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2.4 TEORIAS DO ENVELHECIMENTO HUMANO

2.4.3 Teorias sociais

A velhice e o processo de envelhecimento preocupam as sociedades desde as primeiras civilizações. Foi no final do século XX que os homens passaram a se dedicar a essas questões, uma vez que, nesse período, o mundo passou por imensas transformações no que diz respeito ao envelhecimento populacional. Não resta dúvida de que o envelhecimento é uma conquista das sociedades, indicando melhorias nos processos de viver dos grupos sociais, conseqüentes das modernizações de processos de gerenciamentos dos bens de capital e de consumo. Entretanto, em que pese o valor de tal conquista, as sociedades como um todo, e o Brasil, especialmente, vêm considerando o envelhecimento populacional como um grande desafio a ser enfrentado, visto que tal processo conduz a estudos aprofundados do fenômeno com a participação das mais variadas áreas do conhecimento.

Na perspectiva do envelhecimento social, é imperativo que se evite compreender a velhice como uma sucessão de problemas insolúveis para famílias e comunidades e que se

tenha consciência de que se trata de uma fase normal e produtiva do desenvolvimento humano64. Numa sociedade em que as pessoas idosas são respeitadas e ativas, podemos encontrá-las em grande número e, sobretudo, saudáveis uma vez que o declínio é moderado por experiências sociais positivas. No processo social de envelhecimento os idosos são por vezes agentes de mudança, entretanto, também são, freqüentemente, vítimas de todas as mudanças sociais. Na idade adulta, a socialização comporta três dimensões importantes: satisfação matrimonial, satisfação no trabalho e satisfação de vida. O indivíduo desempenha um papel em cada uma dessas dimensões e adota comportamentos que lhe permitam manter- se como membro ativo na sociedade64.

A concepção de envelhecimento, na área da sociologia, abrange vários enfoques teóricos e oferece contribuições valiosas à compreensão dos fenômenos históricos, econômicos, etnográficos, culturais e sociais os quais influenciam a construção social da velhice em todo o mundo65. Vários estudiosos dividem as teorias entre aquelas que focalizam o nível macrossocial que diz respeito às condições estruturais e outras interessadas nas relações sociais imediatas do idoso, classificadas como teorias do nível microssocial de análise. Outros critérios dividem as teorias sociológicas do envelhecimento. Nesse sentido, Siqueira65 cita Kart que as divide em dois grupos: as que abordam o indivíduo e o envelhecimento e as que abordam o indivíduo e a sociedade.

As teorias clássicas sobre o envelhecimento compreendem as de primeira geração que foram elaboradas entre 1949 e 1969, quando a realidade sócio-demográfica das sociedades era diferente. As teorias de segunda geração foram elaboradas entre 1970 e 1985 e as de terceira geração a partir de 198065. Nesse período, os estudiosos, inclusive dos países desenvolvidos, acreditavam que o processo de envelhecimento poderia ser explicado com base em duas grandes teorias, a Teoria da Atividade e a Teoria do Desengajamento. A primeira, a mais conhecida, formulada por Havighurst, citado por Siqueira65, tem como principal proposição que o declínio em atividades físicas e mentais, geralmente associado à velhice, é fator determinante das doenças psicológicas e do retraimento social do idoso. Preconiza a existência de uma relação positiva entre a variável atividade e fatores como lazer e educação não-formal para a promoção do bem-estar dos idosos. Essa teoria fundamenta-se no interacionismo simbólico e alimenta a crença de que a pessoa que envelhece em boas

Kart CS. Sociological theories of aging. The realities of aging: An introduction to gerontology. Boston: Ally &

Bacon. 1997.

