• Nenhum resultado encontrado

Saúde da família como estratégia para mudança do modelo de atenção: representações sociais dos usuários

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Saúde da família como estratégia para mudança do modelo de atenção: representações sociais dos usuários"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

[ 820] Rev. Elet r . Enf. [ I nt er net ] . 2009; 11( 4) : 820- 9. Available fr om : ht t p: / / w ww.fen.ufg.br / r evist a/ v11/ n4/ v11n4a07.ht m.

Sa ú de da fa m ília com o e st r a t é gia pa r a m u da n ça do m ode lo de a t e n çã o: r e pr e se n t a çõe s socia is dos u su á r ios

Fa m ily h e a lt h : st r a t e gy t o ch a n ge t h e ba sic ca r e m ode l, t h e h e a lt h u se r socia l r e pr e se n t a t ion

Sa lu d de la fa m ilia , e st r a t e gia pa r a e l ca m bio d e l m ode lo de a t e n dim ie n t o: r e pr e se n t a cion e s socia le s de los u su a r ios

Már cia Niit um a Ogat aI, Mar ia Lúcia Teixeir a MachadoI I, Er ik a Apar ecida Cat oiaI I I I

Enfer m eir a. Dout or a em Enfer m agem . Professor a Associada do Depart am ent o de Enfer m agem da Univer sidade Feder al de São Carlos ( DENF/ UFSCAR) . São Carlos, SP. E- m ail: ogat a@ufscar .br.

I I

Nut r icionist a. Dout or a em Saúde Pública. Pr ofessor a Dout or a do DENF/ UFSCAR. São Carlos, SP. E- m ail: m m achado@ufscar.br. I I I Enfer m eir a, ex- bolsist a PI BI C/ CNPq. São Carlos, SP. E- m ail: erikaenf04@gm ail.com.

RESUM O

A at enção básica visa gar ant ir a univer salidade e int egr alidade na saúde e t em a Est r at égia Saúde da Fam ília ( ESF) com o pr ior it ár ia par a a r eor ient ação do m odelo assist encial de saúde. O obj et ivo do est udo é analisar as r epr esent ações sociais dos usuár ios acer ca da ESF. Tr at a- se de um a pesquisa quant i- qualit at iva em que a colet a de dados deu- se at r avés de ent r evist as sem i- est r ut ur adas em t r ês unidades de saúde com 30 usuár ios. Par a análise dos dados ut ilizou- se o soft w ar e ALCESTE 4.5. For am const r uídas quat r o classes: Modelo cent r ado na doença; Busca por especialist as; Hum anização do at endim ent o e Necessidade de consult a m édica. A análise dem onst r a que a pr ocur a dos usuár ios pela unidade est á cent r ada em t r at am ent o de doenças e consult a m édica e os usuár ios definem o at endim ent o da unidade com o bom . A r epr esent ação social da ESF dest e gr upo é ident ificada com o um a unidade de saúde que pr est a um at endim ent o m ais acolhedor e com cr iação de vínculo. Dest aca- se que os usuár ios com pr eendem a ESF com o um at endim ent o m ais hum anizado, m as ainda m ant êm o foco na consult a m édica e na doença. É im por t ant e cr iar espaços de conver sa sobr e a Est rat égia de Saúde da Fam ília com a população, assim com o o desenvolvim ent o de ações m ult ipr ofissionais pr om ot or as de saúde pela equipe.

D e scr it or e s: Sist em a Único de Saúde; Assist ência à Saúde; Pr ogr am a Saúde da Fam ília. ABSTRACT

Basic car e is t o pr ovide t he univer salit y and com plet eness healt h and has t he Fam ily Healt h St r at egy ( FHS) as a pr ior it y for t he r eor ient at ion of t he healt h car e m odel. This st udy aim s t o analyze t he social r epr esent at ions of healt h user s about t he FHS. This is a quant it at ive and qualit at ive r esearch t hat w as m ade in São Car los cit y in 2007. The dat a collect ion w as m ade t hr ough sem i- st r uct ur ed int er view s in t hree healt h unit w it h 30 healt h user s. The soft w are ALCESTE 4.5 w as used t o analyze t he dat a. Four classes w er e built : Model focused on t he disease; Sear ch by specialist s; Hum anizat ion of t he car e and Need for m edical consult at ion. The analysis of t he classes show s t hat t he dem and fr om healt h user s is focused on t r eat m ent of diseases and m edical consult at ion and healt h user s define t he car e pr ovided by t he unit as good. The social r epr esent at ion of t his gr oup about FHS is ident ified as a unit of healt h car e t hat pr ovides a m or e welcom ing t reat m ent and w it h developm ent of t ies. The healt h user s under st and t he ESF as a m or e hum anized car e, but st ill m aint ain t he focus on t he m edical and healt h insur ance. I t is im por t ant t o cr eat e spaces for conver sat ion about t he Fam ily Healt h St r at egy w it h t he populat ion as w ell as t he developm ent of t he act ion of healt h pr om ot ion by t he m ult idisciplinar y t eam .

D e scr ipt or s: Single Healt h Syst em ; Assist ance t o Healt h; Fam ily Healt h Pr ogr am . RESUM EN

La at ención básica t iene com o obj et ivo gar ant izar la universalidad y la int egr alidad en la salud y t iene la Est r at egia Salud de la Fam ilia ( ESF) com o pr ior it ar ia par a la r e or ient ación del m odelo asist encial de la salud. El obj et ivo del est udio es analizar las r epr esent aciones sociales de los usuar ios sobr e el ESF. Se t r at a de una invest igación cuant it at iva y cualit at iva celebr ada en São Car los en 2007. La colect a de dat os fue hecha a par t ir de ent r evist as sem i est r uct ur adas en t r es unidades de salud pública con 30 usuar ios. Par a el análisis de los dat os se ut ilizó el soft w ar e ALCESTE 4.5. Fuer on const r uidas cuat r o clases: Modelo enfocado en la enfer m edad; Busca por especialist as; Hum anización en la at ención y Necesidad de consult a m édica. La análisis de las clases dem uest r a que la búsqueda de los usuar ios por la unidad est a siem pre cent r alizada en t r at am ient o de enfer m edades y en la consult a m édica donde los usuar ios t ienen el concept o de la at ención com o de buena calidad. La r epr esent ación social de la ESF de est e gr upo est a ident ificada com o la unidad de salud que pr esent a un at endim ient o m ás acogedor y con cr eación de un vínculo. Se dest aca que los usuar ios com pr enden a la ESF com o un at endim ient o m ás hum anizado, per o aún m ant iene el foco en la consult a m édica y en la enfer m edad. Es im por t ant e cr ear espacios de conver sa sobr e la Est r at egia de salud de la fam ilia con la población, así com o el desar r ollo de acciones m ult ipr ofesionales par a pr om over la salud por el equipo.

