PLANO VICTORIA RÉGIA
Plano de Turismo do Estado do Amazonas
(2008 – 2011)
PLANO VICTORIA RÉGIA
Governador do Estado do Amazonas
Carlos Eduardo de Souza Braga
Vice Governador
Omar José Abdel Aziz
Secretário de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico –
SEPLAN
Denis Benchimol Minev
Presidente da Empresa Estadual de Turismo – AMAZONASTUR
Oreni Campêlo Braga da Silva
PLANO VICTORIA RÉGIA
Empresa Estadual de Turismo – AMAZONASTUR
Diretor Executivo
João Nickolas dos Santos Cabral dos Anjos
Diretor de Turismo
Jordan Fonseca Gouveia
Diretor de Marketing
George Barreto
Diretor Administrativo e Financeiro
Francisco Lopes de Lima
PLANO VICTORIA RÉGIA
Equipe Técnica - AMAZONASTUR
Chefe de Departamento de Programas e Projetos Elisia Cristina de Vasconcelos
Chefe de Departamento de Registro, Fiscalização e Estatística Luciana Vieira de Souza
Chefe de Departamento de Infra-Estrutura e Serviços Turísticos Angel Souza Pará de Macedo
Chefe de Departamento de Desenvolvimento de Produtos Turísticos Gisele Carneiro Falabella
Gerente de Pesca Esportiva Francisco Everardo Girão
Gerente do Núcleo de Gerenciamento do Proecotur Suellen A. Sant´Anna Barroso Lunière
Gerente de Programa de Interiorização do Turismo Kethlenn Moreira Porto Melo
PLANO VICTORIA RÉGIA
Equipe Técnica – Indústrias Criativas
Diretor Técnico Luiz Renato Ignarra
Gerente Técnica Rafaela Câmara Malerba
Coordenadora do Projeto Juliana Bettini Vicente
Moderador Zoop Álvaro do Espírito Santo
Analistas
Carolina Gomes Alencar de Lima e Moura Keylah Tavares
Natália Kwok Yee Cheung
Assistente Técnico Luís Fernando Monteiro Carlos
PLANO VICTORIA RÉGIA
Mensagem da Ministra do Turismo
Há cinco anos foi criado o Ministério do Turismo e lançada a primeira edição do Plano Nacional de Turismo. Um documento que já nasceu forte, com a chancela de todos os segmentos públicos, privados e não governamentais que participaram do processo de criação da política nacional para o turismo. E que permitiu os avanços expostos na segunda edição do PNT 2007-2010: Uma Viagem de Inclusão, lançado em 2007.Inaugurou-se no País um trabalho planejado e articulado do Governo Federal, governos estaduais e municipais e cadeia produtiva para promover o desenvolvimento do turismo. Estabeleceu-se uma forte estrutura nacional, a partir da gestão descentralizada e das parcerias, para a execução de políticas, programas e ações, como a elaboração dos planos estaduais de turismo.
O que o Governo do Amazonas apresenta agora à sociedade é fruto desse esforço conjunto. O Plano Estadual de Turismo Victória Régia 2008-2011 representa o pensamento coletivo de toda a cadeia produtiva amazonense. O turismo no estado passa a ter um norte para o seu desenvolvimento. Victória Régia não é apenas um nome. É meta. É objetivo. É política pública estratégica a ser seguida para que o turismo se desenvolva de maneira sustentável, respeitando e valorizando a diversidade cultural do povo amazonense e a riqueza do patrimônio histórico e natural do estado.
O Amazonas reconhece o turismo como atividade econômica de importância para a geração de emprego e renda no estado e pauta suas ações em consonância com os objetivos gerais da política nacional de turismo. E fixa seu olhar na Victória Régia, símbolo de uma natureza exuberante e também da integração de todos os setores turísticos no estado.
Mais do que apenas conhecer um destino turístico, o viajante de hoje busca realizar um sonho. O Amazonas oferece isso.
Marta Suplicy Ministra do Turismo
PLANO VICTORIA RÉGIA
Mensagem do Governador
Caro leitor,O Estado do Amazonas está inserido hoje num contexto moderno, no qual as ações governamentais assumem contornos e conseqüências globais. Temos consciência de que nossa realidade regional é parte integrante de um processo mundial de transformações. Estamos agindo em nosso próprio espaço com vistas a garantir o bem-estar de toda a coletividade, administrando e propondo soluções para nossa realidade imediata, garantindo que os órgãos governamentais, setor empresarial e sociedade civil participem da definição de políticas e diretrizes globais, setoriais ou regionais, que asseguram o processo de tomada de decisões sobre o desenvolvimento.
Somos sabedores de que as expressões “desenvolvimento sustentado”ou “desenvolvimento sustentável” não são apenas uma construção de palavras: significam que o desenvolvimento não pode ser feito a qualquer preço, muito menos comprometendo o espaço das cidades ou dos campos e a qualidade de vida. Dentro desse novo paradigma, o nosso governo tem assumido, sobretudo, um compromisso com o resgate da dignidade do homem e do interesse pela construção de uma sociedade melhor.
Sendo assim, no turismo não poderia ser diferente, pois trata-se de uma atividade econômica, social e ambiental, que, se não for trabalhada no foco da sustentabilidade, ocasionará enormes prejuízos ao homem e à natureza.
Em função de ser, geograficamente, o maior Estado do Brasil e oferecer uma diversidade de atrativos naturais e culturais, além da infra-estrutura básica que vem sendo ampliada pelo governo, o Amazonas está adotando uma política de turismo pautada no ecologicamente correto e no socialmente justo, o que vem estimulando a chegada de novos investimentos de reconhecimento internacional, os quais estão compromissados com a responsabilidade socioambiental.
Investir em turismo no Amazonas é investir na permanência do homem em seu habitat natural, com qualidade de vida, e na conservação da natureza.
Carlos Eduardo de Souza Braga Governador do Estado do Amazonas
PLANO VICTORIA RÉGIA
Notas Iniciais
O turismo é um setor que apresenta uma capilaridade expressiva tendo em vista impactar diretamente mais de 50 atividades econômicas. A multidisciplinariedade, os impactos econômicos, sociais, ambientais, políticos e culturais gerados pelo turismo exibem um processo de planejamento e gestão que orientam, disciplinam e podem construir um poderoso instrumento de aceleração do desenvolvimento local, tendo em vista seu impacto na melhoria das condições de vida da população, mediante o respeito e o resgate dos valores culturais e a utilização racional dos recursos naturais.Tudo isso permite a construção de um novo tempo no turismo do Amazonas, pois entendemos que, em função da grandiosidade que apresenta o maior Estado do Brasil, com as suas peculiaridades geográficas, é impossível trabalhar a atividade turística sem um planejamento a médio e longo prazo.
A proposta do Governo Eduardo Braga, por intermédio do Órgão Oficial de Turismo do Amazonas – AMAZONASTUR é configurar produtos que possam ser grifados com a MARCA AMAZONAS, proporcionando a expansão do mercado interno e a inserção mais efetiva no mercado mundial. Tudo o que estamos realizando no Amazonas para desenvolver e alavancar o turismo está pautado na responsabilidade social, seja como turista, investidor, empresário, e, acima de tudo, como cidadão local.
