DIREITO PENAL
TEMAS TRATADOS EM SALA Erro de Tipo
I - Erro de Tipo Essencial
II – Descriminante Putativa – Art. 20, § 1°
(Erro de tipo permissivo)
III – Erro de tipo acidental
1. Erro sobre a pessoa – Art. 20, § 3° 2. Erro na execução – Art. 73
“aberratio ictus”
3. Resultado diverso do pretendido – Art. 74 “aberratio criminis/delicti”
1 - Erro de Tipo Essencial
a) Conceito: Erro de tipo essencial é o erro que recai sobre elemento constitutivo do tipo. O agente não
percebe que estão presentes os elementos do tipo penal.
b) Conseqüência
b.1 O erro de tipo inevitável, invencível, escusável = Exclui o dolo, Exclui a culpa
b.2 O erro de tipo evitável, vencível, inescusável = Exclui o dolo, permite a punição por crime culposo
se houver previsão.
c) Art. 20, CP: O erro sobre elemento constitutivo do tipo exclui o dolo mas permite a punição por crime
culposo se previsto em lei.
2. Descriminantes putativas – Art. 20, § 1°, CP
a) Conceito: Descriminantes= excludentes de ilicitude ou antijuridicidade.
a.1 Legitima defesa
a.2 Estado de necessidade a.3 Exercício regular de direito
a.4 Estrito Cumprimento do dever legal
Descriminante putativa: o agente por erro sobre os fatos acha que se encontra em situação que admite a excludente de ilicitude.
b) Conseqüência
b.1 O erro de tipo inevitável, invencível, escusável = Exclui o dolo, Exclui a culpa
b.2 O erro de tipo evitável, vencível, inescusável = Exclui o dolo, permite a punição por crime culposo
se houver previsão.
c) Art. 20, § 1° - É isento de pena quem por erro plenamente justificado pelas circunstancias supõe
situação de fato que se existisse, tornaria a ação legítima.
-Erro sobre os pressupostos fáticos da descriminante – Erro de tipo permissivo.
-Sobre o alcance jurídico da descriminante – Erro de proibição indireto o erro de proibição exclui a culpabilidade.
3. Erro de tipo acidental
3.1 Erro sobre a pessoa – Art. 20, § 3°.
a) Conceito: o agente confunde a vítima que quer atingir com outra pessoa, e acaba atingindo pessoa
não pretendida.
b) Conseqüência: O agente responde como se tivesse atingido a vítima pretendida. c) Art. 20, § 3° - O erro sobre a pessoa contra a qual o crime é praticado não exclui o dolo.
Não se consideram, no caso as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa que o agente pretendia atingir.
3.2 Erro na Execução / “Aberratio ictus” – Art. 73, CP:
a) Conceito: O agente por erro no uso dos meios de execução atinge pessoa não pretendida. b) Conseqüência: O agente responde como se tivesse atingido a vítima pretendida.
Súmula 610 STF
3.3 Resultado diverso do pretendido / “Aberratio criminis” ou “Aberratio delicti”
a) Conceito: Acabam atingindo bem jurídico diverso do pretendido. O resultado é sempre uma relação
entre uma pessoa e uma coisa.
b) Conseqüência: O agente responde pelo resultado ocorrido, a título de culpa. Se o resultado não é
punível a título de culpa, resta punir a tentativa do crime pretendido.
Obs.: Tanto no “aberratio ictus” quanto no “aberratio criminis”, se também for atingida a pessoa /coisa,
pretendida, haverá concurso FORMAL de crimes.
4. Crime não Consumado – Art. 14 ao 17 do CP.
I – Iter Criminis
II – Crime não Consumado 1° Tentativa
2° Desistência Voluntária / Arrependimento eficaz III – Arrependimento posterior
4.1 ITER CRIMINIS.
1° Fase: Cogitação – Está não é punível.
2° Fase: Atos preparatórios – Não são puníveis, salvo quando constituírem crime autônomo.
3° Execução – A partir do início da execução a conduta passa a ser punível. A teoria adotada pelo
Brasil chama-se Objetiva-Formal, segundo a qual se inicia-se a execução com o início da realização do verbo do tipo.
4° Consumação – Art. 14: Considera-se consumado o crime quando estão reunidos todos os
Disciplina: Direito Penal Profª: Patrícia Vanzolini Data: 06/04/2009 Aula: 3°
Material-Resultado (o verbo já embute o resultado) Formal.
Conduta Mera conduta
5° Exaurimento: O crime está exaurido quando após se consumar ele atinge a sua máxima
potencialidade ofensiva. Ex. Seqüestrar pessoa – Art. 159, CP.
4.2 Crime não Consumado
X O agente não termina a
execução O agente termina a execução
Execução Motivos alheios à
vontade do agente Tentativa Imperfeita Tentativa Perfeita ou Crime falho Própria vontade do agente Desistência Voluntária Arrependimento Eficaz
4.2.1 Tentativa – Art. 14, CP
a) Conceito: Após iniciar a execução, o crime não se consuma por motivos alheios à vontade do agente. b) Espécies:
b.1 Tentativa Imperfeita: o agente não termina a execução b.2 Tentativa perfeita: o agente termina a execução (crime falho) b.3 Tentativa Branca: A vítima não sofre qualquer lesão.
b.4 Tentativa Cruenta: A vítima sofre lesão. c) Punição:
-Regra o crime tentado será punido com a mesma pena do crime consumado, reduzida de 1/3 a 2/3
(Salvo disposição em contrário).
-Critério para a redução: é a proximidade da consumação.
-Não se pune a tentativa quando houver a absoluta impropriedade do objeto ou a absoluta ineficácia do meio e era impossível consumar-se a infração – Art. 17 – Crime Impossível.
QUESTÕES SOBRE O TEMA
1.(OAB.CESPE/2008.1) Acerca do dolo e da culpa, assinale a opção correta.
A Quando o agente comete erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime, exclui-se o dolo, embora seja permitida a punição por crime culposo, se previsto em lei.
B Quando o agente, embora não querendo diretamente praticar a infração penal, não se abstém de agir e, com isso, assume o risco de produzir o resultado que por ele já havia sido previsto e aceito, há culpa consciente.
C Quando o agente deixa de prever o resultado que lhe era previsível, fica caracterizada a culpa imprópria e o agente responderá por delito preterdoloso.
D Quando o agente, embora prevendo o resultado, não deixa de praticar a conduta porque acredita, sinceramente, que esse resultado não venha a ocorrer, caracteriza-se a culpa inconsciente.
2. (OAB/CESPE – 2006.1) Pedro e Paulo, um sem saber da conduta do outro, atiraram em Leonardo, com intenção de matá-lo, o que veio efetivamente a ocorrer. A perícia não conseguiu descobrir qual deles produziu o resultado. Nessa situação,
A Pedro e Paulo responderão por tentativa de homicídio. B Pedro e Paulo responderão por homicídio qualificado. C Pedro e Paulo responderão por homicídio culposo.
D em virtude do princípio in dubio pro reo, nem Pedro nem Paulo poderão ser acusados de tentativa de homicídio.
3. (OAB/CESPE – 2004.ES) Assinale a opção incorreta, levando em consideração os elementos da culpabilidade.
A O Código Penal brasileiro adotou o critério biopsicológico para aferição da imputabilidade do agente. B É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
C A emoção ou a paixão não excluem a imputabilidade penal.
D O erro de proibição, ainda que evitável, exclui a potencial consciência da ilicitude, isentando de pena, por conseqüência, o agente.
Disciplina: Direito Penal Prof: Patrícia Vanzolini Data: 11/05/2009 Aula: 4°
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