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5.2 Análise Econométrica

5.2.4 Relações entre incentivos fiscais federais e desempenho empresarial

Incentivos fiscais federais e desempenho empresarial: a variável (NIFF) foi significativa e positiva nos modelos (ROA e ML). Dessa forma, pode-se inferir que existe uma relação significativa e positiva entre o nível de incentivos fiscais federais e o desempenho empresarial, mensurados a partir do retorno sobre o ativo e a margem líquida. Assim, empresas com maior nível de incentivos fiscais federais tendem a apresentar melhor desempenho. Os achados corroboram com os estudos de Formigoni (2008); Loureiro et al. (2011); Wu et al. (2012); Zhang et al. (2014); e Rezende et al.

(2019). Para os autores, os incentivos fiscais afetam de forma positiva o desempenho das empresas.

De forma adicional, nesta pesquisa procedeu-se com análise das relações entre conexões políticas (CPAE, CPDC e CPPG) e o desempenho empresarial.

Conexão política pelo alto escalão e desempenho empresarial: a variável (CPAE) foi significativa e negativa no modelo (ROE). Dessa forma, pode-se inferir que empresas que estabelecem conexão política pelo alto escalão tendem a apresentar menor retorno ao acionista.

Conexão política por doação a campanha e desempenho empresarial: a variável (CPDC) foi significativa e negativa no modelo (ROE). Dessa forma, pode-se inferir que empresas que estabelecem conexão política por doação a campanha tendem a apresentar menor retorno ao acionista.

Os achados são contrários ao estudo de Brown et al. (2015), as atividades de financiamento de campanhas, bem como os esforços de lobby são táticas complementares que têm um impacto incremental no desempenho empresarial. No entanto, o autor avaliou o desempenho futuro, o que pode ter contribuído para a divergência nos resultados.

No Brasil, os estudos de Pinheiro et al. (2016) e Silva et al. (2018), não se mostraram significativos para a variável. Pinheiro et al. (2016) afirmam que não existem diferenças de desempenho na comparação entre empresas com conexões políticas e aquelas sem conexão política. No mesmo sentido, Silva et al. (2018) não corroboram a predição teórica e intuitiva de que o “capitalismo de compadrio” melhora o desempenho

empresarial, não há evidências empíricas para afirmar que o efeito das doações no custo de capital, e no desempenho das empresas conectadas é diferente de zero.

Conexão política por participação governamental e desempenho empresarial: a variável (CPPG) foi significativa e negativa no modelo (ROE). Dessa forma, pode-se inferir que empresas que estabelecem conexões políticas a partir da participação governamental apresentam menor retorno aos acionistas.

Ao estudar as relações entre conexões políticas e custo do capital próprio e capital de terceiros, Koprowski et al. (2019) afirmam que as conexões políticas reduzem o retorno dos acionistas, criam restrições pelas instituições de créditos que exigem maior custo de capital e tornam-se maléficas para as empresas [...]. No entanto, os autores utilizaram a proxie Market-to-Book (Koprowski et al., 2019).

Para estimar os modelos foram realizadas interações entre as variáveis nível de incentivos fiscais federais (NIFF) e conexões políticas (CPAE, CPDC e CPPG). O objetivo foi analisar de que forma o efeito conjunto das variáveis afeta o desempenho empresarial.

Assim, destacam-se os seguintes achados:

Interação entre as variáveis (NIFF e CPAE): o resultado da estimação para a interação entre as variáveis foi não significativo, impossibilitando a realização de inferências.

Interação entre as variáveis (NIFF e CPDC): a interação entre as variáveis resultou em um efeito significativo e negativo nos modelos (ROA e ML). Dessa forma, pode-se inferir que empresas com maior nível de incentivos fiscais federais e que estabelecem conexão política por doação a campanha tendem a apresentar um menor desempenho empresarial, mensurados a partir do retorno sobre o ativo e margem líquida. Em síntese, o efeito conjunto dos incentivos fiscais federais e da conexão política por doações a campanha prejudica o desempenho empresarial.