condições é aquela que permanece ativa e consegue resistir ao desengajamento social. Considera que, ao envelhecer, o indivíduo depara-se com mudanças relacionadas às condições anatômicas, psicológicas e de saúde típicas dessa etapa da vida, porém suas necessidades psicológicas e sociais permaneceriam as mesmas experienciadas ao longo da vida. A proposição básica da teoria da atividade resume que para o bom envelhecimento é fundamental o idoso estar ativo, engajado na sociedade de consumo, evitar o isolamento, encontrar substituição para papéis sociais, manter atividades individuais e comunitárias. Entretanto, nem sempre esse comportamento pode ser evidenciado diante da pobreza, do declínio físico e da exclusão social65. A crítica a essa teoria é que a mesma praticamente propõe uma perspectiva de antienvelhecimento na qual a preocupação com a morte nunca é considerada. Contudo, em que pese discussões sobre suas limitações, a teoria da atividade vem dando fundamentação às diversas intervenções e programas direcionados à população idosa, sendo considerada como uma das mais adequadas perspectivas no campo da gerontologia social65.

Já a segunda, a Teoria do Desengajamento ou Afastamento, formulada por Cumming e Henry em 1961, tem seu referencial no funcionalismo estrutural65. Distingue-se no nível macrossocial de análise que examina as estruturas sociais e sua influência sobre as experiências e os comportamentos na velhice e no envelhecimento. Preconiza que a estrutura funcional das sociedades desengaja o indivíduo idoso de uma participação mais efetiva para dar lugar aos jovens, considerados como grandes promessas de desempenho, capazes de garantir as riquezas das sociedades. Suas premissas até hoje norteiam a criação e manutenção de asilos para pessoas idosas, visto que essas já não contribuem para o social. Aponta a inevitabilidade do desengajamento ao analisar o processo como natural e espontâneo, reforçando a idéia de que o decréscimo nas interações sociais é inerente ao processo de envelhecimento. A teoria é criticada, principalmente, por que analisa o processo de envelhecimento com base na perspectiva das necessidades e dos requisitos da sociedade em detrimento à pessoa idosa que é concebida como agente passivo do sistema social65,66.

A Teoria da Continuidade, cujo nível de análise é o microssocial tem sua origem nos pressupostos do interacionismo simbólico65,66. Sua premissa central é explicar como pessoas de meia-idade e idosos tentam manter as estruturas internas e externas preexistentes, aplicando estratégias já conhecidas e anteriormente utilizadas. Enfatiza o ajustamento pessoal para o idoso manter a continuidade interna constituída pela memória, temperamento, estruturação de idéias, preferências, habilidades, disposições e afeto. Também preconiza o ajustamento para a continuidade externa que é mantida por pressões e atrações e diz respeito

ao senso de auto-integridade e auto-estima. O idoso pode ser motivado a manter a continuidade externa pela expectativa de outras pessoas, pelo desejo de apoio social ou pela necessidade de enfrentar com saúde física e mental as mudanças nos papéis sociais, tais como viuvez, aposentadoria ou o fato de assistir à saída de casa de seus filhos, conhecido como síndrome do ninho vazio65,66. Também o idoso é levado à descontinuidade e à enfrentar de maneira negativa o envelhecimento quando em épocas anteriores de sua vida conviveu com desvantagens, poucas relações sociais, alta mobilidade geográfica, baixa renda e baixo nível escolar. Essa teoria vem sendo utilizada para auxiliar os profissionais no atendimento à complexidade do processo de adaptação ao envelhecimento nas sociedades contemporâneas. A principal crítica à teoria é que focaliza os indivíduos e suas relações com outros, não questionando se fatores estruturais podem constranger, prevenir ou reforçar a continuidade, além de que se apresenta como determinista ao afirmar que traços de personalidade ou estilos de vida previamente adotados afetam o indivíduo em todos os estágios posteriores até a velhice65,66.

A Teoria do Colapso de Competência foi formulada por Kuypers e Bengston em 197365,66. Busca entender a competência social do idoso e as conseqüências negativas que podem acompanhar as crises que ocorrem com freqüência na velhice, principalmente, aquelas provocadas por perdas, tais como saúde, companheiro, filhos, amigos, animais de estimação e até mesmo a própria residência que por longo tempo ocupou, levam a uma espiral de respostas negativas que interferem na vida do idoso contribuindo para torná-lo vulnerável e dependente. Contudo, os formuladores dessa teoria sugerem que tal espiral pode ser revertida, ou seja, por meio de apoio ambiental e de estímulos que favoreçam a expressão da força pessoal, o idoso se encoraja e consegue aumentar o seu senso de competência. Esse processo de reversão é conhecido como terapia de reconstrução social65,66.

