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O Tribunal de Justiça (artigos 220.º a 22º e 68.º do TCE, artigo 35.º do TUE e Títulos I a III do Estatuto do Tribunal de Justiça)

No documento uniao europeia (páginas 101-111)

O sistema jurisdicional da União Europeia

3. O Tribunal de Justiça (artigos 220.º a 22º e 68.º do TCE, artigo 35.º do TUE e Títulos I a III do Estatuto do Tribunal de Justiça)

Os membros do TJ são nomeados de comum acordo pelos governos dos Estados-Membros por um período de seis anos e parcialmente substituídos de três em três anos. A substituição parcial incide alternadamente em catorze e treze juízes.

Trata-se de um dos pontos mais controversos do regime aplicável ao TJ. A circunstância de, na prática, cada Estado-Membro dispor de total discricionariedade quanto à nomeação do “seu” juiz, tem-se saldado em certos casos por nomeações que acabam por não satisfazer plenamente as condições previstas pelo artigo 223.º, primeiro parágrafo, por terem sido determinadas por motivos de política interna não atendíveis neste contexto. Por isso mesmo se discute actualmente a possibilidade de a nomeação de cada juiz ser sujeita ao escrutínio de uma comissão independente.

3.2. Composição

O TJ é composto por um juiz por Estado-Membro e oito advogados gerais, escolhidos de entre personalidades que ofereçam todas as garantias de independência e reúnam as condições exigidas, nos respectivos países, para o exercício das mais altas

funções jurisdicionais, ou que sejam jurisconsultos de reconhecida competência.

O presidente do TJ é designado de entre os juízes por um período de três anos, podendo ser reeleito.

Por acordo não escrito, cinco lugares de advogado-geral são atribuídos a título permanente à Alemanha, à Espanha, à França, à Itália e ao Reino Unido; os três restantes são atribuídos rotativamente aos outros Estados-Membros. Aos advogados- gerais cabe apresentar publicamente, “com toda a imparcialidade e independência”, conclusões fundamentadas sobre as causas a decidir pelo TJ, excepto sobre aquelas que este tribunal considerar como não suscitando questões de direito novas (artigos 222.º do TCE e 20.º, último parágrafo, do Estatuto).

Os advogados-gerais estão sujeitos ao mesmo estatuto que os juízes, nomeadamente no que se refere às imunidades e às causas de impedimento. Participam pública e pessoalmente no processo de elaboração da decisão do TJ e, por conseguinte, no desempenho da função jurisdicional confiada a este tribunal. Por isso, o próprio TJ já declarou que as conclusões apresentadas pelos advogados-gerais não estão sujeitas a debate contraditório entre as partes (despachos de 4-2-2000, Emesa Sugar, C-17/98, e de 10-2-2000, Schröder, C-50/96, e Vick e Conze, C-234/96 e C-235/96).

Não é líquido, porém, que o vínculo orgânico e funcional efectivamente existente entre o advogado-geral e o TJ baste para concluir que a proibição de o interessado responder às conclusões apresentadas por aquele é compatível com o direito fundamental a um processo contraditório garantido pelo artigo 6.º, n.º 1, da Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Seja como for, o artigo 61.º do Regulamento de Processo do TJ habilita-o a reabrir a fase oral do processo, ouvido o advogado-geral, nomeadamente com o objectivo de impedir que a causa seja decidida com base em argumentos não debatidos entre as partes.

3.3. Competência

O TJ exerce as suas competências no quadro das vias de recurso taxativamente previstas pelos Tratados da UE, dos quais apenas cabe considerar aqui o TCE e o TUE. Ao TJ cabe nomeadamente a missão de assegurar, no âmbito das suas competências de atribuição, o respeito do direito na interpretação e aplicação do TCE (artigos 220.º e 292.º; artigos 35.º e 46.º do TUE; artigo 51.º do Estatuto). Assim:

3.3.1. Nos termos do artigo 300.º, n.º 6, do TCE, o TJ emite parecer (vinculativo quando negativo), sobre a compatibilidade com o TCE de um projecto de acordo internacional a celebrar pela Comunidade Europeia, a pedido do PE, do Conselho, da Comissão, ou de qualquer Estado-Membro.

