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Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes

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Indicação bibliográfica: Manual de Direito Administrativo – José do Santos Carvalho Filho

1. CONCEITO

É o ramo do direito público que estuda princípios e normas reguladoras dos agentes órgãos, bens e atividades da administração pública.

Direito Público  atividades estatais

Princípios e normas  regime jurídico administrativo Agentes órgãos, bens e atividades  função administrativa Competência Para Legislar

A competência é concorrente, ou seja, a União, Estados e DF legislam sobre o tema. Os Municípios tratam de temas de interesse local.

Em alguns temas a competência é privativa da União (criação de leis sobre desapropriação - art. 24 inciso II CF).

2. FUNÇÃO ADMINISTRATIVA (Art. 2º, CF).

Objetiva realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado, que são aqueles expressos em lei, ou seja, frutos da atividade legislativa.

Não inova o ordenamento jurídico, trata da relação dos poderes.

2.1.Funções Típicas

Inovar a ordem Solução de Aplicar de ofício

jurídica Conflitos a lei

* Miguel Seabra Fagundes Tanto o Judiciário quanto o Executivo aplicam a lei, mas o Judiciário só pode aplicar a lei mediante provocação enquanto o Executivo pode aplicá-la de ofício. Portanto, processos administrativos podem ser instaurados de ofício.

A atividade do Poder Judiciário é estática enquanto a atuação do Executivo é dinâmica. O núcleo da função típica do legislativo é a decisão sobre criação da lei e o núcleo da função típica do poder judiciário é a coisa julgada.

2.2. Função Atípica.

São poderes exercidos, mas que são característicos de outro poder. Ex: Medida Provisória  função legislativa do poder executivo.

Quem pode exercer função administrativa? R:

- Poder Executivo (função típica) PODER

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Disciplina: Direito Administrativo Prof: ALEXANDRE MAZZA

Data: 06/05/2009 Aula: 1°

- Legislativo e Judiciário (função atípica). Ex: abertura de concurso público, licitação no âmbito legislativo para compra de papel.

- Ministério Público

- Tribunais de Contas (São órgãos auxiliares do Poder Legislativo. Exerce um controle externo da administração. Quais são: Tribunal de Contas da União composto por ministros e Tribunais de Contas do Estados compostos por conselheiros. Existem no Brasil 2 TCMs: TCM de São Paulo; TCM do Rio de Janeiro. A CF proibiu a criação de novos TCMs. Obs: o STF entende que os Estados podem criar um tribunal de contas do Município, que fiscaliza as contas municipais.

- Alguns particulares (por delegação do Estado). Ex: concessionários (delegação por contrato) e permissionários (delegação por ato administrativo).

Conceito de Função Administrativa

É exercida com caráter mediante prerrogativas preponderantemente infralegal 1 instrumentais 2

pelo Poder Executivo

1. A característica mais importante da função administrativa é sua absoluta submissão à lei.

CF Leis

Atos administrativos

Por essa razão, sempre que o ato administrativo violar a lei, ele será nulo (Princípio da Legalidade). 2 Para adequada defesa do interesse público, a lei confere ao agente poderes especiais (prerrogativas).

Muito importante: se o agente público usar os poderes do cargo em benefício próprio, o ato será nulo

por desvio de finalidade, tresdestinação ou desvio de poder  favorecer amigos ou parentes, perseguir inimigos (desapropriar casa do candidato na eleição, governador que transfere para o interior um policial militar a fim de terminar o romance dele com a filha do governador).

♫Desvio de finalidade ou tresdetinação Anulam o ato se o agente que o praticou Usa os poderes do cargo em benefício pessoal Teoria do Desvio de Finalidade

Não é defeito de competência, não há desvio de finalidade se o ato foi praticado por quem não tinha competência para isso.

O desvio de finalidade é um defeito objetivo. Atualmente considera-se que o desvio de finalidade é um defeito de comportamento (teoria objetiva) e não apenas um vício de intenção, mas sim de conduta, de comportamento.

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3. PRINCIPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO Noções Gerais

Também chamadas de supra princípios. Tais princípios não são absolutos e sofrem algumas restrições.

a) Supremacia do interesse público sobre privado

É o interesse primário, o verdadeiro interesse da coletividade.

Interesse público secundário é o interesse do Estado como pessoa jurídica, interesse patrimonial, o qual não tem supremacia.

b) Indisponibilidade do interesse público

Atenção: Algumas leis recentes tem relativizado a idéia de indisponibilidade do interesse público.

Ex: o art. 23-A da Lei de Concessões (Lei 8987/95) autoriza o uso de arbitragem e outros meios privados para a solução de conflitos contratuais

3.1. Princípios Constitucionais do Direito Administrativo

Art. 37, CF L egalidade I mpessoalidade M oralidade P ublicidade E ficiência

+

Celeridade Processual (duração razoável dos processos administrativos).

Princípio da Participação (a lei deve garantir instrumentos de participação do usuário na administração).

1) Princípio da Legalidade

A administração só pode praticar condutas autorizadas por lei. ♫ Só se a lei autorizar

Pode o agente autorizar a conduta Se o agente silenciar

A conduta está proibida

Legalidade Pública

=

Legalidade Privada

Agentes Públicos Particulares Só podem fazer Pode fazer tudo o que a lei autorizar exceto o que a lei proíbe

O silêncio da lei O silêncio da lei

representa uma representa uma

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Disciplina: Direito Administrativo Prof: ALEXANDRE MAZZA

Data: 06/05/2009 Aula: 1°

Importante: ver art. 2º, parágrafo único da Lei 9784/99  atuação conforme a lei e o direito.  bloco da

legalidade, ou seja, respeitar a legalidade é cumprir Lei Ordinária, Lei Complementar, a CF, Medidas Provisórias, Tratados e Convenções Internacionais e Atos Normativos (Ex: decretos, portarias, regimentos internos e instruções normativas).

3 fundamentos: - Art. 37, caput

- Art. 5º, II, CF (Atos Administrativos não podem criar deveres e proibições) - Art. 84, IV, CF (Decretos e regulamentos para dar fiel execução à lei

2. Princípio da Impessoalidade

Lei 9.784/99: prevê o tratamento objetivo na defesa do interesse público (relacionado com a isonomia, igualdade e a imparcialidade).

Consiste numa dupla proibição ao tratamento discriminatório e ao tratamento privilegiado.

Ex: art. 37, §1º, CF – Trata-se de uma norma de impessoalidade. A publicidade de obras do governo deverá ter caráter informativo, não podendo conter nomes, símbolos ou imagens que caráter político ou de autoridade pública. Ex: não pode haver a inauguração de um viaduto contendo uma placa com o nome do governador.

3. Moralidade

Ver lei 9.784/99: tal princípio obriga o agente a respeitar a ética, o decoro, a probidade, a lealdade e a

boa-fé vigentes na sociedade. Quanto à boa-fé, trata-se daquela objetiva, onde o que interessa é a conduta e não a intenção do agente.

Obs.: o melhor exemplo de violação da moralidade é o chamado nepotismo (contratação de parentes

para cargos em comissão - Súmula Vinculante 13).

Para o STF: a Súmula Vinculante 13 não vale para agentes públicos, ministros de estado e secretários

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1 (OAB.CESPE.SP/2008.2) Assinale a opção correta com relação aos princípios que regem a

administração pública.

A) Não ofende o princípio da moralidade administrativa a nomeação de servidora pública do Poder Executivo para cargo em comissão em tribunal de justiça no qual o vice-presidente seja parente da nomeada.

B) A administração pública pode, sob a invocação do princípio da isonomia, estender benefício ilegalmente concedido a um grupo de servidores a outro grupo que esteja em situação idêntica.