(2)

I N TROD UÇÃO

O Sist em a Único de Saúde ( SUS) , cr iado pela Const it uição Feder at iva do Br asil de 1988, foi r esult ant e da or ganização, no início dos anos 80, da lut a de m ovim ent os sociais, que cont ar am com a par t icipação de pr ofissionais da saúde e que t inham com o obj et ivo a m udança do m odelo de saúde vigent e( 1).

Desde sua cr iação o SUS est á paut ado em pr incípios com o: univer salização do at endim ent o à saúde; int egr alidade do cuidado, consider ando o indivíduo um ser int egr al inser ido em um cont ext o social pr ópr io; equidade, baseando- se na ideia de que t odo cidadão é igual per ant e o SUS, sendo at endido confor m e suas necessidades; par t icipação social( 1).

No cont ext o do SUS, a At enção Básica de Saúde “ car act er iza- se por um conj unt o de ações que abr angem a pr om oção e a pr ot eção da saúde, a pr evenção de agr avos, o diagnóst ico, o t r at am ent o, a r eabilit ação e a m anut enção da saúde, ( ...) consider a o suj eit o em sua singular idade, na com plexidade, na int egr alidade e na inser ção sócio- cult ur al”( 2).

A At enção Básica t em a Saúde da Fam ília ( SF) com o est r at égia pr ior it ár ia par a sua or ganização, assim com o, par a a r eor ient ação do m odelo assist encial de saúde. O Pr ogr am a de Saúde da Fam ília ( PSF) t ev e início na década de 90, sendo inspir ado em exper iências de out r os países ( Cuba, I nglat er r a e Canadá) , nos quais houve int er essant es aum ent os de qualidade na saúde pública, com invest im ent o na pr om oção da saúde. Sua im plant ação foi pr ecedida, em 1991, pelo Pr ogr am a de Agent es Com unit ários de Saúde ( PACS) e, a par t ir de 1994, com eçar am a ser for m adas as pr im eiras equipes do PSF, incor por ando e am pliando a at uação dos agent es com unit ários de saúde( 3).

A est r at égia saúde da fam ília ( ESF) sur ge em r espost a à cr ise do m odelo m édico- clínico pr opondo um a r eal m udança na for m a de pensar a saúde, um a vez que o m odelo assist encial pr edom inant e no país ainda não cont em pla os pr incípios do SUS, ou sej a, a assist ência per m anece individualizada, baseada na cur a e na m edicalização com baix a resolut ividade e baix o im pact o social( 4).

Por t ant o, os desafios da ESF est ão na desconst r ução de pr át icas de saúde ainda influenciadas pelo m odelo flex ner iano, que conceit ua saúde com o a ausência de doença, cent r ando o cuidado na cur a, e na t r ansfor m ação de um m odelo sanit ár io cent r ado em pr ocedim ent os par a um m odelo de saúde colet iva cent r ado na pr odução de cuidados( 5).

Na ESF a equipe de saúde da fam ília deve at uar na pr om oção, pr evenção, r ecuper ação e na m anut enção da saúde da população adst r it a, com ações que buscam um a at enção int egr al à saúde,

est abelecendo vínculo com a com unidade. Nest a est r at égia, a fam ília passa a ser o foco do at endim ent o, levando- se em consider ação suas necessidades, suas condições sociais e o m eio onde est á inser ida, par a que a equipe possa planej ar e pr om over as ações de saúde de for m a int egr al e com qualidade( 3).

Vist o ser r ecent e a cr iação da ESF no Br asil, faz-se necessár io lem br ar que é fundam ent al que os usuár ios de saúde conheçam o m ecanism o de funcionam ent o e or ganização do SUS e da ESF, assim com o seus obj et ivos no cuidado à saúde, par a que a par t icipação social sej a r ealizada de for m a conscient e e r esponsável, possibilit ando a const r ução de polít icas de saúde que pr om ov am a m elhoria da qualidade da at enção à saúde. Conhecer as r epr esent ações sociais ( RS) dos usuár ios acer ca da ESF é um a for m a de avaliar com o t al est r at égia est á sendo per cebida pela população.

A t eor ia das RS sur ge com o fr ancês Ser ge Moscovici que int r oduz o conceit o pela pr im eir a vez em seu t r abalho “ La Psicanalyse: Son im age it son public” , publicado na Fr ança em 1961. A t eor ia est á fundam ent ada na Psicologia Social e sua or igem sofreu influências da Psicologia I ndividual, da Sociologia at r avés das Repr esent ações Colet ivas de Dur kheim , do Const r ut ivism o de Piaget e da psicanálise de Fr eud( 6).

A RS afir m a que há par t icipação at iv a do individuo na const r ução da sociedade sendo t am bém for m ado por ela. Podem ser ent endidas com o, “ um a for m a de conhecim ent o, socialm ent e elabor ada e par t ilhada cont r ibuindo par a a const r ução de um a r ealidade com um a um conj unt o social. I gualm ent e designada com o saber do senso com um ( ...) or ient am e or ganizam as condut as e as com unicações sociais”( 7).

Sendo ent ão obj et ivo desse est udo analisar as r epr esent ações sociais de um gr upo de usuár ios de Unidades Saúde da Fam ília, com a finalidade de com pr eender se a SF ( Saúde da Fam ília) é r econhecida com o um a est r at égia de m udança do m odelo de at enção à saúde e qual o significado que ela t em no cuidado à saúde da população.

