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2.3 Internet, inovação e as bandeiras do desenvolvimento: uma economia

2.3.1 Uma economia criativa?

Todo ser humano é criativo. Verdadeiro ou falso? Para o filósofo

americano Richard Florida (2005), um dos percursores do termo economia criativa que tem suscitado muito debate e discussão, a asserção é verdadeira. É verdadeiro também o fato de que esta lógica desenvolvimentista imbui e aglutina a literatura progressista de estímulo ao empreendedorismo das firmas startups. Na obra The

Flight of the Creative Class, o autor não apenas reforça seu argumento como

desmembra os conceitos de capital criativo, classe criativa e polêmico conceito de

economia criativa, sobre o qual versaremos a seguir. Sua principal tese propõe o

surgimento e a ascensão de uma nova classe de trabalhadores do conhecimento que vêm reestruturando uma hierarquia econômica de forma mais complexas. Parte da ideia que todos os seres humanos são criativos, em diferentes maneiras e em diferentes campos - que vão além das tradicionais habilidades educacionais adquiridas – e estão adaptando-se a novas formas de sociabilização e trabalho, rumo ao desenvolvimento e à prosperidade econômica.

Um dos maiores mitos dos tempos modernos é que a criatividade está limitada a um pequeno grupo de pessoas dotadas com determinados talentos. A maioria das pessoas, acredita-se, não quer ser criativa, não conseguiria ser criativa se fosse solicitado e se sentiria muito desconfortável em ambientes em que criatividade fosse necessária. Esta crença é falsa. O

elemento mais importante da minha teoria, e o mais esquecido também, consiste na ideia de que todo ser humano é criativo. Nossa própria

natureza garante que cada pessoa seja dotada de uma incrível capacidade de inovação, um subproduto da capacidade humana de desenvolver-se e adaptar-se (FLORIDA, 2005, p. 34, grifo nosso)39.

39 “One of the greatest fallacies of modern times is that creativity is limited to a small group of people

with particular talents. Most people, the belief goes, don’t want to be creative, couldn’t do it if asked, and would be very uncomfortable in an environment where creativity was expected of them. This belief is false. The single most overlooked—and single most important— element of my theory is the idea that every human being is creative. By our very nature, each and every person is endowed with an incredible capacity for innovation, a by-product of the innate human capabihty to evolve and adapt” (tradução do autor”.

Para Florida (2005, p. 35), o grande desafio do nosso tempo será manter acesa a fagulha da criatividade que existe dentro de cada ser humano. O conceito da classe criativa deveria ser, portanto, compreendido nem como elitista nem como exclusivista. E imbuído por tipologias relativas às suas áreas de análise, Florida lembra-nos as motivações que o levou a cunhar os termos apresentados, mais precisamente “classe criativa”:

Na verdade, eu criei este termo principalmente como resultado de uma frustração pessoal e intelectual com o esnobismo presente em tais conceitos como trabalhadores do conhecimento, sociedade da informação, economia high tech e por aí vai. Escolho o termo classe criativa porque este termo

define com precisão a verdadeira fonte da criação de valor econômico e

mostra-se mais útil para identificar quem dos nossos colegas trabalhadores está ou não está sendo financeiramente e profissionalmente gratificado por fazer uso de sua própria criatividade inerente (FLORIDA, 2005, p. 35, grifo nosso)40.

Se para Bourdieu (2002) o talento é condicionado por fatores relativos a privilégios sociais, bem como entende Elias (1993, 1995), que afirma que o talento dos tidos “gênios” não é um processo autônomo “interior” isolado; vemos o oposto quando Florida (2005, p. 35) associa criatividade a talento:

A criatividade é o grande nivelador. É um talento que não pode ser herdado

e que não pode ser possuído no sentido mais tradicional. A criatividade

não reconhece as categorias sociais que criamos para nós mesmos. A criatividade desafia noções de gênero, raça, etnia, orientação sexual, e aparência física. Não temos como prever quem serão os próximos David Ogilvy, Gwendolyn Brooks, Paul Allen, Oscar Wilde, ou Barack Obama. Também não sabemos de onde eles sairão. Mesmo assim, nossa sociedade continua a encorajar os talentos criativos de uma minoria e a negligenciar as capacidades criativas de muito mais gente.41 (FLORIDA, 2005, p. 35, grifo

nosso)