Saudações turísticas
Oreni Campêlo Braga da Silva Presidente da AMAZONASTUR
i PLANO VICTORIA RÉGIA
Índice
1 APRESENTAÇÃO... 1
2 PLANEJAMENTO E TENDÊNCIAS DO TURISMO ... 3
2.1 Turismo e sustentabilidade ... 3
2.2 Planejamento da atividade turística ... 4
2.3 O turismo no Brasil e no mundo... 5
2.3.1 Gestão do turismo no Brasil ... 6
2.3.2 Indicadores do turismo global... 9
2.3.3 Indicadores do turismo no Brasil ...12
3 PANORAMA ESTADUAL... 20
3.1 O Estado do Amazonas ...20
3.1.1 Processo de desenvolvimento na Amazônia ...20
3.1.2 Território ...22 3.1.3 Demografia e população ...23 3.1.4 Economia ...26 3.1.5 Infra-estrutura básica ...28 3.1.6 Transporte ...29 3.2 As microrregiões do Amazonas ...40 3.2.1 Território ...40 3.2.2 Demografia e população ...41 3.2.3 Economia ...44 3.2.4 Infra-estrutura básica ...47 3.3 Os Municípios Amazonenses...50 3.3.1 Território e população ...50 3.3.2 Economia ...53 3.3.3 Infra-estrutura básica ...54
3.4 Recursos naturais e meio ambiente ...57
3.4.1 Flora ...57
3.4.2 Fauna ...59
3.4.3 Hidrografia...61
3.4.4 Atividades econômicas e natureza ...62
3.4.5 Conservação do meio ambiente...63
3.4.6 Unidades de conservação no Amazonas...64
3.4.7 Projetos ambientais de destaque...70
3.4.8 Recursos naturais e turismo no Amazonas ...73
ii PLANO VICTORIA RÉGIA
3.5.1 Etnias indígenas no Amazonas ...77
3.5.2 Terras indígenas...79
3.5.3 Visitação de comunidades indígenas ...80
4 O TURISMO NO AMAZONAS... 82
4.1 A oferta de recursos e atrativos turísticos...82
4.1.1 Atrativos e recursos naturais ...82
4.1.2 Atrativos e recursos culturais...91
4.1.3 Eventos ...97
4.1.4 Singularidade do destino Amazonas... 102
4.2 Os serviços turísticos ... 104
4.2.1 Meios de Hospedagem ... 104
4.2.2 Estabelecimentos de Alimentação... 111
4.2.3 Espaços para Eventos ... 114
4.2.4 Estabelecimentos de Entretenimento... 118
4.2.5 Comércio Turístico... 119
4.2.6 Agências ... 120
4.2.7 Transportadoras... 122
4.2.8 Estruturas de apoio ao turista ... 123
4.2.9 A oferta de serviços turísticos amazonense... 124
4.3 Padrões de uso... 127 4.3.1 Perfil da demanda ... 127 4.3.2 Segmentação... 150 4.3.3 Concorrentes ... 151 4.4 Comercialização e promoção ... 158 4.4.1 Receptivo... 158
4.4.2 Comercialização dos produtos turísticos do Amazonas... 176
4.5 Gestão do turismo... 177
4.5.1 Instituições e ações de destaque ... 177
4.5.2 Entrevistas junto a entidades representativas ... 183
4.5.3 A gestão do turismo no Amazonas... 197
4.6 Recursos humanos... 199
4.6.1 Cursos disponíveis ... 199
4.6.2 Recursos humanos do turismo no Amazonas ... 199
4.7 Sustentabilidade... 201
4.7.1 Impactos positivos ... 201
4.7.2 Impactos negativos ... 202
5 ANÁLISE SWOT ... 203
iii PLANO VICTORIA RÉGIA
6 CENÁRIOS PARA O TURISMO ... 205
6.1 Cenário otimista... 206 6.2 Cenário moderado ... 208 6.3 Cenário pessimista ... 210 7 FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA ... 212 7.1 Preceitos ... 213 7.2 Missão do destino ... 214 7.3 Objetivos estratégicos... 214
8 METAS TRAÇADAS PARA O PLANO ... 216
8.1 Meta 1 ... 216
8.2 Meta 2 ... 217
8.3 Meta 3 ... 218
8.4 Meta 4 ... 218
9 PLANO DE AÇÃO ... 220
9.1 Plano de ação para a gestão... 220
9.2 Plano de ação para o produto ... 222
9.3 Plano de ação para o marketing ... 226
9.4 Plano de ação para a infra-estrutura... 227
9.5 Prazos ... 228
9.6 Quadros explicativos de ações de gestão ... 228
9.7 Quadros explicativos de ações de produto ... 239
9.8 Quadros explicativos de ações de marketing... 250
9.9 Quadros explicativos de ações de infra-estrutura ... 257
9.10 Orçamentos... 261 9.11 Quadro-resumo de ações ... 262 9.12 Responsabilidades ... 265 9.13 Financiamento ... 266 10 BIBLIOGRAFIA... 268 APÊNDICE 1 ... 274 APÊNDICE 2 ... 278 APÊNDICE 3 ... 279 APÊNDICE 4 ... 280
i PLANO VICTORIA RÉGIA
Lista de Siglas
ABAV – Associação Brasileira das Agências de ViagensABBTUR – Associação Brasileira dos Bacharéis em Turismo ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis ABRAJET - Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo ABRASEL – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes ADA – Agência de Desenvolvimento da Amazônia
AMAZONASTUR – Empresa Estadual de Turismo do Amazonas
AOBT – Associação dos Operadores de Barcos de Turismo do Amazonas CIGS – Centro de Instrução de Guerra na Selva
CTI – Consultoria Turística Integrada EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo
FBC&VB – Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux FEPI AM – Fundação Estadual dos Povos Indígenas do Amazonas FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
FUNAI – Fundação Nacional do Índio FUNATURA – Fundação Pró-Natureza
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
INFRAERO – Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária IPAAM – Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ISA – Instituto Sócio-Ambiental
ITTO – Organização Internacional de Madeiras Tropicais MANAUSTUR – Fundação Municipal de Turismo de Manaus OMT – Organização Mundial de Turismo
ii PLANO VICTORIA RÉGIA
PNDPA - Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
SDS AM – Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SEPLAN AM – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas SINDEGTUR AM – Sindicato dos Guias de Turismo do Amazonas
SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia
SUDAM – Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia TI – Terra Indígena
UC – Unidade de Conservação
UEA – Universidade do Estado do Amazonas UFAM – Universidade Federal do Amazonas WWF – World Wildlife Fund
iii PLANO VICTORIA RÉGIA
Lista de Tabelas
Tabela 1. Matriz origem destino das viagens internacionais (2004) ...11
Tabela 2. Turismo Internacional - Cidades mais visitadas (2005) ...14
Tabela 3. Turismo Internacional – Permanência média (2005) ...15
Tabela 4. Turismo Internacional – Gasto diário em dólares (2005) ...16
Tabela 5. Turismo Doméstico – Principais unidades da federação emissoras e receptoras (2005) ...17
Tabela 6. Turismo Doméstico - Matriz origem-destino das viagens domésticas (2005) ...17
Tabela 7. População Economicamente Ativa (PEA) e trabalhos formais no Amazonas (2005) ...25
Tabela 8. Existência de serviços no Amazonas (2000)...28
Tabela 9. Quadro de distâncias entre Manaus e principais capitais brasileiras...30
Tabela 10. Faixas de distâncias entre municípios amazonenses e Manaus ...30
Tabela 11. Microrregiões do Amazonas, área e quantidade de municípios componentes (2005)...41
Tabela 12. PIB municipal acumulado por microrregião (2005) ...45
Tabela 13. População Economicamente Ativa (PEA) e percentual da população componente da PEA por microrregião do Amazonas (2000) ...46
Tabela 14. Área (km2) dos cinco maiores e menores municípios do Amazonas (2005) ...51
Tabela 15. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por população (2005) ...51
Tabela 16. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por densidade demográfica (2005) ...52
Tabela 17. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por IDH (2000) ...52
Tabela 18. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por PIB municipal (2002) ...53
Tabela 19. Municípios do Amazonas de destaque por setor componente do PIB municipal (1999) ...54
Tabela 20. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com rede geral de água (2000) ...55
Tabela 21. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com rede geral de esgoto (2000) ...55
Tabela 22. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com coleta de lixo (2000) ...56
Tabela 23. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com iluminação elétrica (2000) ...56
Tabela 24. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com telefonia (2000) ....56
Tabela 25. Área de cobertura florestal nativa remanescente por Estado ...59
Tabela 26. Etnias indígenas no Amazonas por região do Estado...78
Tabela 27. Unidades habitacionais disponíveis por tipologia dos empreendimentos ... 104
Tabela 28. Média de unidades habitacionais disponíveis por empreendimento por região turística ... 107
Tabela 29. Diárias médias por tipologia do empreendimento ... 109