M ETOD OLOGI A

Tr at a- se de um a pesquisa explor at ór ia analít ica que ut ilizou m et odologias de abor dagens quant i-qualit at iv as.

(3)

[ 822] Rev. Elet r . Enf. [ I nt er net ] . 2009; 11( 4) : 820- 9. Available fr om : ht t p: / / w ww.fen.ufg.br / r evist a/ v11/ n4/ v11n4a07.ht m.

Saúde que em basam as polít icas de saúde par a const r ução do SUS.

Par a ex ecução da segunda et apa da pesquisa selecionou- se dent r e as cinco Adm inist r ações Regionais de Saúde do m unicípio de São Car los a que concent r ava o m aior núm er o de USF ( 03 USF no t ot al) . A colet a de dados deu- se nas t r ês unidades de saúde da fam ília um a delas em ár ea r ur al e cont ou com um a am ost r a de 30 usuár ios, sendo 10 de cada unidade. Os suj eit os da pesquisa for am usuár ios desses ser viços e a escolha ocor r eu de for m a aleat ór ia, sendo o único cr it ér io a aceit ação em par t icipar do est udo.

For am r ealizadas ent r evist as sem i- est r ut ur adas que com binou per gunt as fechadas e aber t as par a a colet a de dados. Est as possibilit am ao ent r evist ado discor r er sobr e o papel da ESF ( est r at égia saúde da fam ília) na m udança da at enção à saúde, sem r espost as ou condições pr efix adas pelo pesquisador( 8). As ent r evist as for am feit as de for m a individual, sendo realizadas nos dom icílios ou na pr ópr ia unidade, de acor do com a escolha do ent r evist ado.

Levant ar am - se dados par a um br eve t r açado de per fil do gr upo e ut ilizou- se de um r ot eir o com as seguint es quest ões nor t eador as: fale- m e sobr e o at endim ent o pr est ado pela USF; há sit uações em que se fez necessár io pr ocur ar por out r os ser viços de saúde; há difer enças ent r e USF e out r os ser viços de saúde; com o é a r elação ent r e a equipe de saúde e os usuár ios; qual a r esolubilidade das dem andas e se há influência da USF nas condições de saúde da população. Est as quest ões ser vir am par a or ient ar o ent r evist ador e não lim it ando as falas dos suj eit os.

Após a apr ovação do Com it ê de Ét ica em Pesquisa com Ser es Hum anos da Univ er sidade Federal de São Carlos ( Parecer 029/ 2007) e da Secr et ar ia Municipal de Saúde de São Car los, as ent r evist as for am r ealizadas e gr avadas após consent im ent o livr e e esclar ecido dos par t icipant es par a post er ior m ent e ser em t r anscr it as par a análise dos dados.

A análise dos dados const it ui- se em duas et apas. Par a a pr im eir a fase dest a et apa ut ilizou- se o soft w ar e ALCESTE 4.5, cr iado na Fr ança em 1979, por Max Reiner t sendo m uit o ut ilizado em t r abalhos que ut ilizam com o r efer encial t eór ico a t eor ia das RS. Ele possibilit a um a análise quant it at iva de dados em um t ext o ( com no m ínim o 70 m il car act er es) , denom inado de cor pus de análise, com base na dist r ibuição lexical ( conj unt o de vocábulos) delim it ando as classes sem ânt icas ( significado das palavr as) , em função da ocor r ência e co- ocor r ência das palavr as no t ext o.

No caso dest a pesquisa, o cor pus de análise consist iu nas 30 ent r ev ist as r ealizadas com os usuár ios das t r ês USF da cidade de São Car los, sendo

que cada ent r evist a é denom inada Unidade de Cont ex t o I nicial ( UCI ) .

A análise procedida pelo ALCESTE perpassa por quat r o et apas: a pr im eir a consist e na leit ur a das ent r evist as par a o cálculo do vocabulár io, a seguir é ger ada um a list a em or dem alfabét ica de t odo o cor pus da análise. O pr ogr am a ainda r ealiza o pr ocesso denom inado lem at ização onde r eduzir á palavr as com o m esm o r adical, ou sej a, palavr as com o ent ende, ent endam , ent ender am , que possam apar ecer no t ext o são r eduzidas a for m a ent end+ pelo pr ogr am a possibilit ando assim que sej am consider adas equivalent es. A segunda et apa a ser r ealizada é a for m ação da UCE, a par t ir da fr agm ent ação das UCI . A t er ceir a et apa é a const r ução, a par t ir das UCE das classes. Tal pr ocesso é denom inado de Análise Hier ár quica Descendent e ( AHD) . Por fim , na quar t a et apa, o pr ogr am a r ealiza o que se denom ina de Análise Fat or ial de Cor r espondência, at r avés da qual e por m eio de um plano gr áfico são ver ificadas e disponibilizadas as int er - r elações ent r e as classes( 9).

Par a análise das classes r ecor r eu- se a análise qualit at iv a do discur so dos usuár ios par t icipant es da pesquisa acer ca da USF ( Unidade Saúde da Fam ília) e assim ident ificar am - se as r epr esent ações sociais dest e gr upo.

RESULTAD OS E D I SCUSSÃO

O gr upo de usuár ios que par t icipou da pesquisa foi com post o por 73% de pessoas na faixa et ár ia ent r e 18 e 50 anos, dest as 66% er am m ulher es e 50% t inham o ensino fundam ent al incom plet o. O núm er o de pessoas que vivem na r esidência dos usuár ios var ia ent r e 04 a 06 pessoas r epr esent ando 60% da am ost r a sendo que 70% dos usuár ios t êm de um a t r ês filhos. Quant o à ocupação houve gr ande concent r ação de donas de casa e aposent ados t ot alizando 63% da am ost r a, vist a que t ais ent r evist as se der am dur ant e a sem ana no per íodo diurno.

O cor pus de análise ou a Unidade de Cont ext o I nicial foi com post o por 30 ent r evist as. Par a car act er izar cada um a das ent r evist as foram consider adas as seguint es var iáveis: suj eit o ( suj ) ( cada ent r ev ist ado foi classificado com um núm er o seguindo a or dem num ér ica em que as ent r evist as for am r ealizadas) ; I dade ( id) ; sexo ( s) ; ocupação ( oc) e USF ( unidade saúde da fam ília) a qual o usuár io é cadast r ado ( unid) .

