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O SEXO E A ADOLESCÊNCIA: IMPLICAÇÕES NA VIDA SOCIAL E ESCOLAR

Aline Midian de Paulo13 Luis Carlos Gonçalves14

RESUMO

Este estudo busca defender que a escola precisa se unir a alunos, pais e responsáveis para poderem trabalhar a conscientização sobre o sexo precoce, (que é definido quando o jovem não tem um preparo psicológico e não sabe ou não entende que essa etapa é realmente importante), o sexo sem segurança, as doenças transmitidas sexualmente e a gravidez indesejada, entre muitas outras coisas, e sem afetar os sentidos morais ou religiosos que cada família defende. Para tanto, deve-se trazer à luz a preocupação de se desenvolver projetos escolares com a comunidade a fim de buscar soluções no sentido de conscientizar a importância do comportamento sexual sadio dos jovens e adolescentes. É necessária, então, uma política de educação preventiva com máxima urgência, nas e para as famílias e nas e para as escolas, porque não podemos mudar o passado, mas juntos conseguiremos melhorar o nosso futuro. Para tanto, este artigo se utilizou de pesquisa documental e bibliográfica, com a realização de entrevista com três educadores de escolas estaduais sediadas em Sumaré/SP, com o objetivo de colocar a escola como o papel de mediadora entre alunos e famílias e assim ajudar na conscientização sobre o sexo e o sexo seguro.

Palavra-chave: Educação, Sexualidade, Respeito.

ABSTRACT

This study seeks to defend the school needs to join students, parents and guardians in order to work the awareness of early sex, which is defined when the young do not have a psychological preparation and does not know or does not understand that this step is really important, the unsafe sex, sexually transmitted diseases and unwanted pregnancies, among many other things, and without affecting the moral or religious sense that each family advocates. Therefore, one should bring to light the concern of developing school projects with the community to seek solutions in order to raise awareness of the importance of healthy sexual behavior of young people and adolescents. It is necessary, then a preventive education policy with utmost urgency, in and for the families and for the schools and because we can not change the past, but together we can improve our future. Therefore, this article was used to document and literature, with conducting interviews to three educators from state schools based in Sumaré / SP.

Keywords: Education, Sexuality, Respect.

13Graduanda em Pedagogia das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil. (e-mail: aline.midinadepaulo@gmail.com)

14 Professor Orientador do Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia das Faculdades Network – Av.

Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil. (e-mail: lu1313@bol.com.br)

1 Introdução

Qual é a dificuldade de se trabalhar o sexo, sua prevenção, seus mitos, gravidez precoce e o diálogo nas escolas?

É crescente o número de adolescentes que iniciam a vida sexual cada vez mais cedo. É comum meninas cada vez mais novas ficarem grávidas e abandonarem a escola. Trata-se de tentar compreender este fenômeno, bem como, de que maneira a educação escolar pode contribuir para uma educação sexual sadia e responsável.

O desenvolvimento biológico do corpo humano é o mesmo desde sempre, mas, a fase de transição em que não somos nem crianças nem adultos é uma invenção recente, a grande maioria dos povos de diferentes países ou religiões tinha uma idade específica para considerar uma criança um novo adulto e isso existe até hoje, mesmo passando despercebido muitas vezes, como festas de debutantes ou festa de 15 anos, no bar mitzvah dos judeus com 13 anos e na crisma para os católicos, até mesmo na lei, que sugere uma data para a maioridade civil que é de 18 anos.

Estudos feitos em 2012 pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) com a parceria da OMS, sobre o início da vida sexual e o uso de contraceptivos e preservativos indicou que adolescentes jovens tendem a não usá-los quando iniciam a vida sexual muito cedo.

Embora vários pesquisadores, gestores públicos e escritores tenham teorias e pesquisas diferentes sobre o assunto de qual é a idade correta para se começar a vida sexual, todos concordam que a idade certa é quando se está munido de todas as informações possíveis e quando se está confortável com seu corpo e com a situação.

2 Revisão Bibliográfica

Adolescência é um termo que é usado há algum tempo para definir jovens, jovens que saíram ou estão para sair da infância. Mas a grande questão é como esse termo surgiu e por que foi preciso “inventar” um termo para definir os que estão entre a infância e a fase adulta.

