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IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA NO BRASIL EM CASTROLANDA

6. AS RELAÇÕES DA IERBC

6.1 A Colônia de Castrolanda

A Colônia de Castrolanda foi desenvolvida na medida do crescimento da Cooperativa Agropecuária e, ao mesmo tempo, funcionou como o centro social das famílias dos cooperados e funcionários. Praticamente tem vida própria devido ao crescimento econômico local.

Atualmente tem um papel importante na economia e cultura da região, especialmente com seus traços originais holandeses. Castrolanda oferece índices significativos de empregos, benefícios e renda para cidade de Castro e região, funcionando ainda como ponto turístico no Paraná.

Possui toda uma infra-estrutura encontrada em poucas cidades do Brasil.

Figura 3. Legenda (Fonte: Figura extraída do Site http://www.castrolanda.com.br/page.php?3).

Possui um clube próprio, denominado Clube Castrolanda, fundado em 1976, que organiza eventos sociais, culturais e esportivos em geral, com boa infraestrutura de salões, piscina, canchas e campos poliesportivos.

Os membros da Igreja Católica construíram a Capela São Pedro, num terreno doado pela Cooperativa no ano de 1995, dando condições à comunidade católica de se reunir e celebrar a Palavra de Deus aos domingos.

Figura 5. Legenda (Fonte: Figura extraída do Site http://www.castrolanda.com.br/page.php?3).

A Igreja Evangélica Reformada de Castrolanda, cujo templo atual foi inaugurado em 1966, congrega hoje 600 membros entre adultos e crianças, sendo um dos pontos preferidos de visita da colônia.

Existe também o Museu do Imigrante, construído no estilo das moradias da primeira época da Castrolanda, junto com a casa de moradia e o estábulo para o gado, foi inaugurado em 1991. Hoje é ponto obrigatório para os visitantes que passam pela Castrolanda.

Figura 7. Legenda (Fonte: Figura extraída do Site http://www.castrolanda.com.br/page.php?3).

O Ginásio de Esportes Castrolanda, com cancha poliesportiva, recebe eventos esportivos e sociais.

Dentro do centro da colônia, está localizado a Cooperativa Agropecuária Castrolanda, com parque fabril e operacional, fábrica de rações e escritórios administrativos, representando hoje um faturamento anual da ordem de U$$ 200 milhões. A rede de energia elétrica estendeu-se às residências da Castrolanda a partir de 1972. A Eletrorural, Cooperativa de Eletrificação Rural, fundada em 1970, veio para atender a essas necessidades.

Castrolanda possui seu próprio cemitério. Uma área próxima a igreja, retratando o período do Brasil colonial, quando os não católicos não podiam enterrar seus mortos nos cemitérios comuns, daí a tendência das igrejas protestantes mais antigas terem seu próprio cemitério.

Há um grupo folclórico que funciona com membros da comunidade e funcionários, chamado de Klompendans, e conhecido Grupo Folclórico Holandês de Castrolanda, fundado em 1954, conserva com seus trajes típicos e o uso de tamancos, parte das tradições do folclore holandês, mostrando com suas danças e músicas que falam sobre o amor, a vida e a luta do homem na construção de sua pátria.

O Supermercado Castrolanda, tradicional local de compras, que atende com qualidade e preço as principais necessidades de gêneros e alimentos em geral.

Existem atualmente, outras instalações na colônia de Castrolanda. Um Posto de Gasolina, uma Floricultura, uma Loja de Presentes e Papelaria, um Posto do Correio, um Banco do Brasil, um Banco Itaú, um Depósito de Materiais e Construção, um Capo de Futebol Gramado, uma Loja de Lembranças Típicas da Holanda, uma Biblioteca, um Restaurante, entre outros.

6.2 As escolas

A implantação dos colégios foi pautada dentro de certos princípios para firmar propósitos evangélicos. Os princípios religiosos e educativos definidos e constantemente perseguidos com tenacidade foram baluartes na conquista obtida. (Hack, 1985, p. 70)

Não havia nenhuma escola na língua e cultura holandesa próxima, quando os primeiros imigrantes chegaram em Castrolanda no ano de 1951. Pelo fato de haver poucos em idade escolar, foram levados à escola de Carambeí. Mas, já no ano seguinte, já foram tomadas providências e em 28 de novembro de 1952 foi fundada a Associação da escola Primária Cristã de Castrolanda, estando presentes 10 associados e sendo matriculados 12 alunos.