(4)

at endim ent o e Necessidade de consult a m édica. O pr ogr am a separ ou o núm er o de Unidades de Cont ext o Elem ent ar pr esent es em cada um a das classes m ost r ando a fr eqüência que elas r epr esent am do t ot al de UCE analisadas.

A Classe 01 cont ém 94 u.c.e. r epr esent ando 38,68% do t ot al analisado e a Classe 04 com um t ot al de 86 u.c.e. com um a por cent agem de 35,39%

são as classes com m aior r epr esent at ividade dent r o do gr upo.

Após r ealizar a Análise Hier ár quica Descendent e ( const r ução das classes a par t ir das UCE) , o soft w ar e const r uiu o dendogr am a r epr esent ado na Figur a 1 que m ost r a as r elações exist ent es ent r e as classes for m adas.

Figu r a 1 : Dendogr am a São Car los, 2007.

O dendogr am a apr esent a as classes for m adas e suas r elações, em que se ver ifica que as classes 02 e 03 est ão bem pr óxim as quant o ao cont eúdo, ou sej a, m ais pr óxim o est á o discur so pr esent e em cada um a delas, possuindo, por ém ideias e sent idos dist int os, o que j ust ifica a separ ação em classes difer ent es. Am bas se r elacionam com a classe 01, sendo que est a t am bém apr esent a um a r elação com a classe 04. I st o m ost r a que exist em cont eúdos com uns às t r ês classes. Ao r ealizar a análise qualit at iv a das u.c.e. pr esent es em cada classe discut ir em os os discur sos e as r elações pr esent es nas classes for m adas.

(5)

[ 824] Rev. Elet r . Enf. [ I nt er net ] . 2009; 11( 4) : 820- 9. Available fr om : ht t p: / / w ww.fen.ufg.br / r evist a/ v11/ n4/ v11n4a07.ht m.

Qu a dr o 1 : Classes for m adas pelo ALCESTE a par t ir dos dados das ent r evist as. São Car los, 2007.

Cla sse 0 1 – 3 8 ,6 8 % Cla sse 0 2 – 1 5 ,2 3 % Cla sse 0 3 – 1 0 ,7 % Cla sse 0 4 – 3 5 ,3 9 % M ode lo Ce n t r a do n o

m é dico Bu sca por e spe cia list a

H u m a n iz a çã o do a t e n dim e n t o

N e ce ssida de de Con su lt a m é dica

lega+ l at encioso+ Aj uda am bulância

cônsul+ er at endem at enção casa

cont r ol+ er at endido+ at endendo aj udar

algum as_vezes at endim ent o+ at end+ at endeu

at r apalha bom boa+ colhe+

bem _at endido car diologist a cor ação conseguiu

casa_de_saúde clinico enfer m eir a+ encaix e

cent r o_de_especialidades ent end+ exam e_de_sangue exam e

clinico ger al fam ília+ fazem febr e

consegue ginecologist a gr ipe hospit al

conv ênio idoso+ inj eção m ar car

dem or a m elhor j eit o m ar ido

diabet e+ m elhor ar logo m ar quei

difícil necessidade m edir m at er i+

doent e+ noit e m elhor m édico

em er gência ót im o m uit o_bom m elhor ou

especialist a pagando paciência olhou

excelent e pediat r a pr ocur am out r o+

falt a população r ápido out r o_post o

m uit o_bem pouco vacina passei

passo pr ecisar pneum onia

pegar pr ecisava pr ocur ou

pr ecisei t r abalh+ r uim

pr eciso pr efir o pr essão pr ocur o r eclam ar r em édio+ sant a_casa sant a_felicia

sem pr e t r at am t r at am ent o+

t r ês_m eses um a_vez_por _m ês

unidade+

(6)

A análise do quadr o acim a pode ser feit a agr upando as classes I e I V um a vez que pelo dendogr am a est as se r elacionam , dem onst r ando que a pr ocur a dos usuár ios pela unidade est á cent r ada em t r at am ent o de doenças, consult a m édica e m edicam ent o, além de pr ocedim ent os de enfer m agem . Palavr as t ípicas dessas classes com o doent e+ ( doent e; doent es) , consult + er ( consult a; consult as) , rem édio+ ( r em édio; r em édios) , encaixe ( t er m o ut ilizado quando um usuár io é at endido sem m ar car consult a com ant ecedência) , exam e, febr e, m édico, ent r e out r as, exem plificam em quais sit uações os usuár ios par t icipant es da pesquisa acham necessár io buscar a unidade saúde da fam ília.

As falas a seguir dem onst r am que os usuár ios buscam a USF visando um at endim ent o baseado na queixa condut a e na pr ocur a por pr ont o at endim ent o. As ações de saúde, em sua m aioria, ficam cent r adas na consult a m édica.

( ...) quando eu vej o que pr eciso eu venho aqui só quando eu est ou m eio doent e só que eu venho( ent r evist ado 26)

( ...) Ah só quando m inhas cr ianças est ão com febr e ou se acont ece algum a coisa, m as caso cont r ár io, não venho no post o não ( ent r evist ado 27) .

A busca por ações pr event ivas de doença, pr ior it árias na ESF se lim it am ao cont r ole de doenças cr ônicas com o hiper t ensão ar t er ial e o diabet es m ellit us at r avés da afer ição de pr essão, r ealização do ex am e de glicem ia capilar e busca de m edicam ent o e isso se evidencia nas seguint es falas:

Eu passo cada t r ês, quat r o m eses com a dout or a par a pegar o r em édio de pr essão ( ent r evist ado 14) Eu faço o acom panham ent o do diabet es e da pr essão, ( ...) elas m edem m inha pr essão, a t axa de glicem ia e m e dão o r esult ado ( ent r evist ado 07) .

