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PROJETOS DO SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED

No documento CUSTEIO POR ABSORÇÃO Franciele Duarte (páginas 32-39)

4. CONCLUSÃO

1.1 PROJETOS DO SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED

Foi com a realização do II Encontro dos Administradores Tributários na cidade de São Paulo em 2005 que o projeto SPED começa dar seus primeiros passos, assim objetivando uma série de mudanças dentro das empresas em geral, pois irão ter que mudar a sua sistemática, utilizando-se da certificação

digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital.

Primeiramente iniciou-se com três grandes projetos:

Nota Fiscal Eletrônica Ambiente Nacional;

Escrituração Contábil Digital;

Escrituração Fiscal Digital

Atualmente está em plena produção dentro das empresas o projeto EFD-Contribuições. E em estudo pela Receita Federal o: e-Lalur, EFD-Social e a Central de Balanços.

1.1.1 NOTA FISCAL ELETRÔNICA – NF-e

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é parte integrante do SPED, e foi Instituída em reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e o Secretário-Geral da Receita Federal do Brasil, realizada em Manaus-AM, no dia 30 de setembro de 2005, e formalizada no Ajuste SINIEF nº 07-2005, a Nota Fiscal Eletrônica tem previsão legal para ser utilizada, atualmente, apenas em substituição à Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A (operações comerciais entre pessoas jurídicas somente), pelos contribuintes do Imposto sobre produtos Industrializados – IPI ou Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.instituída pelo Ajuste SINIEF 07/05.

A Nota Fiscal Eletrônica NF-e é um documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital com objetivo de documentar operações e prestações, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente da autorização de uso pela administração tributária da unidade federada do contribuinte, lembrando que isto ocorre antes da ocorrência do fato gerador em si (circulação das mercadorias).

A obrigatoriedade da emissão de Notas Eletrônica está determinado em Protocolo de ICMS de acordo com o seguimento de atuação de cada empresa, assim aos poucos toda a cadeia econômica era abrangida por esta nova realidade.

O Projeto NF-e instituirá mudanças significativas no processo de emissão e gestão das informações fiscais, trazendo grandes benefícios para os contribuintes e as administrações tributárias, conforme descrito a seguir:

Benefícios para as Administrações Tributárias: Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal; Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos; Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito; Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação;

Benefícios para a Sociedade: Redução do consumo de papel, com impacto positivo no meio ambiente; Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de serviços ligados à Nota Fiscal Eletrônica.

De maneira simplificada, a empresa emissora de NF-e gerará um arquivo eletrônico (XML) contendo as informações fiscais da operação comercial, o qual deverá ser assinado digitalmente, de maneira a garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor. Este arquivo eletrônico será então transmitido pela Internet para a Secretaria da Fazenda de jurisdição do contribuinte que fará uma pré-validação do arquivo e devolverá um protocolo de recebimento (Autorização de Uso), sem o qual não poderá haver o trânsito da mercadoria.

A NF-e também será transmitida para a Receita Federal, que será repositório nacional de todas as NF-e emitidas (Ambiente Nacional) e, no caso de operação interestadual, para a Secretaria de Fazenda de destino da operação e Suframa, no caso de mercadorias destinadas às áreas incentivadas. As Secretarias de Fazenda e a RFB (Ambiente Nacional), disponibilizarão consulta, através Internet, para o destinatário e outros legítimos interessados, que detenham a chave de acesso do documento eletrônico.

1.1.2 Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-E

O Conhecimento de Transporte Eletrônico CT-e é um dos subprojetos do SPED e também pode ser conceituado como um documento de apenas

existência digital emitido e armazenado eletronicamente com o intuito de documentar uma prestação de serviço de transporte.

O CT-e foi instituído pelo ajuste SINIEF N.° 09 de 24/10/2010 que estabelece que este conhecimento que será denominado de modelo 57 irá substituir os seguintes documentos:

I - Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8;

II - Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9;

III - Conhecimento Aéreo, modelo 10;

IV - Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11;

V - Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 27;

VI - Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando utilizada em transporte de cargas.