Na perspectiva dessa teoria, compreende-se que o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas durante o processo de envelhecimento leva as pessoas a terem sua competência diminuída para as atividades da vida diária em meio ao desconforto dos sintomas e as exigências de tratamento e apoio. Muitas demandas são exigidas do cuidador familiar em função da doença como mudanças no tipo e preparo da alimentação consumida pela família, apoio psicológico, além dos encargos financeiros para a aquisição de materiais, alimentação e atendimentos profissionais67. Os cuidadores são reconhecidos na literatura de Geriatria e de Gerontologia como sendo aquelas pessoas que convivem próximas do idoso e que mantém com ele relações de parentesco ou de amizade. Podem ser familiares, amigos, vizinhos ou voluntários da comunidade22,48,68.

A Teoria da Troca teve por base as formulações clássicas de Homans e de Blau, na década de 1930, na sociedade americana, centradas no modelo econômico racional de decisão comportamental65,66. Preconiza que o idoso tende a se afastar das interações sociais, visto que detém poucos recursos em comparação com as pessoas mais jovens. A teoria enfatiza que as razões individuais para as interações sociais dependem de cálculos de custo e beneficio, ou seja, os indivíduos engajam-se em interações que são recompensadoras e afastam-se daquelas que são prejudiciais. Isso significa que as pessoas procuram sempre a maximização do lucro em suas relações. Dessa forma, o idoso de baixa renda, baixo nível educacional, precário nível de saúde tende a se afastar das interações sociais uma vez que a continuidade da relação seria onerosa para o grupo jovem65,66.

O princípio da teoria é que em todas as sociedades, a posse de bens significa status e aqueles que desfrutam de status têm mais oportunidade de serem bem tratados. Quanto mais rico é o idoso, maior é a ajuda material que pode oferecer aos filhos jovens, tais como cobrir despesas com educação, vestuário, moradia e transporte. Contudo, na perspectiva dessa teoria, quanto mais pobre é o idoso, menor o apoio recebido dos filhos. Quanto mais velho é o idoso, maior a ajuda instrumental recebida e menor a oferecida. A transferência de recursos dos filhos aos pais incapacitados envolve doação de tempo e de dinheiro e compartilhamento do espaço físico. Sua importância é enorme para indivíduos que necessitam ajuda cotidiana de outras pessoas69.

A teoria é bem-sucedida ao ressaltar a utilidade das relações de troca frente aos crescentes níveis de dependência do idoso durante o ciclo de vida. Entretanto, falha ao analisar essas relações do ponto de vista de custo e beneficio, por só levar em conta o fator econômico65, 66.

Relacionado com o nível de dependência do idoso ao longo de seu processo de envelhecer, no cotidiano dos cuidadores ocorrem muitas alterações, pois na medida em que o idoso vai se tornando mais dependente, há uma mudança de papéis entre os membros da família, por exemplo, se o doente é um dos pais, os filhos adultos assumem a responsabilidade pelo cuidado. Isso geralmente acontece com uma filha o que provoca alterações na rotina doméstica48.

A Teoria do Construtivismo Social vem sendo muito utilizada na pesquisa recente no campo da gerontologia65,66. Reflete uma tradição de análise microssocial com foco nas questões do comportamento do indivíduo dentro da ampla estrutura da sociedade. Tem sua origem no interacionismo simbólico, na fenomenologia, na etnometodologia. Busca explicar questões das realidades sociais e das relações sociais no envelhecimento, dos eventos de vida

e de sua temporalidade. Preconiza que a análise de histórias pessoais da própria vida como processo narrativo contribui para a construção das experiências na velhice. Busca estudar como as realidades sociais do envelhecimento mudam com o tempo, refletindo as diferentes situações de vida e papéis sociais que surgem com a maturidade. A teoria tem influenciado outras perspectivas atuais na área do envelhecimento, especialmente as teorias Feministas e Crítica. É adequada ao cenário multidisciplinar da gerontologia, possibilitando estudos de uma ampla gama de questões. A teoria é criticada visto que no nível individual, não considera devidamente os fatores macroestruturais da sociedade, tais como coorte, contexto histórico e estratificação por idade, minimizando a atenção à estrutura social e à questão de poder na sociedade65,66.