Pode- se j ust ificar a busca da USF pelos usuár ios por ações cur at ivas cent r adas na consult a m édica, r et om ando a hist ória das polít icas de saúde no Br asil at é a década de 80. A Saúde no Br asil desde o início do século XX er a clar am ent e dividida em dois pólos: o da saúde pública, de r esponsabilidade do gov er no, que se encar r egava de ações pr event ivas e sanit ar ist as colet ivas, a fim de cont r olar epidem ias que assolavam o país com o m alária, febr e am ar ela; e o da saúde individual cur at iva cent r ada no at endim ent o m édico pr ivado gar ant ido apenas a população t r abalhador a que, at r avés da cont r ibuição pr evidenciár ia t inham o dir eit o a assist ência m édica cur at iv a, indiv idual( 10).

O m odelo de saúde vigent e na época baseava- se na desvinculação do cuidado pr event ivo, r ealizado pelo Est ado, do cuidado cur at iv o, r ealizado pela Pr evidência Social at r avés dos I APs ( I nst it ut o de Aposent ador ia e Pensão) . A at enção pr im ária de saúde er a pr ej udicada no que se r efer e ao cuidado

pr event ivo à saúde, sendo valor izadas ações cur at ivas de m édia e alt a com plexidade( 10).

Tal m odelo, baseado no par adigm a flexner iano, r eduz o cor po hum ano a suas par t es, valorizando conhecim ent os de anat om ia e fisiologia. A doença é encar ada com o alt er ações concr et as do cor po, sendo est e separ ado do t odo, e r est r ingindo as pr át icas de saúde ao cuidado dos ór gãos e sist em as, desconsider ando o ser hum ano com o um ser int egr al inser ido em um det er m inado cont ext o( 5).

O det r im ent o dos cuidados pr im ár ios em saúde se agr avou com a Segunda Guer r a Mundial, quando o Br asil passou a ser for t em ent e influenciado pela sociedade am er icana. O m odelo de saúde sofr e gr andes influências do m odelo dos Est ados Unidos, m odelo est e baseado na const r ução de gr andes hospit ais que concent r avam gr andes t ecnologias( 10).

Pode- se inferir que na sociedade brasileira, ao longo da hist ór ia, criou- se um a cult ur a de cuidados em saúde baseado na assist ência individual e cur at iva, onde a população valoriza a r esolução im ediat a dos m ales em saúde.

Ainda se m ant ém no país um a per cepção do pr ocesso saúde- doença com o um car át er individual, de r esponsabilidade do cidadão m ant endo assim um m odelo de at enção com aspect o assist encial baseado na visão biológica e m ecanicist a do individuo, sendo o m édico o pr incipal pr ot agonist a do cuidado( 11).

A população vincula a assist ência a saúde com a consult a m édica desconsider ando o papel do r est ant e da equipe na assist ência, não r econhecendo com o at endim ent o as ações desenvolvidas por out r os pr ofissionais( 12).

As ações pr ev ent ivas em saúde, salv o exceções com o a im unização de doenças at r avés da vacinação de cr ianças e adult os, não são valorizadas pela população, que não v êem sent ido em r ealizá- las, pr ocur ando os ser viços de saúde par a ações cur at ivas em saúde, r ealizadas em sua m aior ia, at r avés de consult as m édicas, ou busca de m edicam ent os( 11).

A população ger alm ent e não par t icipa das at ividades r ealizadas nas USF que não se r efir am a assist ência m édica e, apesar de consider ar em t ais at ividades im por t ant es r elat am que est as não cor r espondem as suas necessidades( 13).

É necessár io que a USF int egr e na r ealização das ações de saúde t oda a equipe, const r uindo com a população a m udança no m odelo de at enção. A ofer t a de ações de saúde que int egr em o papel e o valor de cada um dos m em br os, pr opicia a const r ução de planos de cuidados não est á cent r ados apenas na figur a do m édico.

(7)

[ 826] Rev. Elet r . Enf. [ I nt er net ] . 2009; 11( 4) : 820- 9. Available fr om : ht t p: / / w ww.fen.ufg.br / r evist a/ v11/ n4/ v11n4a07.ht m.

int egr al à fam ília em t odas as fases do desenvolvim ent o. Palavr as inser idas nessa classe com o: cardiologist a, clinico, ginecologist a, necessidade, pediat r a, pr ecisava; dem onst r am que a falt a de m édicos especialist as par a o at endim ent o dos usuár ios é t ido com o um fat or lim it ant e par a um a m aior r esolubilidade dos pr oblem as de saúde da população.

As queixas r efer ent es à USF por par t e dos usuár ios r elacionam - se sem pr e a falt a de um núm er o m aior de m édicos pr incipalm ent e especialist as, vist a que as USF ( com exceção da unidade da ár ea r ur al que cont a com um núm er o m aior de m édicos) possuem um m édico da fam ília responsável pelo at endim ent o int egr al de t oda a fam ília.

Queixam - se pr incipalm ent e da falt a de car diologist as, pediat r as e ginecologist as e r elat am que t êm que pr ocur ar out r os ser viços de saúde na busca de t r at am ent o especializado. Refer em que a falt a de m édicos é um dos poucos pont os negat ivos no at endim ent o, j unt am ent e com a não r ealização de alguns exam es pr esent es em níveis m ais com plexos de at endim ent o com o o r aio- x. Ressalt a- se que o encam inham ent o dos usuár ios r ealizado pela unidade saúde da fam ília par a out r os ser viços de saúde não é consider ado pela m aior ia dos usuár ios ent r ev ist ados com o um a for m a de r esolubilidade no pr oblem a de saúde da população.

As falas a seguir dem onst r am a insat isfação dos usuár ios devido a falt a de um núm er o m aior de m édicos na unidade saúde da fam ília.

( ...) aqui eu não sei se t êm condições de vir pelo m enos um a vez por m ês um ginecologist a, ( ...) m as ser ia m uit o im por t ant e que t ivesse um ginecologist a ( ent r evist ado 06)

( ...) Olha a dout or a C. é um a excelent e m édica, os est agiár ios at endem m uit o bem a gent e e os funcionár ios t am bém , a única coisa assim eu acho que falt ava ser ia além da dout or a C. alguns m édicos a m ais par a a população par a as cr ianças e par a os adult os ( ent r evist ado 24) .