Essa substituição se dará para todos aqueles contribuintes do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Sobre a Prestação de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de comunicação ICMS.

A implantação deste projeto está se concretizando com a adesão voluntária ao poucos das empresas que atuam neste seguimento uma vez que logo estarão todas obrigadas a emitir tal documento de forma eletrônica.

A validade jurídica deste CT-e está amparada pela assinatura digital do remetente, assim permitindo o acompanhamento em tempo real das prestações de serviço de carga pelo fisco.

Dentre os benefícios deste projeto podemos destacar a contribuição ao meio ambiente pela redução do papel impresso assim contribuindo para a queda dos custos nas empresas. Outra e fundamental característica é a redução da parada de caminhões em postos fiscais da fronteira, planejamento de logística de recebimento e entrega pela recepção antecipada das informações do CT-e e sem dúvida o compartilhamento das informações com o fisco contribuindo para um excelente controle fiscal.

1.1.3 Escrituração Contábil Digital

A Escrituração Contábil digital é um dos subprojetos do SPED que por sua vez visa à substituição da emissão dos livros contábeis (Diário, Razão,

Balancetes e Balanço) em papel pela sua existência apenas digital. Os livros diários e razão são criados a partir de um mesmo conjunto de informações digitais. A apresentação dos livros em sua forma digital supre em relação aos arquivos correspondentes, a sua existência contida na IN da SRF n.86 de 22.10.2001 e na IN MPS/SRP N.° 12 de 20 de Junho de 2006

A obrigatoriedade da entrega é definida pela Receita Federal conforme Instrução Normativa n.° 787/2007 assim centralizando primeiro nas empresas com acompanhamento econômico diferenciado, depois nas empresas de Lucro real, o que deixa facultativo para as demais empresas como Lucro Presumido e Simples uma vez que estão dispensadas desta obrigação.

Outra característica importante e que devemos frisar é que por mais limitada que seja a comunicação com a junta comercial ainda é obrigatória para a autenticação destes livros. Ou seja, todo o procedimento que era feito antes continua, só que agora em formato digital.

1.1.4 Escrituração Fiscal Digital

A Escrituração Fiscal digital é um dos subprojetos do SPED que por sua vez visa à substituição da emissão dos livros fiscais (Livro Registros de Entradas, Livro Registro de Saídas, Livros de Apuração ICMS/IPI, Livro controle de Inventário e o Controle do Crédito ICMS do Ativo Permanente – CIAP), ou seja, é um arquivo digital constituído de um conjunto de escriturações de documentos fiscais relativos às entradas e as saídas das movimentações comerciais e fiscais de uma empresa e de outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. (RFB, 2011).

A partir de sua base de dados a empresa deverá gerar um arquivo conforme leiaute estabelecido em ato COTEPE, informando todas as operações fiscais ocorridas na empresa de interesse do fisco estadual e federal ao período de apuração do ICMS e IPI não esquecendo que este arquivo deverá ser submetido à importação e validação dentro do programa validador e assinador (PVA).

1.1.5 Escrituração Fiscal Digital – PIS/COFINS e Contribuições Previdênciárias – EFD Contribuições

A Escrituração Fiscal digital do PIS/COFINS mais conhecida como EFD Contribuições é um dos subprojetos do SPED que por sua vez vem assombrando a vida de muitas empresas nestes últimos meses pela enorme complexidade e riqueza de detalhes que esta legislação está amparada.

Instituída pela Instrução Normativa RFB nº 1.052, de 5 de julho de 2010, a EFD-CONTRIBUIÇÕES deverá ser transmitida, pelas pessoas jurídicas à ela obrigadas, ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), e será considerada válida após a confirmação de recebimento do arquivo que a contém.

