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Igreja Evangélica Reformada no Brasil em Castrolandia: religião, educação e trabalho em uma colônia holandesa: um estudo de caso

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Academic year: 2017

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WILSON DE LIMA LUCENA

IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA NO BRASIL EM

CASTROLANDA - RELIGIÃO, EDUCAÇÃO E TRABALHO EM

UMA COLÔNIA HOLANDESA: UM ESTUDO DE CASO

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IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA NO BRASIL EM

CASTROLANDA - RELIGIÃO, EDUCAÇÃO E TRABALHO EM

UMA COLÔNIA HOLANDESA: UM ESTUDO DE CASO

Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências da Religião.

Orientador: Professor Dr. João Baptista Borges Pereira

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IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA NO BRASIL EM

CASTROLANDA - RELIGIÃO, EDUCAÇÃO E TRABALHO EM

UMA COLÔNIA HOLANDESA: UM ESTUDO DE CASO

Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências da Religião.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________________________ Prof. Dr. João Baptista Borges Pereira

Universidade Presbiteriana Mackenzie

________________________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Ribeiro Caldas Filho

Universidade Presbiteriana Mackenzie

________________________________________________________________ Prof. Dr. John Cowart Dawsey

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A Deus, o autor e consumador da minha fé. À minha amada esposa, Simone, que desbravou este caminho agradável do mestrado em nossa família.

(5)
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A presente dissertação é parte de um projeto de maior abrangência, cujo tema é a relação entre Etnia e Religião no Brasil. A Igreja Evangélica Reformada no Brasil em Castrolanda, objeto deste estudo, é composta, na sua maioria, por holandeses e descendentes, e demonstra ser detentora da preservação religiosa e sócio-cultural dos reformados holandeses. A causa da imigração holandesa se encontra no crescimento da população, pouca área territorial e as conseqüências da Segunda Guerra Mundial na Europa e, ao mesmo tempo, as facilidades de imigração oferecidas por países como o Brasil. Tendo como tema desta pesquisa a “Igreja Evangélica Reformada no Brasil em Castrolanda – Religião, educação e trabalho em uma colônia holandesa – Um estudo de caso”, demonstramos como a religiosidade andou em conjunto com este grupo étnico holandês, sendo fator de agregação e motivação para permanência lingüística e cultural, além de ser instrumento para criação e manutenção de um ideal educacional e de trabalho, que obtém bastante sucesso até nossos dias.

Palavras Chaves: Religião, Etnia, Educação, Trabalho, Igreja

(7)

The Reformed Evangelical Church in Brasil in Castrolanda, object of this study, is composed in its majority, for dutches and descendants, and it demonstrates to be detainer of the religious and partner-cultural preservation of the dutch remodelled ones. The cause of dutch immigration is finds in the growth of the population, little territorial area and the consequences of World War II in the Europe and, at the same time, the easinesses of immigration offered by countries as Brazil. Having as subject of this research the “Reformed Evangelical Church in Brasil in Castrolanda - Religion, education and work in a dutch colony - A case study”, we demonstrate as the religiousity walked in set with this dutch ethnic group, being factor of aggregation and motivation for linguistic and cultural permanence, beyond being instrument for creation and maintenance of an educational ideal and of work, that success sufficiently gets until our days.

Keywords: Religion, Ethnic, Education, Work, Dutch Reformed

(8)

INTRODUÇÃO

09

Delimitação do tema 11

I PARTE – CONTEXTO HISTÓRICO GERAL

17

1

ESBOÇO HISTÓRICO DA HOLANDA

17

1.1 Conhecendo a Holanda 17

1.2 A influência da Reforma Protestante na Holanda 21

2

A PRESENÇA HOLANDESA NO BRASIL

24

2.1 Os primeiros holandeses no Brasil 24

2.2 A imigração holandesa no Brasil 26

2.3 Colônias holandesas no Brasil 31

2.4 A colônia holandesa em Castro - PR 35

II PARTE – A IERBC - IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA NO

BRASIL EM CASTROLANDA

3

CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO

36

3.1 Política e religiosidade brasileira 37

3.2 Breve histórico do protestantismo brasileiro 39

3.3 Protestantismo de Imigração no Brasil 43

4

A IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA NO BRASIL

48

4.1 A ligação eclesiástica com a Holanda 48

4.2 A formação e a independência da IERB 49

5

A IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA NO BRASIL EM

CASTROLANDA – IERBC

57

5.1 A jornada e o estabelecimento dos imigrantes holandeses

em Castro 58

5.2 Igreja Evangélica Reformada no Brasil de Castrolanda –

IERBC 61

5.3 A manutenção étnica 68

5.4 Os ensinamentos e o governo 70

5.5 Os cultos e programações 76

6

AS RELAÇÕES DA IERBC

80

6.1 A Colônia de Castrolanda 80

6.2 As escolas 85

6.3 A Cooperativa Agropecuária 88

6.3 As Associações Holandesas 93

6.4 O Ecumenismo 95

6.5 O Instituto Cristão – IC 95

6.6 Centro de Atendimento a Criança Jd. Colonial – CACJC 97

6.7 A Igreja Presbiteriana do Brasil – IPB 98

CONCLUSÃO

101

(9)

Essa dissertação faz parte de um projeto maior, com o tema: “relação entre etnia e religião no Brasil”, cuja coordenação é feita pelo professor Dr. João Baptista Borges Pereira. Nesse projeto, já existem as seguintes dissertações elaboradas: “Análise da presença de negros em uma Congregação Presbiteriana no Norte do Paraná, Londrina” 1; “A manutenção da italianidade e protestantismo em ex-núcleo de colonização italiana pós-guerra, na cidade de Pedrinhas Paulista, Estado de São Paulo” 2; “O exame do relacionamento entre índios e missionários na Missão Caiuá” 3; tendo como orientador o prof. Dr. Antonio Gouvêa Mendonça. Há outro estudo que aborda o tema da presença de imigrantes italianos na fundação da Congregação Cristã (no) Brasil4, sobre a marca étnica italiana dessa Igreja, a partir de seus primórdios (1910).

Uma dissertação está voltada aos missionários presbiterianos coreanos na corrente migratória desse grupo étnico no Brasil, analisando o significado, bem como a proposta desses membros da Igreja Presbiteriana, em sua atuação no diversificado e

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complexo campo religioso5. Há uma pesquisa que se propõe a uma releitura de psicologia analítica do Movimento Messiânico Mucker 6, a autora relaciona esse movimento aos imigrantes alemães luteranos. Ainda outra dissertação procura revelar a atuação da “Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Russa no Exílio”, também conhecida como “Igreja Ortodoxa Russa Fora das Fronteiras”, junto a imigrantes russos em São Paulo.7 A pesquisa seguinte relaciona as origens, conflitos e desenvolvimento dos “Mórmons em Santa Catarina”.8 Outra dissertação trata a Identidade Étnica e Religião da Igreja Cristã Reformada, composta por um grupo de húngaros em São Paulo. 9 Existem outras pesquisas em andamento, que fazem parte deste projeto, em diferentes fases de execução.10

Castrolanda é o nome de uma Colônia Holandesa na cidade de Castro, estado do Paraná. A presente dissertação é um estudo de caso da Igreja Evangélica Reformada no Brasil em Castrolanda (IERBC) 11, composta de membros em sua maioria holandeses ou descendentes. Pretende-se traçar paralelos entre a imigração e a religião protestante reformada, entendendo que a Igreja é elemento importante na agregação desses imigrantes. A IERBC enquadra-se na categoria de religião

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universal etnicizada12, uma vez que esta igreja é utilizada para a manutenção das tradições culturais e religiosas desse seguimento migratório, isto é, os elementos religiosos passam a compor o discurso de identidade étnica desse grupo.