Tabela 30. Capacidade dos empreendimentos ... 115
Tabela 31. Capacidade instalada, taxa de ocupação anual e preços praticados ... 116
Tabela 32. Centros de atendimento ao turista do Amazonas ... 123
Tabela 33. Estimativa salarial mensal dos trabalhadores do turismo no Amazonas ... 128
Tabela 34. Principais Estados de origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria urbana (2005) ... 131
Tabela 35. Principais países de origem dos hóspedes estrangeiros da hot. urbana (2005) ... 131
Tabela 36. Perfil do hóspede brasileiro da hotelaria urbana (2004)... 133
Tabela 37. Perfil do hóspede estrangeiro da hotelaria urbana (2004) ... 133
Tabela 38. Principais Estados de origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria de selva (2005) ... 135
Tabela 39. Principais países de origem dos hóspedes estrangeiros da hotelaria de selva (2005) ... 136
iv PLANO VICTORIA RÉGIA
Tabela 41. Perfil do hóspede estrangeiro da hotelaria de selva (2004)... 136
Tabela 42. Navios e passageiros aportados no Amazonas (2000 a 2005) ... 137
Tabela 43. Perfil do turista de pesca esportiva segundo operadores (2005) ... 139
Tabela 44. Unidades da federação de origem dos visitantes brasileiros da área natural (2002) ... 144
Tabela 45. Países de origem dos visitantes estrangeiros da área natural (2002)... 144
Tabela 46. Ocupações dos visitantes de áreas naturais (2002) ... 145
Tabela 47. Principais atividades praticadas pelos visitantes nas áreas naturais (2002)... 146
Tabela 48. Avaliação da estrutura para visitação na área natural (2002) ... 146
Tabela 49. Fatores de impedimento à visitação dos atrativos da área natural (2002) ... 147
Tabela 50. Volume de eventos e participantes de eventos em Manaus (2001) ... 149
Tabela 51. Parcerias utilizadas pelas empresas consultadas... 160
Tabela 52. Dificuldades encontradas na comercialização dos produtos do destino ... 161
Tabela 53. Produtos mais vendidos para visitantes brasileiros pelas agências, operadoras e transportadoras consultadas ... 162
Tabela 54. Produtos mais vendidos para visitantes estrangeiros pelas agências, operadoras e transportadoras consultadas ... 162
Tabela 55. Atrativos destacados nos produtos de agências e operadoras ... 163
Tabela 56. Atrativos destacados nos produtos de hotéis de selva ... 164
Tabela 57. Atrativos destacados nos produtos de transportadoras turísticas ... 164
Tabela 58. Estados de origem dos visitantes brasileiros ... 169
Tabela 59. Países de origem dos visitantes estrangeiros ... 169
Tabela 60. Pontos fortes e fracos dos recursos e atrativos turísticos do Amazonas, segundo empresas consultadas . 173 Tabela 61. Pontos fortes e fracos dos serviços turísticos do Amazonas, segundo empresas consultadas ... 173
Tabela 62. Pontos fortes e fracos da infra-estrutura básica do Amazonas, segundo empresas consultadas ... 174
Tabela 63. Deficiências dos recursos humanos empregados no turismo, segundo empresas consultadas ... 175
Tabela 64. Gestão pública do turismo no Amazonas ... 175
Tabela 65. Ações desenvolvidas/planejadas pela Amazonastur ... 179
Tabela 66. Cursos de Graduação em Turismo e Hotelaria... 199
Tabela 67. Cursos Profissionalizantes em Turismo e Hotelaria ... 199
Tabela 68. Preceitos para o desenvolvimento do turismo no Amazonas... 213
Tabela 69. Objetivos estratégicos para o turismo no Amazonas ... 215
Tabela 70. Prazo de ações ... 228
v PLANO VICTORIA RÉGIA
Lista de Figuras
Figura 1. Regiões (Pólos) Turísticas do Estado do Amazonas... 8
Figura 2. Crescimento do fluxo receptivo internacional no Mundo, Am. do Sul e Brasil (1997 a 2005) ... 9
Figura 3. Chegada de turistas no mundo por região (2005) ...10
Figura 4. Regiões emergentes segundo a taxa de crescimento das chegadas internacionais (1995 e 2004)...10
Figura 5. Motivo das visitas internacionais (2004) ...11
Figura 6. Movimento de passageiros nos aeroportos do Brasil (1996 a 2005) ...12
Figura 7. Turismo Internacional – Chegadas internacionais (1997 a 2005)...13
Figura 8. Turismo Internacional - Motivo da viagem (2005) ...13
Figura 9. Turismo Internacional – Pontos fortes do Brasil (2005)...14
Figura 10. Turismo Internacional - Meio de hospedagem (2005) ...15
Figura 11. Turismo Doméstico - Motivos para realização da principal viagem doméstica (2005) ...16
Figura 12. Turismo Doméstico - Distribuição sazonal das viagens domésticas (2005) ...18
Figura 13. Turismo Doméstico - Meio de hospedagem da principal viagem doméstica (2005) ...18
Figura 14. Turismo Doméstico - Meio de transporte da principal viagem doméstica (2005) ...19
Figura 15. Turismo Doméstico – Composição do gasto individual diário nas viagens domésticas (2005) ...19
Figura 16. O Estado do Amazonas...22
Figura 17. Distribuição da área (km2 ) do Brasil por Estado...22
Figura 18. Evolução da densidade demográfica (habitante/km2) no Amazonas (1890 a 2000) ...23
Figura 19. Distribuição da população do Amazonas por faixa etária (2004)...24
Figura 20. Crescimento dos domicílios permanentes no Amazonas por tipo de área (1970 a 2000) ...24
Figura 21. IDH no Brasil região Norte e Amazonas (1991 e 2000) ...25
Figura 22. Evolução dos empregos por setor no Amazonas (1995 a 2004) ...26
Figura 23. Valor adicionado ao PIB do Amazonas por setor (2001 a 2003)...27
Figura 24. Evolução da cobertura de água, esgoto e coleta do lixo (2001 a 2004) ...29
Figura 25. Rede de transportes do Amazonas...31
Figura 26. Rede hidroviária na Amazônia Legal ...34
Figura 27. Microrregiões do Amazonas ...40
Figura 28. Percentual de habitantes do Amazonas residente por microrregião (2000 e 2005) ...41
Figura 29. Densidade demográfica média por microrregião do Amazonas (2005)...42
Figura 30. Distribuição percentual dos domicílios permanentes urbanos e rurais por microrregião do Amazonas (2005) ...43
Figura 31. IDH médio por microrregião do Amazonas (2000)...44
Figura 32. Participação setorial no PIB municipal acumulado por microrregião (1999)...45
Figura 33. Cobertura de domicílios por rede de água por microrregião do Amazonas (2004)...47
Figura 34. Cobertura de domicílios por rede de esgoto por microrregião do Amazonas (2004) ...48
Figura 35. Cobertura de domicílios por coleta de lixo por microrregião do Amazonas (2004)...48
Figura 36. Cobertura de domicílios por iluminação elétrica por microrregião do Amazonas (2004)...49
Figura 37. Cobertura de domicílios por telefonia por microrregião do Amazonas (2004)...49
Figura 38. Relação leitos em hospitais (SUS) para cada 1.000 habitantes por microrregião do Amazonas (2005) ...50
Figura 39. Distribuição da área (km2) da Amazônia Legal por Estado ...57
Figura 40. Vegetação da Amazônia ...58
Figura 41. Arara-canindé (Ara ararauna) ...60
Figura 42. Macaco Sauim de Coleira (Saguinos bicolor)...60
Figura 43. Bacias hidrográficas e principais rios da Amazônia Brasileira ...61
vi PLANO VICTORIA RÉGIA
Figura 45. Unidades de conservação federais e estaduais no Amazonas (exceto RPPNs) ...65
Figura 46. Área (ha) das unidades de conservação do Amazonas por tipo de uso...65
Figura 47. Crescimento anual do número de Unidades de Conservação ...66
Figura 48. Área (ha) das unidades de conservação do Amazonas por macrorregião ...66
Figura 49. Concentração de unidades de conservação por região turística do Amazonas ...67
Figura 50. Área (ha) das unidades de conservação do Amazonas por região turística...68
Figura 51. Distribuição das unidades de conservação do Amazonas por tipologia segundo regiões turísticas ...69
Figura 52. Municípios do Amazonas com maior concentração de unidades de conservação ...69
Figura 53. População auto-declarada indígena por região do Brasil...75
Figura 54. População auto-declarada indígena da região Norte do Brasil por Estado ...75
Figura 55. População auto-declarada indígena do Brasil por Estado ...76
Figura 56. População indígena do Amazonas por região do Estado ...76
Figura 57. Quantidade de etnias indígenas no Amazonas por região do Estado ...77
Figura 58. Terras Indígenas (TIs) no Brasil ...79
Figura 59. Cachoeira do Santuário ...82
Figura 60. ESEC Anavilhanas ...83
Figura 61. Pesca esportiva no Amazonas ...83