3.3.2. No quadro do reenvio prejudicial, o TJ

(a) decide as questões prejudiciais que lhe são colocadas, nos termos do artigo 234.º do TCE, pelos tribunais nacionais, relativas

─ à interpretação (i) do tratado, (ii) dos actos adoptados pelo Conselho, pelo PE e pelo Conselho, ou pela Comissão e pelo Banco Central Europeu (BCE) e (iii) dos estatutos dos organismos criados por acto do Conselho;

─ à validade dos actos adoptados pelas instituições da União e pelo BCE;

(b) decide, nos termos do artigo 68.º, n.º 1, do TCE as questões prejudiciais colocadas pelos tribunais nacionais de cujas decisões não caiba recurso judicial de direito interno, relativas

─ à interpretação do Título IV da Parte III do TCE e dos actos jurídico- comunitários adoptados com base nele;

─ à validade dos actos jurídico-comunitários adoptados com base no mesmo Título;

(c) decide, nos termos do artigo 68.º, n.º 3, do TCE as questões prejudiciais de interpretação do Título IV da Parte III do TCE e dos actos jurídico-comunitários adoptados com base nele, que lhe são submetidas pelo Conselho, pela Comissão ou pelos Estados-Membros;

(d) decide, nos termos do artigo 35.º, n.ºs 1 a 5 do TUE, as questões prejudiciais que lhe são colocadas pelos tribunais nacionais, relativas

─ à interpretação do Título VI do TUE e do direito da União adoptado com base nele;

─ à validade de determinados actos adoptados com base no artigo 34.º do Título VI do TUE (decisões e decisões-quadro).

A pedido de um órgão jurisdicional nacional ou, a título excepcional, oficiosamente, um pedido de decisão prejudicial que suscite uma ou várias questões relativas aos domínios objecto do Título IV da Parte III do TCE ou do Título VI do TUE (Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça) pode ser submetido a tramitação processual urgente (artigo 104.º-B do regulamento processual do TJ na redacção de 15 de Janeiro de 2008, JO L 24/39, de 29-1-2008).

3.3.3. No quadro da acção por incumprimento, o TJ

(a) verifica, normalmente a pedido da Comissão, nos termos do artigo 226.º do TCE, as infracções ao direito comunitário cometidas pelos Estados-Membros, podendo, em caso de desrespeito dos seus acórdãos proferidos numa prévia acção por incumprimento (artigo 228.º TCE), condenar, também por iniciativa da Comissão, o Estado-Membro faltoso ao pagamento de uma sanção pecuniária constituída por uma quantia fixa ou progressiva;

(b) verifica as infracções ao Estatuto do Banco Europeu de Investimentos (BEI) cometidas pelos Estados-Membros, a pedido do Conselho de Administração deste Banco que, para o efeito, dispõe, nos termos do artigo 237.º, alínea a), do TCE, dos “poderes atribuídos à Comissão pelo artigo 226.º”;

(c) verifica as infracções ao TCE e aos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais cometidas pelos bancos centrais nacionais, a pedido do Conselho do BCE, que para o efeito dispõe, por força do artigo 237.º, alínea d), do TCE “dos poderes atribuídos à Comissão no artigo 226.º em relação aos Estados- Membros”.

3.3.4. No quadro do recurso de anulação, o TJ

(a) fiscaliza, nos termos do artigo 230.º do TCE e 51.º do Estatuto, a conformidade com o TCE e os princípios nele consignados (i) dos actos adoptados em conjunto pelo PE e pelo Conselho, (ii) dos actos do Conselho, da Comissão e do BCE que não sejam recomendações ou pareceres e (iii) dos actos do PE destinados a produzir efeitos jurídicos em relação a terceiros – se o recorrente for uma daquelas instituições (o Tribunal de Contas e o BCE só têm legitimidade activa para interpor recurso de anulação “com o objectivo de salvaguardar as respectivas prerrogativas”).