Estudando a vida da igreja, pretende-se compreender o universo religioso deste grupo migratório, percebendo inclusive, a manutenção e o distanciamento da cultura holandesa e dos princípios religiosos reformados. Como igreja de confissão reformada, esse trabalho apresentará a história da imigração, atrelada aos princípios reformados aceitos e difundidos na Holanda e mais especificamente a história da Igreja Evangélica Reformada no Brasil e suas atuais características de uma religião universal etnicizada.

A finalidade é estudar a Igreja Evangélica Reformada no Brasil em Castrolanda, como esta se relaciona com a visão reformada de educação e trabalho, uma vez que, na colônia, foi implantada pelo grupo uma importante escola e uma forte e influente cooperativa agropecuária. Dentre os diversos ramos do cristianismo, apropria-se aqui do protestantismo e dos desafios de uma igreja etnicizada - a IERBC.

Delimitação do tema

Tendo como tema desta pesquisa “A Igreja Evangélica Reformada no Brasil em Castrolanda – religião, educação e trabalho em uma colônia holandesa: um estudo de caso”, observa-se que a religiosidade andou em conjunto com este grupo étnico

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-holandês, sendo fator de agregação e motivação para a permanência lingüística e cultural, além de ser instrumento para a criação e a manutenção de um ideal educacional e de trabalho, o qual obtém bastante sucesso até os dias atuais. Destaca-se como um grupo de imigrantes protestantes reformados, deixaram sua terra de origem devido a escassez de terra para a agropecuária e pela economia prejudicada após a Segunda Guerra Mundial. Se utilizou dos ideais religiosos para estabelecer-se no Brasil, enfrentando um recomeço em meados do século 20, sob o título denominacional: Igreja Evangélica Reformada no Brasil em Castrolanda – ICRBC.

(13)

reformada holandesa, tradição esta que está muito misturada com a cultura batava. (MENDONÇA, 1995, p. 145).

Portanto, se reconhece entre os imigrantes holandeses e seus descendentes, mais um grupo marcado pela etnização, em busca do reconhecimento de sua singularidade sócio-cultural e histórica, da constante elaboração da identidade étnica e religiosa. Consideramos, então, que a identidade é construída social e historicamente, isto é, a identidade de um grupo pode variar ao longo da história (PEREIRA, 2005, p. 103), especialmente pelo fato de que grupos como estes, poderão sofrer uma descaracterização pelo processo de imigração, isto é, a religião passa a se confundir com a etnia.

(14)

Inicialmente fala-se sobre a história da Holanda, considerando-se que a história da pátria original dos fundadores da IERBC serve como referencial histórico e fator construtivo da identidade étnica e religiosa desta igreja. Uma frase muito conhecida, registrada na história, expressa o orgulho holandês: “Deus criou o mar, o batavo sua terra”.

A imigração holandesa é relatada para fornecer subsídios e descrever a construção da identidade do grupo, as dificuldades enfrentadas e os resultados obtidos como indicativos para compreensão do universo desta igreja e colônia. Trata-se ainda a relação das colônias holandesas e seu tripé comum: cooperativa, igreja e escola.

Utilizou-se como estratégia, entender a Reforma Protestante na Holanda, o calvinismo e o protestantismo, especialmente no Brasil, considerando-se que a IERBC é fruto destes pensamentos e fatos históricos. Descreve-se a riqueza da história desta igreja em seus primórdios, desde a chegada das primeiras famílias, fundadores da igreja, até as gerações seguintes e seu modo de ver a igreja e como as bases religiosas protestantes serviram de fator essencial para o estabelecimento da colônia de Castrolanda.

(15)

Entre os referenciais teóricos utilizados, encontra-se a dissertação de João Frederico Rickli, cujo título é “Religião e parentesco na Colônia Castrolanda” (2004); o livro histórico comemorativo dos 50 anos de aniversário da Colônia, pesquisado e compilado por C. H. L. Kiers-Pot (RICKHILI, 2004), do qual foram extraídas as informações gerais de Frans Leonard Schalkwijk (2004), de seu livro “Igreja e Estado no Brasil Holandês”. A partir dessas importantes obras e de outros pensadores do campo sócio-religioso que escrevem sobre as correntes da imigração, desenvolveu-se essa disdesenvolveu-sertação. De igual forma, deram apoio teórico a pesquisa autores que trabalham com as teorias da aculturação, da etnicidade e da identidade étnica, ou escritos relacionados a esse tema.

Para introduzir o “protestantismo de imigração”, julgamos a importância de lembrar que o luteranismo brasileiro foi classificado pelos cientistas sociais como o melhor representante do chamado protestantismo de imigração (PIERUCCI, 2004, p. 52). Pensando nesses imigrantes alemães, entende-se que o patrimônio étnico do qual eram portadores confundia-se com a sua pertença à eclesialidade luterana. Sua principal preocupação concentrava-se na preservação de si como patrimônio étnico-cultural. No campo das religiões brasileiras, confrontam-se mudanças sociais aceleradas, intensas e principalmente culturais.

(16)
(17)

I PARTE

CONTEXTO HISTÓRICO GERAL

1

ESBOÇO HISTÓRICO DA HOLANDA

Deus criou o mundo, mas os holandeses criaram os Países Baixos. (CONSULADO DA HOLANDA NO BRASIL, 1981, p. 3)

Esse ditado holandês expressa o orgulho nacional de um povo que, ao longo dos séculos, tem conseguido conquistar ao mar parte considerável do território onde habita.13 A região localizada ao sul do rio Reno fazia parte do Império Romano até o ano 400 d.C. e era composta por tribos celtas e germânicas. Foi dividida em principados feudais autônomos, durante toda a Idade Média. O império Borgonhês-Habsburguês, de Carlos V ou Carlos I da Espanha, unificou esses territórios agregando-os com a atual Luxemburgo e Bélgica, desde 1504.

1.1

Conhecendo a Holanda

País hoje conhecido como um dos Países Baixos, nome oriundo da designação As Províncias Unidas dos Países Baixos, que foram fundadas no século 16. O centro

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econômico e político dos Países Baixos foi, por muitos séculos, dividido entre as duas províncias: a Holanda do Norte e a Holanda do Sul. Por isso, “Holanda” é o nome usado como sinônimo de “Países Baixos” até hoje. A palavra de origem flamenga Diets, que significa “povo” ou “nação”, é relacionada com o adjetivo inglês Dutch, que significa neerlandês, mais um fator do uso de Holanda como Países

Baixos.

Depois de muitos séculos de domínio externo, no século 16, Willelm de Orange dirigiu a revolta das Províncias Unidas dos Paises Baixos contra o império espanhol. Depois da denominada Guerra de 80 anos, a região conquistou a independência formalmente com Paz de Münster14, sendo reconhecido como a República das Sete Províncias dos Países Baixos, em 1648. Consistia de sete províncias: Overijssel, Groninga, Gueldres, Frísia, Utrecht, Zeelândia e Holanda.

Os herdeiros de Willelm de Orange, juntamente com uma forma estatal de república, mantinha um modelo com elementos feudais. Conhecido como o século de ouro para os neerlandeses, o século 17 trouxe grande prosperidade para os Países Baixos. Passou a ser a principal potência marítima do mundo, produzindo grandes feitos artísticos e intelectuais, destacando-se na pintura, filosofia, arquitetura e ciências naturais. A prosperidade dos Países Baixos deveu-se a um Tratado, de 1602, chamado Companhia Unida das Índias Orientais (VOC), que permitia o comércio e navegação pelas costas asiática e africana. Os Países Baixos conquistaram as colônias da Indonésia na Ásia, e do Suriname e Antilhas Neerlandesas na América

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do Sul. Mas a grande potência militar da época, a Inglaterra, subjugou o domínio comercial neerlandês através de várias guerras.

