• Nenhum resultado encontrado

3.1 O Estado do Amazonas

3.1.2 Território

O Estado do Amazonas localiza-se na região Norte do Brasil, da qual fazem parte também os Estados de Roraima, Rondônia, Acre, Pará, Amapá e Tocantins.

Figura 16. O Estado do Amazonas

Fonte: Mapa ilustrativo elaborado com base em mapa do IBGE, 2005.

O Amazonas é a mais extensa unidade da federação do território brasileiro, com uma área total de 1.570.946,80 km2. Sua área compreende 18,4% da área brasileira e 40,7% da área da região Norte, a maior região do Brasil.

1.570,75 1.247,69 903,36 586,53564,69 357,12340,09 0,00 400,00 800,00 1.200,00 1.600,00 Milhares AM PA MT MG BA MS GO

Figura 17. Distribuição da área (km2) do Brasil por Estado

23 PLANO VICTORIA RÉGIA

3.1.3 Demografia e população

Segundo projeções do IBGE, a população residente no Amazonas em 2004 era de 3.191.287 habitantes o que corresponde a 2% da população brasileira total projetada para o mesmo ano. Apesar da grande representatividade territorial do Estado no Brasil, sua densidade demográfica é uma das mais baixas do Brasil – 1,79 habitantes/km2 no ano de 2000 – perdendo apenas para a densidade demográfica de Roraima, Estado vizinho.

0,28 0,33 0,46 0,61 0,92 1,34 1,79 0,00 0,40 0,80 1,20 1,60 2,00 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000

Figura 18. Evolução da densidade demográfica (habitante/km2) no

Amazonas (1890 a 2000)

Fonte: IBGE, 2000.

Contudo, observa-se que a densidade demográfica vem aumentando continuamente no Amazonas nas ultimas décadas, movimento decorrente do aumento populacional do Estado, que apresenta um crescimento médio de 140% por década desde 1970.

A divisão da população amazonense por gênero segue a tendência nacional, ou seja, uma distribuição relativamente equilibrada entre homens e mulheres. : no ano de 2005, tinha-se 49,7% dos residentes no Estado mulheres e 50,3% homens. Já em relação à faixa etária, a faixa majoritária no Amazonas é de residentes com menos de 15 anos de idade, levemente mais representativa no Estado do que a média nacional – no Brasil, a faixa etária de menos de 15 anos representa 22,1%.

24 PLANO VICTORIA RÉGIA

35,9% 10,7% 9,7% 8,3% 7,9% 6,7% 5,5% 4,4% 3,4% 2,2% 1,7% 3,5% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% Menos de 15 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 a 64 anos Mais de 65 anos

Figura 19. Distribuição da população do Amazonas por faixa etária

(2004)

Fonte: IBGE, 2005.

Nota-se ainda que em âmbito nacional os residentes com mais de 50 anos representam 18% da população. No entanto, no Amazonas esta faixa representa apenas 10% dos residentes, sendo o Estado com população majoritariamente jovem.

A distribuição dos domicílios permanentes no Amazonas por tipo de área permite a observação do crescimento acentuado do número de domicílios em áreas urbanas do Estado a partir da década de 1980. O período de crescimento do número de domicílios no Estado coincide com década de aumento do PIB estadual e desenvolvimento econômico no Amazonas, conforme anteriormente abordado.

65.461 153.119 287.159 452.623 117.940 87.032 97.475 95.699 0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 1970 1980 1991 2000 Urbanos Rurais

Figura 20. Crescimento dos domicílios permanentes no Amazonas por

tipo de área (1970 a 2000)

Fonte: IBGE, 2000.

Os indicadores referentes à População Economicamente Ativa (PEA) no Amazonas seguem os padrões da PEA nacional: no ano 2005 correspondia a aproximadamente 48% da população

25 PLANO VICTORIA RÉGIA

residente no Estado no mesmo ano. Dentre os componentes desta PEA, 11% encontravam-se desocupados no mesmo ano de referência.

