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O Pibid como política de formação de professores

No documento Sua Formação (páginas 70-82)

Básica, dos quais 38.048 já estão formados e dos que estão matriculados, 48,5% estão matriculados em cursos de formação inicial e 46,1% em formação continuada. Atualmente a UAB conta com 780 polos distribuídos pelo país.

Além dos programas de formação já citados nesse estudo, podemos destacar o Programa de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência)33. Segundo o Relatório de Gestão da Capes/Prodocência, no período de 2009-2013 (BRASIL, 2013d) o programa teve seu início na Secretaria de Educação Superior (SESu) do MEC, com o edital 11/2006 (BRASIL, 2006b). Em 2008 lançou-se um edital em parceria com a Capes, e a partir de 2010 este mesmo órgão assumiu o financiamento do programa. A finalidade do Prodocência é o fomento à inovação e à elevação da qualidade dos cursos de formação para o magistério da Educação Básica, na perspectiva de valorização da carreira docente. O objetivo geral do programa é apoiar a realização de projetos que visem contribuir para elevar a qualidade dos cursos de Licenciatura, na perspectiva de valorizar a formação e a relevância social dos profissionais do magistério da Educação Básica.

Nessa mesma linha de propostas, objetivando a melhoria da formação de professores para atuar na Educação Básica e como parte das “soluções emergenciais” do relatório do CNE sobre a escassez de professores, foi criada pelo governo federal o Pibid. Esse programa é uma iniciativa da Capes/MEC lançado inicialmente em 2007, e vem se disseminando por todo o país como uma possibilidade de melhoria da formação de professores para atuarem na Educação Básica. Por ser objeto de estudo dessa pesquisa analisaremos detalhadamente no próximo tópico.

e continuada de professores especificamente da Educação Básica, e promover ações que possibilitem a valorização do magistério em todos os níveis e modalidades de ensino.

Segundo Freitas, H. (2007) no encaminhamento de alteração da estrutura da Capes ao Congresso, a justificativa para a proposta é a de “[...] institucionalizar programas de formação inicial e continuada, bem como o desenvolvimento de metodologias educacionais inovadoras, visando a qualificação de recursos humanos para a educação básica [...]” (p.

1217, 2007, grifos da autora). Segundo a autora, essas ações constatadas na proposta é justificado pelo Ministério como forma de efetivar a integração entre a Educação Básica e a Educação Superior, permitindo melhorias na qualificação dos professores do ensino básico.

A Lei 11. 502/2007 (BRASIL, 2007c) apresenta as novas atribuições da Capes para o Ensino Superior e para a Educação Básica com orientações quanto à formação inicial e a formação continuada. Conforme o estabelecido na referida Lei, a Capes subsidiará o Ministério da Educação na formulação de políticas e no desenvolvimento de atividades de suporte à formação de profissionais de magistério para a Educação Básica e Educação Superior e para o desenvolvimento científico e tecnológico do País. Dentre as atribuições da

“nova” Capes, em regime de colaboração com os entes federados e mediante termos de adesão firmados com as IES está a de:

[...] induzir e fomentar a formação inicial e continuada dos profissionais do magistério da educação básica nos diferentes níveis de governo; planejar ações de longo prazo para a sua formação em serviço; elaborar programas de atuação setorial ou regional para atender à demanda social por esses profissionais; acompanhar o desempenho dos cursos de Licenciatura nas avaliações conduzidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep); promover e apoiar estudos e avaliações sobre o desenvolvimento e a melhoria dos conteúdos e das orientações curriculares dos cursos de formação de professores inicial e continuada (GATTI et al. p. 51-52, 2011).

Para efetivação das novas atribuições a Capes instituiu o Conselho Técnico Científico da Educação Básica (CTC/EB) e, além da Diretoria da Educação a Distância, foi agregada à sua estrutura organizacional a Diretoria da Educação Presencial.

Na reestruturação da Capes, que visou à melhoria no atendimento e a efetivação das novas atribuições recebidas em 2007, foram criados duas novas diretorias na Capes: a Diretoria de Educação Básica Presencial (DEB), e a Diretoria de Educação a Distância (DED) para atender as necessidades da Educação Básica Presencial e a Educação a Distância.

