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4.   PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 88

4.1   TIPOLOGIA DA PESQUISA 88

 

    Este capítulo tem a finalidade de apresentar a metodologia seguida para a realização da pesquisa. Serão explicitados a tipologia da pesquisa, o processo de modelagem e o tratamento dos dados.

4.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA  

A pesquisa científica pode ser classificada quanto a sua abordagem, quanto a sua natureza, quanto a seus objetivos e quanto aos seus procedimentos (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). A Figura 25 sintetiza a metodologia adotada nesse estudo.

Figura 25: Metodologia adotada no estudo

   

Fonte: Elaboração própria

Com relação à abordagem, esta pesquisa assumiu um caráter multi-método, ou seja, envolveu uma pesquisa qualitativa e quantitativa. Este tipo de postura é defendido por Mingers (2001) quando destaca que uma pesquisa não deve ser entendida como um evento discreto, mas um processo caracterizado por fases realizadas em tempos distintos. Alguns métodos são mais oportunos para determinadas funções do que outros, ocasionando uma combinação de estratégias, como forma de proporcionar melhores resultados.

O enfoque qualitativo vinculou-se à identificação das variáveis envolvidas nas cadeias de suprimentos e que foram consideradas no estudo, tendo em vista a construção do modelo.

ABORDAGEM) NATUREZA) OBJETIVOS) PROCEDIMENTOS)

PESQUISA) CIENTÍFICA) QUALITATIVA) QUANTITATIVA) APLICADA) EXPLORATÓRIA) DESCRITIVA) EXPLICATIVA) SIMULAÇÃO)

Para tanto, teve-se como referência a revisão da literatura apresentada no Capítulo 2, mais especificamente as variáveis-chave da Logística (seção 2.1.1) e as variáveis do Marketing relacionadas ao fluxo de materiais (seção 2.1.2), além da estrutura para modelar a cadeia de suprimentos (seção 3.2.1).

Ressalta-se ainda que como os modelos representam uma situação real, são originados também com base nas considerações feitas por pessoas vinculadas ao processo. Isso permite entender, em parte, o comportamento do sistema, quando da evolução de suas variáveis, auxiliando os gestores na tomada de decisão, pois viabiliza uma análise dos problemas e ineficiências que podem ser gerados a medida que a operação vai acontecendo (BERTRAND; FRANSOO, 2002).

O fato é que não existem modelos ideais, capazes de representar os sistemas direcionados às tomadas de decisões gerenciais. A forma de representação concebida é uma ciência subjetiva: a compreensão do sistema e a consequente identificação dos elementos mais significativos, incluindo o relacionamento entre eles, dependem do conhecimento, experiência e habilidade do responsável pela modelagem (RIVETT, 1980).

O enfoque quantitativo compreendeu a modelagem e a simulação do sistema proposto. Para Bertrand e Fransoo (2002), os modelos baseiam-se em um conjunto de variáveis de domínio específico, sendo estabelecidas relações quantitativas e causais entre essas variáveis.

Um modelo é uma representação externa e explícita de parte de uma realidade visualizada por uma pessoa, que deseja usá-lo para entender, gerenciar e controlar parte daquela realidade (PIDD, 1998). Entretanto, mesmo sabendo que o modelo é um arranjo simplificado, deve apresentar detalhamento suficiente, de maneira a ser capaz de retratar as situações sob um contexto geral (BANKS; CARSON; NELSON, 1996). Isso repercutirá na sua validação.

Portanto, uma pesquisa quantitativa têm início com as ideias preconcebidas do modelo, utilizando procedimentos estruturados e instrumentos formais para proceder a coleta de dados, a qual se desenvolve com objetividade, mediante condições de controle (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).

No que diz respeito a sua natureza, a pesquisa pode ser definida como sendo básica ou aplicada. A primeira objetiva a geração de conhecimentos novos, os quais serão úteis para o avanço da Ciência, porém não apresentam previsão de aplicação prática. A segunda busca gerar conhecimentos direcionados à aplicação prática, ou seja, à solução de problemas específicos (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).