40“In fact, I coined this term largely as a result of a personal and intellectual frustration with the snobbery

of such concepts as “knowledge workers,” “the information society,” “high-tech economy,” and the hke. I chose “creative class” because I found it to be both more accurate in defining the real source of economic valhe creation and also more useful in highlighting who of our fellow workers is or is not rewarded monetarily and professionally for making use of their own inherent creativity” (tradução do autor).

41 “For creativity is the great leveler. It’s a trait that can’t be handed down, and it can’t be owned in the

traditional sense. It does not recognize the social categories that we impose upon ourselves. It defies gender, race, ethnicity, sexual orientation, and outward appearance. We cannot know in advance who the next David Ogilvy, Gwendolyn Brooks, Paul Allen, Oscar Wilde, or Barack Obama will be, or where they will come from. Yet our society continues to encourage the creative talents of a minority, neglecting the creative capacities of many more” (tradução do autor).

Florida (2005) apoia a ideia de Dave Bayless, investidor de capital de risco e escritor, que defende: “[...] mesmo que uma pessoa não tenha o talento exigido atualmente, este talento rejeitado poderá ser fundamental na economia do amanhã”42.

O autor defende que precisamos tratar a criatividade humana como um “ecossistema global” onde as características de cada componente se complementam, numa relação simbiótica, entendendo que a diversidade não é algo meramente agradável, mas essencial. Nesta perspectiva, Richard Florida, juntamente com seu colega pesquisador da Carnegie Mellon University, Kevin Stolarick, elaborou um Índice de Criatividade, em 2004, nos Estados Unidos, comparando indicadores de desempenho para dois grupos em 49 regiões com mais de um milhão de habitantes. Os idealizados da pesquisa agruparam três perspectivas comparativamente analisadas nestas regiões mais e menos “criativas”, transcritas no Quadro 4, sendo elas: quantidade de empregos gerados; riquezas geradas por estes empregos a trabalhadores; e a relação destes empregos com áreas de tecnologia e inovação.

c) Quadro 4 - Comparativo do indice de criatividade (2004) em regiões Americanas Populações e empregos em crescimento

• Entre 1990 e 2000, os líderes no campo da criatividade geraram três vezes mais

empregos que as regiões com menor pontuação, 2.32 milhões contra 850.000 empregos.

• Mesmo levando em consideração o fato de que as regiões líderes empregam mais pessoas, os líderes mesmo assim geraram o dobro do número de empregos em

comparação aos outros, 22% contra 11%.

• As regiões líderes na criatividade continuaram a ter melhor desempenho nos últimos

anos, contradizendo afirmações que sua performance anterior havia sido um inesperado

efeito colateral do boom tecnológico. Estas regiões geraram mais que 35.000 empregos entre 1999 e 2002, enquanto as regiões com pontuação mais baixa perderam quase

400.000.

• As regiões com maior pontuação contribuiram com mais de 225.000 empregos bem

remunerados no setor da criatividade, enquanto as regiões com pontuação mais baixa

perderam mais que 30.000 destes empregos. Estas regiões também somaram quase 500.00 trabalhadores entre 1990 e 2000, comparados a 125.000 adicionados pelas regiões com

pontuação mais baixa, uma taxa de crescimento de 23% contra 9.27%.

Robusto crescimento em salários e ordenados

42Citado em Florida (2005, p. 35): “Even if a person doesn’t happen to have the talent that is currently

in demand today, that under- appreciated talent could well prove to be foundational for the economy of tomorrow” (tradução do autor).

Considerar apenas a criação de empregos pode levar a um equívoco. Uma região pode muito bem criar muitos empregos, mas a qualidade destes empregos – a riqueza geradas

por eles e os salários que eles pagam – também é importante.

