pleno exercício dos direitos de cidadania;  Apoiar a criação e fortalecimento de conselhos municipais e associações de defesa do direito dos idosos;

 Desenvolver e apoiar programas de escolarização, com atividades laborativas para pessoas idosas, de eliminação da discriminação nos locais de trabalho e de inserção dessas pessoas no mercado de trabalho.

 Defender programas de preparo das pessoas idosas para a aposentadoria;

 Apoiar a criação da Curadoria do Idoso, no âmbito do Ministério Público;

 Estimular a criação de cooperativas, microempresas e outras formas de geração de rendas para os idosos;

 Apoiar a universidade da Terceira Idade;

 Aumentar a divulgação da problemática na mídia.59

Sugere-se ainda a criação e o apoio a entidades, semelhantes às existentes em países de primeiro mundo, como a França, Canadá e os Estados Unidos, que organizam modernos cadastros que contém registros da completa qualificação, com todas as aptidões e credenciais dos idosos, com a finalidade de promover sua reintegração no mercado de trabalho, através da manutenção de contato com as mais variadas empresas, em busca de oportunidades de trabalho para os idosos cadastrados.

Importante também é a aprovação do Projeto de Lei do Senado n. 372 de 2003 cujo texto encontra-se em anexo a este trabalho, haja vista, que nele está previsto uma dedução no Imposto de Renda para as empresas que contratarem pessoas com mais de 40 anos de idade, funcionando, dessa maneira, como incentivo para a contratação de trabalhadores mais maduros, influindo assim como poderoso instrumento para amenizar os infortúnios por que passam as pessoas de mais idade na seara trabalhista.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se com a análise do estudo que aqui foi feito que a dignidade da pessoa humana e a igualdade são princípios que repudiam qualquer forma de discriminação e que não serão realizados se a sociedade insistir em propagar o preconceito nas suas mais variadas formas, dentre elas, a discriminação no mundo laboral em função da mais idade.

A Constituição Federal vigente ao adotar tais princípios excomungou as práticas discriminatórias em todos os aspectos da vida, dentre eles o trabalho, que tem importância vital na construção da cidadania e na realização da dignidade das pessoas.

O crescente fenômeno do envelhecimento populacional no Brasil devido à falta de atitudes efetivas e conjuntas por parte da sociedade e do Estado para oportunizar qualidade de vida a essa parcela da população vem assumindo feições de problema. Pouco ainda se faz na tentativa de se resgatar a dignidade dos idosos e a legislação existente nem sempre é aplicada em virtude dos entraves trazidos pelo preconceito existente sobre uma suposta maior eficiência dos jovens.

O mercado de trabalho dificilmente abre suas portas oferecendo oportunidades de emprego para os trabalhadores de mais idade, sendo que pessoas que não são ainda sexagenárias, também enfrentam o mesmo preconceito, haja vista a discriminação com base na mais idade ser uma constante em nossa sociedade, onde as pessoas que não são mais tão jovens são taxadas de inúteis e improdutivas.

A globalização com seus ideais de máxima lucratividade, eficiência e produtividade é um forte elemento que enseja a propagação do preconceito no mundo do trabalho em malefício dos idosos, na medida em que supervaloriza o conhecimento técnico científico atual e renega a uma posição inferior a sabedoria e experiências acumuladas pelos idosos, não oferecendo aos obreiros de mais idade

oportunidades de mostrarem que são pessoas produtivas e capazes de muito contribuir com a sociedade.

O processo globalizante neoliberal prima pela redução de direitos dos trabalhadores, pois na busca por produzir cada vez mais e melhor gastando o menos que puder, ganhando posição na corrida desenfreada pela competitividade e pelo lucro, o trabalhador com menos direitos significa um menor custo para o empregador.

Nesse contexto é que a globalização tenta incutir na sociedade argumentos falaciosos de que a flexibilização na legislação do trabalho seria uma forma de enfrentar o desemprego crescente, quando na verdade nada mais é esse processo do que uma maneira de precarizar as relações trabalhistas, deixando o trabalhador ainda mais frágil em posição diante do empregador.

