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A vida no novo contexto

O gênero narrativa de migração na modernidade

3.2 A estrutura das histórias jaragüenses: um enlace analítico

3.2.3 A vida no novo contexto

São longos os trechos dedicados às explicações sobre como foi se instalar no país de destino, conseguir moradia, emprego, vencer a barreira da língua ou driblar a ameaça de deportação. Da mesma forma que na chegada, a figura de conterrâneos jaragüenses e outros brasileiros é recorrente nos relatos da nova vivência, indicando uma intermediação novamente feita pelos próprios pares. Nesse tópico, são narradas, sobretudo, as negociações para conseguir empregos, assim como mudanças entre os diferentes trabalhos e locais de moradia. Observe-se o exemplo a seguir:

(11) Wilson

35 ligou lá fez os contato e arrumou uma casa pra nóis 36 fomo lá arrumamo a casa...

37 ele arrumou emprego pra nóis 38 nóis pagamos pra arrumar o emprego 39 quem primeiro arrumou o emprego foi eu 40 ficou dois desempregado

41 no final da conta, sobrou cinquenta reais no bolso ainda 42 só dava pra comprar o passe do ônibus

43 não tinha dinheiro mais, o dinheiro tinha acabado 44 se não tivesse arrumado o emprego nóis ia passá fome 45 aí eu consegui trabalhá

46 arrumamo um italiano, um restaurante italiano

(12) Pedro

10 as primeiras barreiras que tiveram foi a língua, documentação...essas coisas...muitas coisas. 11 a gente enfrenta muitas barreiras, igual:

12 saudade da família, choque cultural, e muitas coisas no dia-a-dia 13 é uma adaptação muito radical pra vida,

14 é uma mudança de 360º na vida da gente.

(13) Dinis

18 tanto que esse (irmão), que morava lá, ele trabalhava à noite 19 começava às 8 horas da noite e parava às 8 horas da manhã 20 trabalhava como... limpar restaurante e coisa assim 21 aí ele pegou a gente... ele foi para casa dele, 22 fez uma farra boa demais...

23 e isso ele pegou a gente

24 lá era umas 6 horas da tarde, não! da manhã!

25 quando foi oito horas da noite deste mesmo dia, a gente já estava trabalhando com ele, né! 26 tipo assim, ele trabalha num restaurante, na limpeza

27 e a gente pegô... e foi... seguiu ele 28 assim nós ficamos trabalhado juntos

Observa-se que os recortes acima evidenciam muitas seqüências fragmentadas de orientações, agora dirigidas a recapitular o emaranhado de negociações para garantir moradia, emprego e, especialmente, o domínio ainda que elementar da língua. Se sobre a chegada paira ansiedade e medo, os relatos de vivência são permeados por toda sorte de dificuldades, o que será ilustrado a seguir:

(14) Wilson

63 Lavano... não tenho vergonha de falar pros outro 64 toda vida eu fui foi sofrido

65 no começo é sofrido é pa todo... todo mundo sofre mesmo 66 bobo é aquele que fala que vai e não sofre

Nessa macroestrutura dedicada à vivência no novo país, detecto os mesmos tópicos levantados em pesquisa anterior, sobre migrantes jaragüenses em Danbury (Freitas, 2005), com ênfase para a seqüência trabalho, dinheiro, cansaço, barreira da língua, saudade, depressão e discriminação. Também há muitas séries avaliativas sobre o caráter dos brasileiros e aspectos do Brasil, ambos em comparação com o exterior. Voltarei a esses tópicos nos capítulos subseqüentes, em que serão analisados com mais atenção os papéis dos atores sociais, bem como as avaliações nas narrativas.

