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Capítulo II – Enquadramento Metodológico do Estudo 27

2.4. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados 33

Para a realização do presente estudo, os dados foram recolhidos antes, durante e após à atividade do Projeto EduPARK no Parque Infante D. Pedro.

Inicialmente, os dados foram recolhidos em sala de aula através de fichas de trabalho realizadas pelos alunos, registo audiovisual, especialmente, fotografias e vídeos, e da observação direta por parte da investigadora. É de salientar que as fotografias e vídeos recolhidos só foi possível após a autorização por escrito dos Encarregados de Educação dos alunos (Apêndice 1).

Na próxima fase, durante a implementação do Projeto EduPARK, a recolha de dados centrou-se nas resoluções realizadas pelos alunos das questões do GD no caderno de apoio, denominado “Caderno mágico” e pela observação direta por parte da investigadora. No final do jogo registou-se a pontuação de cada equipa (Anexo 1).

Por fim, após a implementação da atividade do Projeto EduPARK, cada aluno preencheu um inquérito por questionário relacionado com a atividade e construíram um texto sobre as suas

expectativas. Para além destas tarefas, os alunos também resolveram uma ficha de trabalho com as questões que suscitaram mais dificuldades durante a atividade do Projeto EduPARK.

2.4.1. Documentos elaborados pelos alunos

Tarefas realizadas pelos alunos em sala de aula

Para a elaboração deste estudo foram analisadas diversas resoluções das tarefas realizadas pelos alunos à priori e à posteriori da aplicação do Projeto EduPARK, nomeadamente, fichas de trabalho. Com estas produções escritas é possível analisar os diferentes processos e estratégias de resolução utilizados pelos alunos, bem como as dificuldades demonstradas.

Caderno de apoio

Este instrumento surgiu com a finalidade de auxiliar os alunos na resolução das tarefas propostas no GD do Projeto EduPARK, bem como analisar as diferentes estratégias e dificuldades demonstradas pelos alunos e o raciocínio proporcional utilizado pelos mesmos nas resoluções às questões apresentadas. Neste sentido, o caderno de apoio (Figura 2), intitulado como “Caderno

Mágico” (Apêndice 2), serviu essencialmente para o registo dos cálculos utilizados pelos alunos.

O “Caderno Mágico” foi desenvolvido em conjunto com a minha colega de estágio e, em discussão conjunta foi decidido interligar a utilização do caderno com o Projeto EduPARK. Assim, no início da atividade na aplicação começa-se por dar algumas indicações essenciais com recurso a um tutorial em que se explica como iniciar o percurso e faz-se referência ao “Caderno Mágico”. Outra forma de criar uma ligação entre os dois objetos foi colocar alguns elementos necessários para a atividade no “Caderno Mágico”, nomeadamente, a planta da Casa de Chá e um envelope com o puzzle do azulejo que os alunos deveriam ordenar.

Textos escritos pelos sujeitos

“Na maior parte das tradições de investigação qualitativa, a frase documentos pessoais é usada de forma lata para se referir a qualquer narrativa feita na primeira pessoa que descreva as acções, experiências e crenças do indivíduo” (Plummer, 1983; Taylor e Bogd, 1984, citados por Bogdan & Biklen, 1994, p. 177).

É neste sentido que se pediu aos alunos para realizarem um texto com base na atividade realizada no Parque Infante D. Pedro descrevendo a experiência, nomeadamente, os aspetos que consideraram mais relevantes.

A recolha dos textos escritos pelos sujeitos deveu-se, essencialmente, à finalidade de se “obter provas detalhadas de como as situações sociais são vistas pelos seus actores e quais os significados que vários factores têm para os participantes” (Angell, 1945, p. 178, citado por Bogdan & Biklen, 1994, pp. 177).

2.4.2. Observação direta

Segundo Coutinho (2015), a observação consiste no registo de unidades de interação numa situação social bem definidas baseada naquilo que o observador vê e ouve (p. 136). Neste sentido, a observação é uma técnica de recolha de dados importante que, segundo a mesma autora, “através da observação o investigador consegue documentar atividades, comportamentos e caraterísticas físicas sem ter de depender da vontade e capacidade de terceiras pessoas” (2015, p. 136).