At r avés da análise das falas evidencia- se que os usuár ios da USF nest a per spect iva, não com pr eendem a ESF com o um novo m odelo de at enção à saúde, um a vez que pr ocur am a unidade fundam ent alm ent e par a um at endim ent o ainda cur at ivo, cent r ado no m édico, em pr ocedim ent os de enfer m agem e busca de m edicação. Não legit im am o papel do m édico da fam ília com o um pr ofissional capacit ado, j unt am ent e com o r est ant e da equipe de saúde, a cuidar de for m a int egr al de t oda a fam ília.

Tal r esult ado v ai ao encont r o de pesquisa r ealizada sobr e a per cepção dos usuár ios acer ca da ESF alguns r elat ar am que apesar de est as pr est ar em um at endim ent o m ais pr óxim o da população há falt a de pr ofissionais na equipe, r essalt ando- se a

pr efer ência por unidades de saúde que cont am com m édicos especialist as( 13).

Ressalt a- se que as USF não podem ser consider adas com o cent r os de t r iagem lim it ados a encam inhar a população aos cent r os de especialidades m édicas, t endo condições de r esolv er at é 85% dos pr oblem as de saúde da população adscr it a, sendo im pr escindív el par a um at endim ent o r esolut iv o pr ofissionais qualificados e com pr om et idos com a est r at égia( 12).

Apenas um dos ent r evist ados declar ou saber as at r ibuições do m édico da fam ília no que se r efer e ao cuidado int egr al à saúde da população.

( ...) olha o m édico da fam ília ele é gener alist a, ele é est udado capacit ado par a t odas as ár eas, só que às vezes a população pr ecisa de um pediat r a, pr ecisa de um ger iat r a, pr ecisa de um ginecologist a, de um com o se fala m édico de coluna esqueci o nom e, ( ...) devia t er essas classes m édicas a par t e é um consenso ( ent r evist ado 13) .

Por ém ao analisar sua fala, m esm o que o usuár io em seu discur so r econheça a legit im idade do m édico da fam ília em pr est ar um cuidado int egr al à saúde da população, ainda assim , consider a ser necessár ios m édicos especialist as.

A classe I I I m ost r a que os usuár ios definem o at endim ent o da unidade com o bom , um a vez que a r elação que a unidade desenvolve com a com unidade é o que a difer encia das out r as unidades de saúde. Palavr as inser idas nessas classes com o: ót im o, at encioso+ ( at encioso; at enciosos) , m uit o bom , paciência; dent r e out r as dem onst r am que os usuár ios consider am que o at endim ent o da unidade saúde da fam ília é r ealizado de um a for m a hum anizada.

Os pr ofissionais da equipe cost um am t r at ar a com unidade de um a for m a difer enciada, m uit os deles chegam a consider ar a equipe com o alguém da fam ília ou com o am igos. I dent ificam difer enças de out r os ser viços de saúde quant o ao at endim ent o, r elat ando que os pr ofissionais de saúde de out r as unidades cost um am t r at ar a com unidade com falt a de educação ou indifer ença.

As falas a seguir r eflet em a difer ença ent r e a r elação da equipe da saúde da fam ília com os usuár ios e a que est es est abelecem com os out r os ser viços de saúde. Os usuár ios classificam o at endim ent o da unidade com o bom , r efer indo que são m uit o bem t r at ados pela equipe.

( ...) O at endim ent o é bom , as pessoas são boas at endem dir eit inho eu pelo m enos nunca t ive nenhum pr oblem a aqui, eu acho bom ( ent r evist ado 12)

(8)

A fala a seguir faz r efer ência às difer enças quant o ao at endim ent o da USF e da Unidade Básica de Saúde ( UBS) , r elat ando que a equipe da saúde da fam ília t r at a os usuár ios com o am igos, enquant o que na UBS, por pr oblem as de gr andes dem andas de at endim ent o, são t r at ados de um a for m a r uim .

( ...) difer ença no at endim ent o difer ença na am izade t am bém , por que na Unidade da Fam ília você t em é... eles t e t r at am com o am igo. Agor a na UBS eles t e t r at am assim com o se fosse fr eguês de um bar zinho, um fr eguês de um lugar bem r uim ( ...) m as t am bém a gent e ent ende que passa m uit a gent e m uit a gent e lá, bem m ais que a Unidade da fam ília ah... a gent e ent ende que a car ga é de... a car ga hor ár ia passa a ser m aior t am bém , m as eu acho que eles podiam t r at ar bem m elhor ( ent r ev ist ado 04) .

A par t ir das falas dos usuár ios quant o ao at endim ent o pr est ado pela equipe da USF pode- se adent r ar num a discussão que advêm desde o fim da década de 70: a hum anização do at endim ent o nas pr át icas em saúde visando um a m elhoria da qualidade da r elação ent re os pr ofissionais de saúde e os usuár ios( 14).

A hum anização significa um a m udança da for m a de t r abalhar e t am bém das pessoas, que deve conciliar a obj et ivação cient ífica do pr ocesso saúde/ doença/ int er venção com novos m odos de execut ar a assist ência incor por ando a hist ór ia do individuo, a par t ir de seu diagnóst ico at é a r ealização da int er venção. O t r abalho em saúde consegue se hum anizar a par t ir do m om ent o que com bine a defesa de um a vida m ais longa com a const r ução de novos padr ões de qualidade par a os usuár ios( 15).

Em 2004 é cr iado o Pr ogr am a Nacional de Hum anização da At enção e Gest ão na saúde ( PNH) que t em com o obj et ivos a pr est ação de um cuidado acolhedor e r esolut ivo aos cidadãos, possibilit ar um a m elhor com unicação ent r e os pr ofissionais e os usuár ios, além de um efet iv o r econhecim ent o e v alorização dos dir eit os e da subj et iv idade cult ur al dos gr upos sociais nas pr át icas de saúde( 16).