Até o século XIX, para Savage (2009), apenas existia a criança e adulto. Ou se era uma coisa ou outra. Mas a vida urbana e moderna, em conjunto com a rebeldia juvenil, moldou o que seria conhecido como adolescência. Houve uma época em que não existiam adolescentes. As crianças eram vestidas como verdadeiros bonecos e bonecas, sempre engraçadinhos e cheios de enfeites e, entre 10 e 14 anos, esperava-se que largassem as roupas infantis e a partir daí precisavam se comportar como adultos, imitando cada fala, gesto, vestimenta, gostos e obrigações, dentre elas, trabalhar.

Não podemos jamais confundir a adolescência com a puberdade, que é o processo fisiológico de transformação do corpo infantil em adulto, que acontece em algum momento da adolescência, por meio da liberação de hormônios sexuais.

Até o século 19, a idade da primeira menstruação ficava entre os 15 e 17 anos, hoje isso ocorre entre 11 e 13 anos. Já a adolescência é uma construção social, a ideia que exista uma fase transitória na vida, em que não se é adulto e nem criança (SAVAGE, 2009, p. 23).

Segundo Savage (2009), a palavra adolescente foi cunhada em 1898, pelo psiquiatra americano Granville Stanley Hall e passou a ser usada apenas entre psicólogos e psiquiatras

da época. O termo se tornou popular depois da Segunda Guerra, na mesma época que nascia o rock and roll, a primeira revolução cultural que só afetava os jovens. O rock era a música símbolo que apenas os jovens ouviam e que os adultos desprezavam, assim como o modo de se vestir e o comportamento. Só então nasceu a juventude como conhecemos hoje.

O rock foi o detonador, mas a pólvora da juventude já vinha sendo acumulada por mais de um século. De um lado, a idealização da juventude nascida no romantismo que levava em conta os sentimentos intensos, a energia de sobra e a falta de compromisso. Do outro lado, um pânico legítimo.

Ao final do século XIX e começo do século XX, a urbanização, a exploração demográfica e as condições precárias das classes trabalhadoras levaram à formação de gangues em grandes cidades, como os hooligans de Londres e os apaches de Paris. Essas gangues tinham um estilo próprio de se vestir e incluíam moças, sexualmente liberadas, ainda que dominadas pelos homens, mas seu estilo de vida era inaceitável. A principal atividade do grupo era o crime, o que incluía extorsões, guerras de gangues e assassinatos sob encomenda. Esse era o seu mundo inteiro em si mesmos, todas as regras usuais eram viradas de cabeça para baixo (SAVAGE, 2009, p. 16).

A juventude era vista como um grande problema e uma tentativa de solução encontrada para barrar seu “entusiasmo” foi a criação de leis. No século XIX, surgiram as primeiras leis de ensino e, enquanto isso, “patriotas” começaram a pregar pelo alistamento militar do jovem de forma a disciplinar sua energia.

Assim, em 1908, o tenente veterano inglês Robert Baden-Powel lançava seu livro Scouting for Boys, o pilar sobre o escotismo. Powel vinha de uma longa carreira em guerras coloniais inglesas, onde havia usado adolescentes como mensageiros e no auxílio de soldados feridos, o movimento que se ergueu após isso foi de imitadores em todo o mundo, até em países socialistas e também no nazismo.

É de se destacar a visão de que, após a Segunda Guerra Mundial, o adolescente é tratado como um consumidor com suas próprias especificidades.

Os soldados que voltaram da Segunda Guerra casaram, constituíram família e tiveram carreiras na recuperação econômica de seu país. O lançamento da revista Seventeen, voltada para meninas do ensino médio, seguiu-se a um boom econômico e, com isso, uma nova classe de consumidores acabou reconhecida. A origem do termo teen (que vem da sílaba final dos números 13 e 19 em inglês) para se referir aos adolescentes, foi para tornar popular os produtos que chegavam a essa nova classe de seres humanos (SAVAGE, 2009, p. 26).

Outro destaque é que, em 1951, o livro “O Apanhador no Campo de Centeio”, do americano J. D. Sallinger, virou o primeiro best seller com um protagonista adolescente. O texto contém gírias e fala de assuntos tidos como tabu na época e até hoje, como o homossexualismo. O protagonista, Holden Caufield, de 16 anos resiste a se integrar a essa intimidadora sociedade adulta. Esse personagem fictício acabou virando ícone daquela geração que fez uma ruptura e a primeira revolução sexual.

Desde então, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e muitas outras pesquisas nesse campo, a população jovem é um importante grupo populacional em termos de risco epidemiológico para doenças sexualmente transmissíveis e definida como prioridade das campanhas de prevenção. Existe um grande interesse por parte dos gestores públicos influenciados por pesquisadores sobre a iniciação sexual, frequentemente experimentada nesta fase da vida, esse interesse está relacionado à associação entre o comportamento na primeira

relação sexual e o estabelecimento de padrões comportamentais que podem permanecer por toda vida e a identificação de que o início da vida sexual por jovens mais novos seria o fator para gravidez na adolescência e a aquisição de doenças sexualmente transmissíveis.