A primeira diretoria foi composta pelo Srs. Rieks Salomons, presidente, Marten Veenstra, secretário, Jan Herman Groenwold, tesoureiro e o pastor Muller como consultor. Houve muitas dificuldades para instalação de uma escola holandesa em solo brasileiro. Uma vez mais o pastor Muller com sua influência e diplomacia ajudou os castrolandenses a intermediar os contatos com as autoridades brasileiras e holandesas.

Uma vez que em 1952 não havia ainda corpo docente formado em Castrolanda, foi convidada a Sra. Teresa G. Seifarth, que era de Carambeí, para dar aula durante as férias de 20 de dezembro a 20 de fevereiro. E até março de 1953, a senhorita Siny Borg manteve a escola funcionando até que a primeira professora pudesse assumir. O que aconteceu, com a vinda da alemã Sra. Edeltraut Neubauer Moser, chamada

de Sra Traudy, que com muita paciência, ensinou os princípios da língua portuguesa até 1965.

Em julho de 1953, já havia 50 alunos matriculados, daí a escola mudou-se do escritório da cooperativa, para uma ala lateral do prédio da juventude, sendo convidada para auxiliar nas aulas nesta época, a Sra. J. G. Boessenkool, que era professora diplomada na Holanda.

Em um segundo momento, foi construído um prédio de madeira que hoje se chama Escola de Prins Willem Alexander. Em 1954 este prédio ficou pronto, contando com três salas de aulas, uma sala para a diretoria e uma varanda na parte de trás. Em 1956, as salas já estavam lotadas, sendo necessário a construção de uma quarta sala. Hoje é um dos poucos prédios construídos na época da imigração. Em 14 de março de 1998, em visita a colônia de Castrolanda, o próprio príncipe Willem, inaugurou o prédio desta escola, passando a funcionar de certa forma independente da escola evangélica, tendo uma diretoria própria submissa a diretoria da escola maior. Esta escola atua com a cultura holandesa de forma mais intensa.

Em 1954, assumiu como professor O Sr. Epema, recém chegado da Holanda, e neste mesmo ano foi legalizada a Escola, sendo contratada pelo Estado a Sra. Traudy. A descrição feita por Kiers-Pot da vestimenta usada na Escola primitiva é interessante:

Da mesma forma que na escola estadual, o uso de uniforme, o “guarda-pó”, era obrigatório. Eram casaquinhos ou aventais brancos, semelhantes aos que os médicos usam e que se veste sobre as roupas, feitos pelas nossas mães, de panos ou de sacos de farinha lavados. Mediante o uso de anil, o tecido ficava bem branco e assim os filhos chegavam bem arrumadinhos na escola. Kies-Pot, 2001, pg. 97)

As crianças tinham na metade do dia aula em holandês e na outra metade em português e o seu meio de transporte era através de charretes de cavalos mansos ou velhos para que não disparassem com as crianças a monte. Em 1979, com auxílio da cooperativa, foi viabilizado a circulação dos ônibus, facilitando o acesso de outros alunos à escola. Enquanto não havia linha de ônibus para a cidade, alguns irmãos faziam lotação de perua para a vinda de professores e outras pessoas que precisavam vir de Castro a colônia e vice-versa.

No dia 23 de outubro de 1982, foi inaugurada a escola Estadual de Castrolanda, facilitando o acesso de filhos de trabalhadores e demais moradores da colônia e circunvizinhanças. Por muito tampo as aulas de educação religiosa foi dada sob a responsabilidade da Igreja Evangélica Reformada no Brasil em Castrolanda (IERBC). Em 2000, esta escola tinha 403 alunos e 28 professores.

Figura 9. Legenda (Fonte: Figura extraída do Site http://www.castrolanda.com.br/page.php?3).

A Escola Evangélica da Comunidade de Castrolanda, prédio que funciona à parte do Prins Willem Alexander, inaugurada em 1984 com a proposta de atender os filhos e netos dos imigrantes inicialmente. Mas, atende hoje 3 anos de pré-escola e 8 anos de ensino primário, mais de 200 alunos da comunidade e da cidade de Castro. Esta escola possui fanfarra que é muito participativa nos eventos holandeses, na cidade de Castro e até no estado do Paraná. Possui também grupo folclórico infantil e diversos grupos educativos e culturais.