Figura 62. Distribuição dos atrativos naturais por região turística ...85
Figura 63. Teatro Amazonas ...91
Figura 64. Distribuição dos atrativos culturais por região turística...93
Figura 65. Alegorias do Festival de Parintins ...97
Figura 66. Distribuição dos eventos por região turística...98
Figura 67. Exuberância das paisagens amazônicas... 102
Figura 68. Distribuição de empreendimentos por tipologia ... 104
Figura 69. Crescimento da oferta de unidades habitacionais (1960 – 2005)... 105
Figura 70. Distribuição de empreendimentos por região turística ... 105
Figura 71. Distribuição de empreendimentos por região turística e por tipologia ... 106
Figura 72. Distribuição de empreendimentos e unidades habitacionais por município ... 107
Figura 73. Avaliação dos empreendimentos classificados pelo Guia Quatro Rodas 2006 ... 108
Figura 74. Estrutura disponível nos empreendimentos segundo o Guia Quatro Rodas 2006... 109
Figura 75. Taxa de ocupação média nos hotéis urbanos (2000 a 2005) ... 110
Figura 76. Taxa de ocupação média nos hotéis de selva (2000 a 2005) ... 110
Figura 77. Distribuição de empreendimentos por tipo de cozinha ... 111
Figura 78. Distribuição de empreendimentos por região turística ... 112
Figura 79. Distribuição de empreendimentos por município ... 112
Figura 80. Avaliação do conforto empreendimentos classificados pelo Guia Quatro Rodas 2006 ... 113
Figura 81. Preços praticados pelos empreendimentos por faixa ... 114
Figura 82. Distribuição de empreendimentos por tipologia ... 115
Figura 83. Distribuição de empreendimentos por região turística ... 116
Figura 84. Tipos de eventos realizados ... 117
Figura 85. Sazonalidade dos eventos realizados... 117
Figura 86. Âmbito dos eventos realizados ... 118
Figura 87. Distribuição de empreendimentos por tipologia ... 118
Figura 88. Distribuição de empreendimentos por região turística ... 119
Figura 89. Distribuição de empreendimentos por tipologia ... 119
Figura 90. Distribuição de empreendimentos por tipo de empresa... 120
Figura 91. Distribuição de empreendimentos por tipo de mercado em que atua ... 121
Figura 92. Distribuição de empreendimentos por região turística ... 121
vii PLANO VICTORIA RÉGIA
Figura 94. Distribuição de empreendimentos por região turística ... 122
Figura 95. Tropical Manaus Business ... 124
Figura 96. Centro Cultural Humberto Canderaro... 125
Figura 97. Movimento de passageiros no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes (2002 a 2004) ... 127
Figura 98. Fluxo de turistas que visitaram o Amazonas (2000 a 2005) ... 127
Figura 99. Principais segmentos que compõem o fluxo de turistas do Amazonas (2005) ... 128
Figura 100. Índices de crescimento do fluxo de turistas hospedados na hotelaria urbana (2000 a 2005) ... 129
Figura 101. Origem dos hóspedes da hotelaria urbana (2005) ... 129
Figura 102. Distribuição mensal dos hóspedes da hotelaria urbana (2005)... 130
Figura 103. Origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria urbana por região (2005)... 130
Figura 104. Origem dos hóspedes estrangeiros da hotelaria urbana por região (2005) ... 131
Figura 105. Motivo de viagem dos hóspedes da hotelaria urbana (2004) ... 132
Figura 106. Meio de transporte utilizado pelos hóspedes da hotelaria urbana (2004) ... 132
Figura 107. Índices de crescimento do fluxo de turistas hospedados na hotelaria de selva (2000 a 2005) ... 133
Figura 108. Distribuição mensal dos hóspedes da hotelaria de selva (2005) ... 134
Figura 109. Origem dos hóspedes da hotelaria de selva (2005) ... 134
Figura 110. Origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria de selva por região (2005) ... 134
Figura 111. Origem dos hóspedes estrangeiros da hotelaria de selva por região (2005) ... 135
Figura 112. Índices de crescimento do fluxo de turistas em cruzeiros marítimos (2000 a 2005) ... 137
Figura 113. Distribuição mensal dos navios e passageiros aportados no Amazonas (2005) ... 138
Figura 114. Fluxo de turistas de pesca esportiva (2003 a 2005)... 139
Figura 115. Motivos que levam visitantes de áreas naturais a áreas de conservação em geral (2002) ... 139
Figura 116. Motivos que levaram visitantes de áreas naturais a realizar a visita em curso (2002) ... 140
Figura 117. Meio de transporte utilizado pelos visitantes de áreas naturais (2002) ... 140
Figura 118. Meio de hospedagem utilizado pelos visitantes de áreas naturais (2002)... 141
Figura 119. Forma de organização da visita utilizada pelos visitantes de áreas naturais (2002) ... 141
Figura 120. Tipo de acompanhamento dos visitantes de áreas naturais na atual visita (2002)... 141
Figura 121. Meio de informação utilizado pelos visitantes de áreas naturais (2002) ... 142
Figura 122. Número de visitas já realizadas na mesma área natural (2002) ... 142
Figura 123. Classes de gastos totais efetuados na atual visita pelos visitantes de áreas naturais (2002) ... 143
Figura 124. Origem dos visitantes da área natural (2002) ... 143
Figura 125. Faixas de renda mensal dos visitantes de áreas naturais (2002) ... 145
Figura 126. Nível de instrução dos visitantes de áreas naturais (2002) ... 145
Figura 127. Tipologia dos eventos realizados em Manaus (2001)... 147
Figura 128. Distribuição anual do volume de eventos realizados em Manaus (2001) ... 148
Figura 129. Dias de maior procura pelos espaços para eventos de Manaus (2001)... 148
Figura 130. Âmbito dos eventos realizados em Manaus (2001) ... 148
Figura 131. Clientes que locam os espaços para eventos de Manaus (2001) ... 149
Figura 132. Faixas de número de eventos realizados por mês em Manaus (2001)... 149
Figura 133. Distribuição dos gastos dos participantes de eventos de Manaus (2001)... 150
Figura 134. Tipologia das empresas consultadas ... 158
Figura 135. Foco de atuação das empresas consultadas ... 158
Figura 136. Segmentos de produtos comercializados pelas empresas consultadas ... 159
Figura 137. Principais meses de venda de produtos no Amazonas ... 159
Figura 138. Representatividade média das vendas de produtos no Amazonas... 160
Figura 139. Clientes atendidos anualmente por produtos no Amazonas ... 160
Figura 140. Meios de divulgação utilizados pelas empresas consultadas ... 161
Figura 141. Destinos dos produtos de agências e operadoras... 165
viii PLANO VICTORIA RÉGIA
Figura 143. Destinos dos produtos de transportadoras turísticas ... 165
Figura 144. Segmentos dos produtos de agências e operadoras ... 166
Figura 145. Segmentos produtos de hotéis de selva... 166
Figura 146. Segmentos produtos de transportadoras turísticas ... 166
Figura 147. Duração dos produtos de agências e operadoras ... 167
Figura 148. Duração dos produtos de hotéis de selva ... 167
Figura 149. Duração produtos de transportadoras turísticas... 167
Figura 150. Faixas de preços dos produtos comercializados por agências e operadoras... 168
Figura 151. Faixas de preços dos produtos comercializados por hotéis de selva... 168
Figura 152. Faixas de preços dos produtos comercializados por transportadoras turísticas ... 168
Figura 153. Origem dos visitantes... 169
Figura 154. Tipo de grupo de viagem dos visitantes brasileiros ... 170
Figura 155. Tipo de grupo de viagem dos visitantes estrangeiros... 170
Figura 156. Faixa etária dos visitantes brasileiros ... 170
Figura 157. Faixa etária dos visitantes estrangeiros... 171
Figura 158. Motivação para viagem dos visitantes brasileiros ... 171
Figura 159. Motivação para viagem dos visitantes estrangeiros ... 171
Figura 160. Tempo de permanência dos visitantes brasileiros... 172
Figura 161. Tempo de permanência dos visitantes estrangeiros ... 172
Figura 162. Percentual de visitantes que seguem para outros destinos do Brasil ... 172
Figura 163. Organograma da Amazonastur ... 178
Figura 164. Estrutura do planejamento estratégico do Turismo no Amazonas ... 212
1 PLANO VICTORIA RÉGIA
1
Apresentação
O turismo no Estado do Amazonas é uma premissa para o desenvolvimento econômico da região. O Estado possui uma grande variedade de recursos naturais que podem ser aproveitados economicamente de maneira sustentável por meio da atividade turística, gerando emprego e renda para a região.