Como o foco nesta seção concentra-se na estrutura das histórias, considero importante ressaltar que, à semelhança das duas primeiras partes que encadeiam as narrativas, “a ida” e “a chegada”, aqui também se evidencia o mesmo caráter fragmentado na estruturação das seqüências narrativas. Mais uma vez defendo que a estrutura discursiva reflete a não linearidade da própria vivência do migrante, marcada por rupturas constantes nas relações de trabalho, na divisão do espaço de moradia e por uma lida diária bastante dificultada e acirrada pela deficiência lingüística. Os percalços múltiplos que o migrante enfrenta fazem de sua vivência uma experiência nada tranqüila, ao contrário, o acúmulo de desencontros, atropelos terminam por consumir o ânimo e entusiasmo do início e a fadiga, tanto física quanto psicológica, que abate a muitos dos viajantes, o que acaba por definir o seu desejo de volta.

3.2.4 O regresso

O regresso é a parte próxima do fim da história e a mais entrecortada por avaliações. Trata-se do momento de desfecho, repleto de reflexões, pois, ao se aproximar do final da narrativa, o migrante faz um balanço de sua experiência. O tópico da volta é longo, apesar da decisão de voltar implicar, em alguns casos, uma decisão súbita e impetuosa, como indicam os dois recortes a seguir:

(15) Guido

104 aí eu comecei a pesar “despesa minha aqui, despesa minha lá...” 105 desespero por tá longe das minhas filha

106 desespero por tá longe da minha pátria 107 i comecei a pesá tudo

108 num tava sobrando 300, 400 livre, pagando essa despesa aí 109 num tava sobrano isso (gesto com os dedos, indicando pouco) 110 nada, nada, nada, nada, nada! aí, o que que eu fiz?

111 eu falei: “não! eu vou...”

112 decidi voltá pra trás, porque o meu intuito não era i pra Bélgica 113 era ir pra Ingraterra

(16) Bento

159 a volta po Brasil... minha.... não foi nem tão planejada 160 eu num tava a fim de vim bora

161 porque o Wiliam... ele morava na Inglaterra quando eu tava lá em roma 162 e ele tinha me falado que por lá ganha mais...

163 se eu quisesse vir pro Brasil, pra mim passa u’as férias, pra eu não precisá i lá direto 164 porque eu também não tinha como i pra lá, por causa do meu passaporte

165 ele me ajudava... depois que eu tivesse aqui ele ia me ajudá a entrá lá 166 porque o patrão dele tinha uma ... visto de trabalho

167 ele ia me ajudá a entrá lá...

168 e eu peguei e decidi ajuntá o meu dinheiro de janeiro pra cá

169 como eu tava trabalhano com esse italiano que tava me pagando certo 170 comecei a juntá o dinheiro pra voltá pra trás

171 justamente pra mim i pra Inglaterra

172 não porque eu queria já voltá e ficá no Brasil

Os relatos sobre a volta expõem seqüências que indicam pressões de ordem econômica, sentimental e até de saúde que tiram o entusiasmo inicial do migrante e culminam com sua decisão de retorno. Contudo, em algumas das histórias, acontecem

também fatos inesperados que ocasionam a volta antes da hora desejada, como quando ocorrem deportações, ou no caso em que o migrante tem de voltar em razão de, por exemplo, um acidente grave ocorrido com algum parente no Brasil. Mas há também referências a fatos positivos, como uma união matrimonial, seguida do desejo de um recomeço de vida na terra natal, agora a dois. Os recortes seguintes evidenciam algumas dessas situações:

(17) Leda

226 eu fui buscá... fui buscá alguma coisa

227 que foi a minha independência e fui procurá minha tampa também né 228 quando eu achei minha tampa a gente decidiu vim bora né

229 que foi o Tiago

230 e foi uma experiência completamente diferente 231 a gente tá junto até hoje graças a deus

232 e ele brasilero

233 nascido em Goiânia... pertim de mim e ao mesmo tempo longe né 234 se eu tivesse ficado aqui no brasil a gente não tinha se encontrado

(18) Patrícia

206 que... que meu irmão faleceu de acidente de moto 207 eu tava aqui

208 aconteceu esse acidente

209 a gente vê que ele não teve um socorro correto 210 ele não teve

211 a lei não funciona

212 meu pai foi reclamá os direitos 213 o cidadão dentro da delegacia

214 o delegado responsável foi super grosso

215 super mal educado num explicô nada que aconteceu 216 então é complicado a gente.... pela lógica ....

