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Uma leitura contratualista: crise da sociedade salarial e a centralidade do trabalho

3. O TRABALHO: UMA CATEGORIA CENTRAL NOS ITINERÁRIOS E

3.2 Revisitando o debate sobre a crise e o fim do trabalho: Qual trabalho? Qual crise?

3.2.2 Uma leitura contratualista: crise da sociedade salarial e a centralidade do trabalho

No âmbito da produção crítica sobre o fim/centralidade da sociedade do trabalho, há um conjunto de contribuições sociológicas que não se situam no campo marxista, embora compartilhem, até certo ponto, de determinados argumentos, diagnósticos e tenham entre si pontos convergentes, as quais oferecem elementos analíticos que possibilitam um entendimento ampliado deste debate. As formulações de Robert Castel (1998, 2010), sociólogo francês, sobre a crise da sociedade salarial é um exemplo disso, na medida em que propõe uma compreensão diferenciada sobre a crise da centralidade do trabalho.

Em sua obra recente, “La montée des incertitudes : Travail, protections, statut de

l'individu”, publicada em 2009 e traduzida para espanhol em 201038, o referido autor busca

aprofundar e atualizar o debate sobre a crise da sociedade salarial entre o período de 1995 e 200539. Dentre as diversas questões abordadas nessa obra, Robert Castel retoma o debate sobre a centralidade do trabalho com o intuito de descortinar e se contrapor ao terreno nebuloso das representações apocalíptica” sobre o futuro do trabalho presentes na literatura sociológica e opinião pública, atendo-se especialmente à realidade da sociedade francesa. Sua posição teórica se situa, como já havíamos mencionado, na defesa da tese de que o trabalho ainda cumpre uma função integradora, ocupa um lugar central na estruturação da sociedade moderna. Para tanto, a sua construção argumentativa parte da premissa de que tal debate só faz sentido histórico-analítico, a partir de uma reflexão crítica sobre a estruturação e o devir da sociedade salarial40. Entendida como um tipo de formação social onde o trabalho, na forma

38 Este livro foi publicado com o título “El ascenso de las incertidumbres : trabajo, protecciones, estatuto del

individuo”, pela editora Fondo de Cultura Económica, em Buenos Aires, Argentina.

39 O livro reúne uma coletânea de artigos, publicados durante este período, atualizados pelo autor na pós-data no

final dos respectivos capítulos.

40 Para Robert Castel (1998) a sociedade salarial é compreendida como uma formação social do capitalismo, na

qual o estatuto de assalariado se torna hegemonicamente o mecanismo de integração, de classificação e desclassificação dos indivíduos na estrutura social, não se restringindo apenas a sua inserção na esfera produtiva. A sociedade salarial se efetiva historicamente a partir do momento em que as prerrogativas relacionadas ao trabalho assalariado, enquanto um princípio integrador do social, tenha a capacidade de cobrir os riscos sociais para além dos trabalhadores e suas famílias, mas também os não-assalariados e a quase totalidade dos inativos.

de emprego assalariado, ocupou um lugar hegemônico, se configurando como uma condição social estável que associava ao trabalho garantias e direitos sociais.

Nas últimas três décadas, o que se observa é a degradação do tipo de regulações organizadas a partir do trabalho socialmente protegido e a erosão do pacto de solidariedade, que possibilitou a coesão do social, certo equilíbrio entre o econômico e social, que criou as condições necessárias para produzir as riquezas e proteger aqueles que as produzem. É inegável que há um processo de fragilização da condição salarial, mas isso significa o fim do seu fundamento? Isso significa o fim do trabalho? Para Castel há duas possibilidades de enfrentamento dessas interrogações, tanto no plano teórico quanto no plano político. Se o tipo de pacto social vigente durante o período áureo da sociedade salarial se encontra na atualidade em deteriorização, isso não significa a sua obsolescência, pois os desafios societais fundamentais ainda seguem em torno do trabalho, de sua organização e de sua possibilidade de manter ou restaurar o seu papel de grande integrador. Todavia, se considerarmos que o regime de emprego salarial foi apenas um parêntese na história do capitalismo e da sociedade moderna, o debate sobre a crise do trabalho remete para a construção de uma nova organização social que pode surgir a partir das fissuras da sociedade salarial. Para tanto seria necessário admitir o fim do trabalho, pelos menos em termos do fim da organização do trabalho na forma de trabalho assalariado, e buscar novos fundamentos para manter a perenidade do laço social.