C) Ato administrativo não pode restringir, em razão da idade do candidato, inscrição em concurso para cargo público.

D) O Poder Judiciário pode dispensar a realização de exame psicotécnico em concurso para investidura em cargo público, por ofensa ao princípio da razoabilidade, ainda quando tal exigência esteja prevista em lei.

2) (OAB.CESPE.SP/2008.1) Com relação aos diversos aspectos que regem os atos administrativos,

assinale a opção correta.

a) Motivo e motivação do ato administrativo são conceitos equivalentes no direito administrativo. b) Nos atos administrativos discricionários, todos os requisitos são vinculados.

c) A presunção de legitimidade dos atos administrativos é uma presunção jure et de jure, ou seja, uma presunção absoluta.

d) Segundo a teoria dos motivos determinantes do ato administrativo, o motivo do ato deve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a

manifestação de vontade, pois, se o interessado comprovar que inexiste a realidade fática mencionada no ato como determinante da vontade, estará ele irremediavelmente inquinado de vício de legalidade.

3) (OAB/CESPE – 2007.3.PR) Assinale a opção correta acerca dos princípios da administração pública.

A) O princípio da eficiência não constava expressamente do texto original da CF, tendo sido inserido posteriormente, por meio de emenda constitucional.

B) O princípio da motivação determina que os motivos do ato praticado devam ser determinados pelo mesmo órgão que tenha tomado a decisão.

C) Embora seja consagrado pela jurisprudência e pela doutrina, o princípio da impessoalidade não foi consagrado expressamente na CF.

D) Em virtude do princípio da legalidade, a administração pública somente pode impor obrigações em virtude de lei; direitos, por sua vez, podem ser concedidos por atos administrativos.

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Disciplina: Direito Administrativo Prof: ALEXANDRE MAZZA

Data: 20/05/2009 Aula: 2°

TEMAS TRATADOS EM SALA

1. LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Lei 8.429/92)

Sanções

• Perda do cargo • Devolução dos valores • Multa civil

• Suspensão dos direitos políticos • Suspensão do direito de contratar - São penas civis, políticas e administrativas.

- A Lei nº. 8.429/92 elenca os atos de improbidade praticados por agente público, servidor ou não, contra a administração direta ou indireta, nas três esferas de governo.

- Existem 3 modalidades de improbidade: • Enriquecimento ilícito.

• Prejuízo ao erário.

• Atos que atentem contra princípios da administração (não precisa causar prejuízo ao erário). Ex: negar publicidade a ato oficial.

- Entendimentos Jurisprudenciais

STF1: O juiz pode aplicar as penas separadamente, selecionando as mais apropriadas diante do caso

concreto.

STJ: O princípio da insignificância não se aplica a lei da improbidade.

STF 2: O STF para evitar a ocorrência de dupla punição (bis in idem) tem entendido que a lei de

improbidade não se aplica aos servidores federais punidos pela lei dos crimes de responsabilidade. - Agentes políticos federais não se sujeitam a lei de improbidade (Presidente da República, Vice- Presidente e Ministros de Estado).

- Obs.: É cabível a indisponibilidade dos bens do indiciado quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito.

DEFESA DA MORALIDADE

AP ACP

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grau.

2. Princípios (Continuação) 2.1. Publicidade

 Divulgação dos atos administrativos.

A publicidade é uma proibição de conduta sigilosa.

- Exceções:

a) Segurança da coletividade. Ex: informações militares. b) Intimidade dos envolvidos. Ex: prontuário de pacientes.

2.2. Eficiência

- Acrescentado pela EC 19/98

- Obriga a administração a atingir os melhores resultados na sua atuação.

- Institutos que revelam preocupação com idéia de eficiência: concurso público*, estágio probatório* *A validade do concurso público é de até 02 anos.

*O estágio probatório tem duração de 03 anos. São cargos vitalícios com estágio probatório de 02 anos o de magistrado, promotor e membros dos tribunais de contas.

3. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS OU IMPLÍCITOS 3.1. Autotutela

- Obriga a administração a anular atos defeituosos e revogar atos inconvenientes ♫Princípio da autotutela

Obriga a administração Anular atos com defeito

Para os inconvenientes a revogação.

3.2. Razoabilidade ou proporcionalidade

- Refere-se a uma proibição de exageros dever de adequação em meios e fins. Ex: ordena demolir casa que tem pintura das paredes descascadas.

“Não se usam canhões para matar pardais”. ♫Eu andei errado, eu pisei na bola

Matei um pardalzinho usando um canhão Mas o exagero é sempre ilegal

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Disciplina: Direito Administrativo Prof: ALEXANDRE MAZZA

Data: 20/05/2009 Aula: 2°

3.3. Obrigatória Motivação

- Todo ato administrativo deve ser acompanhado de uma explicação por escrito das razões que levaram à sua prática (motivação).

Motivo = Motivação

- A motivação é necessária para atos vinculados e discricionários.

3.4. Finalidade

- Todo ato deve ser praticado para defesa do interesse público. Se o ato for praticado para interesse alheio ao interesse público, será nulo (Teoria do Desvio de Finalidade ou Tresdestinação). Ex: remoção de servidor para perseguição pessoal.

- Desvio de finalidade não é defeito de competência. Só existe desvio de finalidade se o ato foi praticado por servidor competente.

3.5. Outros Princípios

- Além dos princípios já mencionados vigoram também no direito administrativo: segurança jurídica, hierarquia, contraditório e devido processo legal.

4. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Estuda a estrutura da administração pública. Técnicas de desempenho:

Desconcentração Descentralização

Órgãos Entidades

Não tem personalidade Pessoas autônomas

Ex: Ministérios, Secretarias, Ex: autarquias, fundações, empresas públicas

Administração pública direta ou centralizada Administração indireta ou descentralizada Não podem ser acionadas no judiciário* São acionadas no judiciário

*Perigo: apesar de não serem pessoas jurídicas alguns órgãos são dotados de capacidade processual especial (basicamente para responder Mandado de Segurança). Ex: Presidência da República e Mesa do Senado. Situação de fato que autoriza a prática do ato, Ex: multa Explicação por escrito. Ex: notificação

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Formada por pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado. ♫ As autarquias e as fundações

Tem natureza de direito público

Empresas Públicas e Sociedades Mistas São de Direito Privado

São de direito público: Associações Públicas e Agências Reguladoras São de direito privado: Fundações Governamentais.

4.2. Autarquias e Fundações Públicas

- Ex: INSS, Banco Central (BACEN), CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico, Universidades Públicas (UNB), IBAMA, INCRA, FUNAI.

- Fundações Públicas são tipos de autarquias.

Conceito de Fundações Públicas: pessoa jurídica de direito público. Criadas e extintas por leis específicas.

- Serviços autônomos (DL 200/67) Características:

• Autonomia Gerencial e Orçamentária: capacidade de alto governo. Não se confunde com independência nem subordinação hierárquica.

Graus de liberdade: 75

0 50 100

Subordinação hierárquica Autonomia Independência Ex: órgão Ex: adm indireta Ex: Poderes

Agências

- As autarquias não estão subordinadas a ministérios, mas vinculadas a eles (Supervisão Ministerial) - Autarquias e Fundações:

• Imunes a impostos (Art. 150,0§2º, CF).

• Possuem privilégios da Fazenda Pública (prazo em dobro para contestar e em quádruplo para recorrer, execução por precatórios).

• Nunca exploram atividade econômica.

• Praticam atos administrativos e celebram contratos administrativos.