Representada pelos posicionamentos oficiais de políticas públicas, uma pesquisa feita por Calazans (2005) em conjunto com o governo dos Estados Unidos mostra que:

Há duas perspectivas em debate no plano internacional de prevenção associados com a atividade sexual adolescente considerada de risco, a prevenção primária, dedicada ao adiamento da vida sexual até a maturidade psicossocial ou casamento; a prevenção secundária propõe o uso de práticas de sexo mais seguro por aqueles sexualmente ativos e que não pretendem se abster da atividades sexual (CALAZANS, 2005, p. 12).

As práticas sexuais na juventude têm sido descritas como dinâmicas e em constantes transformações. Isso pode acarretar impactos importantes na vida reprodutiva dos jovens, como o aumento das taxas de gravidez na faixa etária dos 15 aos 19 anos de idade. No estudo de Borges e Schor (2002) afirma que a primeira relação sexual é considerada um marco na vida reprodutiva e social de qualquer indivíduo e tem ocorrido cada vez mais precocemente.

Em 1986 apenas 14,0% dos jovens entre 15 e 19 anos tiveram relação sexual antes de contrair matrimônio, e 10 anos depois, em 1996 esta proporção subiu para 30,0%, um aspecto evidenciado também por estudo realizado pelo Ministério da Saúde, onde a idade média do início da visa sexual encontrada em 1984 foi 15,3 anos entre homens de 16 a 19 anos de idade e 16 anos entre as mulheres, já em 1998 a idade média verificada diminuiu para 14,5 e 15,2 anos respectivamente (BORGES e SCHOR, 2002, p. 02).

É importante reforçar que a antecipação da primeira relação sexual está presente nos diferentes estratos sociais, podendo ser admitida como uma tendência generalizada. E essa diferença duplica de tamanho com dois anos de diferença. No Brasil, a média da idade da primeira relação sexual foi de 19,5 anos para as mulheres e 16,7 anos para os homens em 1996. Mas, em 1998, 46,7% dos adolescentes do sexo masculino já haviam iniciado sua vida sexual antes dos 14 anos de idade, ao passo que a proporção de adolescentes do sexo feminino foi de 32,3%.

As explicações acerca das diferenças da idade do início da vida sexual entre homens e mulheres baseiam-se no fato de que as normas e expectativas sociais em relação à idade e circunstâncias adequadas para as primeiras práticas sexuais variam conforme o sexo. “O regime das relações de gênero, prescrevendo condutas adequadas para homens e mulheres, intervém de maneira inequívoca nesse cenário de iniciação da vida sexual ativa” (BORGES e SCHOR, 2002, p. 12).

Os únicos resultados iguais que constam nesses estudos e pesquisas diz que, quanto mais cedo jovens do sexo masculino e feminino iniciarem na vida sexual, maior é o índice de contraírem doenças sexualmente transmissíveis, como também é maior a probabilidade de gravidez indesejada, por falta de uso de preservativos e métodos contraceptivos. Muitas vezes por falta de contatos com tais métodos, outras por falta de diálogo e esclarecimentos sobre suas dúvidas.

Cardoso (2003) citada por Virginelli (2007), diz que meninas que ficam grávidas tão cedo, perdem parte de sua juventude. Muitos adolescentes vivem suas vidas sexuais ativamente, sem perceberem a quanto certas escolhas podem modificar seus planos futuros. O fato de não usarem camisinha, é de longe o mais preocupante, pois o único medo desses

jovens é a gravidez, por isso, o método mais utilizado seria o famoso Coito Interrompido. Mas o fato de não usarem camisinha é preocupante, pois existem muitas doenças.

Um total estimado de 2500 jovens são infectados com o HIV a cada dia, com mulheres e adolescentes do sexo feminino enfrentando risco de contágio desproporcionalmente mais alto, de acordo com novo relatório conjunto da Organização das Nações Unidas e do Banco Mundial, que apela para uma “cadeia de prevenção” para proteger os jovens. O relatório “Oportunidade na Crise: Prevenindo o HIV da adolescência à vida adulta” apresenta, pela primeira vez, dados sobre infecções por HIV entre jovens e identifica os fatores que aumentam o risco de infecção, bem como oportunidades para reforçar a prevenção (...) Segundo o relatório, pessoas entre as idades de 15 e 24 anos representaram 41% de novas infecções entre adultos em 2009. Mundialmente, cerca de 5 milhões dos jovens nessa faixa etária estavam vivendo com o HIV em 2009. “Para muitos jovens a infecção pelo HIV é o resultado da negligência, da exclusão e das violações que ocorrem com o conhecimento de famílias, comunidades sociais e líderes políticos”.