Interação entre as variáveis (NIFF e CPPG): a interação entre as variáveis resultou em um efeito negativo no modelo (ROA). Dessa forma, pode-se inferir que empresas com maior nível de incentivos fiscais federais e que estabelecem conexão política por

participação governamental tendem a apresentar um menor desempenho empresarial, mensurado a partir do retorno sobre o ativo. Em síntese, o efeito conjunto dos incentivos fiscais federais e da conexão política estabelecida a partir da participação governamental prejudica o desempenho empresarial.

Em relação as variáveis de controle foram avaliadas os efeitos da auditoria (AUDIT), crise (CRISE), endividamento (END), nível de intangibilidade (INTG), setor de utilidade pública (SETUP) e tamanho (TAM) sobre o desempenho empresarial.

Auditoria (AUDIT): a variável foi não significativa nos três modelos (ROA, ROE e ML) impossibilitando a realização de inferências.

Crise (CRISE): a variável foi significativa e negativa nos três modelos (ROA, ROE e ML). Dessa forma, pode-se inferir que em momentos de crise econômica as empresas apresentam pior desempenho empresarial, mensurado a partir do retorno sobre o ativo, retorno aos acionistas e margem líquida. Sugere-se que os períodos de crise prejudicam o desempenho empresarial.

Endividamento (END): a variável foi significativa e negativa nos modelos (ROA e ML).

Dessa forma, pode-se inferir que empresas com maior nível de endividamento apresentam pior desempenho empresarial, mensurado a partir do retorno sobre o ativo e a margem líquida. Sugere-se que o endividamento prejudica o desempenho empresarial.

Nível de intangível (INTG): a variável foi significativa e negativa nos três modelos (ROA, ROE e ML). Dessa forma, pode-se inferir que empresas com maior nível de intangível apresentam pior desempenho, mensurado a partir do retorno sobre o ativo, retorno ao acionista e margem líquida. Sugere-se que a intangibilidade dos ativos prejudica o desempenho empresarial.

Setor (SETUP): o resultado para a variável foi não significativo nos três modelos (ROA, ROE e ML), impossibilitando a realização de inferências.

Tamanho (TAM): a variável foi significativa e positiva nos três modelos (ROA, ROE e ML). Dessa forma, pode-se inferir que empresas maiores apresentam melhor desempenho empresarial, mensurado a partir do retorno sobre o ativo, retorno ao acionista e margem líquido. Sugere-se que o tamanho da empresa favorece o desempenho empresarial.

A partir da estimação dos três modelos econométricos (ROA, ROE e ML) foi possível testar uma hipótese de pesquisa (H10). Assim, os achados corroboram com a hipótese H10: empresas brasileiras, listadas na B3 que possuem maior nível de incentivos fiscais federais apresentam melhor desempenho empresarial. Assim, pode-se inferir que o nível de incentivos fiscais federais contribui de forma positiva para o desempenho empresarial, mensurado a partir do retorno sobre o ativo e margem líquida.

Em síntese, os resultados obtidos atenderam ao objetivo específico (5): analisar as relações entre incentivos fiscais federais e desempenho empresarial em empresas brasileiras listadas na B3. Dessa forma, pode-se inferir que existe uma relação significativa e positiva entre incentivos fiscais federais e o desempenho empresarial, mensurados a partir do retorno sobre o ativo e margem líquida. Diante do exposto, empresas com maior nível de incentivos fiscais federais tendem a apresentar melhor desempenho. Salienta-se que o resultado para a variável retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi não significativo, impossibilitando a realização de inferências.

Ao analisar o efeito das conexões políticas (CPAE, CPDC e CPPG) sobre e desempenho empresarial apresentam-se os seguintes achados:

As variáveis (CPAE, CPDC e CPPG) foram significativas e negativas. Dessa forma, pode-se inferir que o estabelecimento de conexão políticas prejudica o desempenho empresarial, mensurado a partir do retorno sobre o ativo, retorno aos acionistas e margem líquida.

Ao analisar o efeito a interação entre o nível de incentivos fiscais federais e conexões políticas (CPAE, CPDC e CPPG) sobre o desempenho empresarial apresentam-se os seguintes achados:

As variáveis (NIFF e CPDC e NIFF e CPPG) foram significativas e negativas. Dessa forma, pode-se inferir que o efeito conjunto dos incentivos fiscais federais e das conexões políticas prejudica o desempenho empresarial, mensurado a partir da do retorno sobre o ativo e da margem líquida.