217 por mim se não tivesse acontecido esse fato eu não taria no Brasil mais 218 eu já teria voltado

219 eu já teria voltado

Observa-se que, curiosamente, a volta mencionada por Patrícia não se refere ao Brasil, diz respeito a Danbury, nos EUA. As conexões transnacionais que caracterizam as migrações da atualidade permitem maior flexibilidade entre os contextos de chegada e de partida, e, assim, os relatos sobre a volta ao Brasil precedem o desfecho da

narrativa, mas não significam, necessariamente, o fim da condição de migrante. Mais do que marcar um final, esses relatos mesclam perspectivas de retorno tanto ao Brasil quanto ao exterior, como no recorte seguinte:

(19) Duarte

158 nós num procurou fazê nada e só ficou... tipo assim... pesquisano e tal 159 mas isso levou a querer voltar de novo porque não tava ganhando dinheiro 160 e o que você tinha conseguido ce tava cumeno,

161 já tava acabando tudo

162 e eu também já tinha saudade de lá

163 então a melhor coisa é voltar pra lá e ganhar mais um dinheiro.

Ao teorizar sobre a “cultura migrante do entre-lugar”, Homi Bhabha (1998) identifica muitas ambivalências na questão identitária das pessoas que se lançam aos movimentos transfronteiriços. No tópico da volta, os narradores expõem muitos sentimentos ambivalentes na trama de avaliações que eles tecem, comparando o Brasil com os países onde estiveram no exterior, comparando relações de trabalho, questões de cidadania, polidez, oportunidades de crescimento pessoal e toda sorte de associações entre os diferentes contextos de vivência. Essas avaliações, que serão discutidas mais adiante, constroem o tópico da volta com seqüências longas e conflituosas, denotando um deslocamento por parte do migrante em relação tanto ao seu contexto de chegada quanto de partida, apoiando, portanto, discussões sobre a posição “entre-lugar” de que fala Bhabha. O tópico da volta é, assim, um recurso potencial para explorações sobre questões identitárias dentro do debate da modernidade tardia, questão à qual me dedico em dois momentos mais específicos nos capítulos seguintes.

3.2.5 A lição

Ao me aproximar, agora, do fim desta seção sobre a estrutura das histórias de migração, e já tomando partido do tópico anterior, onde se evidencia o potencial das avaliações nas narrativas para o debate sobre a modernidade, aproveito para retomar alguns pontos da discussão de Walter Benjamin (1996) sobre modernidade e narrativa. É ele quem propõe que a narrativa traz sempre em si uma dimensão utilitária, seja ela expressa ou de forma latente. Essa utilidade deve consistir em um ensinamento moral, ou em uma sugestão prática, num provérbio ou uma norma de vida. Isso faz do narrador um homem que sabe dar conselhos. Essa dimensão utilitária de que fala Benjamin é manifestada pelos narradores jaragüenses, ao encerrarem suas narrativas com recomendações especialmente direcionadas àqueles que cultivam o desejo de se aventurar pelos mesmos caminhos que eles um dia percorreram. É o que fazem Wilson e Renato nestes dois recortes que compreendem a coda de suas narrativas principais:

(20) Wilson

238 e pra queles que querem ir.. 239 cuidado!

240 toma muito cuidado também... porque... como se diz ... 241 t os picareta na história que pega pá acabá mesmo 242 chega lá dentro te deixa na rua da amargura 243 e você tem que se virá

/.../ 251 não é fácil não... não é pra qualqué um, não!

(21) Renato

189 mas se você tem vontade ...e quer ir.... 190 vá que você vai aprender muito...