Fundações Públicas

=

Fundações Governamentais (polêmica*) *Fundações governamentais  alguns autores não admitem sua existência

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Disciplina: Direito Administrativo Prof: ALEXANDRE MAZZA

Data: 20/05/2009 Aula: 2°

Fundações Públicas:

- Natureza direito público. Ex: FUNAI e PROCON. - Criada por lei específica.

Fundações Governamentais:

- Natureza direito privado. Ex: Fundação Padre Anchieta.

- Autorização legislativa  três etapas: 1ª lei autorizando; 2º decreto regulamentando a lei; 3º: registro dos atos constitutivos em cartório.

Agências Reguladoras: Ex: Anatel, Aneil, Anac.

 Autarquias com regime especial.

Regime especial é formado por duas características: • Dirigentes estáveis e com mandatos fixos;

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1.(OAB/CESPE – 2007.3) O diretor-geral de determinado órgão público federal exarou despacho concessivo de aposentadoria a um servidor em cuja contagem do tempo de serviço fora utilizada certidão de tempo de contribuição do INSS, falsificada pelo próprio beneficiário. Descoberta a fraude alguns meses mais tarde, a referida autoridade tornou sem efeito o ato de aposentadoria. Na situação hipotética considerada, o princípio administrativo aplicável ao ato que tornou sem efeito o ato de aposentadoria praticado é o da

A) autotutela.

B) indisponibilidade dos bens públicos. C) segurança jurídica.

D) razoabilidade das decisões administrativas.

2. (OAB/CESPE – 2007.3.SP) A Lei Complementar n.o 1.025, de 7 de dezembro de 2007, do estado de São Paulo, ao criar a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), dispôs que essa agência, no desempenho de suas atividades, deveria obedecer, entre outras, às diretrizes de “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público” (art. 2.º, III) e de “indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinem as suas decisões” (art. 2.º, V). Tais diretrizes dizem respeito aos seguintes princípios:

A) eficiência e devido processo legal. B) razoabilidade e objetividade. C) proporcionalidade e motivação. D) legalidade e formalidade.

3. (OAB/CESPE – 2007.3.PR) Assinale a opção correta acerca dos princípios da administração pública.

A) O princípio da eficiência não constava expressamente do texto original da CF, tendo sido inserido posteriormente, por meio de emenda constitucional.

B) O princípio da motivação determina que os motivos do ato praticado devam ser determinados pelo mesmo órgão que tenha tomado a decisão.

C) Embora seja consagrado pela jurisprudência e pela doutrina, o princípio da impessoalidade não foi consagrado expressamente na CF.

D) Em virtude do princípio da legalidade, a administração pública somente pode impor obrigações em virtude de lei; direitos, por sua vez, podem ser concedidos por atos administrativos.

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Disciplina: Direito Administrativo Prof: Eduardo Pereira

Data: 28/05/2009 Aula: 3°

TEMAS TRATADOS EM SALA 1.ATO ADMINISTRATIVO

1.1 CONCEITO  é toda declaração jurídica realizada pelo Estado ou por quem lhe faça às vezes no

exercício de prerrogativas públicas, com a finalidade de atender ao interesse público e controlada pelo Poder Judiciário.

1.2 CARACTERÍSTICAS:

1. Declaração jurídica = extrai-se que por ser uma declaração jurídica e sua conseqüência é que gera efeitos no direito (cria, modifica, extingue). A administração pode fazer diversos atos jurídicos, porém para ser ato tem que ser no exercício de prerrogativa pública.

Não confundir ato administrativo com ato material Ato material é o mero desenvolvimento de uma atividade profissional.

2. No exercício de prerrogativa pública = administração está sendo regida por normas de direito público, que lhe concedem supremacia da relação jurídica, porém impõem restrições pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

Não confundir ato administrativo com ato da administração

Ato da administração é aquilo realizado pelo Estado, porém no regime jurídico de direito privado sem

prerrogativas públicas. Ex: compra e venda, locação, permuta, doação, dação em pagamento, comodato.

1.3 PRIVILÉGIOS – ATRIBUTOS DO ATO

a) Presunção de legitimidade: decorre do princípio da legalidade estrita (nada pode a não ser o que a lei autoriza ou determina e por isso presumem-se legítimos e verdadeiros).

A Administração tem o dever de praticar atos legais, no entanto, quando erra e pratica um ato ilegal, este continua gozando de presunção de legitimidade, portanto deve ser cumprido com o cidadão. A presunção de legitimidade é um atributo relativo? O atributo é relativo (pode ser através de recurso ao Poder Executivo ou através de ação judicial).

b) Imperatividade ou Poder Extroverso do Estado: é a faculdade que goza o Poder Público de criar obrigações aos administrados sem necessitar do consentimento dos administrados.

c) Exigibilidade: é o poder que goza o Estado aplicar medida coativa visando incentivar o cumprimento dos atos imperativos. Ex: multa, apreensão de bens, inscrição na dívida ativa, cassação de licenças e alvarás.

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expressamente permitir.

Obs: o ato somente será executório se não esbarrar em direito fundamental do cidadão. Ex:

desapropriação da residência – domicílio inviolável.

1.4 REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO

A restrição do ato administrativo é o cumprimento do princípio da legalidade

a) Forma

É a exteriorização do ato (em regra, o ato é escrito). Ex: decreto, licença, autorização, concessão.

Exceção: em caso de urgência, o ato poderá ser verbal. Ex: prisão em flagrante. b) Finalidade

O objetivo é atender ao interesse público especificado em lei com a prática do ato. Ex: finalidade da desapropriação é transformar uma propriedade que só tem interesse privado em algo de interesse público.

Desvio de finalidade: ocorre quando ato administrativo atende a finalidade diversa daquela prevista em

lei.

c) Competência

É a medida do poder atribuído ao agente, e para que o ato exista validamente o sujeito deve ser não apenas competente, mas também capaz.

“Não é competente quem quer e sim quem pode” – Caio Tácito

d) Objeto

É a alteração no mundo jurídico que ocorre com a prática deste ato . Ex: o objeto da desapropriação é “pegar” a propriedade do bem.

Atenção: o objeto do ato deverá ser sempre lícito.

e) Motivo

É o fato que justifica a prática do ato. Ex: ando com o carro a 100km/h na zona urbana e recebo uma multa. O fato andar acima do limite justifica a prática do ato.

1.5 CLASSIFICAÇÃO DO ATO Quanto ao regramento: a) Vinculado

É aquele que a lei estabelece todas as condições para sua realização. Ex: trilho do trem – não tem opções, nenhuma margem de liberdade. Inexiste margem de liberdade ao agente público. Ex:multa, licença, alvará de funcionamento.

b) Discricionário

É aquele que a lei estabelece condições para sua prática, porém outorga ao agente público certa margem de liberdade para escolher ato que melhor atende ao interesse público com base, em critérios de conveniência e oportunidade (também chamados de mérito administrativo).

Ex: art. 48, §3º, lei 8.666/93.

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Disciplina: Direito Administrativo Prof: Eduardo Pereira

Data: 28/05/2009 Aula: 3°

Obs: o ato discricionário passa por exame judicial de legalidade com exceção do mérito administrativo

(conveniência e oportunidade da decisão do agente público) haja vista se ele exclusivo da administração.

Anulação: aplica-se a atos ilegais. Administração (de ofício) pode anular e o Judiciário (mediante provocação). Os efeitos são ex tunc, ou seja retroage no tempo.

Revogação: aplica-se ao ato legal. O Judiciário não poderá revogar o ato administrativo, apenas a Administração Pública. Efeito ex nunc.

2. LICITAÇÃO PÚBLICA

É um procedimento administrativo (sucessão de atos) que tem por finalidade encontrar a melhor proposta para celebração de um contrato, nos termos da Lei nº 8.666/93.