Em 1795, a República das Sete Províncias dos Países Baixos foi extinta com a Revolução Francesa de Napoleão Bonaparte. A invasão dos franceses converteu os Países Baixos em um estado vassalo chamado República Batava. Em 1799, os Países Baixos foram anexados à França. Mas, Napoleão foi derrotado e monarquistas lutaram e prevaleceram contra os republicanos no poder batavo.

Os fundamentos do moderno estado da Holanda foram assentados sob a liderança de William de Orange. Os holandeses venceram finalmente a guerra pela liberdade, mas no processo perderam seu grande líder para um punhal assassino, em 1584. (CAIRNS, 1995 p. 264)

Figura 1. O príncipe de Orange (Fonte: http://www.brasileirosnaholanda.com/holanda/historia.htm)

(20)

foi transferido para Haia, mas manteve Amsterdã como capital da monarquia. O Estado da Bélgica foi separado dos Países Baixos em 1830. Em 1839, Frederik aceitou a separação e renunciou ao trono. Após a sequência masculina, em 1898 assume a monarquia Wilhelmina, dando início a sequência feminina da regência batava.

A Segunda Guerra Mundial trouxe a invasão alemã em 1940, que forçou Wilhelmina a refugiar-se na Inglaterra, mantendo importante resistência contra os alemães. Depois da derrota alemã, e de a monarquia voltar ao normal, em 1948, após um reino de 50 anos, abdicou para sua filha Juliana reinar. E em 1980, Beatrix, filha mais velha de Juliana assumiu o governo para reinar até os nossos dias.

Com a revolução industrial, os Países Baixos expandiram rapidamente durante todo o século 19 até o século 20, juntamente com os setores do comércio, químico, carvão, navegação e a indústria agrícola. Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, as colônias dos Países Baixos tornaram-se independentes, e hoje, somente três territórios compõem seu domínio: os Países Baixos na Europa Ocidental, possuindo uma área total de 41.526 Km2, as Antilhas Neerlandesas e Aruba, ambas no Caribe. Os Países Baixos na Europa Ocidental fazem fronteira ao sul com a Bélgica e ao leste com a Alemanha, sendo banhado pelo Mar do Norte a norte e a oeste.

(21)

ONU – Organização das Nações Unidas, dentre várias outras organizações.15

Juntamente com a Bélgica e Luxemburgo, criou a primeira união alfandegária do mundo, com circulação completamente livre de mão-de-obra, capital e serviços, no ano de 1948. O governo neerlandês, enquanto presidiu a União Européia, UE, criou o Tratado de Maastricht, em 1991, que trazia maior integração econômica e política para as nações federadas, e, em 1997, criaram o Tratado de Amsterdã, que ampliaram a UE.

1.2

A influência da Reforma Protestante na Holanda

Até 1525, aqueles que aceitaram a Reforma seguiam Lutero, mas a partir de então até 1540, os anabatistas conseguiram fazer um grande número de adeptos. Depois de 1540, a reforma na Holanda seguiu os caminhos do calvinismo. Em 1560, a maioria era calvinista, uma minoria era anabatistas guiados por Menno Simons e outro grupo ainda menor seguias as idéias de Lutero. (CAIRNS, 1995, p. 263)

Desde o ano de 1560, o protestantismo reformado, especialmente o calvinismo, teve domínio na região chamada Países Baixos, sendo iniciado através de movimentos populares e reforçado com a chegada de refugiados reformados, vindos de vários países do continente europeu. Especialmente através da Igreja Reformada Holandesa, unida com a perseguição do governo espanhol de Felipe II aos

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protestantes, cresceu o desejo de libertação política e rompimento religioso nas províncias dos Países Baixos do domínio espanhol e católico romano.

O grande líder e herói holandês até os dias atuais, Guilherme de Orange, iniciou a revolução contra a Espanha de Felipe II, que tinha adotado uma política Contra-Reforma, que desencadeou a chamada Guerra dos Oitenta Anos, havendo assim a separação dos Países Baixos, da região protestante ao norte, atual Holanda, da região católica ao sul, atual Bélgica. Em 1579 é estabelecida as Províncias Unidas da Holanda, reconhecida pelo governo espanhol somente em 1648.

Em 1555, na província da Antuérpia, surgiram movimentos populares muito fortes que pregavam a fé reformada, dando origem ao protestantismo nos Países Baixos. Mais de trezentas igrejas foram formadas em apenas dez anos, especialmente com a chegada e influência dos huguenotes, que fugiam das guerras e perseguições em seus países de origem. A confissão de Fé conhecida como Confissão Belga, escrita por Guido de Brés, foi adotada pelas igrejas da Antuérpia.

Sendo implantado em contexto da guerra de independência contra a Espanha, o calvinismo prevaleceu na região das províncias da Holanda, enquanto o catolicismo prevaleceu na região da Bélgica e Luxemburgo, provocando assim a divisão dos Países Baixos, formando a nação da Holanda protestante e Bélgica e Luxemburgo, nação católica. 16

Uma das figuras de influência reformada na Holanda nesta época de transformação religiosa, foi o humanista Erasmo de Roterdã que, através dos seus escritos, influenciou o pensamento da época para uma transformação ao lado do

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protestantismo. Apesar de não concordarem em todos os pontos, Erasmo foi influenciado por Martinho Lutero da Alemanha, mas depois, por causa de algumas discordâncias doutrinárias, romperam e tornando-se opositores. O pensamento de Erasmo se alinhavava em muitos aspectos mais aos pensamentos de Calvino. Segundo Ferreira (1985, p. 232), Erasmo era contra a quebra das imagens dos templos católicos, visão que Calvino apoiou, devido sua visão de respeito e direito de cada individuo.

Em 1571, na Alemanha, cidade de Emdem, aconteceu o primeiro Sínodo Nacional das Igrejas Reformadas, que adotou o sistema de governo presbiteriano, baseado no modelo francês. A Igreja Reformada tornou-se a igreja oficial do Estado holandês, mesmo não tendo a adesão geral da população. A Influência da Reforma foi tão grande na Holanda que, nos anos de 1618 e 1619, aconteceu na cidade holandesa de Dordrecht, o famoso Sínodo de Dort, reunido para resolver uma das maiores controvérsias da religião protestante. Com o objetivo de regulamentar a fé bíblica e eclesiástica da Igreja Reformada da Holanda, com respeito à crença do arminianismo.17 O Sínodo de Dort rejeitou o arminianismo e reafirmou as idéias de João Calvino com respeito à predestinação, denominando-as de Cinco Pontos do Calvinismo.18 Assim o mundo moderno tem sido construído também pelo protestantismo, a isto corrobora Troeltsch (1925, p. 51):

O protestantismo tem colaborado destacadamente na criação do mundo moderno.

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A presença mais significativa de holandeses no Brasil aconteceu na época das invasões no Nordeste. Ocuparam inicialmente a cidade de Salvador, em 1624, permanecendo apenas por um ano. Posteriormente, em 1630, invadiram Pernambuco e, a partir deste Estado, controlaram quase todo o nordeste por 24 anos. O motivador principal era o comércio de açúcar, que tinha Pernambuco como grande pólo.19 Através deste importante centro produtor brasileiro, a Holanda pretendia controlar o comércio na Europa, já que contavam na época com a maior tecnologia naval do mundo, facilitando assim o transporte do açúcar.20

2.1

Os primeiros holandeses no Brasil

Com a chamada Companhia das Índias Ocidentais, criada pela Holanda para facilitar o comércio do açúcar brasileiro, enviando para o Brasil o conde Maurício de Nassau em 1637, consolida assim o domínio holandês no nordeste brasileiro. Entre 1640 e 1641, Portugal conseguiu a liberdade do domínio Espanhol, para isto fez uma trégua durante 10 anos com a Holanda, estendendo esta trégua até o Brasil. Enquanto isto, Nassau pode firmar seu domínio e implantar algum progresso no Nordeste com a criação de hospitais e asilos, além de pavimentar ruas. Criou o forte da Vila Penedo, denominado Forte Maurício. Nassau promoveu um bom relacionamento com os

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senhores de engenho, fazendo festas para o povo, melhorias nas cidades, empréstimos aos proprietários rurais, incentivou as ciências e as artes. Convocou o primeiro parlamento da América do Sul, com o objetivo de criar uma legislação para o Brasil holandês.