2.005

PEA 1.527.840

PEA Desocupada 160.528

PEA Ocupada 1.367.312

Rendimento Médio (em R$) da PEA 708

Tabela 7. População Economicamente Ativa (PEA) e trabalhos

formais no Amazonas (2005)

Fonte: IBGE, 2005.

A qualidade de vida da população pode ser medida pelo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. O índice é composto por indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), renda (PIB per capita) e longevidade (esperança de vida ao nascer). Seus valores variam de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Assim, as localidades com IDH até 0,49 são consideradas de desenvolvimento humano baixo; com índices entre 0,50 e 0,79 são consideradas de desenvolvimento humano médio; e com índices maiores que 0,800 são consideradas de desenvolvimento humano alto.

A partir da década de 1980, o Estado do Amazonas ocupa a posição de primeiro lugar entre os demais Estados amazônicos no que diz respeito ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Nas décadas seguintes, no entanto,a posição do Estado decaiu, chegando ao quarto lugar em 1996. Ainda, o Amazonas está entre a relação de Estados que apresentaram um crescimento do IDH acima da média regional.

0,66 0,66 0,70 0,71 0,73 0,77 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1991 2000

AM Região Norte Brasil

Figura 21. IDH no Brasil região Norte e Amazonas (1991 e 2000)

Fonte: IBGE, 2000.

Apesar de apresentar níveis médios de desenvolvimento, o IDH no Estado, que se equiparava ao regional no ano e 1991, passou a ser inferior ao índice da região Norte em 2000, assim como ao índice médio nacional, como se observa no gráfico acima.

26 PLANO VICTORIA RÉGIA

Segundo a SUDAM:

“A performance positiva do Amazonas está bastante associada ao comportamento da Zona Franca de Manaus. (...) Em regiões pobres é a renda, e em regiões ricas são as condições ambientais, associadas à ausência de determinados serviços sociais como água encanada, esgotamento sanitário, poluição ambiental, etc., que retardam o padrão de desenvolvimento da comunidade.”.

Em artigo de CASTRO, avalia-se que a situação da educação na Amazônia Legal é pior do que nas outras regiões do país, porém há tendência de que este quadro seja contornado ao longo dos anos, nítida na avaliação dos indicadores do setor. NORONHA cita ainda que, nas questões relativas ao acesso à educação, poder de compra e qualidade de vida, os Estados do Norte do País ainda ocupam uma posição muito desfavorável. A SEPLAN AM chama atenção também para as altas taxas de vulnerabilidade infantil no Amazonas. Segundo o órgão, há grande contingente de crianças e adolescentes fora da escola, comprometendo as expectativas em relação às gerações futuras.

3.1.4 Economia

No ano de 2004 o setor de administração pública era o responsável pela maior parcela dos empregos no Amazonas – 32% do total de empregos. Também têm percentuais de destaque o setor de serviços e na indústria de transformação, que representam 26% e 24% dos empregos do Amazonas, respectivamente. 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 Serviços Industria de Transformação Comércio Construção Civil Outros

Serviços Ind de Utilidade Pública Administração Pública

Figura 22. Evolução dos empregos por setor no Amazonas (1995 a 2004)

Fonte: IBGE, 2005.

Ao observar-se a evolução histórica dos empregos oferecidos por setor no Estado entre 1995 e 2004, é possível inferir que o comércio foi o setor que mais aumentou o número de empregos ofertados, já que apresenta o maior crescimento no período – 85%. No mesmo

27 PLANO VICTORIA RÉGIA

sentido destacam-se também os setores de administração pública e indústria de transformação, os mesmos que oferecem maior quantidade de empregos no Amazonas.

O PIB do Amazonas no ano de 2002 correspondia apenas a 1% do PIB nacional, com o valor de aproximadamente 25 milhões de reais (valor de mercado corrente). No entanto, a cidade de Manaus configurava-se com um dos mais importantes municípios na produção nacional, quarta colocada no ranking de municípios que mais contribuem para o PIB nacional. Segundo o IBGE, o recebimento de royalties pelo tráfego de gás natural na região e o parque industrial da capital amazonense foram os principais responsáveis por tal colocação.