Melhor proposta nem sempre é a corresponde ao menor preço e sim aquela que atende a duas condições: objeto de qualidade e melhor preço.

A Lei 8.666/93 é uma norma de direito público, portanto se aplica ao Estado (administração pública = administração direta + indireta).

Quem está obrigado a licitar?

Administração Direta: entes políticos federados no âmbito dos três poderes.

Administração Indireta: autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia mista e agências.

A administração licita para contratar: 1. Obras 2. Serviços 3. Compras 4. Alienações 5. Locação 6. Permissão de serviço 7. Concessão de serviço

Os quarto primeiros itens de encontram no art. 37, XXI da CF. Locação está no art. 2º da Lei 8.666/93

Os dois últimos estão no art. 175, caput, CF Finalidade da licitação pública segundo a OAB:

Obter uma vantagem para o Estado sem se descuidar da isonomia.

2.1 MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Concorrência Grupo da concorrência

Tomada de preços Se aplica a todas as espécies contratuais. Critério residual Convite

Concurso Grupo dos contratos específicos Leilão Utiliza critério material

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Serviço comum é aquele que independe de capacitação intelectual para sua prestação.

Bem comum é aquele padronizado no mercado, de fácil substituição sem relevante prejuízo de validade.

a) Concorrência Pública

É a modalidade de maior vulto (maior valor contratual), onde todos os interessados podem participar (muita gente participa) visto que não é exigido qualquer pré-requisito para participação.

Características:

- Ampla publicidade (publicação em diário oficial e jornal de grande circulação) - Universalidade

-Para obras e serviços de engenharia com valores acima de 1.500.000,00 e -Para compras e demais serviços valores acima de 650.000,00

Se muita gente participa, aumenta a competição entre os participantes, aumenta a possibilidade de surgir uma boa proposta, o que atende ao interesse público.

b) Tomada de preços

Modalidade de vulto intermediário que exige pré-requisito para participação, denominado CRC (certificado de registro cadastral).

-Para obras e serviços de engenharia com valores até 1.500.000,00 e -Para compras e demais serviços com valores até 650.000,00

Características: - Ampla publicidade.

- Só participam os interessados inscritos e devidamente cadastrados.

c) Convite

Modalidade de menor vulto que não exige a publicação de edital. Basta que a administração envie o número mínimo de três convites para empresas da área objeto da licitação

Características: - Publicidade simples - Apenas para convidados

Por ser de menor vulto, o risco para a administração é bastante reduzida, o que possibilita a flexibilização das regras.

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Disciplina: Direito Administrativo Prof: Eduardo Pereira

Data: 28/05/2009 Aula: 3°

QUESTÕES SOBRE O TEMA

1. (OAB/CESPE – 2007.3) Considerando que há evidentes elementos de identidade entre ato jurídico e ato administrativo, e que este é espécie do gênero ato jurídico, assinale a opção correta.

A Existem atos praticados pelos administradores públicos que não se enquadram como atos administrativos típicos, como é o caso dos contratos disciplinados pelo direito privado.

B Atos administrativos, atos da administração e atos de gestão administrativa são expressões sinônimas.

C O exercício de cargo público em caráter efetivo é conditio sine quae non para prática do ato administrativo.

D Mesmo nos casos em que o administrador público contrata com o particular em igualdade de condições, está caracterizado o ato administrativo, pois a administração pública está sendo representada por seu agente.

2. (OAB/CESPE – 2006.1) Os atos administrativos possuem atributos que os diferenciam dos atos privados. Assinale a opção que não configura atributo exclusivo do ato administrativo.

A presunção de legitimidade B imperatividade

C auto-executoriedade D legalidade

3.(OAB/CESPE – 2007.3.PR) É a qualidade pela qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância. Decorre do que Renato Alessi chama de “poder extroverso”, que permite ao poder público editar provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, ou seja, que interferem na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações. Celso Antônio Bandeira de Mello. Curso de Direito Administrativo. 13.ª ed. São Paulo: Malheiros, 2000, p. 373 (com adaptações). O texto acima descreve o seguinte atributo do ato administrativo:

A exigibilidade. B executoriedade.

C presunção de legitimidade. D imperatividade.

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TEMAS TRATADOS EM SALA 1. LICITAÇÃO

O objetivo é selecionar a proposta mais vantajosa, que não necessariamente será a de menor preço, devendo ser respeitado o principio da isonomia.

1.1 Competência Legislativa:

A União tem competência para legislar sobre normas gerais (art. 22, XXVII, CF)

1.2 Princípios (Art. 3º da Lei 8.666/93)

1.2.1 Principio da vinculação Instrumento convocatório (edital e a carta convite). Todos estão

vinculados e devem seguir o instrumento convocatório (está previsto no art. 41 da Lei de Licitações)

1.2.2 Adjudicação compulsória do licitante vencedor é uma das fases da licitação, ou seja, é a

atribuição do objeto ao licitante vencedor. Por este princípio, fica vedado à Administração atribuir o objeto a outra pessoa que não o vencedor da licitação (art. 50 da Lei de Licitações).

Fases da Licitação

  

Publicação do edital / carta convite 

 

Habilitação (nesta fase analisa-se a qualificação técnica, jurídica, financeira dos participantes). 

 

Julgamento e classificação das propostas (menor preço, melhor técnica, técnica e preço, menor lance e oferta).

  

Homologação A autoridade competente declara que o procedimento transcorreu de forma regular. Caso tenha algum problema a autoridade devolve o procedimento para a comissão de licitação.

  

Adjudicação: É a atribuição do objeto ao licitante vencedor.

Obs.: O contrato não faz parte da fase de licitação, pois contratar ou não fica ao critério da

administração.

Regra: Todos devem licitar – Art. 1º, parágrafo único da lei 8666/93.

Obs.: Entidades parestatais / Entes de cooperação: Serviços sociais autônomos, organizações

sociais e as OSCIP’s (organização da sociedade civil de interesse público), não precisam licitar, mas devem observar os princípios da licitação.

1.3 Exceções ao dever de Licitar: -Inexigibilidade e Dispensa

  

 Inexigibilidade: ocorrerá quando a competição for inviável (Art. 25 da lei 8.666/93 - rol exemplificativo).

Inciso I – Fornecedor ou revendedor exclusivo.

Inciso II – Serviços técnicos profissionais especializados “notória especialização” (Art. 13 da Lei de Licitações).

Inciso III – Contratação de artista conhecido pelo público ou pela crítica.

Na Dispensa:

  

 Dispensável – Art. 24 da lei: De fato é possível licitar, mas o administrador tem discricionariedade (rol taxativo).

  

 Dispensada – Art. 17 da lei: Não existe discricionariedade, a lei prevê as hipóteses. O rol é taxativo.

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Direito Administrativo Prof.ª: Flávia Cristina Data = 08/06/2009 Aula = 4

1.4 Modalidades de Licitação

 Concorrência: é utilizada para valores de maior vulto *Obras e serviços de engenharia acima de R$1.500.000,00. *Demais serviços e compras acima de R$ 650.000,00

É precedido de ampla publicidade e todos poderão participar (vigora neste caso o principio da universalidade).

  

Tomada de preços

É utilizada para transações de valores médios.

*Obras e serviços de engenharia até R$ 1.500.000,00. *Demais serviços e compras até de R$ 650.000,00

Participam desta modalidade os interessados cadastrados. Quem não for cadastrado poderá participar desde que preencha requisitos para o cadastro em até 03 dias antes do recebimento das propostas. 

 

 Convite

É utilizada para valores baixos.