Mas, em 1644, devido aos conflitos causados pelos seus considerados gastos excessivos, Nassau pede demissão à Companhia das Índias. Após a partida de Nassau, os senhores de engenho, que não estavam conseguindo pagar os empréstimos para plantação devido às inundações, epidemias nos escravos, secas e especialmente devido a queda do preço do açúcar na Europa, passaram a conflitar com os comerciantes holandeses. Com isso, a Companhia das Índias assumiu as dívidas dos senhores de engenho e, por isso, passaram a intervir nos engenhos e apreender a produção. Logo em 1645 começou a rebelião pernambucana contra os holandeses. Recebeu o apoio de Dom João VI, de Portugal e, depois de muitas batalhas, em 1645, os holandeses cederam e assinaram a capitulação. Depois, com um acordo conhecido como a Paz de Haia, a Holanda recebeu de Portugal uma indenização pela perda do Nordeste, valor levantado por Portugal através de impostos cobrados do Brasil.21

A investida da Holanda na colônia portuguesa Brasil, parece ter sido um grande erro, havia outras opções na época das Guianas e em La Plata, havia na época uma proposta a este respeito, mas foi preterida pela empresa. No entanto, pelo menos a

(26)

nível de religiosidade e de tolerância religiosa, o nosso país perdeu muito, a isto Schalkwijk (2004, p. 383), diz:

Durante a época holandesa, a situação político-religiosa tendia à formatação de uma teocracia cristã reformada, que incluía um grande grau de liberdade religiosa, tanto de consciência, como de exercício de culto para os não-reformados. Depois da expulsão dos holandeses, restabeleceu-se uma teocracia católico-romana, que não permitia liberdade religiosa e que se sentia obrigada a tirar a vida daqueles que não estavam dispostos a aceitar seu pensamento. Assim, terminaria, temporariamente, o enclave do renascimento no Nordeste, e com isso o enclave da Igreja Cristã Reformada. O Nordeste se fecharia provisoriamente ao cristianismo reformado, como a Holanda se fecharia emocionalmente ao catolicismo romano, por causa de sua luta político-religiosa contra a Espanha. E os “flamengo-brasileiros”, da Igreja Cristão Reformada, morreriam longe de sua terra natal; por enquanto, não havia lugar para eles em um Brasil de dimensões continentais.

2.2

A imigração holandesa no Brasil

Nos Países Baixos, não havia a possibilidade de expansão na área agrícola, já que as cidades cresciam, engolindo e industrializando lentamente parte das terras cultiváveis. Os polderes – planície

conquistada sobre o mar do Norte – ainda estavam em projeto, portanto sem condições de exploração imediata. Os emigrantes neerlandeses eram especialmente agricultores, operários de indústrias mecânicas, comerciantes, etc. (SCHERER, 2004, p. 2).

(27)

heterogeneidades étnicas no sul do Brasil. Existem grupos étnicos de origem alemã, polonesa, ucraniana, italiana, japonesa e portuguesa. Estes povos ajudaram a construir o estado do Paraná que se conhece hoje. Era uma pequena população espalhada em lugarejos e vilas, formando cidades tranquilas.

A estrutura social e econômica, formada desde os primórdios da colonização, atendia a uma sociedade escravocrata e a uma economia predominantemente agrícola. Na segunda metade do século 19, chegaram outras levas de imigrantes, estas maiores que a primeira. O impacto logo foi percebido na industrialização de Ponta Grossa, Curitiba, Palmeira, Lapa e em outras pequenas regiões.

(28)

atuou na cooperação social, são evidentes a disposição e empenho nas atividades relacionadas à estruturação do grupo.

A imigração holandesa em Castro-PR ocorreu em dois momentos e lugares distintos, no início do século, em Carambeí - antigo distrito de Castro, e em 1950 em Castrolanda. Enfrentaram muitas dificuldades iniciais, especialmente com a perda de parte do rebanho, vítima de doenças e intoxicações. A diferença cultural e lingüística dos holandeses também foi uma das dificuldades encontradas, comum aos imigrantes. Em Castrolanda esses obstáculos foram vencidos.

Em Carambeí, a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná, responsável por uma das maiores bacias leiteiras do Brasil, foi formada pela Sociedade Cooperativa de Castrolanda, estruturada pelos imigrantes holandeses em Castrolanda, unida à Cooperativa Batavo e à Cooperativa Agrícola de Arapoti.

(29)

surgiu o primeiro requerimento dessa natureza. Para realizar o trabalho de desbravamento, disputando o território com índios, o sesmeiro contava com um grupo de pessoas formado por famílias, parentes, agregados, índios e escravos de origem africana.

As conseqüências da Segunda Guerra Mundial atingiram toda a Europa. A bordo do navio Alioth, em 1951, cinqüenta famílias holandesas, compostas por pecuaristas e agricultores, buscaram uma nova vida em um país livre da herança da guerra. Trouxeram consigo alguns equipamentos agrícolas, maquinários para a instalação de uma pequena fábrica de laticínios e mil cabeças de gado holandês, preto e branco, de alta linhagem.

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Situados próximos de estradas de ferro havia os núcleos. Esses núcleos eram grandes porções de terra, loteados em pequenas propriedades e vendidas aos imigrantes. Progrediram e em poucas décadas se transformaram em cidades, como São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Nova Europa, Itanhaém, Nova Odessa, Ribeirão Pires, todas cidades do Estado de São Paulo. Em outros estados ocorreu o mesmo.

Em 1911, Lundert Verschoor estabeleceu contato com a Brazil Railway Company, uma companhia com planos de colonização para a região de Carambeí e colaborou com o início da imigração holandesa, nessa região. A colônia de Carambeí começou com 52 holandeses, representados pelas famílias: Verschoor, Vriesmann, De Geus, Voorsluys, Harms e Los. O português Carlos Ventura estabeleceu-se em Carambeí em 1918, como capataz na fazenda do francês Capelle, tornando-se mais tarde proprietário da maior parte desta região. Surgiu em julho de 1925 a Sociedade Cooperativa Holandesa de Laticínios, sendo que a marca Batavo vem desde 1928. Através da Lei Estadual número 11.225 de 13 de Dezembro de 1995, foi criado o Município de Carambeí, na sede do antigo Distrito de Carambeí, com território desmembrado dos municípios de Castro e Ponta Grossa. 22

A imigração holandesa para o Brasil não é configurada pelo grande contingente, mas pela riqueza histórica e sucesso em muitos casos, na visão que unia o trabalho, a religião e a educação, sobre isto discorre Luyten (1981, p. 18):

Os holandeses estão longe de constituírem o maior contingente de imigrantes que vieram para o Brasil. Por outro lado, o Brasil nunca

(31)

esteve em primeiro lugar na opção dos imigrantes neerlandeses, que sempre preferiram países com clima temperado. O que vai caracterizar o Brasil para os holandeses desejosos de emigrar é a possibilidade garantida de poderem se radicar aqui colonos, em estabelecimentos grupais que lhes permitam uma boa margem de organização social própria e liberdade de culto religioso em língua holandesa.