Atualmente, a atividade turística no Estado se concentra na região próxima a Manaus e no município de Parintins, onde ocorre anualmente o conhecido “Festival de Parintins”. No entanto, o Estado conta com outras regiões em que a visitação responsável poderia ocorrer gerando possibilidades de aproveitamento econômico sustentável para os moradores do Estado.
A criação da Superintendência da Zona Franca de Manaus - ZFM, em 1967, permitiu a maximização do fluxo turístico na cidade de Manaus. Durante uma década e meia prevaleceu no Amazonas, o segmento do turismo de compras, tendo em vista que, a Zona Franca de Manaus foi criada com o objetivo de atender o mercado interno e, por conta disso, os brasileiros se deslocavam à Manaus para comprar produtos eletro-eletrônicos, perfumaria e importados em geral. A partir do início da década de 90, com a abertura das importações pelo Governo Federal, o turismo de compras, no estado, entrou em colapso como conseqüência da estagnação do comércio de importados, sendo possível o brasileiro adquirir produtos importados no resto do país, em nível competitivo.
Dessa forma, identificou-se a necessidade de repensar no turismo como uma atividade econômica alternativa que promova não apenas o bem-estar social, por meio do lazer e entretenimento, mas também o desenvolvimento sustentável do turismo no âmbito político-institucional, sócio-econômico, cultural e ambiental, visando uma inclusão social mais justa e a valorização da identidade cultural regional.
Diante deste panorama, se encaixa o atual documento, o Plano de Turismo do Estado do Amazonas, pautado no desenvolvimento sustentável da atividade turística, com aplicação no período de 2008 a 2011. Deve-se ressaltar que o presente Plano tem como pressuposto a consonância com os objetivos do Plano Nacional de Turismo e preza a valorização da diversidade da história, cultura, identidade étnica e atrativos turísticos do Estado do Amazonas. Em acordo com essa rica diversidade são traçados os projetos que gerarão benefícios socioeconômicos, ambientais e culturais ao estado.
É importante salientar que uma das ferramentas utilizadas na composição do diagnóstico apresentado neste documento foi a realização de oficinas participativas. Estas oficinas tiveram como objetivo central traçar um panorama do turismo em cada uma das regiões turísticas do estado. Foram realizadas três oficinas nos municípios de Tabatinga, Parintins e
2 PLANO VICTORIA RÉGIA
Manaus e participaram das mesmas 45 pessoas das regiões turísticas do Sateré, Amazonas e Solimões. Estiveram presentes nas reuniões representantes do setor público, privado e terceiro setor atuantes no turismo amazonense.
O presente documento está estruturado em sete capítulos, sendo que os primeiros dão ao leitor o panorama do Estado do Amazonas, a importância do turismo em âmbito mundial, nacional e estadual e diagnosticam o turismo atualmente no Amazonas. A partir do capítulo “4. Análise SWOT”, é apresentada a construção e desdobramentos de estratégias para o desenvolvimento sustentável do turismo no Amazonas. Por fim, são apresentados planos de ação para cada um dos nichos estratégicos importantes para o pleno desenvolvimento do destino.
A “Formulação estratégica”, parte deste documento, é a etapa do Plano que direciona objetivamente gestores e empresariado para que maximizem as potencialidades do turismo no Amazonas e superem suas ameaças. Essa formulação deve ser criativa e facilmente acessível a tais atores. Deste modo, associou-se às estratégias traçadas para o Estado um dos símbolos da região amazônica: a vitória régia (Victoria amazônica), que intitula o plano aqui abordado.
As flores da floresta são um dos maiores símbolos de sua exuberância, justamente um dos principais focos estratégicos definidos por este plano. O uso da vitória régia como título do plano transmite ao leitor a exuberância do destino tratado, aproveitando sua associação com a natureza. Além disso, a conjunção das pétalas da flor é uma alusão à integração e a ação em várias frentes, condições sine-qua-non para o desenvolvimento do turismo sustentável em qualquer destino.
3 PLANO VICTORIA RÉGIA
2
Planejamento e Tendências do
Turismo
2.1
Turismo e sustentabilidade
O desenvolvimento do turismo sustentável está intrinsecamente relacionado ao conceito de desenvolvimento sustentável, definido em 1987 pela Comissão Brutland como aquele que “satisfaz as necessidades da atualidade sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer às suas”. Neste contexto, o turismo sustentável é a forma de turismo que facilita o desenvolvimento sustentável ou que se realiza de maneira a preservar os recursos naturais, respeitar as comunidades locais, garantindo o desenvolvimento econômico.
Na última década, tem aumentado o interesse do empresariado em busca de um turismo sustentável e, principalmente, ecologicamente responsável. Da mesma forma, a sustentabilidade tornou-se um diferencial de mercado, pois visitantes e turistas têm se preocupado cada vez mais com as conseqüências de sua atividade nas localidades visitadas.
No que diz respeito ao meio ambiente, o turismo sustentável é aquele que propicia a preservação da biodiversidade das áreas em questão e conserva os recursos naturais (hídricos, de fauna e flora), estabelecendo um sistema de manejo dos recursos.
Já em relação aos aspectos social e cultural, o turismo sustentável aumenta a participação dos membros das comunidades e o controle sobre suas vidas, fortalecendo seus valores e sua identidade.
Por sua vez, no que tange ao aspecto econômico, o turismo sustentável é aquele que gera emprego, distribuição de renda e multiplicadores econômicos, melhorando a qualidade de vida das gerações atuais e possibilitando condições de continuidade para as gerações futuras.
Por ser uma atividade holística, o turismo sustentável implica a conectividade de estudiosos, parceiros e instituições com atuação em diversas áreas: meio ambiente, comunidade, cultura, gestão pública, empresariado, pesquisa, ensino, associações profissionais, entre outros. Somente a interação de todos os envolvidos com a atividade turística pode garantir a sustentabilidade.
O papel dos gestores em turismo é otimizar os impactos positivos e minimizar os negativos. Somente dessa forma o turismo será efetivamente um meio para promover o bem-estar social e entrar na pauta econômica dos municípios, estados e países. Nesse contexto surge a importância do planejamento em turismo.
4 PLANO VICTORIA RÉGIA
2.2
Planejamento da atividade turística
Para que o turismo traga benefícios para um destino é imprescindível um processo criterioso, amplo e abrangente. Esse processo é o planejamento.
O ato de planejar integra a vida dos seres humanos em seus atos mais simples, ele consiste em determinar: 1) objetivos; 2) ações por meio das quais será possível atingi-los; 3) quem deverá executá-las; 4) que recursos são disponíveis e necessários; e 5) em que prazo os objetivos devem ser atingidos.
Quando alguém decide comprar um carro, por exemplo, haverá um processo de planejamento. Em primeiro lugar, o indivíduo irá decidir 1) o que quer desse carro, por exemplo, se quer um motor mais potente ou mais econômico, se quer um modelo mais esportivo ou mais espaçoso. Em seguida 2) como será feita a aquisição, através de ida a uma concessionária ou feira de carros usados, por exemplo e 3) se ela fará tudo isso sozinha, se pedirá ajuda de um amigo ou consultor; 4) quanto pode ou pretende gastar; e 5) quando pretende ter o veículo em mãos. Em função dessas diretrizes, a escolha do modelo será muito mais fácil e a possibilidade de escolha errada extremamente reduzida.
O planejamento da atividade turística não é diferente. Formulam-se as mesmas perguntas, no entanto, ao invés da compra de um veículo, o foco é o desenvolvimento de uma localidade, destino ou empreendimento turístico. Tradicionalmente, o processo de planejamento turístico de localidades é realizado pelos órgãos públicos que, em alguns casos, contratam consultorias e especialistas para tal.
Com a explosão do turismo, na década de 1950, após a II Guerra Mundial e com a expansão das linhas aéreas comerciais, muitos locais passaram a receber uma quantidade enorme de turistas, em especial as praias do Mediterrâneo e certas áreas do Caribe. Esses locais tiveram sérios problemas, pela falta de um planejamento integrado, que abordasse mais aspectos e que tivesse a visão de futuro que foi mencionada anteriormente.
O resultado foi a insatisfação dos antigos moradores, a poluição, o barulho, e muitos outros efeitos do excesso de pessoas num mesmo local que acabaram gerando a decadência dos destinos. Essa realidade até hoje faz parte da realidade de muitos destinos com potencial turístico, dentro e fora do Brasil, em que o processo de planejamento foi deixado de lado em prol do desenvolvimento e dos lucros imediatos.