0% 20% 40% 60% 80% 2001 2002 2003 Agropecuária Indústria Serviços

Figura 23. Valor adicionado ao PIB do Amazonas por setor (2001 a 2003)

Fonte: IBGE, 2003.

O PIB amazonense tem na indústria seu principal setor produtivo: a indústria representava no ano de 2003 67% da produção estadual. Outro importante componente do PIB estadual é o setor de serviços – 29% do PIB em 2003. A agropecuária tem pequena representatividade no PIB estadual – apenas 4% em 2003.

De acordo com relatório da ADA, 55% da produção industrial da região da Amazônia legal se concentraram no Estado do Amazonas. Apesar disso, a Amazônia Legal pouco influi no PIB industrial brasileiro.

Ainda segundo a Agência, a indústria no Amazonas é incentivada pelo setor de Madeira e Mobiliário. Também ressalta o movimento recente de implantação de modelos de produção de alta tecnologia no Pólo Industrial de Manaus, produção feita a partir de insumos vindos do exterior e transportados desde a região Sudeste até Manaus, encarecendo os custos dos produtos finais. Outro destaque na indústria amazonense é a implantação de um pólo de fitoterápicos em Manaus. O pólo constitui-se em exemplo de desenvolvimento sustentável dos mais inovadores na região.

Segundo informações da ADA, iniciativas da SUFRAMA e do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior buscam internalizar novos segmentos da produção de eletro-eletrônicos no Pólo Industrial de Manaus, bem como torná-la um pólo exportador desta produção.

28 PLANO VICTORIA RÉGIA

3.1.5 Infra-estrutura básica

Ao serem comparados os índices estaduais aos índices nacionais, observa-se que há um hiato, especialmente no que diz respeito à cobertura de domicílios por rede geral de esgoto. Enquanto em nível nacional 47% dos domicílios permanentes têm cobertura por rede de esgoto, no Amazonas este percentual cai para menos que a metade – 20% dos domicílios. O abastecimento dos domicílios por rede geral de água também tem queda acentuada quando se compara o Amazonas a média nacional: no Brasil, 78% dos domicílios permanentes eram cobertos por rede geral de água no ano de 2000, enquanto no Amazonas este percentual cai para 60%. A cobertura baixa dos domicílios amazonenses por serviços básicos observada deve ser considerada conjuntamente ao difícil acesso a diversas áreas do Estado, acessíveis apenas por via fluvial e dependentes de períodos de cheia ou baixa de rios.

Serviço Quantidade % estadual

Domicílios permanentes com Iluminação elétrica 483.378 85% Domicílios permanentes com linha telefônica instalada 164.357 29% Domicílios permanentes com rede geral de abastecimento de água 342.709 60% Domicílios permanentes com lixo coletado 369.879 65% Domicílios permanentes com rede geral de esgoto ou pluvial 114.171 20%

Agências bancárias 137 -

Leitos hospitalares disponíveis 4.697 -

Tabela 8. Existência de serviços no Amazonas (2000)

Fonte: IBGE, 2000.

Acerca da temática saúde, a SUDAM afirma que a Amazônia é a região brasileira que apresentou maior queda nas taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias. No entanto, ainda deve-se ter preocupação com as doenças de caráter endêmico da região. A malária, por exemplo, tem 98 % dos casos registrados no Brasil localizados na Amazônia.

29 PLANO VICTORIA RÉGIA

0 200.000 400.000 600.000 800.000 2001 2002 2003 2004

Domicílios com rede geral de abastecimento de água Domicílios com lixo coletado

Domicílios com rede geral de esgoto ou pluvial

Figura 24. Evolução da cobertura de água, esgoto e coleta do lixo

(2001 a 2004)

Fonte: IBGE, 2005.

Apesar da comparação com o âmbito nacional indicar precariedade na cobertura da rede geral de esgoto do Amazonas, a mesma apresenta crescimento acentuado ao longo dos últimos anos, com uma variação anual de média de 15% de aumento no período entre 2001 e 2004.