2.3

Colônias Holandesas no Brasil

Com a carência de mão de obra decorrente da abolição da escravatura, a necessidade de tornar produtivo os seus interiores e o desejo de atrair novas técnicas agropecuárias, o Brasil recebeu muitos imigrantes com a intenção de desenvolver o progresso necessário a estas demandas. A imigração de holandeses, dentre outros povos, teve sua maior força no final do século 19 e início do século 20, exatamente motivada por estas questões vistas acima. Por causa da devastação causada pela Segunda Guerra Mundial, da miséria, desemprego nos países de origem e da liberdade religiosa difundida em nosso país nesta época, alguns grupos neerlandeses imigraram ao Brasil. Os holandeses foram atraídos pela posse rural e pela formação de núcleos agropecuários, possibilidade muito remota em seu país de origem. As motivações de imigração entre os holandeses para o Brasil, são praticamente iguais, tendo uma pequena variação entre os holandeses protestantes e católicos, sendo para os últimos, o fato do Brasil ser uma grande nação católica, fator relevante. Sobre isto, falando da imigração para Holambra I, diz Abreu:

(32)

Europeu para a maioria) onde, além das dificuldades financeiras, a ausência de espaço criava problemas para estes agricultores católicos, tradicionalmente portadores de elevada taxa de natalidade. O Brasil surgia para eles como o país católico com melhores possibilidades em geral, aliada a abundância de terras que garantiria a manutenção do status de agricultor para eles e seus filhos. Contudo, embora estes sejam os aspectos fundamentais, há alguns colonos que admitiram ter vindo provavelmente por espírito de aventura, sendo que um deles declarou ter emigrado para esquivar-se do esquivar-serviço militar. Por outro lado, a possibilidade da colonização em grupo que o Brasil oferecia foi um fator decisivo para atrair esta população.

Da Província Zelândia, nos Países Baixos, se instalou no Estado do Espírito Santo, a primeira Colônia, intitulada “Holanda”, em 1860. Formaram uma companhia para comercializar a produção agrícola. Devido às dificuldades enfrentadas, esta colônia, só conseguiu produzir o suficiente para o autoconsumo, impedindo assim, o crescimento da Colônia Holanda do estado do Espírito Santo.

A segunda Colônia holandesa ficou conhecida como “Colônia de Gonçalves Júnior”. No ano de 1908, vindos da Província Holanda do Sul, instalaram-se no Paraná, também com uma cultura agrícola, mas, devido pragas, animais que devastavam as plantações, como porcos do mato e ratos, esta colônia também se dispersou.

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precursores das colônias holandesas reformadas que se fixaram no Paraná. O grande sucesso da colônia holandesa de Carambeí foi demonstrado com a criação da Sociedade Cooperativa Hollandeza de Laticínios Batavo, a famosa marca brasileira de alimentos Batavo. Depois, juntamente com a Cooperativa Castrolanda e a Cooperativa Agropecuária Arapoti, formaram a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná, localizada em Carambeí, responsável por uma das maiores bacias leiteiras do Brasil. Em Carambeí, foi fundada a primeira Igreja Evangélica Reformada em solo brasileiro. As demais colônias seguiriam a visão religiosa reformada de Carambeí para subsistência social, sob o tripé; Igreja, Escola e Cooperativa Agropecuária.23

As graves consequências da Segunda Guerra Mundial motivaram, também, a vinda de imigrantes holandeses católicos para o Brasil, em busca de melhores condições de subsistência. Em 14 de julho de 1948, cerca de 500 imigrantes holandeses chegaram ao nosso país, vindos da província de Brabante do Norte, fixando-se na antiga fazenda Ribeirão, interior de São Paulo. Ali fundaram a colônia de Holambra I, e a Cooperativa Agropecuária Holambra. Mas, sua maior economia desenvolve-se sob o cultivo de flores. Entre 1951 e 1965, é estabelecido aquele que seria o maior centro de comercialização de plantas e flores do Brasil. Hoje conta o Veilling Holambra, fundado em 1989, sendo o maior produtor e exportador de flores do Brasil.24

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Em 1962 chega outro grupo para a região próxima a Holambra I. Adquirindo uma quantidade maior de terras, com características semelhantes ao grupo anterior, atuando na mesma profissão agropecuária e de religiosidade católica, com apenas 40 pessoas, denominaram esta região de Holambra II.

Em 1949, um grupo de holandeses se instalou no Paraná, na fazenda Monte Alegre, propriedade da empresa de papel celulose Klabin. O objetivo era que estes imigrantes fornecessem laticínios aos funcionários da fazenda. Mas, por volta de 1970, com o término do contrato com a Klabin, muitos colonos voltam à Holanda, dispersando assim a Colônia.

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2.4

A Colônia Holandesa em Castro - PR

Em toda a Europa havia um sentimento negativo, devido aos traumas e rigores da Segunda Guerra Mundial. A bordo de um navio chamado Alioth, holandeses em sua maioria pecuaristas e agricultores, partiam para nova pátria Brasil, onde não sofreriam mais as agruras da guerra. Tinham a intenção de estabelecer uma pequena fábrica de laticínios, para tanto traziam consigo maquinários, equipamentos agrícolas e uma milhar de cabeças de gado holandês de alta linhagem. A cidade de Castro no Paraná recebeu, distintamente em dois momentos, os imigrantes holandeses. Primeiro na região de Carambeí, a partir de 1911, antigo distrito que agora faz parte da cidade de Ponta Grossa, depois em Castrolanda, a partir de 1951, região que recebeu este nome pela presença dos imigrantes holandeses. Os meios usados para imigração de Castrolanda são relatados por Rickli:

O próprio movimento de emigração que deu origem a colônia holandesa em Castro e os acordos com o governo brasileiro foram encabeçados por duas entidades ligadas as igrejas reformadas – Central Cristã de Emigração e Associação Cristã de Granjeiros e Horticultores. Também a seleção dos futuros imigrantes foi realizado pelo diretor de uma escola protestante, o Sr. Kaemingk, Escola Cristã de Agricultura em Hoogeveen, no norte da Holanda.

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IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA NO BRASIL EM

CASTROLANDA

3.

CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO

Na época que desencadeou as levas imigratórias no Brasil, que atraiu os imigrantes holandeses, dentre outros, o Brasil vivia muitas transformações políticas e religiosas, especialmente ligadas à necessidade de mão de obra, uma vez que a abolição da escravatura havia impedido a demanda de mão de obra escrava. Com a visão comercial mundial de expansão e, por isto, com a necessidade de liberdade religiosa para os produtos transitarem sem maiores impedimentos de ordem religiosa, o Brasil abre suas fronteiras e recebe milhares de imigrantes de todo o mundo, especialmente, no final do século XIX e início do século XX. Havia no governo brasileiro, na época em que os holandeses chegaram ao nosso país, a necessidade de ocupar e fazer produzir os interiores brasileiros.

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missionários do chamado protestantismo de missão ou conversão, transformando definitivamente o cenário religioso brasileiro, que até então, era dominado pelo catolicismo romano.

3.1 Política e religiosidade brasileira

Apesar de, desde 1808, se admitir a presença protestante, a Constituição de 1824 estabelece como religião oficial o catolicismo e isto implica numa série de questões para o imigrante não católico: negação de certidão de nascimento, casamento civil/religioso, certidão de óbito/cemitério além da proibição do acesso ao serviço público e cargos eletivos. Os protestantes, portanto, só participavam da vida econômica da nação, e não tinham nenhum espaço de influência cultural. (ALENCAR, 2005, p. 40)

O primeiro grupo que se pode incluir no protestantismo de imigração, que chegou ao Brasil, foram os os ingleses anglicanos, em seguida, chegam os diversos protestantes das missões norte americanas, dentre estes, os presbiterianos, metodistas, batistas, congregacionais e episcopais anglicanos, inaugurando no Brasil, as igrejas do protestantismo de conversão ou missão.