Os trechos destacados acima, apesar de mais curtos, dão ênfase ao encadeamento que percebo como mais geral nas narrativas: “cuidado! é muito difícil! mas, se você

quer ir, vá! pois aprende-se muito!”. Aprendizagem é a menção mais recorrente no

desfecho das narrativas. Ao concluir sua história como migrante, o narrador se diz afetado por mudanças irreversíveis, que se deram dentro de um processo que ele identifica como uma aprendizagem de vida. Tal aprendizagem compreende diferentes dimensões, que variam entre o domínio da vida solitária, longe da família, a conquista da independência, o conhecimento de pessoas e lugares diferentes, a capacidade de lidar com toda sorte de novidades próprias de um universo antes desconhecido e de se defender frente a vicissitudes, enfim, uma reeducação total. Examinemos mais dois exemplos:

(22) Duarte

1003 aí a oportunidade foi o que?... i pros Estados Unidos 1004 foi a melhor escola que eu já tive na minha vida

1005 porque lá eu aprendi a sê sozim, tipo assim, a tê responsabilidade nas coisa, 1006 sabê o que é certo o que é errado

1007 aprende tipo assim,

1008 a sê responsável com as coisas minha mesmo...

1009 tipo assim dependia do pai : “pai me arruma um dinhero” 1010 “pai num sei que tal tal tal”

1011 hoje não!

1012 hoje em dia, eu tenho minhas coisa... minha, entendeu... 1013 isso já mudô dimais

(23) Leda

235 mudou muita coisa... responsabilidade, costume 236 porque o meu costume não é o que eu tinha antes

237 hoje mesmo eu num vô na casa de ninguém sem sê convidado 238 de vez em quando eu ainda ligo pra sabê se ela ainda tá 239 porque cumé que cê vai às veis cê chega lá tá arrumano pra saí 240 então vai atrapalha... por mais que seja parente atrapalha 241 então eu aprendi muita coisa assim

242 às vezes eu num tinha aquela educação 243 que eu pricisava tê

244 aí a gente aprende

Observa-se que a “educação” a que se refere Leda é sinônimo de polidez, ou seja, a maneira cortês que os estrangeiros teriam de tratar as pessoas de um modo geral. Essa

polidez é um dos tópicos que eu já havia identificado em trabalho anterior sobre jaragüenses em Danbury (Freitas, 2005). Aqui, a “educação” aparece novamente, como um dos itens de superioridade estrangeira em relação a brasileiros, num tipo de associação em que, grosso modo, estrangeiros são pessoas educadas em oposição aos brasileiros que são mal-educados. Na maioria dos depoimentos em que se aborda essa questão da aprendizagem de vida, ela é descrita em termos de um certo abalo emocional e cultural, dentro de um processo re-educativo. Essa “reeducação” se processa de forma conflituosa, pois, demanda que o migrante abra mão de certos valores associados à sua cultura, em função de novos valores do grupo ao qual ele deve se adequar. Tais formulações se tornam fontes de ambivalência identitária, pois certos atributos, que no Brasil podem ser avaliados positivamente, associando-se a uma descontração e naturalidade próprias da nossa cultura, em oposição ao “outro”, torna-se uma marca negativa e de inferioridade:

(24) Renato

161 até então eu era uma pessoa que eu achava que eu estava muito bem

162 mas você passa por humilhações e privações que você aprende que você não é NADA... 163 e lá eles deixam bem claro: “você não é nada!”

164 “você não é daqui”

165 e você acaba aprendendo que o mundo é difícil... 166 e se alguém tem alguma pretensão de sair... 167 vá sabendo que vai sofrer bastante! 168 vai passar por muitas privações

A aprendizagem que o migrante adquire na experiência de vida se traduz em uma lição que ele compartilha com os que buscam o caminho do exterior. Embora Walter Benjamin (1996) enxergue a atitude de aconselhar como rara em um momento em que está em baixa o próprio intercâmbio de experiências, alegando que “dar conselhos” tem parecido cada vez mais antiquado, o migrante jaragüense contraria tal visão, pois lança aconselhamentos de forma explícita ou indireta, conforme ilustra

Renato, no exemplo 24, avaliando seu aprendizado e tentando compartilhar a lição adquirida.

