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A emergência das competências coletivas a partir da mobilização de diferentes grupos de trabalho.

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Academic year: 2017

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(1)

A E

MERGÊNCIA DAS

C

OMPETÊNCIAS

C

OLETIVAS

A PARTIR DA

M

OBILIZAÇÃO DE

D

IFERENTES

G

RUPOS DE

T

RABALHO

M a r ia Jose fi n a Kle in* Cla u dia Bit e n cou r t* *

Resumo

A

s com pet ências colet ivas podem ser com pr eendidas a par t ir de difer ent es cont ext os. Para

est e ar t igo, foi escolhido a dinâm ica e r esult ado da equipe. Assim , buscou- se com pr eender o desenvolvim ent o de com pet ências colet ivas a par t ir da int eração est abelecida ent r e dife-r ent es gdife-r upos de t dife-rabalho. Padife-ra t ant o, ut ilizou- se um dife-r efedife-r encial t eódife-r ico com base na abodife-r- abor-dagem social das com pet ências, dest acando- se os aut or es franceses e suecos. Desenvolveu- se um est udo de caso qualit at ivo, no qual a em pr esa selecionada dever ia t er a cult ura do t rabalho em gr upo e, nest e cont ext o, foi escolhido um pr ocesso est rat égico que dependesse da m obi-lização de difer ent es gr upos. O pr ocesso apr esent ado é o da Parada Geral de Manut enção, na em pr esa UNI B- RS/ Braskem . Com o r esult ados, foram est abelecidos dois níveis de análise: ( 1) o nível m icr o, que buscou com pr eender os elem ent os const it ut ivos das com pet ências e ( 2) o nível m acr o, focado nos r esult ados alcançados via est a m obilização. Baseado nesses achados, foram pr opost os dois conceit os sobr e com pet ências colet ivas, com difer ent es enfoques. O pr im eir o enfat izando o pr ocesso de desenvolvim ent o dessas com pet ências, e o segundo, o r esult ado de t ais com pet ências.

Pa la vr a s- ch a ve : Com pet ência colet iva. Grupos de t rabalho. I nt eração. Níveis de com plexidade.

Com plem ent ar idade.

The Emergence of Collective Competencies based on the

Mobilization of Working Teams

Abstract

C

ollect ive com pet encies can be under st ood fr om differ ent cont ext s. For t his ar t icle w e chose

t he dynam ics and out com e of t he t eam . The paper aim s t o under st and t he developm ent of collect ive com pet encies est ablished by t he int eract ion am ong differ ent w or king gr oups. For t his pur pose, w e used a t heor et ical appr oach based on social com pet encies, in w hich Fr ench and Sw edish aut hor s w er e highlight ed. We developed a qualit at ive case st udy, in w hich t he select ed com pany should have a t eam w or k cult ur e and, in t his cont ext w e chose a st rat egic pr ocess t hat r elied on t he m obilizat ion of differ ent gr oups. The case pr esent ed was Tur nar ound Maint enance, in UNI B- RS/ Braskem . The r esult s indicat ed t w o levels of analysis: ( 1) t he m icr o level, w hich aim ed t o under st and t he const it uent elem ent s of collect ive com pet encies and ( 2) t he m acr o level, focused on r esult s of t hose com pet encies. Based on our fi ndings w e pr opose t w o concept s of collect ive com pet encies. The fi r st one em phasizes t he pr ocess of developing t hese com pet encies and t he second is based on t heir r esult s.

Ke y w or ds: Collect ive com pet encies. Wor king t eam s. I nt eract ion. Levels of com plexit y. Com

-plem ent ar it y.

* Mest r e em Adm inist r ação pela Univer sidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos. Consult or a em Gest ão de Pessoas na Visão Hum ana Consult or ia Lt da, São Sebast ião do Caí/ RS/ Br asil. Ender eço: Av. Br uno Cassel. 82, São Sebast ião do Caí/ RS. E- m ail. Jo@visaohum ana.com .br

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Introdução

A

dinâm ica com pet it iva do m er cado, nas últ im as décadas, vem im pondo às em -pr esas níveis cr escent es de com plexidade e int er dependência, t ant o nas r elações int ra- or ganizacionais com o int er or ganizacionais. A necessidade const ant e de m udanças t ecnológicas, econôm icas e sociais t em pr essionado as or ganizações a desenvolver em com binações difer enciadas de suas com pet ências com o for m a de alavancar vant agem com pet it iva ou m esm o de buscar assegurar sua sobr evivência.