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ideologia de alcançar indiretamente as classes dirigentes, políticas e intelectuais do nosso país, tendo como objetivo maior, a construção de uma civilização cristã protestante.

Mesmo com o alto índice de analfabetismo, persistente no Brasil, desde o período da chegada dos protestantes históricos, estes jamais abriram mão do víeis intelectual. Com isto, a grande massa mais pobre e analfabeta brasileira, foi pouco alcançada durante as décadas que o protestantismo histórico se manteve no Brasil. Mendonça afirma que o protestantismo foi predominantemente urbano, fora das áreas onde se desenvolveu o plantio de café, e, só com as mudanças sociais que ocorreram no início do século 20, é que esta situação começou a mudar (MENDONÇA, 1995, p. 185).

Durante todo o século 20, o protestantismo brasileiro se transformou muito através dos movimentos, primeiramente, “pentecostal” e, posteriormente, já na final do século, “neopentecostal”, com isto, perdeu sua característica mais comum e deu lugar a diversidade e complexidade religiosa. Hoje a maioria protestante encontra-se no grupo pentecostal, mas podemos perceber que os neopentecostais estão crescendo mais rápido que os demais. Por outro lado, o protestantismo mais antigo, das igrejas tradicionais ou históricas, que se dividem em progressistas e conservadores, desenvolveu-se de forma muito lenta e tem o crescimento mais reduzido em comparação aos demais grupos protestantes.

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3.2 Breve histórico do protestantismo brasileiro

Tanto a presença francesa como a holandesa no Brasil, foram anuladas em termos de protestantismo. A força católica romana que a muito dominava a religiosidade brasileira, seja por sua catequese ou pela inquisição que aqui atuou, tratou de banir o protestantismo destes dois eventos, e isto Tucker descreve:

Depois da tentativa dos franceses evangélicos, houve outras imigrações que também não afetaram muito a evangelização no Brasil. Os holandeses vieram para a Bahia em 1624, mas ficaram no nordeste apenas 30 anos, antes de serem expulsos, acompanhados de qualquer brasileiro ou índio que tivesse abraçado a fé protestante. Algumas pessoas haviam se convertido como resultado do esforço dos holandeses em Recife e Olinda que, além de quarenta pastores, mantinham oito missionários encarregados de pregar aos índios e implantar aldeias evangélicas, onde os índios pudessem ter paz, plantar e em geral melhorar as suas vidas. Não obstante, o fruto desse esforço foi desfeito com a expulsão da comunidade.

No período em que o Brasil passou a República, a presença protestante foi mais significativa, mas bastante conturbada por causa da falta de coesão entre os próprios protestantes. O debate teológico que vinha desde a Europa chega ao Brasil, junto com as igrejas protestantes, e sobre isto, Silva (2000, p. 23), comenta:

(40)

Desde o período pós Reforma Protestante até o fim do século XIX, durante quase três séculos, houve muitas lutas teológicas. O resultado disso foi a implantação do protestantismo americano, berço do protestantismo brasileiro. A religião atua como um meio de legitimação dos grupos de imigrantes, como diz Mendonça (1995, p. 204):

Fiz uma tentativa de encontrar os traços predominantes do protestantismo americano que foi filtrado para o Brasil pela empresa missionária. A teologia desse protestantismo foi forjada nas longas lutas que começaram na Europa da Reforma, em que a religião cristã buscava seus caminhos de ajuste diante das mudanças de profundidade que então se processavam. A teologia, o pensamento religioso, então gozando de grande prestígio, foram aos poucos se construindo a partir das demandas de ordem sócio-política, cujas respostas a essas demandas levavam, muitas vezes, um caráter de legitimação.

Três vieses sociais influenciaram positivamente a implantação do protestantismo brasileiro. Primeiramente, o protestantismo foi implantado na sociedade brasileira em momento histórico adequado. Segundo, teve influência especialmente na camada livre e pobre da população rural. Terceiro, seguiu a trilha do café.

(41)

estavam em desenvolvimento, destacamos Igreja Cristã, Igreja Batista Independente, Congregação Cristã no Brasil, Assembléia de Deus, Adventistas e Exército da Salvação. Em termos numéricos, o protestantismo brasileiro era inexpressivo, sua principal característica neste período foi o processo de nacionalização e independência destes diferentes grupos protestantes, que foram gradativamente se tornando mais independentes das suas igrejas de origem.

Entre os anos de 1930 e 1964, data-se o Segundo Período do protestantismo brasileiro. Nesta época, a grande maioria das igrejas, havia conquistado a independência das suas igrejas de origem estrangeiras. Enquanto isto, as igrejas pentecostais já tinham superado numericamente em muito as igrejas históricas, trazendo mudança radical no protestantismo brasileiro. Com o pentecostalismo, as menores classes sociais tiveram alcance nunca visto. A partir daí o número de protestantes no Brasil, passou a ter maior expressão nacional.

No chamado Terceiro Período, entre os anos de 1964 e 2000, dois eventos importantes marcaram o protestantismo brasileiro. Primeiramente, os resultados do Concílio Vaticano II, ocorrido entre 1962 e 1965, que denominou os protestantes de “irmãos separados”, abrindo de certa forma a Igreja Católica para os protestantes, além de revelar novas concepções sobre o culto ou a missa da igreja e a relação da igreja com a sociedade. Esta abertura do catolicismo fortificou o denominado “movimento ecumênico” ou “ecumenismo” 25, trazendo grandes controvérsias dentro do protestantismo brasileiro e mundial. Em segundo lugar, o protestantismo brasileiro foi

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afetado pelos resultados das ditaduras militares e dos movimentos de esquerda que dominaram este período em toda a América Latina. Com isto, surgiu a ênfase a Teologia da Libertação, movimento que enfatiza a igualdade social, no meio religioso. Tudo isto contribuiu para que houvesse um pluralismo protestante muito grande, que trouxe aspectos negativos, destacados por Peter Berger (BERGER, 1985, p. 139):

O pluralismo religioso, antes de representar eventual ‘reencantamento do mundo’, colabora para a secularização, já que o aumento da concorrência relativiza as definições religiosas tradicionais e acarreta racionalização das estruturas religiosas.

Segundo alguns estudiosos da religião brasileira, o pentecostalismo brasileiro passou por três ondas, a saber: A primeira onda ocorreu entre 1910 e 1940, com o surgimento simultâneo da Assembléia de Deus e da Congregação Cristã do Brasil, que foram predominantes durante 40 anos no meio pentecostal. A segunda onda pentecostal ocorre entre 1950 e 1960, na cidade de São Paulo com o surgimento das Igrejas, Evangelho Quadrangular, Brasil para Cristo, Deus é Amor, entre outras. A terceira onda ocorre entre 1970 e 1980, no Rio de Janeiro, com o surgimento do neopentecostalismo, destacando-se as Igrejas Universal do Reino de Deus26 e Internacional da Graça, entre

outras.

O protestantismo brasileiro sofreu profundas mudanças em todo o período de sua instalação até a atualidade, moldando as denominações que aqui se instalaram e

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deixando marcas culturais localizadas na sociedade onde está inserido, mas sem apresentar soluções que beneficiem a diversidade sócio-cultural do povo brasileiro, sobre isto escreveu Léonard (1963, p. 354):

Cabe ao protestantismo brasileiro solucionar os problemas apresentados pela existência, nos meios proletários, de movimentos espirituais como das Congregações Cristãs. Se não quiser ou não julgar necessário ocupar-se deles, ele correrão o risco de cair na extravagância e depois na indiferença religiosa.