*Obras e serviços de engenharia até R$ 150.000,00. *Demais serviços e compras até de R$ 80.000,00

Participam os convidados, cadastrados ou não. Os não convidados e não cadastrados não poderão participar. No entanto, os cadastrados não convidados poderão participar desde que demonstrem interesse em até 24 horas da apresentação das propostas.

Não é necessária a ampla publicidade (a publicidade se dá com o envio da carta convite e com a fixação da carta em um lugar público adequado).

-Não é necessária a publicação. 

 

 Concurso

É a modalidade de licitação para selecionar um trabalho artístico, técnico, cientifico ou artístico. 

 

 Leilão

É utilizado para alienar bens móveis e imóveis.

-Bens móveis: inservíveis e aqueles penhorados ou apreendidos legalmente.

-Bens imóveis os oriundos de procedimentos judiciais e os em dação de pagamento.

  

 Pregão – Lei 10.520/2002

É utilizado para a compra de bens e serviços comuns. É aquele que é possível especificar facilmente no edital com palavras usuais.

- Não tem limite de valor.

- O critério no Pregão será o de menor preço.

- Não há comissão de licitação, mas sim um pregoeiro. - É vedada a exigência de garantia da proposta.

- Há a inversão da ordem procedimental, ou seja, ele troca a fase da habilitação com a fase de julgamento das propostas. Analisa-se primeiramente a proposta mais vantajosa e após verifica-se a documentação.

- Aquele que apresentou o menor preço e aqueles que apresentaram um preço até 10% acima do menor preço irão dar lances verbais e sucessivos até que se encontre o menor preço.

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Principais Leis

Constituição Federal – Arts. 37 ao 41. Lei 8.666/93 – Licitação e Contrato

Lei 9.784/99 – Procedimento Administrativo Lei 8.987/95 – Concessões e Permissões

Lei 8.112//90 – Estatuto dos servidores civis da União (provimento a partir do Art.8º). Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa

2. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 2.1 Contrato Administrativo

É um acordo de vontades que possui características diferentes tais como a presença das cláusulas exorbitantes. Visa atender o interesse público - Art. 58 da Lei 8.666/93.

Principais cláusulas exorbitantes: Palavra para memorização FARAÓ Fiscalizar

Alterar o contrato unilateralmente Rescindir unilateralmente

Aplicar sanções Ocupar bens

Objetiva a manutenção do equilíbrio econômico e financeiro.

Obs.: Nos contratos administrativos não se aplica à cláusula da exceção do contrato não cumprida

“exceptio nos adimpleti contratus”.

2.2 Teoria da Imprevisão: são situações imprevisíveis que podem acontecer durante a execução do

contrato, atrapalhando a execução e causando um desequilíbrio para o contrato, podendo o particular contratado pedir a revisão do contrato.

Situações da Teoria da Imprevisão:

  

 Fato do Principie: é um fato geral da administração não dirigido ao contrato mas que o afeta substancialmente. Ex: proibição de importação de produto fundamental para o cumprimento do objeto. 

 

 Fato da administração: é toda ação ou omissão da administração dirigida ao contrato, que incide sobre o contrato.

  

 Interferência ou sujeições imprevistas: é a descoberta de um óbice natural que atrapalha a execução de um contrato.

  

 Caso fortuito ou força maior: é um obstáculo natural. O contrato estará sujeito à revisão quando essas condições onerarem demasiadamente o pacto inicial.

2.3 Formas de extinção do contrato

 Advento do termo (não necessariamente o contrato deve ser escrito)  Conclusão do objeto

 Rescisão unilateral (só o poder público pode fazer – Art. 78 da Lei de licitação)  Rescisão bilateral (a administração e o particular acordam)

 Rescisão judicial

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Direito Administrativo Prof.ª: Flávia Cristina Data = 08/06/2009 Aula = 4

Consórcios Públicos Lei nº. 11.107/05.

 As partes somente podem ser entes da federação (União, Estados, DF e Municípios).  A assinatura do contrato depende da previamente de um protocolo de intenções.

 Possui personalidade jurídica que pode ser de direito público ou de direito privado – Art. 6º, § 1º.

3. PODERES ADMINISTRATIVOS

São prerrogativas que a administração possui para atingir a sua finalidade (interesse público). São também instrumentos colocados a disposição da administração. São poderes–deveres.

3.1 Poder Vinculado: aquele que não permite ao administrador margem de atuação. A administração

o utiliza para produzir atos vinculados. Ex. Concessão de aposentadoria.

3.2 Poder Discricionário: o agente público pode fazer um juízo de conveniência e oportunidade. Obs.: Diferença entre estes é a margem de liberdade, pois ambos estão previstos em lei.

3.3. Poder Hierárquico: é utilizado para que a administração possa se estruturar, se organizar para

estabelecer relações de coordenação e subordinação.  Conseqüências / Efeitos:

*O superior hierárquico pode dar ordens ao subordinado e este tem que obedecer, salvo quando as ordens forem manifestamente ilegais.

*Fiscalizar a atuação de seus subordinados.

* O superior hierárquico pode rever a atuação do subordinado.

*Poderá repassar (delegar) as suas atribuições para o seu subordinado, salvo as exceções previstas no Art. 13 da lei 9784/99.

*Avocar: pega as atribuições do subordinado. 3.4 Poder Disciplinar

É utilizado pela administração para que ela possa punir, sancionar os agentes públicos e pessoas submetidas à disciplina da administração.

Penas administrativas – Art. 127 Lei 8112/90: Ex.:

Advertência Suspensão

3.5 Poder normativo é utilizado para expedir atos normativos em geral – Art. 84 da CF. 3.6 Poder de Policia

É utilizado para limitar, condicionar, restringir e frenar de Direitos de liberdade de propriedade e exercício de atividades dos particulares adequando-os ao interesse coletivo.

 Ele limita, mas não aniquila o direito.

 Atributos do poder de policia: discricionariedade (é a regra, mas não é absoluta), coercibilidade e autoexecutoriedade.

4. Abuso de Poder / Abuso de Autoridade

As autoridades precisam atuar sem abusos, devem respeitar a lei, a moral, a finalidade para o qual cada ato foi criado.

Espécie:

 Excesso de Poder: a autoridade é competente, mas atua além da sua competência. 

 

 Desvio de poder / Desvio de finalidades: a autoridade é competente, atua dentro da sua competência, mas pratica o ato com finalidade diferente da prevista para aquele ato.

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QUESTÕES SOBRE O TEMA

1.(OAB/CESPE – 2006.3) Assinale a opção correta quanto aos poderes e deveres dos administradores públicos.

A O poder de delegação e o de avocação decorrem do poder hierárquico.

B A possibilidade de o chefe do Poder Executivo emitir decretos regulamentares com vistas a regular uma lei penal deriva do poder de polícia.

C O poder discricionário não comporta nenhuma possibilidade de controle por parte do Poder Judiciário.

D O poder regulamentar é exercido apenas por meio de decreto.

2. (OAB/CESPE – 2007.3.SP) São modalidades de licitação

A a concorrência, a tomada de preço, o convite, o concurso e o leilão. B apenas a concorrência, a tomada de preço e o convite.

C apenas a concorrência e a tomada de preços. D apenas a concorrência.

3. (OAB/CESPE – 2007.3) O conselho diretor de uma autarquia federal baixou resolução disciplinando que todas as compras de material permanente acima de cinqüenta mil reais só poderiam ser feitas pela própria sede. Ainda assim, um dos superintendentes estaduais abriu licitação para compra de microcomputadores no valor de trezentos mil reais. A licitação acabou sendo feita sem incidentes, e o citado superintendente homologou o resultado e adjudicou o objeto da licitação à empresa vencedora. Nessa situação, o superintendente

A agiu com excesso de poder. B agiu com desvio de poder.