Nesse cont ext o, per cebe- se a im por t ância da const r ução de um a lógica colet iva para o desenvolvim ent o das com pet ências, um a vez que as t endências or ganizacio-nais não são unifor m es, em razão das m udanças signifi cat ivas ocor r idas nas for m as de or ganização do t rabalho. Longe da hierar quia, de r egras de t rabalho segm ent adas e pr ocedim ent os de t rabalho pr edet er m inados, as or ganizações pr ecisam , cada vez m ais, de est r ut uras or gânicas com pr ocessos de t rabalho m ais fl exíveis, colaborat ivos e efet ivos ( BOREHAM, 2004, ANTONELLO, 2005) .

A excelência desses processos colet ivos pode e deve desencadear com pet ências colet ivas, que são apr esent adas de diver sas for m as. Ent r e essas opções, dest acam -- se, a cadeia pr odut iva, na qual o pr ocesso colet ivo gera a com plem ent ar idade ent r e os agent es da cadeia; os pr ocessos em r ede, cuj o foco das com pet ências colet ivas volt a- se para a r elação dos agent es que com põem essa r ede; e o gr upo, em que o processo pode se cent ralizar em dois níveis dist int os - na int eração dos m em bros de um grupo ( visão int ragrupo) ou na int eração ent re grupos de t rabalho ( visão int ergrupos) . O foco para o pr esent e est udo r efer e- se a essa últ im a opção e t em com o pr opó-sit o cont r ibuir para a com pr eensão das com pet ências colet ivas a par t ir da m obilização de difer ent es gr upos de t rabalho, t endo com o obj et o de análise um event o est rat égico que sej a signifi cat ivo para prom over essa dinâm ica ent re grupos de t rabalho. Em out ras palavras, busca- se r esponder a seguint e quest ão: O que são e com o se consolidam as com pet ências colet ivas, t endo com o base a int eração ent r e gr upos de t rabalho?

Para abor dar o t em a das com pet ências colet ivas, est e ar t igo apr esent a, inicial-m ent e, as bases conceit uais dest a pesquisa, dest acando a per spect iva social sobr e as com pet ências colet ivas e os elem ent os const it ut ivos de t ais com pet ências. Em segui-da, os pr ocedim ent os m et odológicos são apr esent ados enfat izando- se os cr it ér ios de seleção da em pr esa e do event o est rat égico escolhido, no caso, UNI B- RS/ Braskem , e o pr ocesso da Parada Geral de Manut enção ( PGM) . Post er ior m ent e, são defi nidas as cat egor ias de análise que se subdividem em dois níveis dist int os: m icr o ( dest aca os elem ent os const it ut ivos das com pet ências colet ivas) e m acro ( represent a os result ados dessas com pet ências e event o) . Por fi m , apr esent am - se os pr incipais r esult ados do est udo e r ecom endações para pesquisas fut uras.

As Competências Coletivas

O t em a com pet ências colet ivas t em sido alvo de algum as discussões t eór icas, m as rar os são os est udos em pír icos que se pr opõem a ent ender a sua lógica de desen-volvim ent o, dest acando- se ent r e eles os t rabalhos de Fr ohm ( 2002) , Hansson ( 2003) , Bor eham ( 2004) , Becker ( 2004) , Ruas ( 2005) , Bonot t o ( 2005) , Sandber g; Tar gam a ( 2007) , Bit encour t ( 2007) e Bit encour t e Bonot t o ( 2010) . A par t ir da análise desses t rabalhos, é possível ident ifi car duas per spect ivas dist int as: a funcional e a social.

A per spect iva funcional dest aca as com pet ências colet ivas com o um conj unt o de r ecur sos pr odut ivos ou funcionais das em pr esas que com plem ent am e r efor çam o conceit o de com pet ências or ganizacionais, “ desdobrando- as” e segm ent ando- as nos difer ent es set or es da em pr esa. Essas com pet ências int er nas com põem o por t fólio de com pet ências, que consist e na com binação das com pet ências individuais dos gr upos ou ár eas de t rabalho ( NORDHAUG; GRÖNHAUG, 1994) .

(3)

colet ivas são caract er izadas, por t ant o, pela com binação das at ividades pr incipais da or ganização ( Gest ão de Pessoas, Mar ket ing, Pr odução, Supr im ent os, ent r e out ras) e que, j unt as, per m it em a sobr evivência e pr om ovem sua com pet it ividade no m er cado. Out ra análise sob a per spect iva funcional r efer e- se à est r ut ura necessár ia para que as com pet ências or ganizacionais se concr et izem . Na visão de Leonar d- Bar t on ( 1992) , sobr e a est r ut ura necessár ia para as capacidades essenciais, a aut ora dest aca a Visão Baseada em Conhecim ent o, ident ifi cando dim ensões r elacionadas aos saber es iner ent es a cada em pr esa.