A presente pesquisa, então, pode ser entendida como de natureza aplicada. Considerando que o EC é um fenômeno característico das cadeias de suprimentos, foi estruturado um modelo em um ambiente de simulação, a partir da agregação de variáveis que o influencia. A alteração e a combinação destas variáveis originaram cenários, demonstrando o comportamento do EC ao longo dos períodos.

Quanto aos seus objetivos, a presente pesquisa é exploratória, pois procura promover uma maior familiarização com o problema, de maneira a torná-lo mais explícito ou mesmo a viabilizar a confirmação ou a negação das hipóteses dinâmicas.

Uma pesquisa exploratória envolve o levantamento bibliográfico, para entender com maior propriedade o estado da arte do problema investigado; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema considerado, permitindo construir um modelo mais representativo da realidade, quando da definição das variáveis envolvidas; e análise de exemplos que estimulem à compreensão do problema em foco (GIL, 2007).

A pesquisa assumiu um caráter descritivo, exigindo informações do que se deseja pesquisar, ou seja, do EC. Para Triviños (1987), esse tipo de estudo foca a descrição dos fatos de uma determinada realidade.

Ainda com relação aos objetivos, a pesquisa também pode ser classificada como explicativa, pois além de registrar, analisar e interpretar o fenômeno, procurou identificar seus fatores determinantes, focando no aprofundamento do conhecimento da realidade (ANDRADE, 2010).

Por fim, quanto aos procedimentos, a pesquisa consistiu em uma simulação: construção e manipulação de um modelo representativo de um sistema ou de processos que o caracteriza (BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE,1977).

A simulação desenvolve-se em um ambiente fechado e controlado, permitindo a presença de diversas variáveis ao mesmo tempo, o que é complexo de se fazer utilizando outros procedimentos, face a incapacidade do cérebro humano em lidar, simultaneamente, com um número considerável de variáveis (BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1977; STERMAN, 2000).

As ferramentas de simulação possibilitam que sejam testadas diferentes soluções, determinadas a partir da definição de políticas operacionais, mediante avaliação dos feedbacks de informação e da interação entre os elementos que compõe o sistema, viabilizada pela estruturação das variáveis definidas segundo modelos matemáticos (PIDD, 1998).

Portanto, para Reibstein e Chussil (1999), o uso da simulação é recomendável diante de situações complexas, na resolução de problemas não familiares ou quando o custo do erro é alto, ainda podendo destacar os seguintes benefícios:

• compressão do tempo, em virtude das simulações reduzirem o tempo real dos fenômenos investigados;

• custo reduzido, pois sendo a simulação desenvolvida no ambiente computacional, não se faz necessária a construção física do sistema para que seu comportamento possa ser analisado;

• estímulo à criatividade, já que como o risco é inexistente, experimentos podem ser instigados no sentido de entender como seria o comportamento do sistema diante de situações desagradáveis, incertas ou inesperadas;

• unificação dos pontos divergentes, pois uma visão comum do sistema é desenvolvida a partir de uma linguagem computacional; e

• captura do conhecimento, obrigando os gerentes a tornarem explícitos seus conhecimentos e premissas acerca de um sistema.

Nesta pesquisa foi considerada a simulação através da DS, permitindo a análise do comportamento de sistemas formados por subsistemas, que, por sua vez, estão relacionados a outros sistemas externos, mediante a troca de informações.

Para Sterman (2000), como uma cadeia de suprimentos envolve múltiplas cadeias de estoques e fluxos com atrasos, e como as regras de decisão para os fluxos muitas vezes criam

feedbacks importantes entre os parceiros da cadeia, a DS é adequada para prover sua

modelagem e conceber políticas de gestão mais oportunas.

A DS apresenta um caráter quantitativo e experimental, permitindo que sistemas organizacionais possam ser analisados a partir das relações causais entre seus elementos ao longo do tempo.

4.2 O PROCESSO DE MODELAGEM  

Os modelos concebidos utilizando a DS auxiliam na resolução de problemas específicos, considerando as mudanças de um sistema ao longo do tempo, cujos padrões que exprimem o comportamento das variáveis relacionam-se ao crescimento, colapso e oscilações (FORD, 1999; STERMAN, 2000).