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2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

3 A TEORIA INSTITUCIONAL COMO SUPORTE PARA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

3.2 Teoria Institucional e o isomorfismo

O conceito que melhor captura o processo de homogenização é o isomorfismo. A teoria do isomorfismo não aborda os estados psicológicos dos atores, mas os determinantes estruturais da gama de escolhas que os atores percebem como racionais ou prudentes. Para DiMaggio e Powel (1991), o conceito de isomorfismo é processo que força um ente da população a imitar outro nas mesmas condições ambientais. Há dois tipos de isomorfismo: o competitivo e o institucional. O competitivo vem da própria competição e do processo de imitação e competição entre as organizações empresariais, e normalmente é mais importante em mercado abertos e de livre competição. Já o institucional tange para interiorização de processos e que as organizações não competem apenas por recursos e clientes, mas por poder político e legitimidade institucional, que servem precisamente bem como aptidão econômica.

Ainda DiMaggio e Powell (1983) relatam que a estrutura organizacional, que costumava surgir a partir das regras de eficiência no mercado, agora surge das limitações institucionais impostas pelo Estado e as profissões. O isomorfismo é um "processo restritivo que força a unidade em uma população para se parecer com outras unidades que enfrentam o mesmo conjunto de condições ambientais".

Os autores identificam três mecanismos pelos quais a mudança isomórfica institucional ocorre, cada um com seus antecedentes próprios: 1) isomorfismo coercitivo que deriva da influência política e do problema da legitimidade; 2) isomorfismo mimético resultante das respostas-padrão para a incerteza; e 3) isomorfismo normativo, associado com a profissionalização.

Assim, Mintzberg (2000) relata que a teoria institucional distingue três tipos de isomorfismo institucional: a) coercitivo que representa as pressões pela conformidade, exercidas através de padrões, regulamentos e assemelhados (uniformidade de estrutura e estratégia); b) mimético que resulta empréstimos e imitação (copiam concorrente bem sucedidos/benchmarking); c) normativo o qual resulta da influência de especialistas na suas áreas de atuação (experts na tomada decisão).

Para DiMaggio e Powell (1983), o isomorfismo coercitivo resulta de ambas as pressões formais e informais exercidas sobre as organizações por outras organizações nas quais eles são dependentes e pela expectativas culturais da sociedade em que as organizações funcionam. Tais pressões podem ser sentidas como força, como a persuasão, ou como convites para ingressar em conluio. Em algumas circunstâncias, a mudança organizacional é uma resposta direta ao mandato do governo: os fabricantes estão em conformidade com as normas ambientais; manter contas de entidades sem fins lucrativos, e contratar contabilistas, a fim de atender exigências da lei fiscal, e as organizações empregam funcionários de ação afirmativa para afastar as alegações de discriminação (estruturas formais).

No isomorfismo mimético: o processo mimético é incentivado principalamente pela incerteza que encoraja a imitação. Também os modelos organizacionais podem ser difundidos através da migração do empregado ou por empresas de consultoria. Isso geralmente acontece quando a empresa se visualiza em um universo sem alternativa, buscando modelos já testados e aplicação em outra empresas.

Já no isomorfismo normativo, as pressões normativas são trazidas pela profissões. Um modo para realizar essa legitimação e a educação formal está na base cognitiva produzida pelos especilistas das universidades. O outro é o das redes inter-organizacionais que abrangem organizações, nas quais modelos ultrapassam os muros das empresas e rapidamente se difundem. A contratação dentre as empresas industriais também incentiva isomorfismo.

Exemplo: profissionais com a mesma formação educacional abordarão os problemas na maioria das vezes da mesma maneira. Socialização no trabalho reforça essas conformidades.

As semelhanças causadas por estes processos permitem que as empresas possam interagir

entre si mais facilmente e construam a legitimidade entre as elas (DIMAGGIO; POWELL, 1983).

Os autores com o objetivo de facilitar o entendimento quanto a questão do isomorfismo elaboraram um Prognóstico do Nível Organizacional. Este prognóstico tem a intenção de verificar em que nivel as empresas estão referente ao isomorfismo:

A-1: Quanto mais dependente de outra organização, mais parecidos se tornará;

A-2: Quanto maior a centralização da oferta de recursos, mais ele vai mudar para assemelhar-se às organizações que é dependente;

A-3: Quanto mais incerteza, mais uma organização modelar sua estrutura depois que as empresas bem-sucedidas;

A-4: Quanto mais ambíguo dos objectivos, mais uma organização vai imitar um sucesso para estabelecer a legitimidade;

A-5: Quanto maior a confiança na utilização de credenciais acadêmicas para escolher o pessoal, maior será a semelhança com outras organizações. Além disso, a maior participação de membros de organizações profissionais, a semelhança será maior entre as empresas.

A teoria institucional usa a expressão isomorfismo institucional para descrever a convergência progressiva através da imitação. Meyer e Rowan (1977, p. 349) introduziram a expressão no sentido da empresa se proteger contra ter sua conduta questionada. A organização de certa forma torna-se legítima. Segundo os autores, o isomorfismo no ambiente institucional tem algumas consequências cruciais para as organizações: a) incorporam elementos que são legitimados externamente, e não em termos de eficiência. b) utilizam critérios de avaliação externa ou de cerimonial para definir o valor de elementos estruturais e dependência c) em instituições externas fixa diminui a turbulência e mantém a estabilidade.

A relação das empresas com seu ambiente instituicional se cria através do isomorfismo. Assim, as organizações têm imitado elementos do ambiente na sua estutrura.

Por isso, as origens dos mitos racionais institucionais acontece:

1. a elaboração de complexas redes relacionais.

2. o grau de organização coletiva do meio ambiente.

3. esforços de liderança das organizações locais.

Na maior parte das vezes, as organizações formais estão frouxamente agrupadas (...) elementos estruturais estão apenas frouxamente ligados entre si e às atividades, normas são frequentemente violadas, decisões não-implementadas, ou, se implementadas, tem

conseqüências incertas, tecnologias são de eficiência problemática, e sistemas de avaliação e inspeção são subvertidos ou tornados tão vagos de modo a garantir pouca coordenação (MEYER; ROWAN, 1977, p. 342).

Neste capitulo foi abordado à teoria institucional, com o objetivo de fornecer o suporte para analisar o comportamento das empresas. Buscou-se verificar se o processo de desenvolvimento sustentável já está institucionalizado pelas empresas no seu dia a dia.