Na per spect iva social, por sua vez, as com pet ências colet ivas caract er izam - se pela com pet ência de um conj unt o de indivíduos, gr upos ou at or es sociais que fazem par t e de um a or ganização. Michaux ( 2005) apr esent a em seu ar t igo um est udo sobr e as difer ent es concepções sociais da com pet ência colet iva que coexist em na lit erat u-ra int er nacional. Nesse est udo, a aut ou-ra r ealizou um a análise t u-ransver sal, na qual ident ifi cou quat r o cont ext os de uso da noção de com pet ência colet iva: a) dinâm ica e r esult ado da equipe ( siner gia ent r e as com pet ências individuais que t or na o t rabalho efi caz) ; b) apr endizagem colet iva ( const r ução de um novo saber da e para a ação) ; c) com par t ilham ent o de saber es e exper iências ( r efl exão colet iva conduzida pela ex-per iência) ; e d) cooex-peração e com unicação ( gest ão da m udança e das incer t ezas) . A Figura 1 sint et iza essa análise.

Figu r a 1 - D ife r e n t e s Con t e x t os de Uso da Com pe t ê n cia Cole t iv a

Font e: adapt ado de Michaux ( 2005, p. 47) .

Para est e est udo, o foco r efer e- se à abor dagem social e, m ais especifi cam ent e, ao cont ext o 1 ( dinâm ica e r esult ado da equipe) , que envolve os out r os 3 níveis.

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Qu a dr o 1 - Ele m e n t os Con st it u t iv os da s Com pe t ê n cia s Cole t iv a s

COM PETÊN CI AS COLETI V AS

Ele m e n t os Con st it u t iv os Ele m e n t os En v olv idos Au t or e s

Se n se m a k in g

Con t e x t o

( signifi cado da est r ut ura, r e-gras, r ot inas, cult ura, gest ão e est rat égia)

Weick ( 1993) ; Weick e Ro-ber t s ( 1993) ; Fr ohm ( 2002) ; Hansson ( 2003) ; Bot er f ( 2003)

Pa pé is

( signifi cado dos difer ent es papéis dos gr upos)

Weick ( 1993) ; Weick e Rober t s ( 1993) ; Sandber g ( 1996) ; Hansson ( 2003) ; Fr ohm ( 2002)

Com u n ica çã o

( signifi cado dos gest os, sím -bolos, códigos, sist em as de infor m ação e linguagem )

Hansson ( 2003) ; Bot er f ( 2003) ; Fr ohm ( 2002) ; Bo-r eham ( 2004)

En t e n dim e n t o Com pa r t ilh a do

I n t e r a çã o

( espaço com par t ilhado, em que ocor r e a r efl exão colet iva e as t r ocas de exper iências)

Fr ohm ( 2002) ; Hansson ( 2003) ; Sandber g ( 1996, 2007) ; Bot er f ( 2003) ; Bo-r eham ( 2004)

Coor de n a çã o dos con h e ci-m e n t os dos gr u pos

( coor denação de difer ent es bases de conhecim ent o em função de um obj et ivo)

Hansson ( 2003) ; Fr ohm ( 2002) ; Bot er f ( 2003) ; Bor eham ( 2004) ; Sandber g e Tar gam a ( 2007)

Espír it o cole t iv o

( ent endim ent o das ações co-nect adas ent r e si e r elaciona-das ao sist em a, gerando um senso de int er dependência e visão de pr ocesso)

Weick e Rober t s ( 1993) ; Za-r ifi an ( 2001) ; Bot eZa-r f ( 2003) ; Hansson ( 2003) ; Bor eham ( 2004) ; Sandber g e Tar ga-m a ( 2007)

Açã o

Re fl e x iv a

( r efl exão sobr e a ação)

Weick ( 1993) ; Fr ohm ( 2002) ; Hansson ( 2003) ; Bot er f ( 2003)

N ã o r e fl e x iv a

( ação baseada em r ot inas) Weick ( 1993)

Abr a n gê n cia

Te m po

( det er m ina a exper iência funcional)

Hansson ( 2003)

Espa ço

( cam po de at uação; local em que a int eração acont ece)

Weick ( 1993) ; Hansson ( 2003) ; Fr ohm ( 2002)

Font e: elaborado pelas aut oras.

Esses elem ent os nor t earam a pesquisa de cam po, ser vindo com o cat egor ias de análise para o nível m icr o, com o ser á det alhado nos pr ocedim ent os m et odológicos.

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Nest e sent ido, o sensem aking est im ula o ent endim ent o com par t ilhado, que é elaborado a par t ir dos seguint es elem ent os: int eração, coor denação de difer ent es bases de conhecim ent o e espír it o colet ivo, consolidando- se por m eio de um pr ocesso de socialização.