Para evitar esses problemas, o planejamento desempenha função primordial. É a partir dele que serão ordenados os esforços em busca do turismo sustentável, ou seja, aquele que atende as necessidades dos turistas atuais e das regiões receptoras sem comprometer o futuro, conservando os recursos naturais e culturais, as características sociais locais e gerando riqueza que deve ser revertida ao maior número de envolvidos possível.
5 PLANO VICTORIA RÉGIA
Compatibilizar o desenvolvimento do turismo com o desenvolvimento do Estado em geral;
Coordenar as ações dos vários setores que interagem com o turismo;
Manter valores sócio-culturais da população e minimizar os impactos negativos provocados pelo turismo;
Cuidar para que as características mais importantes da localidade sejam utilizadas para direcionar as ações de marketing e, assim, atrair o público adequado;
Harmonizar as relações entre comunidade, poder público, setor privado, visitantes e ambiente;
Otimizar a satisfação do visitante.
Promover a sustentabilidade na instância política, social, ecológica, cultural econômica e mercadológica.
Quando se fala em prever o futuro do turismo numa determinada localidade é necessário, a priori, que os gestores façam uso de uma série de informações sobre a atividade. Esses dados são coletados, organizados e inter-relacionados, para compor um quadro de como está, hoje, o turismo. Esse quadro é o chamado inventário, ou seja, uma descrição do que se tem na atualidade. A partir do inventário, será possível estabelecer um diagnóstico para o local, ou seja, analisar a situação atual identificando as potencialidades, fragilidades, ameaças e oportunidades para o destino. A partir desse diagnóstico, serão estabelecidas as estratégias para o desenvolvimento do turismo, ou seja, linhas gerais de ação para sanar os problemas identificados e potencializar os impactos positivos.
2.3
O turismo no Brasil e no mundo
O turismo é uma atividade em crescimento ao longo das ultimas décadas e que apresenta perspectivas promissoras para os próximos anos. O aumento do tempo livre, a modernização de leis trabalhistas, o desenvolvimento de novas tecnologias de transporte são alguns dos aspectos que influenciaram a atual perspectiva positiva para a atividade.
Segundo a OMT (Organização Mundial de Turismo), algumas tendências devem nortear o desenvolvimento do turismo, quais sejam:
Os destinos turísticos serão ecologicamente corretos e planejados;
As viagens anuais serão mais numerosas e terão curta distância, fortalecendo o turismo regional;
As viagens não terão apenas uma motivação. A conjunção de atrativos diferenciados num destino determinarão sua demanda;
6 PLANO VICTORIA RÉGIA
A viagem passará de mero deslocamento para uma experiência que proporcione além do descanso, enriquecimento cultural.
Nota-se também que o turista tem se tornado cada vez mais informado e consciente. Ele se importa com a qualidade do produto adquirido, mas também com o reflexo positivo que sua visita terá na comunidade visitada. Em linha com tais tendências, a OMT aponta alguns segmentos promissores para o turismo em âmbito mundial: o ecoturismo, o turismo de aventura, o turismo cultural e o turismo de eventos.
2.3.1 Gestão do turismo no Brasil
Por muito tempo, a gestão do turismo no Brasil esteve atrelada a outras pastas de administração federal como, por exemplo, secretarias de indústria e comércio. Na última década, entretanto, o turismo veio a ganhar um status diferenciado, com a criação de um Ministério em âmbito nacional e de secretarias e diretorias específicas nos estados e municípios.
O órgão máximo do turismo brasileiro é o Ministério do Turismo, cujo papel principal contempla a condução de políticas públicas visando o desenvolvimento da atividade, a geração de empregos e de divisas. Com gestão descentralizada, o Ministério é composto pelo Conselho Nacional de Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento de Turismo e Embratur (Instituto Brasileiro do Turismo). A Secretaria Nacional de Políticas de Turismo apresenta como principal função executar a política nacional de turismo, orientada pelo Conselho Nacional de Turismo, e zelar pela qualidade da prestação do serviço turístico brasileiro. A Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo está voltada especialmente para a melhoria da infra-estrutura turística brasileira. Já a EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo – é responsável pela promoção, marketing e apoio à comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior.
O principal instrumento de planejamento do Ministério do Turismo é o Plano Nacional do Turismo, o qual se divide em sete macro-programas, sendo estes formados por diversos programas estratégicos.
Um desses programas é o Plano de Regionalização do Turismo, lançado no início de 2004, o qual prevê uma atuação descentralizada, porém integrada e coordenada entre os governos municipal, estadual e federal, além da iniciativa privada. Esse programa pode ser entendido como uma ampliação do anterior PNMT (Plano Nacional de Municipalização do Turismo), buscando não só o desenvolvimento dos municípios, mas também sua integração com a região em que se localizam. Os principais objetivos do Plano são: diversificação da oferta turística, estruturação dos destinos turísticos, qualificação dos produtos turísticos, ampliação e qualificação do mercado de trabalho, aumento da inserção competitiva do produto turístico
7 PLANO VICTORIA RÉGIA
no mercado internacional, ampliação do consumo do produto turístico no mercado nacional e aumento da taxa de permanência e gasto médio do turismo.
O desenvolvimento da atividade focada na região turística é a base do Plano de Regionalização do Turismo, que busca promover o desenvolvimento turístico sustentável através de um modelo de gestão coordenada, integrada e descentralizada. As regiões, estados e municípios brasileiros são incentivados, por meio deste programa, a se organizarem e se integrarem de maneira a explorar e maximizar seu potencial turístico.
Para colocar o Programa em prática criaram-se módulos, os quais cada região turística deve percorrer para integrar o processo de regionalização do turismo brasileiro, sendo estes:
1. Sensibilização; 2. Mobilização;
3. Institucionalização da instância de governança regional;
4. Elaboração do plano estratégico de desenvolvimento do turismo regional; 5. Implementação do plano estratégico;
6. Sistema de informações turísticas do programa; 7. Roteirização turística;
8. Promoção e apoio à comercialização.
9. Sistema de monitoria e avaliação do programa.
A cada ano, observa-se o esforço do Ministério do Turismo em incluir um maior número de municípios brasileiros no Programa de Regionalização, de maneira a criar novas RTs – Regiões Turísticas - ou reestruturar as já existentes. Para o Estado do Amazonas, inicialmente, foram desenhadas sete regiões turísticas: Alto Solimões, Madeira, Sateré / Tucandeira, Alto Rio Negro, Rio Negro e Solimões, Uatumã e Manaus Encontro das Águas.
8 PLANO VICTORIA RÉGIA
Municípios por região 1 Pólo Alto Rio Negro
Santa Isabel do Rio negro São Gabriel da Cachoeira 2 Pólo Rio Negro e Solimões Autazes Barcelos Careiro Careiro da Várzea Coari Iranduba Manacapuru Manaquiri Novo Airão Tefé
3 Pólo Manaus Encontro das Águas Manaus 4 Pólo Uatumã Itacoatiara Itapiranga Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva São Sebastião do Uatumã Silves
Urucará Urucurituba
5 Pólo Sateré / Tucandeira Barreirinha
Boa Vista do Ramos Maués Nhamundá Parintins 6 Pólo Madeira Apuí Borba Humaitá
Nova Olinda do Norte Novo Aripuanã
7 Pólo Alto Solimões Atalaia do Norte Benjamin Constant Tabatinga
São Paulo de Olivença Santo Antônio do Içá Amaturá
Tonantins Fonte Boa Jutaí
Figura 1. Regiões (Pólos) Turísticas do Estado do Amazonas
Fonte: Mapa ilustrativo elaborado com base em mapa do Ministério do Turismo, 2006.
Outros dois programas do Ministério do Turismo estão em processo de desenvolvimento, sendo que seus objetivos já foram amplamente divulgados: o Plano Aquarela e o Plano Cores do Brasil. No contexto do Plano Aquarela foi elaborada a Marca Brasil, cujo desenho já estampa folhetos de divulgação e o material informativo de empresas, jornais, revistas e inúmeros outros empreendimentos relacionados ao turismo. O Plano Aquarela está voltado especificamente à divulgação do Brasil no exterior.