A observação de acordo com a sua dimensão pode ser estruturada ou não estruturada. Na observação estruturada “o investigador parte para o terreno com um protocolo de observação pré- definido e estruturado em função das dimensões que pretende observar, e que podem mesmo tomar a forma de escalas numéricas” (Kumar, 2011, citado por Coutinho, 2015, p. 137). Por outro lado, a observação não estruturada é quando “o investigador parte para o terreno apenas com uma folha de papel onde regista tudo o que observa, são as chamadas notas de campo

extensivas, traduzidas em narrativas e registos detalhados, como é o caso de diários de bordo” (Bogdan & Biklen, 1994; DeWalt & DeWalt, 2011, citados por Coutinho, 2015, p. 136-137).

Neste estudo a observação realizada será não estruturada na medida em que o investigador não tinha nenhum protocolo definido para a observação, bem como grelhas de observação. Para este estudo partiu-se de uma observação direta dos relatos dos alunos, das dificuldades sentidas e das estratégias usadas pelos mesmos.

Citando Coutinho (2015), o investigador observa o que acontece “naturalmente” e daí ser também designada observação naturalista, sendo um dos instrumentos preferencialmente usados na investigação qualitativa (p. 138).

2.4.3. Inquérito por questionário aplicado aos alunos

Segundo Coutinho (2015) citando Ghiglione & Matalon (1997), o inquérito é o processo que visa a obtenção de respostas expressas pelos participantes no estudo (p. 107). O inquérito “pode ser implementado com o recurso a entrevistas ou a questionários (Charles, 1998; Eisman, 1992, citados por Coutinho, 2015, p. 107).

“A entrevista é levada a cabo por uma pessoa, que pode (ou não) ser o próprio investigador, e processa-se face a face ou pelo telefone” (Charles, 1998; Eisman, 1992, citados por Coutinho, 2015, p. 107). Enquanto que “os questionários assemelham-se às entrevistas, mas por dispensarem a presença do entrevistador são autoadministrados” (Ghiglione & Matalon, 1997, citados por Coutinho, 2015, p. 107).

No presente estudo, os dados para análise foram recolhidos com recurso a questionários que na maioria das vezes apresentam-se em “forma de formulários impressos que podem ser enviados por correio (para grandes populações), entregues em mão (para amostras mais pequenas) ou por email (questionários electrónicos)” (Charles, 1998, citado por Coutinho, 2015, p. 107).

Assim, os questionários realizados foram entregues a 19 inquiridos em formato impresso pelo que se pode concluir que era uma amostra pequena. É de salientar que os inquiridos selecionados para responderem ao inquérito por questionário são os que participaram na atividade do Parque Infante D. Pedro.

Para este estudo optou-se pelo recurso a inquéritos por questionários, uma vez que estes constituem “um meio eficiente e rápido de obtenção de dados para uma investigação” (Teddlie & Tashakorri, 2009, citado por Coutinho, 2015, p. 140).

2.4.4. Registo audiovisual – fotografias e vídeos

O recurso a fotografias e vídeos permitiu ter acesso a todas as tarefas e atividades realizadas pelos alunos, uma vez que, nas semanas em que estava a lecionar não me era possível registar as produções dos alunos.

Segundo Bogdan & Biklen (1994), a fotografia está intimamente ligada à investigação qualitativa e pode ser usada de maneiras muito diversas (p. 183). Ainda segundo os mesmos autores, “as fotografias dão-nos […] dados descritivos, são muitas vezes utilizadas para compreender o subjectivo e frequentemente analisadas indutivamente” (1994, p. 183).

As fotografias são um recurso para a análise de dados, uma vez que “as fotografias tiradas pelos investigadores no campo fornecem-nos imagens para uma inspecção intensa posterior que procura pistas sobre relações e actividades” (Bogdan & Biklen, 1994, p. 189).

No presente estudo o recurso a registo audiovisual quer por fotografias quer por vídeo foram complementados com os dados recolhidos através da observação direta permitindo, assim, uma análise completa dos dados.