A posição teórica de Castel se situa no campo da primeira hipótese, de modo que a sua problematização sobre o fim do trabalho implica necessariamente a construção de um diagnóstico sobre o estado atual da sociedade salarial. Esse diagnóstico tem como premissa básica a evidência histórica da deteriorização da sociedade salarial, ou seja, a sua estrutura se mantém ainda que o sistema de regulação da proteção e dos direitos vinculados ao emprego se enfraqueça. Desde o final dos anos de 1970, estaria em curso um processo de desmantelamento completo da sociedade salarial que se caracterizaria pela assunção de novos riscos que torna aleatória e insegura a relação com o trabalho, tendo o desemprego em massa e a precarização das relações de trabalho, que se agravaram no último decênio, como as manifestações da desestabilização profunda das regulações da sociedade salarial.

Aos poucos, o equilíbrio entre o social e a economia se inclina em direção aos imperativos da rentabilidade econômica e do culto da empresa como única fonte de riqueza social. Ao passo que os direitos e as proteções do trabalho se transformam, aos “olhos” do pensamento neoliberal, em verdadeiros obstáculos para competitividade na ordem econômica globalizada. A palavra de ordem, frente à hegemonia do capital financeiro internacional que

ataca frontalmente os regimes de proteção do trabalho construídos nos marcos dos Estados- Nação, passa a ser flexibilizar as relações de trabalho, os processos produtivos, a legislação social e os direitos do trabalho em nome da redução dos custos do trabalho e da maximização dos lucros e da eficácia produtiva.

Por sua vez, as transformações tecnológicas também têm efeitos significativos sobre a condição salarial, envolvendo desde a substituição do trabalho humano por máquinas mais produtivas, poupadoras de empregos, mudanças na natureza e o conteúdo do trabalho dado ao incremento de novas tecnologias nos processos de trabalho, bem como o aumento do trabalho virtual, possibilitado pelas novas tecnologias de informação, que permitiram a desterritorialização das tarefas para fora do espaço da empresa, o uso de trabalhadores autônomos conforme o surgimento de demandas, garantindo uma flexibilização máxima da produção e da força de trabalho. Emerge também desse processo a figura do prestador de serviço que negocia, ele mesmo, por conta e risco suas condições de trabalho em substituição a imagem do trabalhador assalariado inscrito em um sistema de regulações coletivas.

O que se constata é um conjunto de indicadores que comprova uma desconexão crescente dos sistemas de garantias mínimas relacionadas ao trabalho na sociedade salarial. De acordo com Castel (2010), o Salário Mínimo Interprofissional de Crescimento (SMIC) se configura como um verdadeiro passaporte para a sociedade salarial na França, uma vez que associa um salário mínimo e a participação nos direitos coletivos de trabalho. No entanto, o diagnóstico que se tem é de uma nova configuração da sociedade salarial, marcada por uma expansão progressiva de assalariados abaixo do SMIC, em situações de subemprego e subprotegidos, destino quase sempre certo para as mulheres e os jovens, que geralmente também alternam com maior frequência as situações de empregos precários e períodos de desemprego, e aventuram a sorte no mercado de trabalho secundário, totalmente desvinculado dos sistemas de garantias do salariado fordista. Portanto, essa nova configuração atinge diretamente o coração da sociedade salarial.