Diante disso, para a efetivação destes objetivos, a DEB instituiu princípios estruturantes para a formação de professores que contemplem: a conexão entre teoria e a prática, a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, o equilíbrio entre conhecimento, competências, atitudes e ética, e a integração entre instituições formadoras, escolas e

programas de pós-graduação. Estes princípios estruturantes da DEB correspondem aos programas de formação inicial, formação continuada, formação em pesquisa, extensão e, divulgação científica.

Diante das novas responsabilidades atribuídas a Capes, subsidiando o MEC na formulação de políticas e no desenvolvimento de atividades de suporte à formação de profissionais de magistério em Ensino Superior para a Educação Básica, está o Pibid proposto em 2007 no âmbito do MEC, da Capes e do FNDE pela Portaria Normativa 038, de 12 de dezembro de 2007 (BRASIL, 2007d), tendo como base legal a Lei 9394/1996, a Lei 12.796/2013 (BRASIL, 2013e), o Decreto 7.219/2010 (BRASIL, 2010b) e a Portaria Capes 096 de 18 de julho de 2013 (BRASIL, 2013d), sendo gerenciado pela DEB da Capes.

Em seu início conforme a Portaria Normativa 038/2007 (BRASIL, 2007d), foram disponibilizadas pouco mais de 3.000 bolsas, sendo estas direcionadas as Instituições Federais de Ensino Superior atendendo prioritariamente as Licenciaturas de formação de professores na área de Ciências para o Ensino Médio, que possui grande déficit de professores:

Licenciatura em Física, Licenciatura em Química, Licenciatura em Matemática e Licenciatura em Biologia, nessa ordem conforme dados apresentados pelo Relatório do CNE/2007 já apresentado nesse estudo, com a finalidade “[...] de fomentar a iniciação à docência de estudantes das instituições federais de educação superior e preparar a formação de docentes em nível superior em cursos de licenciatura presencial plena, para atuar na educação básica pública” (BRASIL, 2007e).

O edital MEC/CAPES/FNDE 01/2007 (BRASIL, 2007e), atendeu 23 instituições federais de Ensino Superior e centros federais de educação tecnológica, com avaliação satisfatória obtida por seus cursos de Licenciatura plena presencial, no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), os quais haviam firmado convênio ou acordo de cooperação com escolas públicas de Educação Básica dos Municípios, dos Estados ou do Distrito Federal. Nesse edital para cada projeto aprovado foram contemplados com bolsas: um professor coordenador por área do conhecimento, 30 bolsistas de iniciação à docência por área do conhecimento e um professor supervisor por escola da rede pública conveniada. Nesse referido edital, os objetivos do Pibid eram:

a) incentivar a formação de professores para a educação básica, especialmente para o ensino médio;

b) valorizar o magistério, incentivando os estudantes que optam pela carreira docente;

c) promover a melhoria da qualidade da educação básica;

d) promover a articulação integrada da educação superior do sistema federal com a educação básica do sistema público, em proveito de uma sólida formação docente inicial;

e) elevar a qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores nos cursos de licenciaturas das instituições federais de educação superior;

f) estimular a integração da educação superior com a educação básica no ensino fundamental e médio, de modo a estabelecer projetos de cooperação que elevem a qualidade do ensino nas escolas da rede pública;

g) fomentar experiências metodológicas e práticas docentes de caráter inovador, que utilizem recursos de tecnologia da informação e da comunicação, e que se orientem para a superação de problemas identificados no processo ensino-aprendizagem;

h) valorização do espaço da escola pública como campo de experiência para a construção do conhecimento na formação de professores para a educação básica;

i) proporcionar aos futuros professores participação em ações, experiências metodológicas e práticas docentes inovadoras, articuladas com a realidade local da escola (BRASIL, p. 1-2, 2007e).