A Teoria Crítica é fundamentada na hermenêutica do pós-modernismo a partir do pensamento de autores como Adorno e Habermas e é influenciada pela abordagem político- econômica de Marx e pelo pós-estruturalismo de Foucault, de acordo com Bengston, Burgess e Parrot citados por Siqueira65,66. A teoria focaliza duas dimensões: a estrutural e a humanística. Apresenta como base para a investigação em gerontologia os conceitos de poder, de ação social e de significados sociais, os quais abrangem aspectos como a subjetividade e a dimensão interpretativa de envelhecimento; a práxis, entendida como a de envolvimento em ações que visem mudanças, tais como propostas de políticas públicas para a população idosa; a importância da união da academia e do exercício profissional, para produção de conhecimento que enfoque o envelhecimento como processo emancipatório; a necessidade de crítica ao conhecimento já existente, à cultura e à economia vigente para criação de modelos positivos de envelhecimento. Essa teoria representa o cenário para a discussão das principais correntes teóricas e para a proposição de uma perspectiva humanística nas questões que envolvem o processo de envelhecimento65,66.

Entretanto, a teoria não contempla os estudos pautados no paradigma positivista, uma vez que este produziu um modelo de envelhecimento considerado como um problema social, além de ser também apontada como inadequada à pesquisa brasileira, pois se baseia nas tradições filosóficas européias, não dando conta das peculiaridades nacionais e regionais, uma vez que o fenômeno do envelhecimento não se dá do mesmo modo em toda parte, além de ser considerada com um alto grau de abstração65,66.

Bengston VL, Burgess EO, Parrot TM. Theory, explanation, and a third generation of theorical development in

Na gerontologia social, a Perspectiva de Curso de Vida, life course, originou-se a partir das contribuições de estudiosos como Hagestad citado por Néri62. Refere-se às maneiras como a sociedade atribui significados sociais e pessoais à passagem do tempo biográfico, permitindo a construção social de personalidades e trajetórias de vida, baseadas numa seqüência de transições demarcadas socialmente e diferenciadas por idade62.

Nessa perspectiva teórica, a idade não é o único critério utilizado pela sociedade para organizar o curso de vida. Dannefer e Uhlenberg, citados por Siqueira65,66, mencionam que a classe social, a etnia, a profissão e a educação entrelaçam-se para determinar a posição de indivíduos e grupos numa sociedade65,66.

O modelo de curso de vida, life course, na sociologia e life-span, na psicologia, começa a firmar-se a partir de 1970 como norteador de estudos nessas áreas e embasa pesquisas nos níveis de análise micro e macrossocial. Apresenta proposições fundamentais em que o envelhecimento é enfocado do nascimento para a morte, o que o distingue das perspectivas que focalizam exclusivamente a velhice. Preconiza que o fenômeno é considerado como um processo social, psicológico e biológico e que as experiências do envelhecimento são moldadas por fatores coorte-históricos65,66.

Essa perspectiva teórica permite aos estudiosos do envelhecimento a interligação dos âmbitos pessoal e estrutural de análise, incorporando os efeitos históricos e da estrutura social aos significados sociais do envelhecimento, num único modelo analítico65,66. Também permite a utilização de métodos multidisciplinares, procurando conciliar as diferentes abordagens das disciplinas acadêmicas como as da Antropologia, da Sociologia, da Psicologia e da História, ressaltando suas interfaces. Essa perspectiva é criticada por ter caráter amplo e difuso que dificulta sua caracterização como teoria ou como paradigma, além de sua dificuldade em incorporar numa única análise as diversas variáveis identificadas. Os dados levantados pelos estudos dessa perspectiva não são capazes de testar os efeitos das variáveis: idade, período e coorte, sobre o comportamento de indivíduos e grupos ao longo do tempo65,66.