As pr opost as que busquem efet iv ar a Polít ica de Hum anização, que tem por finalidade r ealizar um a t r ansfor m ação no cuidado a saúde, devem pr opor cionar o desenvolvim ent o de pr át icas int egr ais do cuidado, sendo est as pensadas com o um a r espost a às necessidades do usuár io par a além das dem andas explícit as, consider ando seu cont ext o socioeconôm ico e cult ur al pr est ando um cuidado que, além do biológico, consider e o ser hum ano em sua int egr alidade inser ido em um cont ext o social pr ópr io( 17).

Com o est r at égias de m elhor ia do acesso aos ser viços de saúde assim com o, par a o desenvolvim ent o de t ais pr át icas int egr ais t em os o acolhim ent o e o vínculo que se definem com o um a for t e r elação ent r e a equipe de saúde e os usuár ios

que se est abelece a par t ir de com pr om issos dos pr ofissionais com os pacient es e vice- ver sa( 17).

O pr im eir o encont r o ent r e o usuár io e a equipe de saúde pode t er consequências decisivas na r esolução de seus pr oblem as de saúde, o vínculo ent r e esses at or es sociais am plia a eficácia da assist ência( 18).

O vínculo com os usuár ios possibilit a t am bém a par t icipação do usuár io que passa a ser consider ado suj eit o at iv o de seu cuidado, um a vez que passa a falar e ser ouvido pela equipe de saúde( 19).

O acolhim ent o, enquant o dir et r iz oper acional visa um a m udança na or ganização do t r abalho de saúde. Tem com o obj et ivo at ender de for m a r esolut iva a população que pr ocur a o ser viço de saúde acolhendo e escut ando suas necessidades, além de deslocar o eixo cent r al de at endim ent o do m édico par a a equipe m ult ipr ofissional, um a v ez que t odos os m em br os da equipe de saúde dev em est ar capacit ados a pr est ar o acolhim ent o( 17). Tr aduz- se no at endim ent o hum anizado à população gar ant indo seu acesso aos ser viços de saúde e ocor r e at r avés de um a escut a qualificada dos pr oblem as da população possibilit ando a r esolubilidade. Ela per passa pela necessidade do vínculo ent r e a equipe de saúde e os usuár ios( 20).

Vist o isso podem os consider ar que a ESF t êm alcançado av anços na assist ência à saúde da população quant o ao at endim ent o hum anizado que segundo os usuár ios ent r evist ados, est es r econhecem o difer encial da USF em r elação a out r os ser viços de saúde pelo at endim ent o acolhedor , r ealizado de um a for m a educada e am iga.

Pode- se consider ar que a hum anização do at endim ent o nas pr át icas desenvolvidas pela USF t em conseguido at ingir um dos obj et ivos da PNH do at endim ent o, um a vez que t êm m elhor ado a r elação ent r e os pr ofissionais e os usuár ios.

Realizando a análise dos r esult ados per cebe- se que t odas as classes acabam de algum a for m a se r elacionando, um a vez que o r elat o do at endim ent o hum anizado da equipe, assim com o a busca por consult as e o at endim ent o cent r ado no m édico, apar ece sej a im plícit a ou ex plicit am ent e em t odas as classes.

CON CLUSÃO

(9)

[ 828] Rev. Elet r . Enf. [ I nt er net ] . 2009; 11( 4) : 820- 9. Available fr om : ht t p: / / w ww.fen.ufg.br / r evist a/ v11/ n4/ v11n4a07.ht m.

no m édico e na queixa condut a, apesar de ser papel da equipe de saúde da fam ília at uar na pr om oção, pr evenção, r ecuper ação e na m anut enção da saúde da população adst r it a, com ações que busquem um a at enção int egr al a saúde, est abelecendo vínculo com a com unidade.

É necessár io que a Equipe Saúde da Fam ília desenvolva ações individuais e colet ivas, de acom panham ent o e pr om oção da saúde na unidade, m ost r ando par a a população que o cuidado à saúde é r ealizado por um a equipe m ult ipr ofissional de for m a int egr al e que est e cuidado não é cent r ado apenas na figur a do m édico.

A pesquisa dem onst r ou que os usuár ios valor izam o at endim ent o m édico especializado, r eivindicando m édicos especialist as par a o at endim ent o da população. A USF deve buscar est r at égias que dem onst r em par a a população a capacidade que o m édico da fam ília, j unt o com os dem ais m em br os da equipe m ult ipr ofissional t êm par a desenvolver ações de cuidado em t odas as fases do desenvolvim ent o hum ano.

A ESF r epr esent ou avanços na m udança do m odelo de saúde vigent e um a vez que consegue ofer ecer um at endim ent o hum anizado at ingindo um dos obj et ivos da PNH do at endim ent o. I st o t em m elhor ado a r elação ent r e os pr ofissionais e os usuár ios com cr iação de vínculo, fat or decisivo par a r ealização de efet iv as ações de saúde.

As r epr esent ações sociais de saúde da fam ília dos usuár ios apont am par a o r econhecim ent o de que a m udança do m odelo de at enção const r ói- se no cot idiano de t r abalho das equipes e na r elação com os usuár ios, em bons encont r os que possibilit em t r ocas ou int er dições de saber es e pr át icas par a o enfr ent am ent o dos pr oblem as de saúde, em ger al com plexos e desest r ut ur ant es.

REFERÊN CI AS

1. Cunha JPP, Cunha RE. Sist em a Único de Saúde: pr incípios. I n: Minist ér io da Saúde. Gest ão m unicipal de saúde: t ext os básicos. Br asília: Minist ério da Saúde; 2001. p. 285- 304.

2. Minist ér io da Saúde. Por t ar ia Nº 648, de 28 de Mar ço de 2006. Apr ova a Polít ica de At enção Básica. Br asília ( Br asil) : Minist ér io da Saúde; 2006.

3. Depar t am ent o de At enção Básica, Minist ér io da Saúde. Guia pr át ico do Pr ogr am a Saúde da Fam ília. Br asília ( Br asil) : Minist ér io da Saúde; 2001.

4.Cam pos L, Wendhausen A. Par t icipação em saúde: concepções e pr át icas de t r abalhador es de um a equipe da est r at égia de saúde da fam ília . Text o cont ext o- enfer m . 2007; 16( 2) : 271- 9.