A legislação vigente, como a Lei da Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso, é um importante instrumento em prol da integração do de mais idade no mundo do trabalho, contribuindo assim para o combate ao preconceito e para o resgate da dignidade e auto-estima dos idosos.

Algumas empresas realizam projetos que buscam dar oportunidades de emprego para aqueles de mais idade inserindo-os no mercado de trabalho. O Poder Público também realiza alguns projetos com esse mesmo intuito, porém, tais atitudes são ainda em pequeno número diante de tão grande problemática e acontecem de forma isolada em nosso país, porém podemos dizer que representam um embrião do que ainda precisa ser feito, servindo de exemplo para a sociedade, mostrando para ela que o trabalho do idoso é importante não só para ele próprio, mas também é de grandioso valor para a sociedade em geral.

Todos nós envelhecemos e, numa perspectiva fatalista, a única saída para o envelhecimento é morrer jovem. Nós não devemos nutrir qualquer tipo de preconceito em relação às pessoas mais idosas, pois, caso o façamos, a discriminação se tornará cada vez mais presente espraiando seus efeitos maléficos

e nós é que seremos as futuras vítimas de nossas próprias atitudes atuais e de nossas crenças equivocadas que se acumularão e se cristalizarão.

Por tudo que foi abordado neste trabalho monográfico constatamos que se conseguimos conquistar a possibilidade de viver durante mais tempo, devemos fazer com que essa parte da vida seja prazerosa e não uma fase de confinamento, isolamento e exclusão, dessa forma, devemos todos nos conscientizar que os idosos não são menos dignos e nem menos cidadãos por causa da mais idade que alcançaram, pensar dessa maneira seria condenar a nós mesmos a um futuro sem dignidade.

Concluímos que a sociedade, a família e o Estado devem atuar conjunta e continuamente na busca pela inserção do idoso na sociedade, resgatando a sua dignidade, a sua auto-estima e a sua alegria de viver, afinal, fazendo com que o idoso sinta-se produtivo e não um peso, amado, respeitado e não rejeitado por todos.

Pertinente se faz, nesse contexto, citarmos as palavras de Jbeili sobre a velhice:

A velhice é o tempo da contemplação, da pausa, do descanso e da reflexão. É ao entardecer que voltamos para casa e para nossa família, ansiosos para contar como foi o dia. É o momento mais oportuno para recobrarmos nossas forças, renovarmos as esperanças (nossas e dos outros) e planejar o dia seguinte. Contudo, está contido na velhice assim como nas atividades do entardecer, dois elementos fundamentais e imprescindíveis para o desfrute pleno de uma vida tida como digna: considerar-se produtivo e sentir-se amado. Daí a vital importância e incisiva influência do trabalho e dos relacionamentos em nossas vidas, cuja harmonia biopsicosocial e espiritual dependem.

Percebo que de todas as queixas dos idosos, as menos significativas para eles são: a dor, a escassez financeira, as limitações físicas e as doenças. No entanto, o semblante desses guerreiros imbatíveis se desfalecem instantaneamente quando expressam sentimentos de menos-valia, dizendo que “já não servem para mais nada” ou quando relatam abandono, quer seja pelos entes queridos ou por aquelas pessoas de quem se esperava alguma gratidão ou consideração nessa fase da vida.60

60 JBEILI, Chafic. Disponível em http://www.chafic.com.br/index.php?menu=artigos&acao=mostrar&chave=24.

Qualquer atitude que tenha como meta atenuar o preconceito cultivado no mercado de trabalho contra os idosos na nossa sociedade é muito importante para oportunizar-lhes um entardecer fértil e criativo para suas vidas, trazendo-lhes dessa maneira a valorização de sua dignidade e contribuindo na construção de um futuro melhor para os jovens de hoje que serão os idosos de amanhã.

