• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 3 TRABALHOS RELACIONADOS

4.3 Survey com profissionais de TI

Durante o desenvolvimento da pesquisa, foi percebido que identificar recomendações na literatura não seria suficiente para endereçar o problema com o gap de conhecimento dos profissionais de tecnologia acerca de acessibilidade para pessoas com TEA.

Era preciso também compreender as dificuldades da comunidade brasileira de desenvolvimento web acerca de Acessibilidade Web Cognitiva e ter evidências para que fosse possível estabelecer estratégias que possam mitigar esta lacuna de conhecimento e calibrar os objetivos deste trabalho, caso não estivéssemos seguindo na direção adequada.

O objetivo deste questionário era responder às seguintes questões: (i) como os profissionais de desenvolvimento web da comunidade brasileira compreendem acessibilidade web para pessoas com DCNA?; (ii) quais desafios estes profissionais enfrentam ao considerar estes usuários em seus projetos?; (iii) quais ações podem ser realizadas para aumentar a conscientização da comunidade sobre Acessibilidade Web Cognitiva?

Considerando que os últimos desafios de pesquisa estabelecidos pela SBC e pela comunidade de IHC encerram-se em 2016,

Os resultados obtidos neste questionário podem fornecer contribuições para os desafios de pesquisa estabelecidos pela SBC e pela comunidade de IHC relacionados à acessibilidade e desenho universal.

4.3.1 Design do Questionário

Para a elaboração do questionário, utilizamos a plataforma online SurveyMonkey (https://www.surveymonkey.com/) devido à popularidade da ferramenta, os recursos disponíveis para estruturar questionários com lógica de ramificação e para análise dos dados das respostas.

O questionário possui ao todo 19 questões: 15 questões fechadas e 4 questões abertas. Oito questões são relacionadas aos dados demográficos e feedbacks dos respondentes sobre o próprio questionário. As imagens de cada tela do questionário podem ser conferidas no Apêndice D.

A primeira página exibia uma carta-convite apresentando a pesquisa, juntamente com o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) sobre a confidencialidade da pesquisa e a divulgação dos resultados, garantido que a participação seria anônima e voluntária. O aceite para responder ao questionário, elucidado no TCLE, dava-se pelo clique no botão “Continuar”.

Como preocupação acerca da acessibilidade e usabilidade do questionário, habilitamos uma barra de progresso presente em todas as telas do questionário e também inserimos títulos únicos para cada tela, de forma a contextualizar o usuário sobre o objetivo das perguntas de cada tela.

Na primeira tela do questionário, apresentamos o título do questionário no topo da página e, em uma faixa logo abaixo, o título da página específica, no caso, “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”. A barra de progresso tem o objetivo também de permitir que os respondentes saibam em qual ponto do questionário eles se encontram e trazer previsibilidade sobre a sua conclusão.

A segunda tela apresentava somente a pergunta “Você procura considerar usuários com deficiência cognitiva ou neuronal em seus projetos?” com as opções “Sim”, “Não” e “Talvez”. A resposta desta questão direcionava a páginas distintas para que pudéssemos entender como e por quê o respondente considera ou não pessoas com DCNA em seus projetos.

A próxima tela era uma bifurcação do fluxo do questionário de acordo com a resposta dada à primeira pergunta. Caso o participante respondesse “Sim” à primeira pergunta, era direcionado a uma página com quatro perguntas sobre como a pessoa abordava as DCNAs em seus projetos.

Esta pergunta visava identificar quais materiais a pessoa utiliza para se informar sobre acessibilidade para este público, quais suas motivações e quais DCNAs ela procura abordar em seus projetos. Caso o participante respondesse “Não” ou “Talvez” à primeira pergunta, era direcionado a outra página com questionamentos sobre a motivação e as dificuldades do participante para não abordar pessoas com DCNAs no projeto.

Em seguida, o questionário convergia para questões comuns a todos os participantes. A próxima tela consistia em um mapeamento do nível de conhecimento que o participante julgava possuir sobre diretrizes e recomendações de acessibilidade web, incluindo materiais técnicos e artigos científicos. Esta questão também nos permitiria identificar os materiais com os quais as pessoas possuíam mais dificuldade para compreender.

A próxima tela apresentava uma pergunta com intenção similar: questionamos ao participante o nível de conhecimento que o mesmo julgava ter sobre determinadas DCNAs, considerando as DCNAs abordadas atualmente pelo COGA.

As duas últimas telas do questionário apresentavam perguntas demográficas e de coleta de feeback sobre o questionário. Optamos por colocar as questões demográficas ao final do questionário para que os participantes pudessem focar primeiro em responder às perguntas mais relevantes à pesquisa e, então, informassem dados sobre seu perfil. Esta estratégia também visava diminuir a taxa de desistência para responder ao questionário.

Os dados demográficos visavam identificar o perfil profissional do respondente, bem como o setor de atuação e informações básicas como faixa etária e estado de residência. Na tela final, com todas as perguntas sendo opcionais, solicitamos que o participasse compartilhasse como foi sua experiência com esta pesquisa, se desejasse, e como ele(a) gostaria de contribuir com este trabalho. O fluxo das perguntas do questionário é apresentado na Figura 6.

Como ainda é difícil consolidar estatísticas sobre a quantidade de profissionais de tecnologia no setor de software, especialmente os que atuam na área de desenvolvimento web, utilizamos uma abordagem de amostra não probabilística mista por conveniência e por julgamento.

Com isso, o convite para responder ao questionário foi realizado através de lista de e-mails de profissionais ligados a iniciativas de acessibilidade web, postagem em comunidades específicas de profissionais de desenvolvimento web, postagem em uma rede social profissional e uma chamada (call to action) em um artigo sobre Acessibilidade Web Cognitiva em um conhecido blog sobre Experiência do Usuário (PAGANI, 2015). O questionário recebeu respostas entre 05/10/2015 e 30/11/2015.