5. Cost a GD, Cot t a RMM, Fer r eir a MLSM, Reis JR, Fr anceschini SCC. Saúde da fam ília: desafios no pr ocesso de r eor ient ação do m odelo assist encial. Rev Br as Enfer m . 2009; 62( 1) : 113- 8.

6. Fur egat o AR, Ogat a MN. Repr esent ações sociais: bases, or igem , conceit os e for m ação. Ribeir ão Pr et o: EERP; 2006.

7. Jodelet D. Repr esent ações sociais: um dom ínio em expansão. I n: Jodelet D, or ganizador a. As r epr esent ações sociais. Rio de Janeir o: EdUERJ; 2001. p. 17- 44.

8. Minayo MCS. Desafio do conhecim ent o: pesquisa qualit at iv a em saúde. São Paulo: Hucit ec; 2004. 408 p.

9. Nascim ent o ARA, Menandr o PRM. Análise lexical e análise de cont eúdo: um a pr opost a de ut ilização conj ugada. Est ud. pesqui. psicol. 2006; 6( 2) : 72- 88. 10. Alm eida ES, Chior o A, Zioni F. Polít icas públicas e or ganização do sist em a de saúde: ant ecedent es, r efor m a e o SUS. I n: West phal MF, Alm eida ES, or ganizador es. Gest ão de ser viços de saúde. São Paulo: EDUSP; 2001. p. 13- 49.

11. Cast r o CGJ, West phal MF. Modelos de at enção: a im plant ação do Sist em a Único de Saúde ( SUS) no Br asil e o m odelo de at enção à saúde – um a quest ão de decisão – com pr om isso e iniciat iva. I n: West phal MF, Alm eida ES, or ganizador es. Gest ão de ser viços de saúde. São Paulo: EDUSP; 2001. p. 92- 111.

12. Ecker dt NS, Mor et o E, Tagliar i M, Buchele F. Per cepção da est r at égia saúde da fam ília em um m unicípio do int er ior do Rio Gr ande do Sul: da fala da equipe ao eco das fam ílias. Cad. Saúde Pública. 2009; 25( 5) : 1054- 62.

13. Ronzani TM, Silv a CM. O Pr ogr am a saúde da fam ília segundo pr ofissionais de saúde, gest or es e usuár ios. Ciênc. saúde colet iva. 2008; 13( 1) : 23- 34. 14. Benevides R, Passos E. Hum anização na saúde: um novo m odism o? I nt er face ( Bot ucat u) [ I nt er net ] . 2005 [ cit ed 2009 dez 30] ; 9( 17) : 389- 94. Av ailable fr om :

ht t p: / / w w w .scielo.br / pdf/ icse/ v9n17/ v9n17a14.pdf. 15. Cam pos GWS. Hum anização na saúde: um pr oj et o em defesa da vida? I nt er face ( Bot ucat u) [ I nt er net ] . 2005 [ cit ed 2009 dez 30] ; 9( 17) : 398- 400.

Available fr om : ht t p: / / w w w .scielo.br / pdf/ icse/ v9n17/ v9n17a16.pdf.

16. Teix eir a RR. Hum anização e at enção pr im ár ia à saúde. Ciênc. saúde colet iva [ I nt er net ] . 2005 [ cit ed 2009 dez 30] ; 10( 3) : 585- 597. Av ailable from : ht t p: / / w w w .scielo.br / pdf/ csc/ v10n3/ a16v10n3.pdf. 17. Gom es MCPA, Pinheiro R. Acolhim ent o e v ínculo: pr át icas de int egr alidade na gest ão do cuidado em saúde em gr andes cent r os ur banos. I nt er face ( Bot ucat u) [ I nt er net ] . 2005 [ cit ed 2009 dez 30] ; 9( 17) : 287- 301. Av ailable fr om : ht t p: / / w w w .scielo.br / pdf/ icse/ v9n17/ v9n17a06.pdf.

(10)

[ cit ed 2009 dez 30] ; 12( 27) : 749- 62. Available fr om : ht t p: / / w w w .scielo.br / pdf/ icse/ v12n27/ a06v1227.pdf. 19. Schim it h MD, Lim a MADS. Acolhim ent o e v ínculo em um a equipe do Pr ogr am a Saúde da Fam ília. Cad. Saúde Pública [ I nt er net ] . 2004 [ cit ed 2009 dez

30] ; 20( 6) : 1487- 94.Available fr om : ht t p: / / w w w .scielo.br / pdf/ csp/ v20n6/ 05. pdf.

20. Solla JJSP. Acolhim ent o no sist em a m unicipal de saúde. Rev. Br as. Saude Mat er . I nfant . [ I nt er net ] . 2005 [ cit ed 2009 dez 30] ; 5( 4) : 493- 503. Av ailable fr om :

ht t p: / / w w w .scielo.br / pdf/ r bsm i/ v5n4/ 27768.pdf.

Referências

Documentos relacionados

Pr im eir o é pr eciso lem br ar que, independent em ent e do nível em que cada um de nós est ejam os, t oda a nossa visão, seja ingênua, cr ít ica, r acional, t eór ica, seja

Num segundo m ovim ent o t r at am os desses elem ent os, nos t ext os, visando fazê- los difer ir de um a pr im eir a com pr eensão, na busca de significações vár ias (

cit adas pelo apr esent ador ou pelo r epór t er , out r as não. Em bor a os est udos sobr e font es de infor m ação sej am fundam ent ais par a a com pr eensão da im por t ância

infor m ação cuj os aut or es são t am bém os pr ópr ios leit or es ( nos quais. se inser em os pr ópr ios cient

Os inst r um ent os são análise de pr ocessos, pr eenchim ent o dos m apas censit ár ios, elabor ação de genogr am a e ecom apa... Ciciar elli

Pr edom inam t r at am ent os m edicam ent osos e baix os índices.. de int

Os dados analisados, ut ilizando- se a t écnica de Discur so do Suj eit o Colet ivo, dem onst r ar am que as ações de pr ev enção e pr om oção da saúde e a r elação pr

font e, ou sej a, os periódicos cient íficos devem padronizar os elem ent os ut ilizados no processo de t ransferência.. de infor m ação, incluindo a or dem de pr ior idade e