Faz-se necessário notar ainda, no âmbito da produção energética, que, segundo a ADA, o Amazonas é o único produtor de gás na região amazônica e o Estado que possui maior capacidade instalada para esta produção no Brasil depois do Rio de Janeiro. No entanto, a agência classifica a produção da região amazônica como mal distribuída e de pouco efeito na economia regional.

3.1.6 Transporte

O transporte no Estado do Amazonas, assim como em toda a bacia amazônica, tem nas hidrovias sua principal via de tráfego. Ainda assim, no Estado há rodovias e vias aéreas de importância no transporte de produtos, cargas e passageiros.

A cidade de Manaus, capital do Estado, está localizada há cerca de 4 mil quilômetros de distância dos principais pólos econômicos do país – São Paulo e Rio de Janeiro – e há 2.316 quilômetros da capital federal. A capital mais próxima é Boa Vista, a 726 km de Manaus. O acesso às capitais federais é feito principalmente por meio aéreo, com exceção de algumas capitais da região Norte, acessíveis pelas hidrovias.

30 PLANO VICTORIA RÉGIA

Região Capitais Distâncias (Km) Brasília 2.316 Cuiabá 3.128 CENTRO-OESTE Goiânia 2.291 Fortaleza 3.069 Recife 3.392 NORDESTE Salvador 4.039 Belém 1.448 Boa Vista 726 NORTE Rio Branco 1.632 Belo Horizonte 3.941 Rio de Janeiro 4.776 SUDESTE São Paulo 3.950 Curitiba 4.005 Florianópolis 4.729 SUL Porto Alegre 4.698

Tabela 9. Quadro de distâncias entre Manaus e principais capitais brasileiras

Fonte: Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, 2006.

O acesso às cidades do Amazonas é feito principalmente por meio dos diversos rios do Estado. As cidades próximas a Manaus são usualmente acessíveis por rodovias. Contudo, grande parte dos municípios tem acesso permitido por rio ou avião, sendo a primeira opção normalmente a mais barata.

Faixa de distância Qtd de Municípios Menos de 100 km 6 Entre 100 e 200 km 9 Entre 200 e 300 km 9 Entre 300 e 500 km 8 Entre 500 e 1.000 km 17 Entre 1.000 e 2.000 km 11 Mais de 2.000 km 1

Tabela 10. Faixas de distâncias entre municípios amazonenses e

Manaus

Fonte: Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, 2006.

A maior parte dos municípios amazonenses está entre 500 km e 2 mil km da capital estadual, sendo a distância média entre os municípios e a capital 635 km. Observa-se, então, a dispersão dos municípios do Estado do Amazonas.

31 PLANO VICTORIA RÉGIA

O mapa a seguir ilustra a rede de transportes estadual completa.

Figura 25. Rede de transportes do Amazonas

Fonte: Ministério dos Transportes, 2006.

Transporte rodoviário

O sistema rodoviário do Amazonas tem construção datada da década de 1970. Foi concebido de forma a complementar o sistema hidroviário da região. A rede rodoviária federal na Amazônia Legal tem cerca de 26 mil quilômetros de extensão, sendo que algumas destas rodovias seguem até fronteiras com países vizinhos, como a Venezuela.

32 PLANO VICTORIA RÉGIA

Exclusivamente no Estado do Amazonas estão 2.602 km de rodovias federais, sendo 534 km pavimentados e 2.068 km não pavimentados. Há ainda 1.041 km de rodovias estaduais, sendo 442 km pavimentados e 599 km não pavimentados. As rodovias municipais somam 2.556 km, 728 km pavimentados e 1.828 km não.

Sistema Federal

A Rodovia Transamazônica (BR 230) situa-se entre Estreito e Humaitá, com a extensão de 2.982 km. O início da implantação da rodovia aconteceu em 1970 e obedeceu a um plano integrado de povoamento, colonização e desenvolvimento da área. O traçado da Transamazônica visava criar condições para conjugar o transporte fluvial ao rodoviário, porém não atingiu seu objetivo e é temática polêmica até a atualidade. O projeto completo ainda não foi concluído.