O futuro do trabalho assalariado no sistema de normas que regulava se vê assim profundamente debilitado: redução massiva de efetivos conduzidos ao desemprego e destruição definitiva de empregos que muitas vezes eram aparentemente estáveis, como do setor industrial, ou bancário; desenvolvimento igualmente massivo da precariedade, o subemprego e os baixos salários que multiplicam as situações em que o trabalho já não pode assumir a função integradora que tinha na sociedade salarial, e, ao fim e ao cabo, a instalação nas margens da nossa sociedade de uma categoria de pessoas que denominei de “supranumerários”, isto é, que não parece já estar destinados a um lugar na sociedade, pelos menos se este lugar passar pela obtenção de um trabalho que responda aos critérios do emprego assalariado clássico. (CASTEL, 2010, p. 81) (Tradução livre).

Esse quadro atual da sociedade salarial fomentará as explicações do seu desmoronamento e o fim do trabalho, terreno fértil para uma vasta literatura sociológica e opinião pública, cujas comprovações do diagnóstico da deteriorização serão utilizadas para atestar o seu colapso, pois o trabalho, na sua forma de emprego assalariado, perderia a sua razão social, e já não poderia ser pensado como um vetor principal de integração. De acordo com Castel, muitas das reflexões sobre a transformação da sociedade salarial são exageradas e constroem uma representação apocalíptica da situação atual, articuladas a partir de um duplo discurso, entre si conectado, sobre o horror econômico41 e o fim do trabalho que não se confirma quando se analisa empiricamente a sociedade salarial. Em sua totalidade, os dados e indicadores sobre a população ativa revelam que o trabalho, especialmente o trabalho assalariado, continua a ocupar um lugar central na estrutura social. No caso específico da França, as estatísticas existentes indicam que a proporção dos assalariados da população no final dos anos de 1990 (86%) permanece a mesma dos anos 60, período de apogeu da sociedade salarial.

Do ponto de vista das relações de trabalho também é questionável afirmar que o tempo de trabalho e a inversão no trabalho diminuíram substancialmente. Mesmo que se considere que os novos empregos são a rigor em ocupações precárias, a tempo parcial, que há um processo de destruição de empregos em tempo integral, a tendência tem sido a proliferação dos subempregos, e nem tampouco a escalada do desemprego foi capaz de suprimir as horas extras. Em linhas gerais, observa-se uma intensificação do e no trabalho, uma vez que as novas formas de emprego exigem cada vez uma maior mobilização dos trabalhadores em relação ao emprego fordista. Sem falar que as fronteiras entre tempo de trabalho e tempo de descanso, espaço de trabalho e espaço doméstico tornam-se fluidas com o advento das novas formas de trabalho em domicílio possibilitadas pelas novas tecnologias. Além disso, o discurso empresarial moderno exige uma disponibilidade permanente para empresa e uma adesão total aos seus valores e princípios. É preciso vestir e suar a camisa e assumir as suas metas como se fosse algo inerente à individualidade e subjetividade de cada indivíduo.

A implicação excessiva e o sofrimento no trabalho são dois aspectos centrais da relação com o trabalho. É consenso nas pesquisas recentes da sociologia do trabalho que a intensidade das pressões que se exercem sobre os trabalhadores dentro e fora do trabalho é um processo que atinge as mais diferentes categorias profissionais em escala global. Os trabalhadores são conclamados a se envolverem de corpo e alma e a mobilizarem um conjunto

de recursos (objetivos e subjetivos) a serviços da empresa; são impelidos a se qualificarem e se adaptarem às novas tecnologias, a serem competitivos e se anteciparem as mudanças nas empresas; e o medo do desemprego ou da perda do trabalho acentua ainda mais essas pressões e reacende a preocupação com o trabalho num contexto que o tempo livre é, paradoxalmente, cada vez menos livre. Portanto, as diversas formas de pressões exercidas sobre trabalhadores têm aumentado o sofrimento do conjunto dos trabalhadores e das formas de alienação, que se expressam nas situações patológicas da organização do trabalho. Essas experiências vividas no plano concreto e cotidiano em que se encerram as relações de trabalho sinalizam que a perda da centralidade do trabalho não passa de um antípoda da realidade, pois: “o trabalho

sempre está presente na vida cotidiana da gente, antes de tudo por expressar os sofrimentos e

as preocupações cotidianas que pode suscitar” (CASTEL, 2010, p. 86) (Tradução livre).