• De acordo com a análise, as regiões líderes no índice da criatividade contribuíram com mais de $100 bilhões em salários entre 1999 e 2002. É mais que 5 vezes o valor de $20

bilhões adicionado pelas regiões com menor pontuação.

• Trabalhadores das regiões líderes em criatividade ganharam em média $5,000 a mais em salários que aqueles das regiões com menos pontuação, $40,091 contra $34,383. Os salários nas regiões com melhor desempenho subiram a uma taxa que representa

quase o dobro da taxa apresentada pelas regiões com desempenho inferior, 5.1% cento contra 2.8 %. Isto quer dizer que os trabalhadores nas cidades criativas são beneficiados

com os aumentos. Estes trabalhadores levaram para casa 37% mais dinheiro que seus colegas em regiões com menor pontuação, $5,125 contra $3,129.

Inovação explosiva e alta tecnologia

Os centros líderes de criatividade sempre foram muito mais inventivos, e ofereciam muito mais empregos com altos salários, e nos campos de alta tecnologia. É justo que as indústrias da alta tecnologia e das patentes sejam incluídas no índice da criatividade (e em

muitos outros indicadores) e por definição as regiões com melhor pontuação apresentam melhor desempenho nestas medidas. Mesmo assim, estes são resultados econômicos chave que muitas cidades buscam, então vale a pena fazer uma comparação entre os dois

grupos de regiões.

• Em 2001, as onze regiões com maior pontuação contribuíram com 8 vezes mais empregos de alta tecnologia que as onze regiões com menor pontuação (248,000 contra 61,000). • As regiões com maior pontuação geraram quase 100.000 mais patentes que as regiões

com menor pontuação entre 1990 e 1999.

• Mesmo levando em consideração o tamanho médio superior das regiões com maior pontuação, elas aumentaram seu índice de inventividade (ou patenteamento) mais que o

dobro do aumento das regiões retardatárias – 12 por cento contra 5 por cento. Fonte: Traduzido do texto original de Florida (2005, p. 46-48)

Em relação aos dados do quadro apresentado, entendemos que as regiões que apostam mais na criatividade, apresentam maior empregabilidade, maiores ganhos salariais reais e mais empregos voltados a tecnologia e inovação. Contra-argumentando as críticas de que sua primeira pesquisa não contemplou adequadamente questão do empreendedorismo e da formação de novas firmas TIC, Richard Florida elaborou outra pesquisa ao lado de seu colega e especialista na área de empreendedorismo e inovação Zoltan Acs, em conjunto com seu orientando de doutorado, Sam Youl Lee. Em conclusão, mostraram que os índices de formação de

novas firmas startups são consideravelmente mais altos em regiões criativas, e

que o empreendedorismo está intimamente ligado ao índice de criatividade. Mesmo contemplando outras áreas que sua pesquisa em 2004 não mapeou, a posterior

conclusão apresentada (destacada acima) não foram suficientes para os críticos pouparem julgamentos ao trabalho do autor. Florida (2005, p. 49) desabafa:

Mas, na verdade, o pessoal do instituto Manhattan não está interessado em números; eles têm um machado ideológico muito pais importante para amolar. Eles acreditam que os ‘políticos e legisladores liberais’ apegaram-se ‘às teorias de Florida com tamanho entusiasmo’ porque, para tais políticos e legisladores, um governo em expansão é sempre mais interessante que uma economia em expansão.’ Agora podemos

entender melhor. O real objetivo nesse caso é denegrir todas as formas de políticas públicas e ao mesmo tempo promover o tradicional mantra da direita de acordo com o qual a redução nos impostos, a privatização, e os mercados livres de regulamentação não só irão gerar crescimento econômico como irão também solucionar todos os nossos problemas. Apesar de tais prescrições direitistas serem o combustível para as chamas da ideologia conservadora, elas são contraditas pelo que qualquer economista sério, regional ou urbano, tenha a dizer sobre o assunto. Existe um predominante consenso neste

campo de acordo com o qual as taxas tributárias tem um efeito inferior e que o verdadeiro crescimento vem da produtividade melhorada e das maiores taxas de inovação produzidas pelas concentrações de capital humano capacitado. O meu parecer não advoga mais gastos governamentais. O meu parecer afirma categoricamente que os grandes

projetos governamentais que vem de cima são o maior problema. Minha

crítica está direcionada às obras faraônicas, como por exemplos os estádios, ou planos em larga escala de revitalização de áreas centrais.