A Rodovia Perimetral Norte (BRs-210 e 307) tem início no Atlântico, em Macapá e acompanha a fronteira norte e noroeste do Brasil, até Marechal Taumaturgo, no Estado do Acre. O objetivo almejado por sua construção foi a ocupação de espaços vazios na área e aproveitamento do potencial econômico da região. Sua construção foi iniciada em 1973.

A Rodovia Porto Velho-Manaus (BR-319) teve construção iniciada em 1968 e entregue ao tráfego em 1976. Tem uma extensão de 860 km pavimentados e são inúmeras as dificuldades de conservação e manutenção da mesma pelas condições do solo da área e pelo material usado na sua construção. Ela é trecho comum no trajeto La Paz – Caracas.

A Rodovia Manaus – Boa Vista (BR 174) liga Boa Vista à cidade de Santa Elena, fronteira do Brasil com a Venezuela. Sua construção foi iniciada na década de 1970, com a abertura de alguns trechos. Inclusive o trecho Manaus - Caracaraí. Ela também integra a rodovia La Paz - Caracas, e faz parte do Sistema Panamericano de Rodovias. Na rodovia, há mais de 50 pontes em Estado precário, ainda construídas com madeira. O trecho entre Manaus e Caracaraí de 650 km, dá acesso terrestre a áreas de mineração de bauxita e à usina hidroelétrica de Balbina. A implantação total da rodovia ligou a cidade de Boa Vista a Manaus por via terrestre.

A Rodovia Humaitá - Lábrea (BR-230), entregue ao tráfego em 1978, interliga a cidade de Lábrea, à margem esquerda do rio Purus, a Humaitá, à margem direita do rio Madeira. Ela faz parte da Transamazônica, mas suas obras foram executadas separadamente e possui objetivos diferentes da mesma. Sua implantação possibilitou a incorporação de Lábrea à rede rodoviária brasileira e propiciou o povoamento e desenvolvimento agropecuário em sua área de influência.

Destaca-se ainda a futura Rodovia Brasília-Manaus (BR-080) que corta a Região Amazônica na direção Sudeste-Noroeste. Seu objetivo é interligar áreas com produção agropecuária e possibilitar o escoamento da produção para São Paulo e Cuiabá. A rodovia foi excluída dos planos nacionais e não tem sido considerada na rede rodoviária nacional ou

33 PLANO VICTORIA RÉGIA

regional, apesar de ser parte do Sistema Panamericano de Rodovias. De sua extensão total de 2.035 km, apenas 77 km já estão pavimentados.

Sistema Estadual

A Rodovia Manaus - Itacoatiara (AM 010) é importante meio de deslocamento entre Itacoatiara e Manaus, tanto de cargas como de passageiros. Cidades próximas, como Rio Preto da Eva, Silves e Itapiranga também são atingidas pela infra-estrutura da rodovia. Contudo, suas condições de tráfego são ruins, especialmente entre a cidade de Itacoatiara e a ponte Mamoud Amed, sobre o Rio Urubu. Recentemente, a rodovia teve obras de pavimentação.

A Rodovia Manaus - Manacapuru (AM 070) liga Manaus às cidades de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. Ela é uma das mais importantes rodovias do Amazonas por possibilitar escoamento de produtos hortifrutigranjeiros da região.

A Rodovia Manaus – Autazes (AM 254) tem 94 quilômetros de extensão. É uma das mais importantes vias de integração terrestre do Amazonas, já que conecta cidade das regiões do Rio Negro, Rio Solimões e Rio Madeira à capital Manaus. Além disso, o acesso entre as cidades por via rodoviária é extremamente mais rápido do que o acesso via fluvial. Recentemente, a rodovia passou por obras de pavimentação.

Transporte ferroviário

Na Amazônia Legal há rede de ferrovias com extensão de 580 km, cerca de 2% da malha ferroviária brasileira. Esta rede foi implantada visando atender a projetos de exploração mineral da região e interligação entre minas, ferrovias e portos. Nenhuma das ferrovias da região atinge a área do Estado do Amazonas.