3.3 Protestantismo de Imigração no Brasil

O Protestantismo chegou ao Brasil, de forma notável, com as imigrações e através dos missionários, vindos das várias igrejas dos Estados Unidos e de outras regiões da Europa, isto só a partir do século 19. Até os primeiros anos deste século, não havia vestígio algum de protestantismo. Sobre este pensamento atesta Ribeiro (1987, p. 15).

Ao iniciar-se o século 19 não havia no Brasil vestígio de protestantismo.

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Com os Tratados de Aliança e Amizade, e de Comércio e Navegação entre Portugal e a Inglaterra, firmado em fevereiro de 1810, no artigo XII, concede-se aos estrangeiros “perfeita liberdade de consciência” para praticarem sua fé. Alderi Souza de Matos diz que, ainda assim, havia algumas restrições para liberdade de culto:

Foi somente no início do século XIX com a transferência da corte portuguesa para o Brasil que o protestantismo começou a implantar-se definitivamente no país. O célebre Tratado de Comércio e Navegação firmado entre Portugal e a Inglaterra em 1810, pela primeira vez tornou possível o exercício legal do culto evangélico, com algumas restrições. (MATOS, 2000, p. 59).

Em 1916 chegou ao Brasil, o primeiro capelão protestante, Robert C. Crane, da Igreja Anglicana e só em 26 de maio de 1822, foi inaugurada a primeira capela no Estado do Rio de Janeiro, que foi seguida de outras nas principais cidades costeiras. E foi exatamente neste período que chegaram outros protestantes estrangeiros; americanos, suecos, dinamarqueses, escoceses, franceses, e especialmente, alemães e suíços de tradição luterana e reformada.

A partir de 1822, com a Independência do Brasil, cresceu a necessidade de atrair imigrantes europeus para suprir a necessidade de mão de obra, com isto houve ingresso considerável de protestantes filiados a diferentes confissões. Quando da Proclamação da Independência, porém, ainda não havia nenhum templo protestante, nem havia culto protestante na língua portuguesa no país.

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Apostólica Romana continuaria a ser a religião oficial do Império e todas as outras religiões, seriam permitidas em cultos domésticos ou em lugares próprios sem aparência exterior de templo.

Entre 1824 e 1830, 60% dos imigrantes alemães que chegaram ao Brasil eram protestantes e a maior parte destes imigrantes se fixou na região Sul. Em Nova Friburgo, os suíços católicos que tinham migrado em 1820, abandonaram a colônia, e assim, 324 protestantes alemães que chegaram em 1824, puderam usufruir de uma colônia com a infra-estrutura montada.

Nos primeiros anos de imigração, os luteranos administravam sua própria vida religiosa por falta de ministros ordenados. A história denominou de “pregadores colonos” os leigos que eram ordenados aos ofícios e funções docentes das igrejas destes imigrantes. Somente a partir de 1850 começaram a vir da Suíça e da Prússia, missionários e pastores para atender as igrejas dos alemães. Por isto as igrejas dos imigrantes alemães do Sul do Brasil passaram a ter características mais européias. A professora da Universidade de São Paulo, Dra Maria Lucia S. Hilsdorf complementa esta informação, dizendo:

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Sem dúvida alguma, a chegada das sociedades bíblicas e o estabelecimento do Protestantismo de Imigração em solo brasileiro, enfrentando todas as dificuldades e criando precedentes políticos de tolerância religiosa, facilitaram consideravelmente o ingresso do Protestantismo de Missão ou Conversionista, que viria na “carona seguinte” dos imigrantes. A este respeito trata Ribeiro (1981, p. 13):

Ao iniciarem seu movimento de reforma religiosa no Brasil os presbiterianos se beneficiaram de terem sido precedidos por outros grupos protestantes: as Sociedades Bíblicas, Britânica e Americana; imigrantes protestantes, e o doutor Robert Reid Kalley com seus madeirenses, abriram caminho tanto para presbiterianos, como para metodistas, batistas, episcopais fundarem igrejas entre brasileiros.

A legislação na época de Dom Pedro II avançou em muito nas facilidades e liberdade religiosa tão combatida pelo catolicismo da época, permitindo a chegada dos missionários e evangelistas de várias denominações do mundo. Segundo Wilson Santana da Silva, nesta época o Brasil tinha os seguintes números de protestantes:

Em 1930, de uma comunidade protestante de 700 mil pessoas no país, as igrejas imigrantes tinham, aproximadamente, 300 mil filiados. A maior parte estava ligada à Igreja Evangélica Alemã do Brasil (215 mil) e viviam no Rio Grande do Sul.27

Com a chegada dos imigrantes de vários países, chega também como bagagem suas religiões, fator essencial para introdução do protestantismo em nosso país. A imigração trouxe os religiosos europeus e americanos que traziam a Reforma Protestante como ideal de vida, sonhavam em local onde podessem desenvolver o trabalho e a vida espiritual livremente. Justo L. Gonzalez retrata isto, dizendo:

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4.

A IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA DO BRASIL - IERB

As origens da Igreja Evangélica Reformada no Brasil reportam-se a Holanda e, juntamente com a imigração neerlandesa, foi introduzida em nosso país nos séculos 19 e 20.

4.1

A ligação eclesiástica com a Holanda

A Igreja Cristã Reformada da Holanda é uma das pioneiras e uma das maiores igrejas no protestantismo holandês, desde a entrada do protestantismo na Holanda, até nossos dias. Após a liberdade alcançada do império espanhol por William de Orange, no século XVI, a Holanda se declarou oficialmente protestante, e a igreja que teve maior ascensão desde esta época, foi a igreja ligada ao calvinismo, a Igreja Evangélica Reformada (IER), que permaneceu como maior igreja até a época da imigração ao Brasil.

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4.2

A formação e a independência da IERB

Os primeiros imigrantes que chegaram à região de Castro e de Ponta Grossa, no Paraná, em 1911, formando a colônia de Carambeí, logo trataram de exercitar sua crença através de cultos e escolas bíblicas aos domingos. Uma casa cedida pelo governo, durante a semana era usada como escola e aos fins de semana como igreja. Enquanto não havia pastor, alguns homens que se destacavam na comunidade religiosa, dirigindo os cultos, reuniões e ensinos. Entre eles destacaram-se os Srs. L. Verschoor e J.Voorsluys.

Da mesma forma que os imigrantes alemães em período anterior, os imigrantes holandeses achavam essencial utilizar as reuniões religiosas para agregarem os membros da colônia e cultivarem sua crença. Apesar de terem origens eclesiásticas diferentes, foi essencial a unidade em torno de uma mesma igreja. Sobre esta afirmação, Kooy (1986, p. 90), organizador do livro histórico comemorativo dos 75 anos da colônia de Carambeí, discorre:

Na Holanda os colonos foram adeptos de três Igrejas diferentes, mas aqui no Brasil, em Carambeí, eles se uniam e viveram como se todos fossem membros de uma Igreja só.

Durante algum tempo, alguns adotaram a religião da Igreja Adventista, mas após algum tempo todos se uniram novamente e agora em definitivo, e um deles, Leendert Verschoor, foi designado para ler as pregações no domingo enquanto Jacob Voorsluijs cuidou do ensino bíblico e catequético.

(50)

No início houve bastante proximidade da Igreja Luterana, uma vez que a cultura européia era comum aos grupos, e os luteranos cediam pastores para atenderem os serviços religiosos diversos da comunidade holandesa. Nas cidades de Castro e Ponta Grossa já haviam igrejas luteranas organizadas, e os pastores destas comunidades eram cedidos para a igreja holandesa.