Talvez o compartilhamento dessa experiência não se dê, propriamente, nos moldes em que Benjamin concebe. Para ele, as estórias do narrador tradicional não são simplesmente ouvidas ou lidas, porém, escutadas e seguidas; elas acarretam uma verdadeira formação, válida para todos os indivíduos de uma mesma coletividade. É essa orientação prática que Benjamin vê como perdida, e cuja ausência explica nossa habitual desorientação, isto é, nossa incapacidade em dar e receber um verdadeiro conselho.

As lições adquiridas pelos viajantes jaragüenses talvez não se repassem do mesmo modo que as do narrador tradicional, como um ensinamento a ser seguido e que acarretam uma “verdadeira formação”. Contudo, essas lições seguem um itinerário simbólico, cujo fluxo de comunicação alimenta o imaginário social, criando expectativas quanto ao fenômeno migratório e realimentando o próprio fluxo de viajantes. Certos discursos representam esses trânsitos como um movimento condicionado por pressões de cunho essencialmente econômico, e atribuem à pobreza, à economia, a questões políticas e até a catástrofes naturais o papel de agentes causadores da migração. Essas construções dão pouca ênfase às trocas comunicativas que se travam no meio social, com toda a gama de atividades discursivas que vão tecendo a trama complexa do imaginário migrante.

São trocas informais, que expõem e repassam os feitos dos que partiram, e toda sorte de narrativas verídicas ou ficcionais que fomentam discussões e reflexões sobre a atividade migratória: estórias de vizinhos, parentes e amigos que migraram; notícias jornalísticas sobre temas diversos ligados à migração; tramas televisivas, como a novela América, exibida pela rede Globo em meados de 2005, que expunha os percalços e

conquistas da personagem Sol, em sua “Odisséia” pelos EUA. Enfim, toda essa troca comunicativa de um lado, e de outro, um contingente aflito, constituem pólos inseparáveis do circuito estruturador de um movimento que, na prática, só se realiza pela ação de agentes humanos, dispostos a enfrentar física e psicologicamente toda sorte de barreiras e sanções que o ato de migrar envolve.

As lições aprendidas pelos viajantes podem não ter a mesma força dos ensinamentos repassados pelo narrador tradicional. Todavia, isso não as impede de se propagarem na corrente movediça das trocas comunicativas, aglutinando-se a diferentes práticas discursivas que vão compondo o conhecimento popular sobre as terras estrangeiras, o paraíso da riqueza e consumo, onde há emprego em abundância, onde os sonhos de conquista acenam com a possibilidade de realização. Se nas histórias jaragüenses abundam relatos de dificuldades, humilhações, riscos de deportação e toda sorte de infortúnios, tais imagens se dissipam ante as narrativas de sucesso, ou ante a indisfarçável materialidade dos bens adquiridos pelo migrante após seu retorno. É assim que, as lições tiradas a partir da lida com as adversidades narradas, orientam outros candidatos a migrante na sua própria trajetória rumo ao destino almejado.

Chego, portanto, ao fim desta seção de análise da estrutura temática das histórias de migração, observando que, nas narrativas jaragüenses, existe a dimensão utilitária que Walter Benjamin (1996) aponta nas estórias do narrador tradicional, com seu ensinamento, sua sugestão prática ou norma de vida. Embora essas narrativas possam carecer do espírito imaginativo associado ao ato de narrar que, segundo o autor, em outras épocas dotou a narrativa de uma áurea lírica que se perdeu na modernidade, ainda assim, as histórias jaragüenses compreendem uma lição objetiva, que é repassada pelo narrador, orientando seus caminhos pelas vias transnacionais de nossa época.