O Plano Cores do Brasil está traçando um diagnóstico do turismo brasileiro. A empresa que está realizando o Plano aponta, dentre outros dados, que maior divulgação (32,2%), melhor infra-estrutura turística (21,9%), capacitação do trade (19,9%) e segurança (13,7%) são as
9 PLANO VICTORIA RÉGIA
necessidades imediatas para o desenvolvimento do turismo no país. As operadoras e agências consultadas indicam o fator que mais dificulta a venda de pacotes no Brasil: o preço (27,6%), seguido da falta de divulgação (11,1%), da qualidade no atendimento (10,1%), da falta de infra-estrutura dos destinos e acessos (9,5%) e da disponibilidade dos vôos (8,5%). O objetivo final do Plano Cores é subsidiar a elaboração de diretrizes oficiais do governo e orientar os segmentos do turismo (operadoras, agências, entre outros) na estratégia para fortalecer a atividade.
2.3.2 Indicadores do turismo global
O turismo internacional vem se recuperando em todo o mundo desde o ano de 2001, marcado por forte queda na demanda devido a ataques terroristas nos EUA e a fenômenos naturais avassaladores no Pacífico. O ritmo de crescimento do fluxo de turistas internacionais que visita a América do Sul e o Brasil vem acompanhando este crescimento, por vezes até superando-o, como pode ser observado entre os anos de 2003 e 2005 no gráfico a seguir:
-80% -40% 0% 40% 80% 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Mundo Am do Sul Brasil
Figura 2. Crescimento do fluxo receptivo internacional no Mundo, Am. do Sul e
Brasil (1997 a 2005)
Fonte: OMT – Organização Mundial do Turismo, 2005.
Segundo dados da OMT (Organização Mundial de Turismo), o turismo internacional movimentou mais de 808 milhões de pessoas em todo o mundo, 18 milhões deles com destino a América do Sul e 5,4 milhões ao Brasil.
Como ilustra o gráfico, a Europa é o continente que mais recebe turistas no mundo: no ano de 2005 foram 441,6 milhões de chegadas internacionais apenas neste continente, ou seja, 54% das chegadas internacionais em todo o mundo.
10 PLANO VICTORIA RÉGIA
Europa 54% Ásia Or/Pacífico 18% Américas 17% Oriente Médio 5% África 5% Ásia Meridional 1%
Figura 3. Chegada de turistas no mundo por região (2005)
Fonte: OMT, 2005.
Na Europa também está concentrada a maior parte da receita gerada pelo turismo internacional: no ano de 2004, foram 329 bilhões de dólares.
Por sua vez, a América do Sul teve crescimento memorável no ano de 2004 em relação ao fluxo de turistas internacionais, apresentando aumento de 16% em relação ao ano anterior. Destaca-se ainda a estabilização da moeda brasileira e argentina, que permitiram aos países o aumento em seu fluxo internacional.
O Oriente Médio é a região que apresentou maior crescimento na quantidade de chegadas internacionais entre os anos de 1995 e 2004. Neste período, o número de chegadas na região aumentou de 14 milhões para 36 milhões, um crescimento de 154%. As Américas foram o continente que menos cresceu no período, com aumento de 15% do fluxo de chegadas internacionais, apenas. 154% 76% 65% 35% 15% 0% 50% 100% 150% 200% Oriente Médio Ásia e Pacífico África Europa Américas
Figura 4. Regiões emergentes segundo a taxa de crescimento das
chegadas internacionais (1995 e 2004)
Fonte: OMT, 2004.
Observando-se a matriz exposta na seqüência, nota-se que a Europa, além de principal destino de viagens internacionais, é também a principal origem dos turistas que visitam outros países: no ano de 2004, 57% da demanda internacional era de europeus.
11 PLANO VICTORIA RÉGIA
PARA DE
Milhares de turistas Região Mundo África Américas Ásia e
Pacífico Europa Oriente Médio Não especificado África 33.436 13.291 1.104 958 11.582 1.695 4.807 Américas 125.739 388 93.027 8.283 21.681 196 2.165 Ásia e Pacífico 145.491 837 9.470 114.765 17.382 880 2.156 Europa 422.937 2.585 25.827 16.282 372.894 1.879 3.469 Oriente Médio 36.272 1.510 1.076 6.149 9.731 15.865 1.942 Mundo 763.876 18.610 130.504 146.437 433.269 20.516 14.538
Tabela 1. Matriz origem destino das viagens internacionais (2004)
Fonte: OMT, 2004.
Nota-se ainda que os turistas internacionais que visitam as diferentes regiões do globo são residentes da mesma região visitada, ou seja, a região de origem e destino é a mesma. Sendo assim, 74% da demanda internacional da América são de origem americana, assim como 88% da européia é de europeus.
Em relação à motivação das viagens internacionais, o lazer e o entretenimento respondem por 50% da demanda internacional no ano de 2004. Em seguida figuram as viagens para visitar amigos, parente e por motivos de saúde e religião, 26% do total, e as de negócios, 16%.
0% 25% 50% 75% 100%
África AméricasÁsia/Pacífico Europa Oriente Médio
Não especificado
Amigos e parentes, saúde, religião e outros
Negócios
Lazer e entretenimento
Figura 5. Motivo das visitas internacionais (2004)
Fonte: OMT, 2004.
A predominância das viagens por lazer e entretenimento é notada em todas as regiões, em especial na África e Oriente Médio. As viagens para visitas a amigos têm maior destaque na Europa do que em outras regiões: são 31% das viagens ao continente europeu.
Em relação à segmentação do turismo nas Américas, a OMT destaca os seguintes nichos: Sol e Praia
Cruzeiros
12 PLANO VICTORIA RÉGIA
Negócios Eventos Esportes
O atrativo Sol e Praia ainda é o principal motivador da demanda que vai à região, mas a Organização Mundial de Turismo identifica o crescimento de investimentos na diversificação de produtos turísticos no continente a partir do ano de 2004. Outro destaque, segundo a OMT, foi o fortalecimento do setor de cruzeiros neste período, com aumento no número de destinos servidos e de passageiros atendidos.
2.3.3 Indicadores do turismo no Brasil
O movimento de passageiros nos aeroportos brasileiros vem aumentando desde o ano de 2002, em resposta à queda acentuada de 2001. No ano de 2005 foram 6,7 milhões de passageiros em vôos internacionais e 43 milhões em vôos nacionais.
-30% -15% 0% 15% 30% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Internacionais Nacionais
Figura 6. Movimento de passageiros nos aeroportos do Brasil (1996 a 2005)
Fonte: Infraero, 2004.
No ano de 2005 o Brasil recebeu 5,4 milhões de turistas internacionais, valor que indica crescimento de 17% em relação ao fluxo do ano de 2003. Conforme ilustra o gráfico a seguir, os resultados dos últimos três anos sinalizam para um aumento no fluxo de turistas internacionais do país, em movimento de recuperação da queda ocorrida nos anos de 2001/2002.
13 PLANO VICTORIA RÉGIA
-80% -40% 0% 40% 80% 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Figura 7. Turismo Internacional – Chegadas internacionais (1997 a 2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur, 2005.
Os turistas internacionais que visitam o Brasil têm como principal motivo o lazer. A participação em eventos e convenções e a realização de negócios também têm alto percentual das visitas internacionais ao país: 29,1%. Em terceiro lugar figuram as viagens para visitar amigos ou parentes, 22,6%.
44,4% 29,1% 22,6% 1,3% 0,9% 0,4% 0,3% 1,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% Lazer Negócios, Eventos Visitar amigos e parentes Estudo ou cursos Motivos de saúde Religião ou peregrinação Compras Outros
Figura 8. Turismo Internacional - Motivo da viagem (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
Dentre os turistas internacionais que visitam o Brasil a lazer, os principais pontos fortes do país destacados como motivadores de sua viagem são as belezas naturais do país, citadas por 39% dos turistas, e a hospitalidade brasileira ou a afetividade que têm pelo destino, citada por 35% dos turistas.
Já quando observados os pontos fortes destacados pelos turistas internacionais em visita ao Brasil por negócios ou eventos, a hospitalidade brasileira e o gosto pelo país figuram como principal destaque, com 45% das citações. Em segundo lugar, aparecem as belezas naturais do país. Dentre os visitantes internacionais que não vêm ao país por lazer ou negócios e eventos, visitar amigos e parentes é a mais forte motivação, ressaltada por 47% dos turistas. Os gráficos expostos na seqüência ilustram as afirmações:
14 PLANO VICTORIA RÉGIA
L A Z E R 39% 35% 13% 6% 5% Belezas Naturais Hospitalidade/Gosto pelo Brasil Clima Visitar Parentes/Amigos Cultura N E G Ó C IO S E E V E N T O S 45% 26% 9% 8% 7%
Hospitalidade/Gosto pelo Brasil Belezas Naturais Clima Visitar Parentes/Amigos Curiosidade O U T R O S 47% 27% 19% 4% 3% 0% 10% 20% 30% 40% 50% Visitar Parentes/Amigos Hospitalidade/Gosto pelo Brasil Belezas Naturais Clima Preços
Figura 9. Turismo Internacional – Pontos fortes do Brasil (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
Os destinos brasileiros mais visitados são as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A capital paulista lidera os destinos de negócios e eventos dos turistas internacionais, já a fluminense é o principal destino dos turistas internacionais que vêm ao Brasil a lazer.