C cometeu mera irregularidade administrativa, haja vista a necessidade da compra e o atendimento aos requisitos de validez expressos na Lei de Licitações.

D cometeu o crime de prevaricação, que consiste em praticar ato de ofício (a licitação) contra expressa ordem de superior hierárquico (a resolução do conselho diretor).

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DIREITO ADMINISTRATIVO Extensivo – Noturno Prof. Flávia

Aula: 5º Temas Tratados em aula:

1. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (continuação)

São prerrogativas da administração pública, para que possa agir e atingir o interesse público.

1.1 Poder Normativo / Regulamentar

Para alguns doutrinadores, estes poderes seriam da seguinte forma: (para outros estes são sinônimos)

Poder Normativo: Portarias, Resoluções Circulares, Instruções, Normativos. Poder Regulamentar: Regulamentos que são veiculados por decreto.

Decreto de Execução: É um ato normativo, pois é abstrato, geral e expedido pelo chefe de

governo. Existe para detalhar a lei – Art. 84, IV, CF/88.

Decreto Autônomo: Encontra sua validade na própria Constituição – Art. 84, VI, CF/88. 1.2 Poder de Polícia

- Será utilizado para que a administração pública possa limitar, condicionar, restringir, frenar, direitos de liberdade de propriedade e o exercício de atividades dos particulares adequando-os ao interesse coletivo.

 Limita, mas não aniquila direitos.  Em regra ele é discricionário.

Exceção: licença para construir (é fruto do poder de policia, mas é um ato vinculado).

2. ABUSO DE PODER OU ABUSO DE AUTORIDADE

-Lei -Moral -Finalidade 2.1 Espécies:  

 Excesso de poder: Uma autoridade age com excesso de poder, atuando fora dos limites da sua competência. Ocorre quando ela possui competência para a pratica de determinados atos, mas extrapola os seus limites.

 

Desvio de poder / Desvio de finalidade: A autoridade é competente age nos limites da sua competência, mas pratica o ato com finalidade diferente da prevista para aquele ato.

3. BENS PÚBLICOS

São aqueles que pertencem a uma pessoa de direito público ou estão afetados à prestação dos serviços públicos.

Os bens públicos possuem regime jurídico (é um conjunto de leis e princípios que regem o instituto dos bens públicos) diferenciado, caracterizado pela:

 Imprescritibilidade  Impenhorabilidade  Inalienabilidade

3.1 Classificação - Destinação

 Quanto a titularidade do bem:

a) Uso comum do povo: é usado indiscriminadamente a qualquer um do povo. Uso gratuito. b) Uso especial: serve como estabelecimento dos entes públicos ou está afetado à prestação

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3.2 Regime Jurídico dos Bens públicos:

 

 Imprescritibilidade: o bem público não pode ser objeto de usucapião. Porém, o poder público poderá adquirir bens por usucapião.

 

 Impenhorabilidade: o bem público não pode ser dado em garantia. A garantia é feita pelo regime dos precatórios – Art. 100, CF/88.

Súmula Nº 655

A exceção prevista no art. 100, "caput", da constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza.

 

 Inalienabilidade: é relativa, ou seja, cumprindo alguns requisitos é possível a alienação de bem público. Para isso, é preciso desafetar o bem.

- A regra é a Inalienabilidade.

O bem Dominial / dominical é o único bem que não precisa ser desafetado. Alienação dos Bens Públicos – Art. 17 da Lei 8.666/90

Imóvel: interesse público devidamente justificado e avaliação prévia + autorização legislativa, caso o

bem pertença a autarquias ou fundações. Licitação na modalidade Concorrência.

Móvel: interesse público devidamente justificado e avaliação prévia – Licitação, não exige modalidade. 3.4. Formas De Uso Do Bem Público Por Particulares

 

 Autorização é uma forma de uso concedida por um ato. Existe a título precário, ou seja, a pessoa que recebeu a autorização não tem direito de manutenção. Ele poderá ser concedida por tempo determinado ou indeterminado.

 

 Permissão: é uma forma de uso concedida por um ato. Existe a título precário, ou seja, a pessoa que recebeu a autorização não tem direito de manutenção. Deverá fazer licitação, poderá ser concedida por tempo determinado ou indeterminado.

 

 Concessão: É um contrato. É um título não precário, caso a administração resolva extinguir a concessão antes do prazo deverá indenizar. Modalidade de licitação concorrência. Deverá ser realizada por prazo determinado.

4. SERVIÇOS PÚBLICOS 4.1 Conceito:

Para a Teoria formalista: É o que a lei determina que seja serviço público. 4.2 Princípios:

a) Continuidade: a prestação do serviço público não pode parar.

 Direito de greve restrito dos servidores – Art. 37, VII, CF/88. Como não há a lei de greve os servidores se utilizam da Lei de greve do setor privado n.º 7.783/89.

 Delegação, suplência

 “Exceptio non adimpleti contratus” – não se aplica aos serviços públicos, pois estes não podem parar.

Exceções: O serviço público pode parar, sem implicar na violação ao princípio da continuidade por:

 Urgência

 Após prévio aviso, por razões de segurança ou por razões técnicas.  Após prévio aviso, por razões do inadimplemento do usuário.

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DIREITO ADMINISTRATIVO Extensivo – Noturno Prof. Flávia

Aula: 5º Serviços essenciais:

PERGUNTA: Pode ser suspenso em caso de inadimplemento do usuário? RESPOSTAS:

Não, em virtude do principio da dignidade da pessoa humana.

Sim, em virtude do principio da supremacia do interesse público sobre o particular e do principio da isonomia – Art. 6º, §3º da lei 8987/95.

b) Eficiência

O serviço deve ser quantitativa e qualitativamente eficiente.

c) Universalidade / generalidade

O serviço é colocado a disposição de todos.

d) Modicidade

O serviço público não precisa ser de graça, mas os valores devem ser razoáveis, acessíveis.

e) Principio da cortesia

Os usuários devem ser tratados com respeito, urbanidade, educação e atenção.

4.3 Classificação de serviços públicos a) Obrigatoriedade de uso

 

 Compulsório – utilização obrigatória: Ex. serviço de coleta de lixo, tratamento de esgoto. 



 Facultativo – utilização facultativa: Ex. telefone.

b) Destinatários

 “uti singuli”: destinatários determinados e serviços divisíveis – É possível saber quem usou e quanto usou.

 “uti universo”: os destinatários são indeterminados – Não é possível saber quem usou e quanto usou. Ex. iluminação pública, recapeamento asfáltico.

4.4 Formas de prestação de serviço por particulares

 

 Autorização – Art. 21, XI, CF/88:

-É um ato unilateral.

-É um instituto precário. -Não precisa de licitação. -Prazo determinado, ou não.

-Pode ser concedida para pessoa física ou jurídica. 



 Permissão – Lei 8.987/95:

- Alguns dizem que é ato unilateral, mas a maioria entende que é um contrato de adesão, conforme a

lei 8987/95 – Art. 40. -É um instituto precário. -Precisa de licitação. -Prazo determinado ou não.

-Pode ser concedida para pessoa física ou jurídica. 



 Concessão simples - Lei 8.987/95 e Concessão Especial Lei 11.079/04 (PPP – Parceria

público privada):

-É um contrato.

-É um não instituto precário.

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-Formas de extinção de uma concessão: 1º Advento do termo

2º Rescisão judiciária (sempre será por solicitação do particular) 3º Rescisão consensual

4º Falência ou extinção da concessionária, morte ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.

5º rescisão por ato unilateral do poder concedente:

-Encampação: são razões de interesse público – o interesse público resolve ele mesmo prestar o

serviço.