Transporte hidroviário

Há no Brasil cerca de 40 mil quilômetros de hidrovias potencialmente navegáveis, contudo, elas ainda são subutilizadas. Na bacia Amazônica, estão algumas das principais hidrovias do país, como a Hidrovia do Madeira e do Solimões. A rede da bacia abrange os Estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá, e tem cerca de 20 mil quilômetros de extensão, sendo 720 deles apenas potenciais.

34 PLANO VICTORIA RÉGIA

Figura 26. Rede hidroviária na Amazônia Legal

Fonte: Ministério dos Transportes, 2006.

Os principais eixos fluviais que perpassam o Estado do Amazonas são:  Belém/Manaus/Belém

A distância entre as duas cidades é de 1.646 quilômetros e no trecho é possível a navegação de embarcações com calado de até 8,5 metros. São percorridos no trajeto Belém a Manaus os rios Pará, Amazonas e Negro e os furos de Breves, Macacos e Ituquara. Usualmente, são realizadas paradas no percurso nos municípios paraenses de Breves, Gurupá, Almeirim, Prainha, Monte Alegre, Santarém e Óbidos e nas cidades amazonenses de Parintins e Itacoatiara.

 Santarém/Manaus/Santarém

O trecho Manaus a Santarém é uma importante ligação entre as cidades de Manaus e Belém, motivo pelo qual comumente é operada por navegadores. O trecho tem distância fluvial de 756 quilômetros e pode ser navegado por embarcações com calado

35 PLANO VICTORIA RÉGIA

de até 8,5 metros. O trajeto é feito pelo rio Amazonas e pode ter escalas nas cidades de Itacoatiara e Parintins, no Amazonas, e Juruti e Óbidos, no Pará.

 Manaus/Porto Velho/Manaus

A distância entre as duas cidades é de 1.350 quilômetros e a navegação do trecho é feita através dos rios Amazonas e Madeira. As profundidades neste percurso variam de acordo com os períodos de seca e cheia do rio Madeira, ficando entre níveis de 1,8 metros a 7 metros. Usualmente, são realizadas escalas nas cidades de Nova Olinda do Norte, Borba, Novo Aripuanã, Manicoré e Humaitá, todas no Amazonas.

Na Amazônia, é importante destacar também as conexões existentes entre a rede hidroviária e rodoviária, o transporte rodo-fluvial. Ele acontece fundamentalmente através de duas rotas básicas:

 De Manaus a Belém, através do Rio Amazonas, e de Belém a Brasília a partir da BR 010/153;

 De Manaus a Porto Velho, pelo Rio Madeira, e de Porto Velho a Cuiabá pela BR 364. A rota Manaus – Belém – Brasília tem como entraves as más condições de conservação da Rodovia Belém-Brasília e o sistema portuário de Belém, com diversas dificuldades operacionais frente à variação do nível das águas na região.

A rota Manaus - Porto Velho – Cuiabá também apresenta problemas na conservação da rodovia que liga Porto Velho a Cuiabá, no entanto, não há os entraves observados no porto de Belém em Porto Velho, apesar de haver deficiências no mesmo. O principal problema da rota é a navegabilidade do Rio Madeira, comprometida pelo assoreamento e prática indiscriminada de garimpagem ao longo de seu leito.

Principais hidrovias e condições de tráfego

O rio Amazonas é navegável em território brasileiro desde sua foz até a cidade de Benjamim Constant, por trecho de mais de 3 mil quilômetros. Desde sua foz até o Rio Negro, o rio tem profundidade mínima de 13,5 metros, diminuída em períodos de estiagem rigorosa para até 7 metros. No trecho que vai da foz do Rio Negro à fronteira com o Peru, a profundidade mínima varia de 4,5 metros a 7 metros. A sinalização náutica do Rio Amazonas é

No documento Plano Estadual de Turismo Do Amazonas Abr08 (páginas 42-77)