Este relatório pede que líderes de todos os níveis construam uma cadeia de prevenção para manter adolescentes e jovens informados, protegidos e saudáveis (LAKE, 2013, p. 15).

Existem dúvidas sobre como agir diante de casos que envolvam o sexo nas escolas, como, um namoro que surge entre dois alunos, os beijos no intervalo que deixam os inspetores de cabelos em pé, essas dúvidas ficam, muitas vezes, sem respostas e os motivos são inúmeros, medo, insegurança, não conhecimento sobre o assunto, não estar atualizado, falta de convicção do professor sobre o que e como abordar essas temáticas em sala de aula com os alunos de forma séria e controlando os hormônios e desordem.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais tornaram-se, por muito tempo, documentos que norteavam as práticas educativas. Dentre estes documentos, temos um específico voltado à questão da Orientação Sexual, uma vez que,

As questões referentes à sexualidade não se restringem ao âmbito individual. Pelo contrário, para compreender comportamentos e valores pessoais é necessário contextualizá-los social e culturalmente. É nas relações sociais que se definem, por exemplo, os padrões de relação de gênero, o que homens e mulheres podem e devem fazer por serem homens e mulheres, e, principalmente, quais são e quais deverão ser os direitos de cidadania ligados à sexualidade e à reprodução. O alto índice de gravidez indesejada na adolescência, abuso sexual e prostituição infantil, o crescimento da epidemia da Aids, a discriminação das mulheres no mercado de trabalho, são algumas das questões sociais que demandam posicionamento em favor de transformações que garantam a todos a dignidade e a qualidade de vida, que desejamos e que estão previstas pela Constituição brasileira (BRASIL, 1998, p.

307).

Como um tema transversal, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) defendia que concepção, objetivos e conteúdos na temática sobre Orientação Sexual encontram-se observados pelas diversas áreas do conhecimento escolar. Contudo, o próprio documento já apontava para a complexidade e polêmica envolvidas para sua abordagem.

Evidentemente, são questões complexas e polêmicas que estão aí envolvidas. A reflexão sobre elas, desvendando os valores que as orientam, não só configuram o tema como possibilitam questionamentos e posicionamentos que precisam ultrapassar os estreitos limites dos preconceitos e das palavras de ordem. Os temas polêmicos da sexualidade abrangem uma compreensão ampla da realidade, demandam estudo, são fontes de reflexão e desenvolvimento do pensamento crítico

e, portanto, exigem maior preparo dos educadores. É importante, porém, que a escola possa oferecer um espaço específico dentro da rotina escolar para essa finalidade (BRASIL, 1998, p. 307-308).

Vilela (2013) destaca que, em 1998, o eixo de Orientação Sexual foi inserido nos Parâmetros Curriculares, mas não se tornou uma realidade até hoje, por ser um tema permeado por tabus e preconceitos envolvidos por valores culturais e de ordem pessoal. E a grande maioria dos educadores não adquiriu o conhecimento durante a graduação e também não se sentem à vontade para conversarem a respeito. Até há pouco tempo, nossa cultura ocidental cultivava uma postura que se baseava na negação da sexualidade. E a educação utilizava métodos que induziam a vergonha, a culpa e a ignorância.

Apesar de estarmos vivenciando tempos diferentes e de parecer que essa época é a da liberação sexual, esse assunto continua sendo tabu dentro das casas e, consequentemente, dentro das salas de aula, os pais podem parecer “liberais”, conversarem e brincarem sobre o assunto com amigos de trabalho ou sociais. Porém, quando se trata da saúde e conhecimento dos seus próprios filhos, isto os trava e acaba influenciando as escolas, pois muitas vezes eles não autorizam os professores a trabalharem sobre assunto. Isso quando a escola o coloca em pauta em reuniões de pais e professores.

Vale ressaltar que, contemplado pelos Parâmetros Curriculares, a temática sobre Orientação Sexual não aparece entre aqueles temas denominados de integradores na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que tem como objetivo determinar, pelo menos, cerca de 60% (sessenta por cento) do conteúdo curricular que todas as escolas do Brasil deverão trabalhar. Muito embora, seria possível compor a parte restante, de autonomia da escola, é de se supor as dificuldades que se apresentarão.