A EFD CONTRIBUIÇÕES foi desenvolvida com o objetivo de simplificar os processos e reduzir a quantidade de obrigações acessórias imposta aos contribuintes. Nesta escrituração o contribuinte irá apresentar, na forma digital, com transmissão via internet, os registros dos documentos fiscais da escrituração, bem como os demonstrativos de apuração das contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS e dos créditos da não-cumulativos, assim como, também, apresentará outras informações de interesse econômico-fiscais.

De modo geral, a partir do ano calendário de 2011, estão obrigadas à entrega do arquivo digital relativos às contribuições do PIS/PASEP e da COFINS, as pessoas jurídicas de direito privado que apuram estas contribuições no regime da não cumulatividade. A partir de 2012, estará obrigada à entrega da EFD-CONTRIBUIÇÃO as pessoas jurídicas que realizam a apuração das contribuições no regime cumulativo.

O arquivo digital para transmissão ao SPED será gerado no leiaute padrão estabelecido pela Receita Federal do Brasil, a partir da base de dados utilizada pelo contribuinte no registro das informações, para importação e

validação no Programa Validador e Assinador - PVA, também disponibilizado para download pela RFB.

De acordo com a instrução contida no art. 7º da IN nº 1.252/12 O arquivo digital conterá as informações referentes às operações praticadas e incorridas em cada período de apuração mensal e será transmitido até o 10º (décimo) dia útil do 2º (segundo) mês subseqüente ao mês de referência da escrituração digital.

No caso de não ocorrer à apresentação da EFD-CONTRIBUIÇÃO no prazo fixado no art. 7º acarretará a aplicação de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário ou fração. (IN nº 1.252/12, art. 10º).

Com o advento da Lei 12.546/2012 art. 7º e 8º, a EFD CONTRIBUIÇÕES, passou a contemplar também a Escrituração digital da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta, incidente nos setores de serviço e indústria, no auferimento de receitas referente a serviços e produtos neles relacionados.

1.1.6 CONTROLE FISCAL CONTÁBIL DE TRANSIÇÃO - FCONT

O Controle Fiscal Contábil de Transição é um dos subprojetos do SPED e é programa eletrônico instituído pela Instrução Normativa RFB N° 949/2009 para fins de registros auxiliares previstos no Inciso II do Parágrafo 2° do Artigo 8° do Decreto Lei n° 1.598/1977, destinado obrigatória e exclusivamente as pessoas jurídicas sujeitas cumulativamente ao Lucro Real e ao Regime Tributário de Transição (RTT)

De acordo com o art. 8º da IN RFB nº 949/09, “o FCONT é uma escrituração, das contas patrimoniais e de resultado, em partidas dobradas, que considera os métodos e critérios contábeis aplicados pela legislação tributária, nos termos do art. 2º.”

O que torna forte o que está na RFB sobre o FCONT é que o mesmo é uma escrituração, onde os lançamentos devem ser feitos com utilização do método das partidas dobradas, identificando, de forma precisa, origem e aplicação.

Sendo assim estão obrigadas à apresentação do FCONT as pessoas jurídicas sujeitas ao Lucro Real e ao RTT. (IN RFB nº 949/09, art. 7º).

No entanto, no art. 8º, § 4º, da referida IN, é definido que mesmo no caso da pessoa jurídica não possuir lançamento com base em métodos e critérios diferentes daqueles prescritos pela legislação tributária, a elaboração do FCONT é obrigatória, baseada nos critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007, no termo do art. 2º.

Assim as empresas obrigadas à entrega do FCONT, na apuração do lucro real devem proceder com os ajustes constantes na IN nº 949/09, anulando assim o efeito dos novos métodos e critérios contábeis para o reconhecimento de receita, custos e despesas instituídos pela lei 11.638/07 e arts. 37 e 38 da lei 11.941/09.

No documento CUSTEIO POR ABSORÇÃO Franciele Duarte (páginas 32-39)