Ranking Cidade LAZER Cidade E EVENTOS NEGÓCIOS 1 Rio de Janeiro - RJ 32% São Paulo – SP 49% 2 Foz do Iguaçu - PR 17% Rio de Janeiro – RJ 22% 3 São Paulo - SP 14% Porto Alegre – RS 8% 4 Florianópolis - SC 12% Curitiba – PR 5% 5 Salvador - BA 11% Belo Horizonte – MG 4% 6 Balneário Camboriú - SC 7% Campinas – SP 4%
7 Fortaleza - CE 6% Brasília – DF 3%
8 Natal - RN 6% Foz do Iguaçu – PR 3%
9 Armação dos Búzios - RJ 5% Salvador – BA 3% 10 Manaus - AM 4% Florianópolis – SC 2%
11 Recife - PE 3% Manaus – AM 2%
12 Curitiba - PR 3% Fortaleza – CE 2%
13 Bombinhas - SC 3% Recife – PE 2%
14 Parati - RJ 2% São José dos Campos – SP 2% 15 Porto Seguro - BA 2% Vitória - ES 1%
Tabela 2. Turismo Internacional - Cidades mais visitadas (2005)
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O tempo de permanência no Brasil varia de acordo com a motivação do turista internacional: enquanto aqueles que visitam o país a lazer permanecem por cerca de 12 dias, os viajantes de negócios ficam por 8 dias no país. O tempo de permanecia é ainda mais alto quando observados turistas internacionais que visitam o Brasil para visitar amigos ou parentes ou para estudar, conforme tabela a seguir:
Motivação Permanência Média (dias) Estudo ou cursos 19,94 Visitar amigos e parentes 19,60
Lazer 11,84
Negócios, Eventos e Convenções 8,13
Tabela 3. Turismo Internacional – Permanência média (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
O meio de hospedagem mais utilizado pelo turista internacional que vem ao Brasil é o hotel, flat ou pousada, estabelecimentos formais de hospedagem. Em segundo lugar figuram as casas alugadas, conforme indicado a seguir:
0,0% 25,0% 50,0% 75,0% 100,0% Hotel, Flat ou Pousada
Casa alugada Casa de amigos e parentes Camping ou Albergue Casa própria Outros Outros Negócios, Eventos Lazer
Figura 10. Turismo Internacional - Meio de hospedagem (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
O percentual de uso deste tipo de hospedagem é acentuadamente mais alto no segmento de turistas que visitam o país a negócios ou para eventos: 88% deles se hospedam em hotéis, pousadas ou flats.
O gasto diário dos turistas que visitam o país a negócios é mais alto do que o observado entre os demais turistas: aqueles que vêm a negócios gastam US$ 112,34 por dia no Brasil. Em seguida figuram os turistas estrangeiros que viajam a lazer para o Brasil e gastam US$ 81,87 por dia no país.
É importante notar que o turista de negócios tem gastos diários mais altos do que os demais, mas sua permanência é inferior. Sendo assim, a receita total gerada pelos turistas internacionais que viajam ao Brasil a lazer podem ser superiores àquela gerada pelos turistas de negócios.
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Motivação Gasto diário (US$)
Lazer 81,87
Negócios, Eventos e Convenções 112,34 Visitar amigos e parentes 58,69 Estudo ou cursos 61,30
Tabela 4. Turismo Internacional – Gasto diário em dólares (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
Por fim, o perfil do turista internacional que vem ao Brasil é de ter ensino superior completo, entre 30 e 50 anos de idade e renda familiar superior a 3 mil dólares mensais.
Já em relação ao turismo doméstico, a estimativa do ano de 2001 era de que 41,35 milhões de brasileiros viajaram pelo menos uma vez ao longo do ano de 2001. No ano de 1998, este volume era de 39 milhões de indivíduos, sendo o crescimento observado no período de 8%.
Segundo dados da pesquisa de “Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil” realizada no ano de 2005, o principal motivo para a realização de viagens domésticas no país é a visita a amigos e parentes, conforme indica gráfico a seguir:
53% 41% 13% 11% 10% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Visitar amigos e parentes
Sol e praia Turismo cultural Eventos culturais / esportivos / sociais Saúde
Figura 11. Turismo Doméstico - Motivos para realização da principal viagem
doméstica (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
As viagens com a motivação sol e praia também têm destaque, sendo citadas por 41% dos entrevistados pela pesquisa. As demais categorias de viagens aparecem com menores percentuais.
O principal destino das viagens domésticas é o Estado de São Paulo, local para onde se dirigem 29,4% destes turistas. O Estado de São Paulo também é o local onde reside a maior parcela destes viajantes, 41,3% do total.
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Ranking UF % Emissores UF % Recptores
1 São Paulo 41,3% São Paulo 29,4%
2 Minas Gerais 13,7% Minas Gerais 10,8% 3 Rio de Janeiro 8,1% Rio de Janeiro 8,7%
4 Rio Grande so Sul 7,2% Bahia 7,4%
5 Paraná 6,9% Santa Catarina 7,2%
Tabela 5. Turismo Doméstico – Principais unidades da federação emissoras e
receptoras (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
A partir da observação dos dados indicados na matriz abaixo, é possível notar que grande parte das viagens domésticas é realizada na região de residência dos turistas. Segundo a Embratur, os fluxos intra-regionais respondem por 70,8% das viagens domésticas realizadas no país.
DE PARA
Região Sul Sudeste Nordeste Norte
Centro-Oeste TOTAL Sul 12,9% 2,7% 1,1% 0,1% 0,8% 17,5% Sudeste 5,6% 46,4% 8,5% 0,6% 3,6% 64,7% Nordeste 0,3% 1,5% 8,3% 0,2% 0,3% 10,4% Norte 0,0% 0,2% 0,5% 1,3% 0,2% 2,2% Centro-Oeste 0,7% 1,3% 1,0% 0,3% 1,9% 5,1% Total 19,5% 52,0% 19,3% 2,5% 6,7% 100,0%
Tabela 6. Turismo Doméstico - Matriz origem-destino das viagens domésticas (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
Confirmando a tendência observada no ranking de principais Estados receptores de turistas, a região Sudeste figura como destino de 52% das viagens domésticas e origem de 64,7% dos turistas que realizam das viagens.
As viagens domésticas ocorrem em sua maioria – 34% dos casos analisados – 1 vez ao ano, apenas. São viagens com permanência média de 2 a 3 pernoites entre 31% dos pesquisados e que se concentram nos meses de férias escolares – janeiro e dezembro – conforme indica gráfico a seguir: 23% 11% 4% 3% 3% 4% 7% 3% 5% 7% 6% 24% 0% 10% 20% 30%
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Figura 12. Turismo Doméstico - Distribuição sazonal das viagens
domésticas (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
Em relação ao meio de hospedagem utilizado nestas viagens, o maior destaque fica para as casas de amigos e parentes: 55,6% das viagens domésticas as têm como meio de hospedagem. Em seguida figuram hotéis e pousadas, com percentual de 27,6%.
Nota-se que o gasto efetuado com hospedagem cai acentuadamente quando o meio de hospedagem utilizado é a casa de amigos e parentes, pelo qual normalmente não há custo incidente. 55,6% 27,6% 6,8% 4,6% 5,4% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% Casa de amigos / parentes
Hotel/pousada Imóvel alugado Imóvel próprio Outros
Figura 13. Turismo Doméstico - Meio de hospedagem da principal viagem
doméstica (2005)
Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.
O principal meio de transporte para as viagens domésticas é o carro: 49% das viagens utilizam este meio de transporte. O ônibus de linha, outro meio de transporte terrestre, figura em segundo lugar, sendo utilizado em 22% das viagens. A utilização destacada de meios de transporte terrestres reflete o caráter intra-regional que têm as viagens domésticas dos brasileiros. 49% 22% 15% 7% 7% 0% 10% 20% 30% 40% 50% Carro Ônibus de linha Avião Ônibus de excursão / fretado / turismo Outros