As Teorias e Perspectivas Feministas do Envelhecimento surgiram na gerontologia social na década de 1970, caracterizadas por terem embasamento nas ciências sociais. Entre suas proposições aparece o gênero como o principal foco na compreensão do envelhecimento e do idoso51. Criticam as teorias feministas que ignoram as questões de idade, bem como os

* Hagestad GO. Social perspectives on the life course. In: Binstock RH, George LK. Handbook of aging and the

social sciences. 3 ed. San Diego: Academic Press; 1990.

 Dannefer D, Uhlenberg P. Paths of the life course: a typology. In: Bengston VL, Schaie KW, organizadores.

preconceitos de gênero das principais teorias sociais. Chamam a atenção para as necessidades da maioria da população idosa, que é feminina, e abordam questões importantes do cotidiano das mulheres. Tais teorias mostram o nível microssocial com enfoque nos cuidadores e famílias de idosos, nos significados sociais e nas identidades do processo de envelhecimento. Já em nível macrossocial, as teorias estão voltadas para a estratificação por gênero, estrutura de poder e para as instituições sociais. No entrecruzamento dos níveis micro e macrossocial, está a análise para as relações entre indivíduo e estrutura social, com destaque para as relações de poder que influenciam o processo de envelhecimento. Por outro lado, as teorias feministas são consideradas sectárias, pois que avaliam toda ciência social com base em um prévio sistema de valor. Desconsideram a masculinidade ao focalizarem e reforçarem a feminização do envelhecimento 51.

A Teoria Político-econômica do Envelhecimento teve origem no marxismo, na teoria do conflito de Simmel e na teoria crítica, como uma reação ao estruturalismo funcional66. Aborda a interação de forças econômicas e políticas como fatores determinantes na alocação de recursos sociais, na influência dessas forças no status dos idosos e no tratamento a eles dispensado. Essa teoria recebe críticas ao generalizar a condição do empobrecimento e desprestígio do idoso nas sociedades industriais, não considera os ambientes particulares e alimenta a imagem de um idoso passivo perante o determinismo da estrutura social. Além disso, não permite uma análise mais contextualizada das culturas e variações dos significados da idade e dependência. Apresenta aspectos positivos ao influenciar perspectivas atuais sobre envelhecimento. É adequada ao cenário da gerontologia por sua característica multidisciplinar. Permite um processo de interação dialético, já que o comportamento do indivíduo influencia a vida de outros indivíduos66.

As sociedades, de um modo geral, dividem o tempo em unidades socialmente relevantes, dentro das quais devem emergir papéis e comportamentos apropriados que funcionam como indicadores da idade social do indivíduo51. É como se houvesse um relógio social que demarca as idades ou as épocas certas para o indivíduo desempenhar tarefas psicossociais, tais como estar ativo e produtivo, cuidar de netos, ou afastar-se do convívio social e produtivo. O envelhecimento social é um processo de mudança que diz respeito a papéis e comportamentos que é típico dos anos tardios da vida adulta e está relacionado à adequação dos papéis e dos comportamentos dos adultos mais velhos ao que é normalmente esperado para as pessoas nessa faixa etária51.

Na sociedade brasileira, principalmente com a necessidade de os pais terem de trabalhar para sobreviver, acrescentando a isso o fato de que a maioria das empresas

empregadoras não oferece creches para seus funcionários, são os idosos no papel de avós que acabam assumindo a responsabilidade de cuidar dos netos. Muitos idosos proporcionam também um lar para seus filhos e netos sendo inclusive responsáveis pela cobertura da maior parte das despesas da família contando com os recursos de pensão previdenciária do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), de um salário mínimo.

Percebe-se que o conhecimento das teorias sociológicas, bem como das biológicas e das psicológicas contribui de forma positiva para o avanço das pesquisas sobre o processo de envelhecimento. Possibilita aperfeiçoar a prática em saúde e principalmente analisar questões contextualizadas e cotidianas da população idosa.

Tendo em vista o exposto acerca das teorias do envelhecimento faz-se mister que o profissional de saúde, principalmente a enfermeira, desenvolva estratégias de cuidados ao