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Academic year: 2023

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XXVIII Congresso de Iniciação Científica

A releitura dos mitos clássicos em Nessuno, de Luciano De Crescenzo, e o recurso à ironia.

Giacomo Enzo Cinquarole Bellissimo, orientadora: Maria Celeste Tommasello Ramos, Campus

“Julio Mesquita Filho” – Instituto de biociências letras e ciências exatas, São José do Rio Preto, Letras (licenciatura), e-mail do aluno-autor: giacomo.enzo@hotmail.com, bolsa PIBIC/Reitoria

Literatura clássica, Literatura Italiana, Intertextualidade

Introdução

Como afirma Hamilton¹ (1992, p. 15-18), os mitos relatados pelos escritores gregos eram histórias consideradas verdades factuais e sagradas para os povos gregos da antiguidade. Assim, quando o autor Luciano De Crescenzo, nascido em 1928, retoma essas histórias, as submete ao processo de diálogo intertextual, como descrito pela autora Samoyault² (2008), não só transcrevendo-as, mas também carregando-as de novos significados, e utilizando o recurso da ironia.

Objetivos

A pesquisa teve como escopo, na etapa 1, analisar como se deu o processo intertextual adotado por De Crescenzo na composição de Nessuno (publicado em 1997), e verificar como essa retomada dos mitos presentes no texto-fonte homérico, A Odisseia, escrita por volta de oitocentos anos antes de Cristo, carrega-se de novo significado, uma vez que foi tomada como texto-fonte para reescritura na obra do final do século XX, utilizando para isso como base os estudos de Samouyault no que se refere ao processo intertextual e os de Grimal, Brunel, Campbell, Hamilton, entre outros, quando do estudo das fontes. Na etapa 2, verificamos como se deu o uso da ironia na constituição do discurso, utilizando como base os estudos de Muecke, Paiva, Pirandello e Brait.

Material e Métodos

Foi utilizado como corpus o livro Nessuno, de De Crescenzo, edição de 1997, em italiano, assim como a Odisseia e a Ilíada, de Homero, na tradução de Carlos Alberto Nunes. O método utilizado para abordagem foi o fenomenológico-hermenêutico por se tratar de proposta de análise interpretativa crítica que busca elucidar, por meio do processo de interpretação e reflexão, tanto o fenômeno do diálogo intertextual entre o texto de Luciano De Crescenzo e a Mitologia Clássica, quanto a constituição da ironia como recurso discursivo.

Resultados e Discussão

De Crescenzo reconta as histórias presentes nas obras clássicas Odisseia e Ilíada subvertendo o caráter sagrado presente nestas, por meio de um diálogo intertextual com outros mitos relacionados aos personagens, mas principalmente aos que se referem ao herói Ulisses, adicionando ao final de seu livro um novo capítulo, fazendo referência à possível continuação da jornada do herói, prevista pelo personagem Tirésias na obra original, e presente no oitavo Canto da Divina Comédia, de Dante Alighieri. Além disso, na segunda etapa do estudo, De Crescenzo lança mão do recurso da ironia para constituição do discurso narrativo, o que pode demonstrar claramente a consciência do sentimento do contrário, que pode se manifestar por meio da linguagem ou por meio das figuras.

Conclusões

Concluímos que na reescrita da obra homérica feita em Nessuno, o autor insere notas que remetem ao vocabulário, costumes e lendas, dando uma perspectiva didática à obra. Podemos conceber a obra Nessuno como voltada para a reatualização do mito clássico na contemporaneidade, fazendo uma escrita em prosa que atrai pelo tom humoristico. O autor utiliza claramente o recurso à ironia como figura retórica para o efeito humorístico, e também como recurso dramático, utilizado como mecanismo para a atualização do mito do herói Ulisses.

Agradecimentos

À Pró-Reitoria de Pesquisa da Unesp pela concessão da bolsa Pibic/Reitoria, no período 2015/2016, para a etapa 1, da pesquisa, e à FAPESP pela concessão da bolsa IC, no período 2016/2017, para a etapa 2 da pesquisa. Agradeço também a orientação da Profa. Maria Celeste Tommasello Ramos.

____________________

1 HAMILTON, E. Os deuses, a criação e os heróis primitivos (Primeira Parte). In: ______. Mitologia. Trad. Jeferson L.Camargo. São Paulo:

Martins Fontes, 1992.

2 SAMOYAULT, T. A intertextualidade. Tradução de Sandra Nitrini.

São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2008

Referências

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Após as contações, notamos que elas sabem perfeitamente a diferença entre fantasia e realidade, e segundo Corso e Corso 2006, a ficção "acaba sendo uma saída para que certas verdades