Os temas integradores dizem respeito a questões que atravessam as experiências dos sujeitos em seus contextos de vida, contemplando aspectos para além da dimensão cognitiva, dando conta da formação política, ética e identitária dos estudantes. A supressão salta aos olhos já que todos os outros temas antes classificados como transversais pelos PCNs ganharam equivalentes na Base como Meio Ambiente que passou a chamar-se Sustentabilidade ou Pluralidade Cultural que se transformou em Culturas Africanas e Indígenas (PAIVA, 2015).

Para melhor ilustrar, segue abaixo uma tabela que aponta de que forma os temas transversais forma incorporados pela proposta da BNCC, agora conceituados como temas integradores:

Temas Transversais – PCNs Temas Integradores – BNCC

Trabalho e Consumo (só no Fundamental II) Consumo e Educação Financeira

Ética Ética, Direitos Humanos e Cidadania

Pluralidade Cultural Culturas Africanas e Indígenas

Meio Ambiente Sustentabilidade

Orientação Sexual Tecnologias digitais

Tabela 1- Temas transversais dos PCNs incorporados como temas integradores na BNCC. Fonte:

http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/orientacao-sexual-e-suprimida-da-base-nacional-curricular/

“O silêncio sobre a orientação sexual na Base parece dialogar com a recente polêmica envolvendo a retirada de menções a gêneros nos planos estaduais e municipais de educação”, afirma Paiva (2015).

3 Metodologia

O foco dessa pesquisa é a análise de como estão sendo elaboradas as ações pedagógicas para solucionar o analfabetismo sexual na vivência dos jovens e adolescentes.

Para tanto, a pesquisa se deu de forma documental e bibliográfica. Havendo também a realização de entrevista em três escolas estaduais sediadas na cidade de Sumaré/SP sobre a falta de abordagem da temática, o que ela abrange e a importância dela.

As três escolas são: Escola Estadual João Franceschini, Escola Estadual Dom Jayme de Barros Câmara e Escola Estadual Elysabeth de Mello Rodrigues.

4 Resultados e Discussões

Conforme mencionado acima, realizou-se uma entrevista em três escolas estaduais sediadas em Sumaré/SP. Os entrevistados foram um diretor da Escola João Franceschini e dois professores das Escolas Dom Jayme de Barros Câmara e Elysabeth de Mello Rodrigues.

A primeira pergunta da entrevista foi se existe uma grade em que a temática “Sexo e a Adolescência” é abordada na escola. Todos os entrevistados disseram que não. Destacando que o entrevistado da Escola Elysabeth de Mello Rodrigues disse que: “Não, mas ano passado em 2015, tivemos uma palestra organizada pelo posto de saúde no mês de combate a Aids, no dia 1º de dezembro”. Assim, demonstra-se que em nenhuma disciplina tem tal abordagem, inclusive, na disciplina de Biologia, que “tradicionalmente” aborda.

Em seguida, foi questionado como a escola acha que esse tema deva ser abordado de alguma forma e se é importante sua inclusão na grade curricular e na vida dos jovens. Para o entrevistado da Escola João Franceschini: “O tema é relevante e deveria fazer parte por exemplo, da disciplina Biologia, mas existe a dificuldade da comunicação com os alunos e com os pais”.

Segundo o entrevistado da Escola Dom Jayme de Barros Câmara: “O tema é muito importante e deveria ser obrigatório, como foi a alguns anos atrás”. E para o entrevistado da Escola Elysabeth de Mello Rodrigues: “Isso deveria ser tratado como tema transversal, ou seja, não obrigatório. A escola está transbordando de obrigações. Colocar esse tema na grade iria criar mais demandas de profissionais, mais espaços e mais material e para conseguirmos o que já temos com o Estado já é difícil, imagina não é?”.

Acerca da dificuldade da comunicação com os alunos sobre esse tema e com os pais apresentada pelo entrevistado da Escola João Franceschini, o mesmo foi perguntado do porquê. Respondeu que: “A comunicação com os alunos é difícil porque o tema é delicado, se tratado sério demais tende a ficar maçante e isso não causa nenhum impacto positivo e nem segura a atenção. Se tratado com mais leveza e divertido na linguagem dos jovens, tende a gerar bagunça, desordem e o professor é quem fica sem ter o que fazer nessa hora. É difícil controlar jovens com os hormônios à flor da pele. Quanto aos pais, existe um muro em volta