É importante ressaltar que conforme as orientações do Edital MEC/Capes/FNDE (BRASIL, 2007e), a avaliação de mérito dos projetos submetidos deixou o atendimento aos demais níveis e Licenciaturas em segunda e terceira ordem de prioridade, pois primeiro atendeu ao Ensino Médio com as Licenciaturas já citadas; em segundo lugar de prioridade o Ensino Médio e os anos finais do Ensino Fundamental com as Licenciaturas em Ciências e Matemática; e em terceiro lugar atendeu de forma complementar as Licenciaturas em Letras, Educação Musical e Artística e as demais Licenciaturas.

Como destacado por Deimling (2014) percebe-se a sintonia dada às Licenciaturas no Ensino Médio com os dados apresentados no Relatório do CNE do mesmo ano, e em atendimento às estratégias elaboradas pelo Relatório como solução para o déficit de formação de professores nessas áreas e nesse nível. A avaliação do mérito dos projetos no referido edital ao privilegiar os cursos da área de Ciências exatas e Ciências da Natureza, deixou de certa forma, “[...] em segundo plano a atuação do PIBID na formação de professores para as disciplinas que contemplam conhecimentos igualmente importantes para a formação dos alunos da educação básica [...]” (p. 67, 2014), como por exemplo as disciplinas de Ciências Humanas e o próprio curso de Pedagogia.

Em 2009 por meio do Decreto 6. 755 de 29 de janeiro (BRASIL, 2009ª), como continuidade à política de fomento a programas de formação inicial e continuada, foi instituída a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, com o propósito de organizar em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a formação docente para as redes públicas da Educação Básica. Dessa forma, a Capes passou a ser parte do “[...] tripé das agências reguladoras no campo da educação” juntamente com o FNDE no financiamento e o Inep na avaliação da educação básica (FREITAS, H. 2007).

O Decreto 6. 755/2009 (BRASIL, 2009a) apresenta 12 princípios e 10 objetivos35 para a consolidação da Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, os quais devem ser alcançados por intermédio da Criação de Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente e por ações e programas específicos do MEC como órgãos colegiados. Esses Fóruns têm por objetivo em regime de colaboração entre os entes federados, a formação inicial e continuada dos profissionais do magistério público da Educação Básica, e suas atribuições concentram-se em: elaborar e acompanhar planos estratégicos com base no diagnóstico e na identificação das necessidades de formação do magistério das redes públicas, apoiado no censo escolar da Educação Básica; e articular ações, otimizar recursos e potencializar esforços em interação com os sistemas de ensino e instituições formadoras sediadas no estado (GATTI; BARRETO; ANDRÉ, 2007).

Nesse referido Decreto, a política de formação de professores em seu artigo 10 destaca que a Capes: “[...] incentivará a formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica, mediante fomento a programas de iniciação à docência e concessão de bolsas a estudantes matriculados em cursos de licenciatura de graduação plena nas instituições de educação superior”, a articulação entre as IES e as escolas de Educação Básica, e a colaboração dos licenciandos nos processos de ensino-aprendizagem na escola pública (BRASIL, 2009a).

Diante disso, mediante os novos dispositivos publicou-se a Portaria 122, de 16 de dezembro de 2009 que dispõe sobre o Pibid no âmbito da Capes, com base na Lei 11.

502/2007, na resolução que delega competência a Capes para a concessão de bolsas aos participantes do Pibid – Resolução 22, de 24 de abril de 2009. Embora o Pibid tenha sido lançado em 2007, o programa passou a ser implementado de fato somente depois do lançamento da Portaria 122/2009, ano em que o programa começa a ser atendido no âmbito da Capes, com perspectivas de melhorias de implantação e estruturação. Neste mesmo ano, por meio do edital Capes/DEB 02/2009 (BRASIL, 2009b), ampliou-se a participação das instituições, estendendo às instituições públicas de educação superior estaduais, acrescentando o atendimento a toda a Educação Básica, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação Básica oferecida nas comunidades quilombolas, indígenas e no campo. A recomendação dada às IES participantes foi de que os projetos do Pibid fossem desenvolvidos em escolas que obtiveram notas abaixo da média geral no Ideb, como nas escolas com experiências bem sucedidas de ensino e aprendizagem, contribuindo para a elevação do Ideb

35Para mais informações sobre esses princípios e objetivos consultar: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6755.htm>. Acesso em: 10 de jul. 2015.

aproximar do índice considerado no Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, média 6,0.