Com a distância da Holanda, a necessidade de pastores e a necessidade de se organizarem, a liderança do grupo holandês de Carambeí entrou em contato com um pastor chamado A. C. Sonneveld, que servia a Igreja holandesa reformada da Argentina. Esta igreja era ligada às Igrejas Reformadas da Holanda (GKN). Este contato viabilizou diálogo com as comissões que cuidavam das Igrejas na América do Sul, da Christian Reformed Church/EUA, Igrejas Reformadas da Holanda e Igrejas Reformadas da Argentina (IRA). Como resultado destes contatos, a IRA da cidade de Três Arroios, enviou seu pastor, Sr. B. Bruxvoort, com vias a organização da Igreja Reformada em Carambeí, que seria filiada ao presbitério argentino.

Em 1930 os holandeses constroem seu primeiro templo em Carambeí e em14 de setembro de 1933, foi aprovada a organização da igreja com 31 membros adultos professos. Os símbolos de fé adotados por esta igreja foram, a Confissão Belga, o Catecismo de Deidelberg e os Cânones de Dort, denominados os Três Formulários de Unidade.

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profícuo entre os anos de 1935 e 1952, sendo sucedido pelo pastor L. Moesker que veio com sua esposa e se dedicou com especialidade ao trabalho missionário local.

A partir de 1951, começa chegar outro grupo de imigrantes holandeses para cidade de Castro, daí começa outra Igreja Reformada na colônia denominada pelos próprios holandeses de Castrolanda. Esta igreja foi instituída em 25 de outubro de 1952, com 31 membros professos adultos. O pastor W. V. Muller continuou auxiliando o trabalho no Brasil, sendo comissionado pela Christian Reformed Church/EUA, auxiliando este novo grupo de Castrolanda.

As primeiras reuniões e cultos em Castrolanda eram feitas na sede da Cooperativa Agropecuária, que estava também iniciando. Depois, com a chegada de outros imigrantes, foi construído outro local para funcionar como igreja e como sede para as atividades comunitárias. A inauguração deste local aconteceu em 5 de julho de 1953, neste mesmo dia foi decidido em assembléia o direito de voto às irmãs, a comemoração do Dia de Oração pelo Trabalho, que seria na primeira quarta-feira de novembro e no dia 1º de maio, o Dia de Ação de Graças e deixaria de comemorar o segundo dia de Páscoa, Pentecoste e Natal, uma vez que não era costume no Brasil.

(52)

Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), o trabalho missionário foi ampliado para outros lugares do Estado do Paraná. Devido à falta de obreiros e pastores preparados para assistência religiosa nas colônias, a falta de recursos próprios para o trabalho missionário, esta parceria com a IRsH foi essencial para o desenvolvimento das Igrejas das colônias do Paraná.

No início do ano de 1960 começou a chegar outra leva de imigrantes holandeses para o Paraná. Esse grupo se estabeleceu na região de Arapoti. A maior parte destes imigrantes vinha de igrejas calvinistas. E já em 14 de outubro de 1960, foi organizada a Igreja com 34 membros professos maiores. E mais uma vez e convocado, o pastor W. V. Muller, que serviu esta igreja incipiente por dois anos. Mas, em 1962, efetivam o pastor L. Moesker que, juntamente com sua esposa servem de grande apoio à igreja e a colônia neste período inicial. O povo se reuniu no princípio em uma casa de madeira, sendo substituída por um templo que recebeu ajuda financeira da Holanda. Este templo foi inaugurado em 17 de agosto de 1966. Assim como Carambeí e Castrolanda, Arapoti também passou a fazer parceria com a Missão das Igrejas Reformadas da Holanda para implantar novas congregações.

(53)

Todas estas comunidades se uniram no final de 1962, como Igrejas Reformadas do Paraná, sendo o presidente desta reunião o pastor J. J. Oranje. Neste mesmo ano, no dia 30 de julho, em Castrolanda, foi selada a independência das igrejas reformadas no Brasil, com o desligamento da IRA, sob o tema “A Formação de uma só denominação”. Para este fim, foram convidadas as Igrejas, Protestante Holandesa de São Paulo e a Igreja Reformada Libertada de Monte Alegre. O nome escolhido para a nova denominação foi Igreja Evangélica Reformada (IER).

O primeiro Sínodo da IER foi realizado em 21 de janeiro de 1963, sendo estabelecida a Constituição da IER. Eles adotaram a Bíblia Sagrada como regra de fé e prática e como confissões, os Credos Ecumênicos e os três Formulários de Unidade como fiel exposição de doutrina extraída da Escritura Sagrada. Posteriormente, o Sínodo excluiu os Cânones de Dort. A IER resumiu sua crença, publicando-a em seu Site oficial:

A IER tem como finalidade adorar a Deus conforme a Sua Palavra, propagar o Evangelho, promover a educação cristã e obras de caridade, e administrar o seu patrimônio.28

A Igreja Presbiteriana do Brasil cedeu em 1964 por comodato de 50 anos, o Instituto Cristão a IER, ali é criada a Associação das Escolas Reunidas do Instituto Cristão (AERIC). Mais uma vez entra em cena o pastor Muller, que foi encarregado de cuidar do Instituto no princípio.

(54)

Em 1965, com intenção de desenvolver um trabalho entre os brasileiros, a Igreja de Carambeí, cria em uma vila próxima, a IER da Vila Nova Holanda, dividindo seu rol de membros, dando liberdade a escolha de cada um, criando duas alas, uma de língua portuguesa e outra holandesa. No dia 20 de março de 1968 ocorreu o primeiro culto e em 21 de agosto de 1977 foi organizada a IER de Vila Nova Holanda com 98 membros professos adultos e em 1990 alcançou autonomia financeira.

No Sínodo de 1971, a IER autorizou que as mulheres ocupassem ofícios na igreja, isto ficou a cargo de cada igreja local. Neste mesmo período já se falava do futuro da IER, se seriam filiados a uma igreja maior nacional ou não.

No ano de 1975 apresentou-se a possibilidade de iniciar um trabalho em Tibagi, contando com a cooperação de jovens casais que se mudaram de Carambeí para Tibagi. Nesta época, não havia nenhuma Igreja Evangélica na cidade. No início, os trabalhos e atos pastorais foram realizados por pastores das IERs e a responsabilidade dos cultos coube a dois membros da Congregação: Cornélio de Geus e Nicolaas Biersteker. O templo foi inaugurado no dia 4 de março de 1979.

(55)

Presbiteriano de Campinas. A seguir foi trabalhar na IPB (mais tarde ele trabalhou alguns anos para a IER).

Em 1979, o pr. Leonardo de Geus Los se formou e pouco tempo depois foi enviado para Holanda, para estudos complementares. Ao voltar, em 1981, foi ordenado pastor, na IER de Carambeí e enviado ao campo missionário do norte pioneiro do Paraná e mais tarde para a região de Pato Branco. Anos depois, em 1991, ele foi nomeado Coordenador da Missão das IERs.

O culto de gratidão pelo jubileu do pastorado do reverendo W. V. Muller foi realizado em 26 de outubro de 1979, em Carambeí. Foram 45 anos que este grande homem dedicou à obra do Senhor, dos quais grande parte nas colônias, tanto na área eclesiástica como na econômica, desde sua ordenação em 1934.

Gradativamente foi aumentando a necessidade do uso da língua portuguesa nas IERs de língua holandesa, principalmente nas atividades com adolescentes e jovens. Mas também nos cultos em português, até então dirigidos por pastores convidados ou pastores holandeses.

Imagem

Figura 1. O príncipe de Orange (Fonte: http://www.brasileirosnaholanda.com/holanda/historia.htm)
Figura 4. Legenda (Fonte: Figura extraída do Site http://www.castrolanda.com.br/page.php?3)
Figura 5. Legenda (Fonte: Figura extraída do Site http://www.castrolanda.com.br/page.php?3)
Figura 7. Legenda (Fonte: Figura extraída do Site http://www.castrolanda.com.br/page.php?3)
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Referências

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