A premência da importância do trabalho torna-se mais eloquente quando os indivíduos vivem a sua ausência de trabalho na forma de desocupação, ou seja, do desemprego. No plano das aparências, a desocupação seria por excelência uma situação de total distanciamento do trabalho, mas as experiências dos solicitantes de emprego demonstram justamente o contrário, a importância do trabalho não é tanto sentida quanto na sua falta. Os estudos sobre o desemprego têm contribuído decisivamente para entender que a centralidade do trabalho torna-se mais inteligível quando analisada a partir das experiências de não-trabalho.

O conjunto de transformações cristalizado na sociedade salarial permite concluir que é um erro, do ponto de vista empírico e político, afirmar o fim do salariado. Como também, do ponto de vista da relação com o trabalho, a tese da perda da centralidade do trabalho encerra em si mesma uma confusão analítica que “... assimila o fato de que o emprego perdeu sua consistência ao juízo de valor de que haveria perdido sua importância” (idem). Na verdade, a grande transformação é que há muitos assalariados precários, assalariados que vivem sob ameaça constante do desemprego e desestabilizados em relação ao trabalho. E é justamente a relação com o trabalho que mudou profundamente, pois a incerteza e a insegurança tornaram regras do devir, tornando imprevisível o futuro.

De acordo com Castel, nos anos 2000, as referências sobre o fim do trabalho desapareceram completamente do debate público. O que se observa é uma extraordinária valorização do trabalho combinada com estigmatização de todos aqueles que não trabalham. Sobre os desempregados paira a ideia de que são desempregados voluntários, e sobre os quais irão se multiplicar as formas de controle e a pressão para que aceitem qualquer trabalho. Assim como os assistidos pelo Estado são acusados de parasitas que vivem à custa daqueles que querem trabalhar. Essas concepções que se reproduzem no discurso político e popular da

sociedade francesa estão profundamente afinadas com as características da conjuntura econômica atual, pois o novo capitalismo não está em condições de assegurar o pleno emprego, no sentido clássico da sociedade salarial. No seu lugar, surge uma nova configuração sistêmica que se assenta na ideia de uma sociedade da plena atividade, que não opera no registro do pleno emprego, caracterizada por três componentes básicos:

Em primeiro lugar, há não-emprego42 e subemprego, vale dizer, uma escassez de

lugar disponíveis no mercado de trabalho suscetível de satisfazer uma demanda completa de pleno de emprego. Em segundo lugar, há uma sobrevalorização do trabalho que o converte em um imperativo categórico, a exigência absoluta de trabalhar para ser socialmente aceito. Em terceiro lugar, e de maneira correlativa, há uma estigmatização do não trabalho assimilado ao ócio culpável, a figura tradicional do “mal pobre” que vive à custa da gente de bem (os que trabalham, que estão bem e que tem bens) (CASTEL, 2010, p.92) (Tradução livre e grifos nossos)

Esses três aspectos da conjuntura econômica atual alimentam uma política de retorno à plena atividade, contudo sem assegurar o retorno do emprego relativamente seguro e durável, amparado no direito do trabalho e com acesso a proteção social. Há uma valorização moral do trabalho, uma necessidade imperiosa de que todos trabalhem. Entretanto, isso não significa que todos podem gozar das prerrogativas do emprego socialmente protegido. A consequência visível desse processo é o retorno do trabalhador pobre na paisagem social. Se no passado o estatuto do emprego havia livrado a grande maioria dos trabalhadores da pobreza, paradoxalmente no presente já não dispõe das mesmas prerrogativas e se assiste ao retorno da figura do trabalhador pobre. A lógica da produção das situações de trabalho degradado tem como fundamento ideológico a premissa de que “se é absolutamente necessário trabalhar, é absolutamente melhor estar trabalhando do que ficar fora dele”, de modo que é muito mais interessante ser um trabalhador pobre, do que ser mal pobre, ao menos tem o mérito de trabalhar, ainda que seja em situações e condições de trabalho degradantes, sem se tornar uma parasita social ou inútil socialmente.