Mediante o crescente interesse das instituições no programa, em 2010 lançou-se o edital Capes 18/2010 (BRASIL, 2010c) ampliado para atender instituições municipais públicas, universidades e centros universitários filantrópicos, confessionais e comunitários de educação superior, sem fins lucrativos. Com vistas a atender diferentes públicos e trabalhos voltados à educação indígena à educação do campo, em 2010 lançou-se também o edital Conjunto Capes/SECAD/MEC 02/2010 (2010d) que contemplava projetos para a docência voltada à diversidade, entre a Capes, por meio do Pibid Diversidade e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad). O edital Conjunto Capes/SECAD/MEC 02/2010, foi direcionado para alunos matriculados em instituições participantes do Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciaturas Indígenas (Prolind), Programa de apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) e para coordenadores e supervisores responsáveis institucionalmente pelo Pibid.

O Pibid Diversidade dentre seus objetivos, prima pelo aperfeiçoamento da formação inicial de professores para as escolas indígenas e para as escolas do campo, com metodologias que atendam a diversidade intercultural e linguísticas, considerando as diferenças culturais, a interculturalidade do país e suas implicações para o trabalho pedagógico (BRASIL, 2015).

Em 2011 mediante uma reestruturação do MEC dentre outras mudanças, extinguem- se dois departamentos: a Secretaria de Educação a distância (Seed) e a Secretaria de Educação Especial (Seesp), incorporando os programas de inclusão à nova Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), substituindo a secretaria anterior, Secad, que não abrangia a promoção da educação inclusiva.

No início de 2011, pelo edital Capes 001/2011 o Pibid estendeu a possibilidade de envio de projetos por todas as instituições públicas de Ensino Superior, sendo atendidas naquele ano 146 instituições das cinco regiões do país, com aproximadamente 30.000 bolsas distribuídas entre licenciandos, professores e coordenadores. Com a preocupação de avaliar as ações e implementação do Pibid, a Capes já havia realizado em outubro de 2009 o I Encontro Nacional do Pibid, e em setembro de 2011 promoveu o II Encontro Nacional de Coordenadores Institucionais do Pibid, cujo objetivo foi de proporcionar a troca de experiências, avaliar os resultados alcançados e debater propostas de melhorias para o Pibid (BRASIL, 2015).

Em 2012 devido à continuidade de novas demandas na Capes e no desenvolvimento de programas de formação de professores e de internacionalização do Ensino Superior, é

aprovado o novo Estatuto da Capes e a alteração do nome da Diretoria de Educação Básica Presencial para Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica, mantendo a mesma sigla DEB (BRASIL, 2012a) já consolidada na Capes e nas instituições parceiras. No entanto, mesmo com a mudança nominal da diretoria, não houve alteração em seu trabalho, o que insurgiu foi maior clareza nas ações de sua responsabilidade: desenvolver ações que proporcionem a valorização do magistério por meio da formação de professores (BRASIL, 2013a).

Nesse mesmo ano em atendimento as IES o edital Capes 11/2012 (BRASIL, 2012b) possibilitou a participação de novas IES passando a atender 195 instituições, abrigando mais de 280 projetos, concedendo aproximadamente 19.000 novas bolsas de iniciação à docência para alunos de cursos de Licenciaturas, professores e coordenadores participantes do Pibid, totalizando mais de 49.300 bolsas, alcançando um aumento de 64,37% em relação ao concedido em 2011 segundo Relatório de Gestão da Capes/Pibid 2009-2013 (BRASIL, 2013f). Nesta edição do programa (edital Capes 11/2012), poderiam participar IES federais, estaduais, municipais, instituições comunitárias, confessionais, filantrópicas, privadas sem fins lucrativos, participantes de programas do MEC como o Programa de Apoio de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), o Plano Nacional de Formação para o Magistério da Educação Básica (Parfor), e a Universidade Aberta do Brasil (UAB) (BRASIL, 2012b).