-Caducidade: ocorre quando há o inadimplemento total ou parcial do concessionário. -Anulação: quando a administração identifica a ilegalidade.

 

 Concessão Especial Lei 11.079/04 (PPP – Parceria público privada): Características especiais:

1º Possui compartilhamento de riscos (entre o concessionário e o concedente)

2º Contraprestação do parceiro público para o parceiro privado.

*Sociedade de propósito específico

*Modalidades de PPP’s – Art. 2, § 1º da Lei 11.079/04:

1º PPP Concessão patrocinada: é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de

que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

Ex. Pedágio. Art. 2º, § 1o, da Lei 11.079/04.

2º PPP Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a

Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

Ex. presídios e hospitais. Art. 2º, § 2o da Lei 11.079/04.

Obs1.: As PPP’s podem ser realizadas pelos: órgãos da Administração Pública direta, os

fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Obs2.: Licitação  Modalidade Concorrência + requisitos do Art. 10 da Lei 11.079/04. Obs3.: Contratos: Art. 23 da Lei 8987/95 + Art. 5º da Lei 11.079/04.

Obs4.: É Vedado a PPP nas seguintes situações:

a) Se o valor do contrato for inferior a 20 milhões de reais; b) Se o prazo é inferior a 05 anos ou superior a 35 anos; c) Objeto único do contrato: contratação de mão de obra;

d) Objeto único do contrato: fornecimento ou instalação de bens – Art. 2º, §4º da Lei 11.079/04; e) Objeto único do contrato: for execução de obras.

(28)

DIREITO ADMINISTRATIVO Extensivo – Noturno Prof. Flávia

Aula: 5º QUESTÕES SOBRE O TEMA:

1. (OAB/CESPE – 2007.3.SP) Ato ou contrato formal pelo qual a administração pública confere a um particular (pessoa física ou jurídica), normalmente sem prévia licitação, a prerrogativa de exercer certas atividades materiais ou técnicas, em caráter instrumental ou de colaboração com o poder público, a título oneroso, remuneradas, na maioria das vezes, diretamente pelos interessados, configura, tipicamente,

A autorização não-precária. B parceria público-privada. C credenciamento.

D licença remunerada.

2. (OAB/CESPE – 2007.3.PR) Com relação aos bens públicos, assinale a opção correta.

A Pelo atributo da inalienabilidade, os bens públicos são insuscetíveis de aquisição por usucapião, independentemente da categoria a que pertençam.

B São classificados como bens dominicais os mercados e cemitérios públicos, as terras devolutas e os bens públicos que estejam sendo utilizados por particulares sob regime de delegação.

C Os bens das autarquias não podem ser considerados bens de uso especial, em razão da acentuada autonomia administrativa e financeira de que estas dispõem.

D Os bens de uso especial, sejam móveis ou imóveis, na condição de instrumentos de ação da administração pública, são considerados bens patrimoniais indisponíveis.

3. (OAB/CESPE – 2007.3.SP) Suponha-se que, em um contrato de concessão de manutenção de rodovia, o poder concedente tenha aumentado o prazo contratual, sob o fundamento de que teria havido alterações nos deveres contratuais da concessionária, o que teria causado desbalanceamento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Nessa situação, o procedimento do poder concedente

A é irregular, visto que o contrato de concessão está sempre vinculado ao que foi determinado no edital da licitação prévia.

B é regular, visto que o aumento do prazo, além de repor o equilíbrio de contrato, pode evitar que se fira, com o aumento de tarifa, o princípio da modicidade da tarifa.

C só pode ser considerado regular no caso de a alteração dos deveres contratuais ser decorrente de força maior ou caso fortuito.

D pode ser considerado regular, desde que o aumento do prazo contratual não ultrapasse o percentual de 25% em relação ao prazo estabelecido originariamente.

Gabarito. 1.C; 2.D; 3.B.

(29)
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Disciplina: Direito Ambiental Profª.: Juliana Lettiere Data: 15.04.2009 Aula: 1°

Temas tratados em aula 1. Introdução

1972 – Em Estocolmo ocorreu o primeiro grande marco da preocupação com o meio ambiente, a Conferência mundial sobre o meio ambiente, neste momento foi firmado a Declaração sobre o Meio Ambiente.

1992 – O Brasil sediou no Rio de Janeiro a segunda Conferência Mundial sobre o meio ambiente, conhecida como Rio 92 / Eco 92.

A Declaração do Rio reforçou as informações firmadas na primeira conferência. Na ocasião ficou acordada a aprovação de um documento com compromissos para um futuro sustentável, a agenda 21, a qual fixa projetos, programas e datas que devem ser adotadas mundialmente sobre o meio ambiente.

2002 – Na África do Sul ocorreu a terceira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente (Rio + 10). Dela resultou uma declaração política, “O compromisso de Joanesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável”, e um plano de implementação, cujos objetivos maiores são erradicar a pobreza, mudar os padrões insustentáveis de produção e consumo, e proteger os recursos naturais.

2. Brasil

Na década de 60 já existia a legislação que regulava a caça, a pesca. Após surgiu a Política Nacional do Meio Ambiente – Lei n° 6.938/81 e em 1988 houve também previsão na Constituição Federal. Conceito de Meio Ambiente – Art. 3º, I, Lei 6038/81: é o conjunto de condições, leis, influências e interações e ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

3. Espécies de Meio Ambiente

a) Meio Ambiente Natural – Art. 225, CF/88 (físico): consiste nos elementos que existem mesmo sem influência do homem. Ex. Solo, água, solo, ar, fauna e flora.

b) Meio Ambiente Artificial – Art. 182, CF/88 e Estatuto da Cidade: consiste no espaço construído pelo homem, na interação com a natureza. Ex. Edificações e espaços públicos abertos.

c) Meio Ambiente Cultural – Art. 216, CF/88: consiste no espaço construído pelo homem, na interação com a natureza, mas que detém um valor agregado especial, por ser referência ligada à memória, aos costumes ou aos marcos da vida humana. Ex. patrimônio histórico, arqueológico. d) Meio Ambiente Trabalho – Art. 200, VIII: é o lugar onde o homem exerce suas atividades

laborais.

4. Patrimônio Cultural

São os bens materiais e imateriais portadores de referência especial para a sociedade - Art. 216 da CF/88.

Nos quais se incluem:

 Formas de expressão (música, dança, teatro, cinema).  Modo criar, fazer e viver.

 Criações científicas, artísticas e tecnológicas.

 Obras, objetos, documentos, espaço destinados a manifestação artística cultural.  Conjuntos Urbanos, Sítios.

-Instrumentos de proteção ao patrimônio cultural – Art. 216, § 1º

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- Tombamento e desapropriação (é declarar que determinado bem material ou imaterial é importante para o patrimônio cultural). Qualquer ente, qualquer poder, poderá fazer mediante pagamento de indenização prévia (STJ), Limitação.

5. Competência

 Competência Material – Art. 23 – Comum – União, Estado, DF e Municipal.

 Competência Legislativa – Art. 24, CF/88 – é a Competência concorrente que a União, Estado, Município, Distrito Federal possuem para legislar e atender suas peculiaridades .

 Competência Município – Art. 30, I, II – Legisla sobre interesse local, suplementar e específico.