Se o recorrente for um Estado-Membro, o recurso de anulação para o TJ não pode ter por objecto (i) decisões tomadas pelo Conselho no domínio dos auxílios de Estado, nos termos do artigo 88.º, n.º 2, terceiro parágrafo, do TCE; (ii) actos do Conselho adoptados em execução de um regulamento em matéria de protecção do comércio, na acepção do artigo 133.º do TCE; (iii) actos do Conselho mediante os quais este exerce competências de execução nos termos do artigo 202.º, terceiro travessão, do TCE; (iv) actos da Comissão, com excepção das decisões tomadas no domínio da cooperação reforçada, nos termos do artigo 11.º-A do TCE. Pelas razões indicadas atrás (§ 4.º, 1.2.2.), o Estado- Membro deverá interpor recurso destes actos perante o Tribunal de Primeira Instância.

(b) fiscaliza a legalidade (i) das deliberações do Conselho de Governadores do BEI e (ii) das deliberações do Conselho de Administração do BEI, a pedido de um Estado-Membro ou da Comissão; o Conselho de Administração do BEI pode também recorrer das deliberações do Conselho de Governadores [artigo 237.º, alíneas b) e c)].

(c) aprecia, nos termos do artigo 241.º, a arguição de inaplicabilidade de (i) um regulamento adoptado em conjunto pelo PE e pelo Conselho, ou de um regulamento do Conselho, da Comissão ou do BCE, (ii) outro acto das instituições comunitárias que, apesar de não revestir a forma de regulamento, produza efeitos análogos (acórdão de 6-3-1979, Simmenthal/Comissão, 92/78, n.º 40), sempre que o regulamento ou o acto análogo constituam a base jurídica do acto comunitário (tanto de alcance geral e abstracto, como de alcance individual e concreto) que é objecto do recurso de anulação – se o recorrente for uma instituição da UE ou um Estado-Membro (acórdãos de 10-7-2003, Comissão/BCE, C-11/00, n.º 78 e de 14-4-2005, Bélgica/Comissão, C-110/03, n.º 76).

Note-se que o artigo 241.º só pode ser invocado perante o TJ no âmbito de um recurso de anulação interposto neste Tribunal, não constituindo pois um meio processual autónomo em relação a tal recurso (acórdão de 15-2-2001, Nachi Europe, C-239/99, n.º 34). A circunstância de os Estados-Membros, as instituições e o BCE, enquanto recorrentes privilegiados, não terem impugnado directamente o regulamento ou o acto de efeitos normativos análogos no prazo previsto pelo artigo 230.º, quinto parágrafo, não preclude o direito de arguir a sua inaplicabilidade ao abrigo do artigo 241.º. A solução contrária não seria sustentável face à própria letra do artigo 241.º, que confere esse direito a “qualquer parte” (acórdão de 15-5-2008, Espanha contra Conselho, C-442/04, n.º 22). Tal direito manter-se-á mesmo na hipótese de um recorrente privilegiado já ter interposto recurso de anulação do regulamento ou acto de efeitos análogos e de ter sido negado provimento ao recurso (em sentido afirmativo, ver as conclusões do advogado-geral Yves Bot de 31-1-2008, proferidas no processo Espanha/Conselho, C-442/04, n.º 67). Em contrapartida, os recorrentes privilegiados e designadamente os Estados-Membros, não podem, no âmbito de

qualquer outra via de recurso), invocar, através de excepção, a ilegalidade de uma decisão anterior da mesma natureza, da qual não tenham interposto recurso de anulação no prazo previsto para o efeito pelo artigo 230.º, quinto parágrafo, do TCE. Tal decisão torna-se em relação a eles definitiva, em virtude do princípio da segurança jurídica – que não permite contornar aquele prazo, pondo indefinidamente em causa a mesma decisão (acórdãos de 29-6-1995, Espanha/Comissão, C-135/93, n.º 17, e de 22 de Outubro de 2002, National Farmer’s Union, C-241/01, n.º 34).