Segundo informações do Relatório de Gestão da Capes/Pibid de 2009-2013 (BRASIL, 2013f), a DEB/Capes lançou dois editais em 2013, sendo o primeiro 061/2013 (BRASIL, 2013h) e o segundo 066/2013 (BRASIL, 2013i). O primeiro possibilitou a apresentação de propostas à todas as instituições, diferenciando-se dos demais editais por abranger e alcançar as instituições de Ensino Superior: públicas, privadas sem fins lucrativos e alunos do Programa Universidade para Todos (ProUni). O segundo edital convocou as instituições que possuem cursos de Licenciatura intercultural, indígena e campo. Tais editais selecionaram mais de 300 projetos e ultrapassou em mais de 15.000 bolsas o quantitativo esperado de 75.000 concessões, previstas para 2014. Segundo o Relatório de Gestão da Capes/Pibid 2009-2013 (BRASIL, 2013f), neste mesmo ano, o Pibid passou por uma reorganização em sua gestão de modo que a Capes pôde avançar na análise dos relatórios, no cumprimento dos objetivos, e na socialização dos resultados, promovendo assim uma reformulação das normas do Pibid, para que estas possam suportar sua expansão e manter a qualidade dos projetos para a formação de professores.

Em 2013, segundo o Relatório de Gestão da Capes/Pibid 2009-2013 (BRASIL, 2013f), o Pibid foi o segundo maior programa em número de bolsas, conforme dados extraídos do Sistema de Disseminação de Informação (SDI) da Capes. Em 2014 foi realizada uma avaliação externa do Pibid, demandada pela Capes e executada pelas professoras doutoras Bernadete A. Gatti e Marli E. D. A. André, ambas da Fundação Carlos Chagas, as quais verificaram que:

[...] o Pibid vem criando condições para um processo de formação consequente para o desenvolvimento profissional dos docentes de modo que possam participar do processo de emancipação das pessoas, o qual não podem ocorrer sem a apropriação dos conhecimentos. O papel da docência na educação básica é vital na preservação de nossa civilização e no desenvolvimento das pessoas como cidadãos que possam ter participação efetiva para a melhoria das condições de vida em suas comunidades (GATTI et al, p. 107-108, 2014).

O número de bolsas concedidas pelo programa desde seu início em 2007, mesmo sendo implementado de fato em 2009, demonstra a crescente evolução e a aceitação pelas instituições formadoras, pelos professores e pelos alunos como um fator positivo ao Pibid.

Evolução esta demonstrada no gráfico a seguir:

Gráfico 1 - Evolução do número de bolsas concedidas pelo Pibid no período de 2009-2013

Fonte: Relatório de Gestão da Capes/Pibid 2009-2013 (BRASIL, 2013f).

Diante disso, mediante os resultados obtidos, a abrangência do programa e novas perspectivas, o Pibid tornou-se um programa permanente em 04 de abril de 2013 pela Lei 12.796 (BRASIL, 2013e), que alterou a LDB/1996 para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências, incluindo então, a iniciação à docência como ação permanente do MEC:

§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica pública mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de Licenciatura, de graduação plena, nas instituições de educação superior (BRASIL, 1996, grifos nossos).

Com a inclusão do programa na LDB/1996 e com os investimentos feitos pelo governo, em dezembro de 2013 realizou-se o III Seminário Nacional do Pibid cujo objetivo foi de promover o debate de caráter teórico, crítico e cultural relacionado à constituição da identidade do professor, com ênfase nas complexidades e paradoxos que marcam a realização desse ato na contemporaneidade (ENALIC, 2013). Neste Seminário debateram-se ações sobre os impactos esperados para 2014 como: intencionalidade pedagógica da formação e impactos do Pibid; sistema de prestação de contas; programas do MEC; gestão do programa, administração das bolsas e relação institucional; panorama da formação de professores na atualidade e a criação do Fórum dos Coordenadores Institucionais do Pibid (FORPIBID) (BRASIL, 2013).