Em quase todas os meus pronunciamentos públicos, tenho defendido a ideia de uma moratória para tais megaprojetos governamentais. Semelhante a

Jane Jacobs, eu argumento que o verdadeiro crescimento econômico é voltado para a população, orgânico e fundamentado na comunidade

(FLORIDA, 2005, p. 49, grifo nosso)43.

Desabafos de lado, o que é certo é que desde que Florida cunhou o termo

economia criativa, este tem sido explorado com afinco por organismos internacionais,

como os relatórios UNCTAD (2008), UNESCO (2008, 2013) e por outros teóricos, como Brinkley e Holloway (2010) e Markusen e Gadwa (2010), que posteriormente

43“But the Manhattan Institute crowd is not actually interested in the numbers; it has a much bigger

ideological ax to grind. “Liberal policymakers and politicians,” it contends, “have latched on to [Florida’s] theories so enthusiastically” because “to them, an expanding government is always more interesting than an expanding economy.” Now we have it: The real goal here is to denigrate all forms of public policy while promoting the traditional right-wing mantra that tax cuts, privatization, and unfettered free markets will not only generate economic growth, but win also solve all that ails us. While these right- wing prescriptions fuel the flames of conservative ideology, their claims are contradicted by almost everything that serious urban and regional economists have to say on the subject. The broad consensus in the field is that tax rates have at best a minor effect and that real growth stems from the improved productivity and higher rates of innovation produced by concentrations of skilled human capital. My view is no paean for more government spending. It unequivocally states that large, top-dovm government development projects are a major part of the problem. I roundly criticize public boondoggles like stadium- building efforts and large-scale downtown revitalization plans. In almost all of my public speaking. I’ve called for a moratorium on such government megaprojects. Like Jane Jacobs, I argue that real economic development is people-oriented, organic, and community- based” (tradução do autor).

aqui apontaremos. Explorado também pela mídia44 e por políticas públicas nacionais45 e estrangeiras com o mesmo clamor desenvolvimentista das metodologias de arranque46 ao empreendorismo do Vale do Silício. Como assumido pelo autor, os políticos liberais parecem mesmo preferir sempre números positivos a negativos. Os gigantes número relativos a economia criativa, sempre progressistas, são mesmo fonte de entusiasmo de políticos. Qual o encanto por trás destes números? Que número são estes? É o que veremos a seguir.

Florida (2005, p. 26) acredita estamos entrando em uma Era Criativa “[...] porque o principal fator que nos impulsiona para frente é a ascensão da criatividade enquanto principal mola propulsora da nossa economia. Não apenas tecnologia ou informação, mas criatividade humana”47. Segundo o autor, esta Era vem sendo estimulada por uma série de mudanças graduais na nossa economia e na nossa sociedade há décadas, com a finalidade de providenciar um “[...] sistema fundamentalmente novo para trabalhar e viver” (FLORIDA, 2005). Vemos hoje, mais do que nunca, o mundo girando em torno das inovações, e, como considera Florida (2005), estas inovações não surgem arbitrariamente; elas nascem sempre de uma ideia. E as ideias não surgem “[...] do nada como mágica de uma mão invisível [...] As ideias não caem do céu; elas nascem das pessoas” (FLORIDA, 2005)48. Todos os dias, a toda hora. E de acordo com sua análise, estas pessoas não são motivadas apenas por recompensas financeiras; elas são motivadas por verem seus potenciais talentos serem desenvolvidos.