(d) no quadro do recurso de anulação, cabe ainda ao TJ fiscalizar a legalidade (i) das decisões-quadro e (ii) das decisões adoptadas pelo Conselho em aplicação do artigo 34.º, n.º 2, alíneas b) e c), do TUE, a pedido de um Estado-Membro ou da Comissão (artigo 35.º, n.º 6, do TUE).

3.3.5. No quadro da acção por omissão, o TJ fiscaliza, nos termos dos artigos 232.º do TCE e 51.º do Estatuto, a legalidade das abstenções de decidir (i) do Parlamento Europeu, (ii) do Conselho, (iii) da Comissão ou (iv) do BCE, a pedido de qualquer destas instituições ou do BCE, consoante os casos.

Se a acção por omissão para o TJ for intentada por um Estado-Membro, ela não pode ter por objecto as abstenções de decidir do Conselho (i) em matéria de auxílios de Estado, nos termos do artigo 88.º, n.º 2, terceiro parágrafo, do TCE; (ii) em matéria de aplicação dos regulamentos sobre protecção do comércio, adoptados nos termos do artigo 133.º do TCE; (iii) no tocante ao exercício de competências de execução ao abrigo do artigo 202.º, terceiro travessão, do TCE. Se for intentada por um Estado-Membro, a acção por omissão também não pode ter por objecto as abstenções de decidir da Comissão, a não ser no domínio da cooperação reforçada, nos termos do artigo 11.º-A do TCE.

3.3.6. Nos termos dos artigos 242.º e 243.º, o TJ decide sobre os pedidos de suspensão da execução dos actos impugnados de que é competente para conhecer (cf. supra 2.3.4) e dos pedidos de outras medidas provisórias ou providências cautelares não especificadas.

3.3.7. Com base no artigo 239.º do TCE, o TJ decide os diferendos entre os Estados-Membros relacionados com o objecto do Tratado que lhe sejam submetidos por compromisso.

3.3.8. Nos termos do artigo 35.º, n.º 7, do TUE, o TJ

(a) decide os diferendos entre Estados-Membros, decorrentes da interpretação ou da execução dos actos adoptados no âmbito do III Pilar da UE, em virtude do artigo 34.º, n.º 2, do TUE sempre que tais litígios não possam ser resolvidos pelo Conselho no prazo de seis meses a contar da data em que lhe tenham sido submetidos por um dos seus membros;

(b) decide os diferendos entre os Estados-Membros e a Comissão, decorrentes da interpretação ou da aplicação das convenções elaboradas nos termos do artigo 34.º, n.º 2, alínea d) do TUE.

3.3.9. O TJ decide sobre os requerimentos com vista à demissão compulsiva (a) do Provedor de Justiça, “se este deixar de preencher os requisitos necessários ao exercício das suas funções ou tiver cometido falta grave”, a pedido do Parlamento Europeu, nos termos do artigo 195.º, n.º 2, segundo parágrafo, do TCE;

(b) dos membros da Comissão que não cumpram os deveres que lhe são impostos pelo artigo 213.º, n.º 2, terceiro parágrafo, do TCE, que cometam uma falta grave ou que deixem de preencher os requisitos necessários ao exercício das suas funções, a pedido do Conselho ou da Comissão;

(c) dos membros do Tribunal de Contas que deixem de corresponder às condições exigidas ou de cumprir os deveres decorrentes do cargo, por iniciativa do próprio Tribunal de Contas, nos termos do artigo 247.º, n.º 7, do TCE;

(d) dos membros do próprio TJ (juízes ou advogados-gerais), do TPI e do TFP que deixem de corresponder às condições exigidas ou de cumprir os deveres decorrentes do cargo (artigo 6.º do Estatuto).