6. Princípios

a) Desenvolvimento Sustentável: Este princípio impõe uma harmonização entre o desenvolvimento social e econômico e a proteção do meio ambiente. Este princípio tem como antecedente a chamada CARTA DE ESTOCOLMO (1972), que trazia a Declaração do Meio Ambiente, a qual, apesar de reconhecer o direito de desfrutar do meio ambiente, declarava o dever de sua proteção. A ECO-92, por sua vez, que formulou a Declaração do Rio, deixa claro que a proteção do meio ambiente deve ser parte integrante do processo de desenvolvimento e não algo isolado dele.

b) Poluidor Pagador: Objetiva o dever de prevenir a ocorrência do dano ambiental. Esse se

manifesta de forma preventiva (se dá através com as “internalização das externalidades negativas”) e repressiva (significa reparar o dano ou realizar a compensação, não sendo possível estas duas hipóteses será então cabível a indenização). Sua principal característica não permite e a poluição, conduta absolutamente vedada e passível de diversas e severas sanções. Tal princípio apenas reafirma, faz lembrar, o dever de prevenção e de reparação integral por parte de quem pratica atividade que possa poluir.

c) Usuário Pagador: É a pratica de um ato lícito. Ex. Água (o pagamento se dá para que a água seja tratada). Esse princípio difere do princípio do poluidor-pagador, pois diz respeito a condutas ilícitas ambientalmente, ao passo que o usuário pagador é uma conduta lícita ambientalmente. Assim, aquele que polui, deve reparar o dano, já o que usufrui deve pagar pelo uso.

d) Função Ambiental da propriedade: A propriedade no Brasil deve ser utilizada de forma sustentável, ou seja, ela visa o bem estar da coletividade. É aquele pelo qual a propriedade deve ser utilizada de modo sustentável, com vistas não só ao bem-estar do proprietário, mas também da coletividade como um todo.

e) Prevenção X Precaução

Prevenção e precaução  preservação = impõe a coletividade e ao Poder Público medidas que

garantam o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Existem atividades que geram uma certeza de dano ambiental e outras que geram duvidas quanto a possibilidade do dano ambiental. A idéia é que se existe a certeza trabalha-se com a prevenção, se existe uma dúvida quanto a possibilidade de dano, trabalha-se com a precaução. A idéia básica é de prevenir para que não ocorra o dano ou que de alguma forma esse dano seja mitigado.

No direito ambiental se existe a duvida do dano também tem que gerar essa preservação adotando o princípio do in dúbio pro natura (na dúvida preserva-se a natureza).

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Disciplina: Direito Ambiental Profª.: Juliana Lettiere Data: 15.04.2009 Aula: 1°

7. Natureza jurídica do meio ambiente

a) bem ambiental (Art. 23 e 225, CF): tem natureza difusa. Realmente, o direito do meio ambiente ecologicamente equilibrado pertence a um número indeterminado de pessoas ligadas por mera circunstância de fato, e não pode ser dividido entre cada um de nós.

b) fins processuais conforme é feita a ação vai ter outras naturezas, ou seja, usa-se a regra do CDC art. 81, § 1º, para que haja uma defesa individual, homogênea, coletiva, difusa, em relação aos fatos. Por ex.: poluição de intensa de um determinado rio.

c) titularidade: bem público e privado.

d) Bem ambiental ecologicamente equilibrado por determinação constitucional, tem natureza de bem público: uso comum do povo.

e) Poluição sonora: causa dano, se for determinado  coletivo; indeterminado  difuso; indivíduo  individual.

8. Política Nacional do Meio Ambiente – Lei 6.938/81

Conceito: é a política que tem por objetivo a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade

ambiental propiciada à vida, visando assegurar no país as condições ao desenvolvimento sócio-econômico, ao interesses da segurança nacional e a proteção da dignidade da pessoa humana. (Art. 2º).

a) SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) = cria o sistema nacional de meio ambiente. Conceito: É o conjunto articulado de órgãos e entidades os entes públicos responsáveis pela proteção do meio ambiente.

8.1 Estrutura

-Órgão Superior – Conselho de Governo: assessora o presidente

-Órgão Consultivo e deliberativo – CONAMA: Assessorar o Conselho de Governo, Expedir Normas ambientais, analisar Recursos (IBAMA).

Composição: Representantes

Entes federais + a Sociedade civil organizada. - Órgão central é o ministério do Meio Ambiente

- Órgão executor é o IBAMA (Instituto Nacional do meio Ambiente e dos Recursos Renováveis), este é uma autarquia federal e a sua função é supervisionar e verificar se as normas e resoluções estão sendo cumpridas não sendo este aplica as multas.

- Órgãos Seccionais

Estado Membros possuem secretarias do meio ambiente Distrito Federal possuem secretarias do meio ambiente Municípios possuem secretarias do meio ambiente

9. Instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente

9.1 Licenciamento ambiental: É um procedimento administrativo obrigatório para as atividades que

(33)

ser requerido toda vez que for realizar uma obra.

9.2 Competência

Nacional/ Região – IBAMA

2 ou + Municípios – O Estado fará o licenciamento Local – Município

9.3 Fases:

1º Licença prévia - Prazo de duração das licenças 05 anos

2 º Licença de instalação- Prazo de duração das licenças até 06 anos 3º Licença de Operação - Prazo de duração das licenças de 04 a 10 anos * A licença ambiental será sempre temporária e nunca gera direito adquirido.

1º Licença prévia: O objetivo da licença é aprovar o local e o projeto ou adequar o projeto a obra. Trata-se de licença ligada à fase preliminar de planejamento da atividade, já que traça diretrizes relacionadas à localização e instalação do empreendimento.

2 º Licença de instalação: é a verificação constante da execução da obra com a apresentação do projeto. Dependendo da demonstração de possibilidade de efetivação do empreendimento, analisando o projeto executivo e eventual estudo de impacto ambiental. Essa licença autoriza as intervenções no local. Permite que as obras se desenvolvam.

3º Licença de Operação: é a análise dos requisitos apresentados no projeto para que se inicie a operação. Aqui, o empreendimento está pronto e pode funcionar. A licença de operação só é concedida se for constatado o respeito às licenças anteriores, bem como se não houver perigo de dano ambiental, independentemente das licenças anteriores.

9.4 Avaliação de Impacto Ambiental – AIA

 RIMA - Relatório de Impacto ao Meio Ambiente. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento.

  

 EIA - Estudo de Impacto ao Meio Ambiente: é o estudo do comprometimento ao meio ambiente. Este estudo é multidisciplinar e obrigatório para as atividades capazes de causar significativos impactos ao meio ambiente. Destina-se a averiguar as alterações nas propriedades do local e de que forma tais alterações podem afetar as pessoas e o meio ambiente, o que permitirá ter uma idéia acerca da viabilidade da obra ou atividade que se deseja realizar.

Ler Resolução – nº 1/86 do Conama – Rol exemplificativo.

10. Unidades de Conservação – Lei 9.985/00

Conceito = é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com

características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivo de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

-Proteção integral: permite o uso indireto; -Uso sustentável: uso direto

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Disciplina: Direito Ambiental Profª.: Juliana Lettiere Data: 15.04.2009 Aula: 1°

11. Reparação do Dano ambiental -Cível (Responsabilidade objetiva).

*Subjetiva se o poder público foi omisso na fiscalização.

*Art. 3º da Lei 9605/98 (Desconsideração da personalidade jurídica). *Solidária

-Penal

Pessoa física

Pessoa Jurídica: Tipo penal, ordem poder comando (representante legal) e beneficio para a pessoa jurídica – É uma ação penal pública condicionada. A competência será da Justiça Comum – Art. 109 da CF/88.

Transação – Suspensão Condicional = Pena / Processo

-Administrativa

Há a possibilidade de realizar paralelo com a responsabilidade penal.

Poderá ser responsabilizada tanto a pessoa física quanto a jurídica e no caso desta última deverá obedecer os requisitos: Infração administrativa, ordem poder comando (representante legal) e beneficio para a pessoa jurídica.

*Art. 70 da lei 9605/98. *Decreto 3.179/99

Referências

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