Os softwares são escritos por pessoas. Os designs de produtos são produzidos por pessoas. Novas empresas são criadas por pessoas. Música e imagens são criadas por pessoas e chegam até nós através de aparelhos criados por pessoas.[...] O que, de fato, impulsionou o grande boom dos anos 90 não foi a ambição ou até mesmo o capital de risco facilmente disponível combinado com o empreendedorismo high-tech, mas uma tremenda liberação de criatividade humana de todos os tipos. Em termos gerais, tem

44Destaco o programa “Mundo Criativo” lançado no primeiro semestre de 2015 pelo canal de tv por

assinatura Globo News e inúmeras matérias em jornais que observamos durante a pesquisa de mestrado.

45 Exemplificamos pelo programa brasileiro de estímulo a intercâmbio acadêmico, o Ciências sem

Fronteiras, que prioriza áreas de interesse científico da nação e que contempla em sua última categoria áreas de pesquisa voltadas para a “economia criativa”.

46 Descritas no tópico 3.1.

47“I call the age we*are entering the creative age because the key factor propelling us forward is the

rise of creativity as the prime mover of our economy. Not just technology or information, but human creativity” (tradução do autor).

48“Innovation doesn’t come magically from an invisible hand [...] Ideas don’t fall from the sky; they come

sido sempre assim: as pessoas pensam em algo novo – agricultura, em vez de caça e coleta, construir uma máquina a vapor em vez de selar um cavalo – e a partir daí temos consequentes mudanças na realidade social e material. O que tem acontecido recentemente foi devido à uma explosão de todas as formas de trabalho criativo. Tal explosão foi o que produziu a maior parte do nosso crescimento econômico no final do século XX. Talvez a coisa mais

incrível da era criativa é que ela traz consigo a possibilidade não apenas do crescimento econômico e da prosperidade, mas também de um desenvolvimento mais pleno do potencial humano em geral (FLORIDA,

2005, p. 26-27, grifo nosso).49

Assim, seu argumento gira em torno de que as pessoas estão tendo maior consciência em relação ao uso da criatividade nas suas formas de produção de riqueza, por empregos tradicionais ou mesmo em atitudes empreendedoras. E estão preferindo ambientes onde estas habilidades encontrem seu lugar ao lado da criatividade. Ver o desenvolvimento destes talentos, na opinião do autor, é o que de fato as motiva e as sustenta na decisão dos próximos passos.

O argumento aqui não é que todos deveríamos trabalhar em startups ou tornar-se cabeleireiros. O que está sendo proposto, na verdade, é que um número crescente de Americanos atualmente deseja exatamente o que a nossa economia necessita para seu fortalecimento: não apenas ganho financeiro, mas a oportunidade de aplicar suas habilidades criativas. A melhor parte desta equação é que o tipo de trabalho que as pessoas amam fazer é também o tipo de trabalho que as leva à prosperidade (FLORIDA, 2005, p. 26-27)50.

Cada vez mais as pessoas estão obtendo seu sustento através da economia criativa. O número de pessoas em ocupações “altamente criativas” cresceu vertiginosamente no século XX, exemplificados por Florida, estes são “de arquitetos à esteticistas, de engenheiros a cientistas, artistas, escritores, administradores de alto

49“People write the software. People design the products. People start the new businesses. People

create the music and images that come streaming at us out of devices that other people create. What really drove the great boom of the 1990s was not greed or even rampant venture capital and high-tech entrepreneurship, but a tremendous unleashing of human creativity of all sorts. In a larger sense, it’s always been this way: People think of something new—farming instead of hunting and gathering, building a steam engine instead of harnessing a horse—and the material and social realities follow. What’s happened in recent times is that the pace and intensity of all forms of creative work have exploded. That’s what produced most of our economic growth over the late twentieth century. Perhaps the most incredible thing about the creative age is that it holds the possibility not only for economic growth and prosperity, but also for a much fuller development of human potential in general.” Tradução do autor.

50“The point is not that we should all join start-ups or become hairstylists. It’s simply that what growing

numbers of Americans want today is the very same thing needed to strengthen our economy: not just financial gain but the opportunity to engage their creative faculties. The best part of this equation is that the kind of work that people love is also the work that leads to prosperity.” Tradução do autor.

escalão, planejadores, analistas, funcionários dos sistemas de saúde, finanças e juristas”. Hoje, quase 40 milhões de trabalhadores – algo em torno de 30% da força