3.3.10. Enquanto tribunal de recurso, o TJ

(a) decide os recursos interpostos dos acórdãos ou despachos proferidos pelo TPI que (i) ponham termo à instância, (ii) conheçam parcialmente do mérito da causa ou (iii) ponham termo a um incidente processual relativo a uma excepção de incompetência ou a uma questão prévia de inadmissibilidade, limitando-se ao conhecimento das questões de direito, nos termos do artigo 225.º, n.º 1, segundo parágrafo, do TCE e do artigo 58.º do Estatuto. Os recursos podem ter por fundamento (i) a incompetência do TPI, (ii) irregularidades processuais perante este tribunal que prejudiquem os interesses do recorrente, ou (iii) a violação do direito comunitário pelo TPI.

Tais recursos não têm efeito suspensivo, sem prejuízo da competência do TJ para, a requerimento do interessado, suspender a execução do acórdão do TPI impugnado, ou decretar outras medidas provisórias, se considerar que as circunstâncias o exigem. Quando o recurso for julgado procedente, o TJ anula a decisão do TPI. Pode, neste caso, decidir definitivamente o litígio, se este estiver em condições de ser julgado, ou remeter, para julgamento, o processo ao TPI, que fica vinculado à solução dada às questões de direito pelo acórdão do TJ; (b) reaprecia, a título excepcional, os acórdãos ou despachos do TPI proferidos sobre os recursos interpostos das decisões do TFP, caso exista risco grave de lesão da unidade ou da coerência do direito comunitário (artigo 225.º, n.º 2, segundo parágrafo do TCE).

3.3.11. Para além disso, o TJ é competente para

(a) estabelecer o seu regulamento de processo, que deve ser aprovado pelo Conselho deliberando por maioria qualificada (artigo 223.º, último parágrafo, do TCE);

(b) nomear o seu secretário, fixando-lhe o estatuto.

3.4. Funcionamento

O TJ reúne-se em secções não especializadas de três e de cinco juízes e em grande secção composta por treze juízes, consoante a importância das causas a decidir. Às secções de cinco juízes cabe desenvolver a jurisprudência, e à secção de três juízes cabe aplicar a jurisprudência constante. Actualmente, há no TJ quatro secções de cinco juízes e quatro secções de três juízes. Nestas últimas, os processos são frequentemente julgados sem conclusões de advogado-geral, por não suscitarem questões de direito novas.

À grande secção cabe decidir sobre questões de princípio. O TJ deve também reunir em grande secção sempre que um Estado-Membro ou uma instituição da União que seja parte no processo lho solicitarem.

Em tribunal pleno, formação excepcional, o TJ (a) deve reunir para apreciar um requerimento com vista à demissão compulsiva (i) do Provedor de Justiça, (ii) de um Comissário, (iii) de um membro do Tribunal de Contas, ou (iv) de um membro de qualquer dos tribunais da UE, e (b) pode reunir para julgar uma causa considerada de

excepcional importância (artigos 221.º do TCE e 16.º do Estatuto, terceiro e quarto

parágrafos).

O processo perante o TJ compreende duas fases, uma escrita e outra oral. A fase escrita inclui a comunicação às partes e às instituições da União cujas decisões estejam em causa, das petições e requerimentos, observações, alegações, contestações e respostas e, eventualmente, das réplicas, bem como de todas as peças e documentos em seu apoio ou respectivas cópias autenticadas. A fase oral inclui a leitura do relatório apresentado pelo juiz relator, a audição pelo TJ, dos agentes, consultores e advogados bem como, se for caso disso, de testemunhas e peritos, e a apresentação das conclusões do advogado-geral. A apresentação destas precede imediatamente a abertura da fase de julgamento, que é secreta e culmina na prolação de um acórdão ou de um despacho, nunca acompanhados de votos de vencido.

Em determinados casos (como, por exemplo, os de manifesta inadmissibilidade do pedido), o TJ pode prescindir da fase oral do processo. Por outro lado, no âmbito dos pedidos prejudiciais que tramitam nos termos do artigo 104.º-B do regulamento de

processo (ver supra 2.3.2. in fine), o TJ pode omitir parcialmente a fase escrita do processo, “em casos de extrema urgência”.

4. O Tribunal de Primeira Instância (artigos 224.º e 225.º do TCE e Título IV do

No documento uniao europeia (páginas 101-111)