Em 2014 segundo dados publicados no Relatório de Gestão da Capes/Pibid 2009-2013 (BRASIL, 2013f), foi concedido pelos editais do Pibid e Pibid Diversidade selecionados em 2013, mais de 90.000 bolsas, representando um aumento de 2.814% em comparação ao número concedido em 2007. As bolsas disponibilizadas foram distribuídas entre: iniciação à docência, supervisão e coordenação de área, coordenação de área de gestão de processos educacionais e coordenação institucional. A meta esperada para 2015 é que se alcance o total de 100.00 bolsas com novos editais.

Desde o seu início em 2007 até o ano de 2011 os editais do Pibid concediam bolsas apenas na modalidade de: Iniciação à docência para estudantes de Licenciatura; Supervisores para professores de escola pública; Coordenação de área para professores da instituição proponente e; Coordenação institucional para professor da instituição proponente. A partir de 2012 mediante aprovação do novo Estatuto da Capes (BRASIL, 2012a), e edital 11/2012 (BRASIL, 2012b), passou a ser concedida mais uma modalidade de bolsa: coordenação de área de processos educacionais, também concedido a um professor da instituição proponente.

Desde 2013 com a Portaria Capes 096/2013 (BRASIL, 2013g), as normas do Pibid foram aperfeiçoadas e atualizadas, e trouxe uma função mais detalhada das bolsas concedidas que define: coordenação institucional, para o professor de Licenciatura que coordena o projeto Pibid na IES; coordenação de área de gestão de processos educacionais, para o professor de Licenciatura que auxilia o coordenador institucional na gestão do projeto na IES; coordenação de área, para o professor de Licenciatura que coordena o subprojeto; supervisão, para o

professor da escola pública de Educação Básica; e de iniciação à docência, para o estudante de licenciatura. Também foram definidas com mais especificidade os 10 artigos que fazem parte dessa Normativa.

O Edital Capes 061/2013 (BRASIL, 2013h) em vigência em 2015, atende projetos aprovados por meio de editais lançados pela Capes e enviados pelas IES públicas e privadas, com e sem fins lucrativos que tenham Licenciaturas, sendo concedidas cinco modalidades de bolsas como forma de incentivo à participação: aos estudantes de cursos de Licenciatura que desenvolvam atividades pedagógicas em escolas da rede pública de Educação Básica; ao coordenador institucional que articula e implementa o programa nas IES; aos coordenadores de área envolvidos na orientação aos bolsistas; aos coordenadores de área de gestão de processos educacionais; e aos docentes de escolas públicas responsáveis pela supervisão dos licenciandos. Também são repassados recursos de custeio para execução de atividades vinculadas ao projeto (BRASIL, 2015). Nesse ano de 2015, os valores das bolsas recebidas pelos seus participantes são: R$1.500,00 para os coordenadores institucionais; R$1.400,00 para os coordenadores de gestão e coordenadores de área; R$765,00 para o professor supervisor; e R$400,00 para os licenciandos selecionados. Desde sua criação o Pibid tem como finalidade inserir o licenciando desde o início de sua formação acadêmica na realidade escolar, propiciando este contato com a futura profissão e as possibilidades concretas de exercer a docência com criatividade, participando de experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar buscando a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem, propiciando aos licenciandos, experiências pedagógico-formativas, onde possam articular sua formação na universidade com a realidade escolar (CARVALHO; QUINTEIRO, 2013).

O Relatório de Gestão Capes/Pibid 2009-2013 (BRASIL, 2013f), destaca que o Pibid se diferencia do estágio por ser uma proposta extracurricular, com carga horária maior que a estabelecida pelo CNE36 para o estágio e por inserir os licenciandos desde o início da graduação no ambiente escolar, se assim as IES definirem em seu projeto.

Conforme a Resolução CNE/CP 01/2002, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica em Nível Superior, cursos de Licenciatura, de graduação plena (BRASIL, 2002a), possuem em seus currículos disciplinas denominadas “estágios supervisionados”. Essas disciplinas objetivam proporcionar aos alunos

36 Conforme Resolução CNE/CP 02/2002, o estágio curricular supervisionado terá duração de 400h, sendo iniciado na segunda metade do curso. Para mais informações consultar:

http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CP022002.pdf. Acesso em: 12 de ago. de 2015.

No documento Sua Formação (páginas 70-82)