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ANEXO - PROJETO DE LEI DO SENADO N. 372 DE 2003

Dispõe sobre a permissão às pessoas jurídicas para deduzir, do Imposto de Renda, nos limites e condições que explicita, despesas com salários pagos a empregados de mais de quarenta anos de idade.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1°. As pessoas jurídicas podem deduzir do Imposto de Renda devido, o valor correspondente a salários pagos a empregados com mais de quarenta anos de idade.

§1°. A dedução de que trata este artigo é limitada a vinte por cento do total da folha salarial e a dois por cento do Imposto de Renda devido e condicionada a que:

I – nos últimos doze meses, a quantidade de empregados com idade superior a quarenta anos não tenha sido, em nenhum momento, inferior a vinte por cento do total;

II – a empresa esteja em situação perfeitamente regular em relação ao Fundo de Garantia de Tempo de Serviço e às suas obrigações tributárias e previdenciárias.

§2°. No cálculo do limite de que trata o §1° e da proporção de que trata o inciso I, são excluídos os sócios e acionistas com função de direção e gerência, bem como os respectivos salários.

Art. 2°. O Poder Executivo, com vistas ao cumprimento do disposto nos arts. 50, II, 12 e 14 da Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000, estimará o montante da renúncia fiscal corrente do disposto nesta Lei e o incluirá no demonstrativo a que se refere o §6° do art. 165 da Constituição Federal, o qual

acompanhará o projeto de lei orçamentária, cuja apresentação se der após decorridos sessenta dias da publicação desta lei.

Art. 3°. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, mas o disposto no art. 1° só produzirá efeitos a partir do primeiro exercício financeiro imediatamente posterior àquele em que for implementado o disposto no art. 2°.

Justificação

É sobejamente conhecido o problema de empregabilidade que afeta os profissionais que ultrapassam a barreira dos quarenta anos. Formou-se uma barreira preconceituosa contra eles, de tal maneira que se torna uma tragédia para o chefe de família perder o emprego nessa fase da vida. O problema deixa de ser estritamente pessoal para afetar todo um núcleo familiar, com conseqüências importantes no equilíbrio social. Uma família que perde seu suporte econômico é uma família propensa a resvalar primeiro para a exclusão social e, em seguida para a marginalidade da própria lei.

O problema afeta mais diretamente os trabalhadores de menor qualificação. Quanto menor a qualificação, menor a possibilidade de recolocação num mercado altamente afetado pelas novidades e pelos modismos da tecnologia.

A súbita globalização do sistema econômico brasileiro expôs os produtores a um choque de concorrência em que a qualidade e a produtividade são o diferencial entre permanecer e ser expulso do mercado. Os aspectos positivos desse choque – que, sem dúvida, são muitos – são contrabalançados pela perversa repercussão sobre o contingente de mão-de-obra que não foi adredemente preparado para os novos tempos.

Lamentavelmente, no enxugamento ou mesmo na reposição e adequação de mão-de-obra aos novos padrões produtivos, a primeira vítima é o profissional maduro e de baixa qualificação, considerado menos apto para a reciclagem.

O projeto ora colocado à deliberação tem a finalidade de criar condições para a minoração do problema, introduzindo um pequeno subsídio fiscal ao empresário que mantiver pelo menos vinte por cento de seu quadro constituído de pessoas com mais de quarenta anos.

Como pode ser observado de sua leitura, tratou-se de vedar que sócios e acionistas da empresa, que normalmente constituem seu quadro diretivo, sejam computados no cálculo da dedução. Por outro lado, ao limitar a despesa também a vinte por cento da folha, busca-se o objetivo de forçar que os empregados considerados para a fruição do benefício percebam, no máximo, o salário da empresa. Ou seja, que sejam atingidos os empregados maiores de quarenta anos, de qualificação de média para baixo em relação aos demais empregados.

O projeto prevê, nos arts. 2° e 3°, o mecanismo para satisfação das exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei de Diretrizes Orçamentárias, em relação à pequena perda de arrecadação que eventualmente poderá provocar.

Sala das sessões, 3 de setembro de 2003. Senador Aelton Freitas.