Além disso, essa conjuntura é marcada por uma situação de déficits de lugares no mercado de trabalho e por uma pressão político-moral, caracterizada pela sobrevalorização do trabalho. Em outros termos, significa que as pessoas devem trabalhar a qualquer preço, independente do estatuto do emprego. A regra passa ser a precarização do trabalho e

42 Vejamos a definição de não-emprego proposta por Castel (2010, p 92): “Falo de ‘não-emprego’ mais que de

‘desocupação’, porque a concepção da desocupação implica que os ‘solicitantes de emprego’ esperam que se restabeleça um equilíbrio entre a oferta e a demanda do emprego. Se a demanda se prolonga e se torna massiva, se fala de ‘crise’ de mercado de trabalho sem questionar essa complementaridade ideal entre oferta e demanda. Não obstante, seria possível que, mais que desocupação assim entendida, haja não emprego, no sentido de que haveria solicitantes que não seriam capazes de encontrar um emprego no mercado de trabalho. Salvo que se mude a definição do que é um emprego, e me parece que não é isso que está acontecendo.”

consequentemente da vida, fazendo emergir neste cenário a figura do trabalhador híbrido, fruto da conjugação entre trabalho e assistencialismo, ou para utilizarmos a expressão de Castel, da institucionalização da precarização assistida. Isso ocorre porque o trabalho já não mais garante os recursos necessários para assegurar a reprodução social do trabalhador e de sua família, de modo que o trabalho, fundamento central da sociedade salarial, se reconfigura e ganha novas formas históricas, completamente deterioradas. As respostas e alternativas encontradas pelo novo regime do capitalismo para a escassez de empregos em nada garantem o retorno de emprego clássico, caminha no sentido oposto, da plena atividade, do trabalho destituído de direitos e garantias sociais.

Esse cenário, longe de ser um caminho sem volta, sem saída, do último grito, do fim da sociedade salarial, fortalece mais ainda a defesa do valor do trabalho. É uma prova cabal de que ainda não se encontrou uma alternativa consistente, capaz de assegurar a independência econômica e o reconhecimento social do indivíduo na sociedade moderna. Contudo as recentes tendências de transformação das condições do emprego demonstram que há trabalhos e trabalhos. Logo não se trata da defesa teórica e política de qualquer trabalho, mas qual trabalho?

Não é a incondicionalidade do valor trabalho que se deve defender, sim a importância essencial das condições graças as quais o trabalho pode constituir o suporte positivo da identidade dos indivíduos através dos recursos econômicos e os direitos sociais que ele proporciona.... A instigação para se trabalhar em quaisquer condições tem mais a ver com a chantagem moral que com essa exigência de conservar o trabalho no seu lugar insubstituível de fundamento da integração social. (CASTEL, 2010, p. 95) (Tradução livre).

Portanto, podemos inferir dessa leitura crítica de Robert Castel que o trabalho permanece como referência central, não só em sua dimensão econômica, mas também no que se refere ao seu universo psicológico, cultural e simbólico, um fato social totalizante que pode ser percebido e constatado quando se analisam as experiências e trajetórias laborais e de vida dos trabalhadores, as quais corporificaram as mudanças com o trabalho, seja daqueles que sofrem as pressões da cultura do trabalho aleatório e precário, bem como, daqueles que vivenciam o drama do desemprego, do não-trabalho.