A par t ir da socialização, é possível desenvolver um ent endim ent o do t rabalho, no qual há um com par t ilham ent o em com um acor do ent r e os m em br os do gr upo. O ent endim ent o com par t ilhado é est r ut urado pela const r ução de signifi cado das at i-vidades ( SANDBERG; TARGAMA 2007) . O signifi cado dessa socialização envolve a apr endizagem individual e colet iva, na qual o pr ocesso que const it ui o ent endim ent o com part ilhado t orna- se crucial para o desenvolvim ent o e m anut enção da com pet ência colet iva. O ent endim ent o com par t ilhado pelos m em br os é, pr im eiram ent e, desenvol-vido e for m ado por m eio do pr ocesso de sensem aking, a r espeit o do signifi cado de seu t rabalho, com o m ost ra a Figura 2.

Figu r a 2 - Pr oce sso de D e se n v olv im e n t o da Com pe t ê n cia cole t iv a

Font e: elaborada a par t ir de Sandber g e Tar gam a ( 2007) .

A socialização, por sua vez, per m it e que as ações desenvolvidas pelo gr upo, além de um sent ido com um , apr esent em m om ent os r ot ineir os e r efl exivos. Weick ( 1993) , em seu ar t igo sobr e o caso “ Mann Gulch”, conclui que as or ganizações ba-seadas em papéis e r ot inas são hábeis para lidar com sit uações defi nidas, gerando um signifi cado não- r efl exivo, baseado em exper iências ant er ior es e ações r ot ineiras. No ent ant o, se algo difer ent e acont ecer e exigir m udanças na r ot ina, o pr ocesso de

sensem aking r equer um pr ocesso r efl exivo de adapt ação e de pr odução de um novo

sent ido. As ações r efl exivas envolvem a elaboração da for m a com o cada m em br o do gr upo exer ce suas at ividades e um a base com um de conhecim ent o que per m it e que alguns m em br os do gr upo est ej am apt os a r ealizar o t rabalho de out r os. Por t ant o, a const r ução de um a visão com par t ilhada é fundam ent al para que sej a possível a const r ução de sím bolos r efer enciais para as ações do gr upo.

Para o desenvolvim ent o de com pet ências colet ivas, a ideia cont ext ual é essencial. Est a envolve, além dos elem ent os dest acados ant eriorm ent e, a noção de abrangência, ou em out ras palavras, a ideia de t em po e espaço. O t em po é o elem ent o que envolve a exper iência e o conhecim ent o t ácit o para a com pet ência pr át ica. O espaço diz r es-peit o ao local onde a int eração acont ece, est im ulando a com pet ência int erpessoal, que ocor r e em um det er m inado m om ent o, enquant o a com pet ência pr át ica desenvolve- se cont inuam ent e no t em po.

(6)

Analisando o cont ext o pr opost o pelos aut or es dest acados na per spect iva social, percebem - se aspect os relacionados t ant o à est rut ura form al, represent ada por regras, papéis, r ot inas e depar t am ent os, quant o à est r ut ura infor m al, r epr esent ada pela cul-t ura, linguagem , r elações e difer encul-t es for m as de com unicação encul-t r e os m em br os e gr upos da or ganização. Os pr ocessos envolvidos com pr eendem aspect os r elacionados à noção de com pet ência colet iva que, para est e est udo, r epr esent a a const r ução de um signifi cado colet ivo do t rabalho, a par t ir de difer ent es bases de conhecim ent o, am pliando, dessa for m a, a r ede de conhecim ent os e const r uindo um a visão sist êm ica e int er dependent e para o alcance de um obj et ivo com par t ilhado.

Procedimentos Metodológicos

A est rat égia de invest igação ut ilizada é o est udo de caso ( YI N, 2001) com um a abor dagem qualit at iva ( GODOY, 1995) , devido a sua adequação aos obj et ivos e à com plexidade da t em át ica pr opost a, na qual pr ivilegia- se um a análise m ais pr ofunda e r efl exiva ao invés de generalizações.

Para a seleção do caso, foram ut ilizados dois cr it ér ios: ( 1) em pr esa de classe m undial; ( 2) r econhecida pelo desenvolvim ent o de equipes aut oger enciáveis. A em -pr esa escolhida foi a UNI B- RS/ BRASKEM. O segundo passo na escolha para o desen-volvim ent o do caso foi a do pr ocesso est rat égico. Est e dever ia r efer ir- se a um event o que ( 1) m obilizasse um grande cont ingent e de pessoas e gr upos de t rabalhos; ( 2) t ivesse um grande im pact o sobr e os r esult ados da em pr esa; e ( 3) fosse considerado est rat égico pela or ganização. O event o escolhido foi a Parada Geral de Manut enção. Dest a m aneira, o est udo buscou com pr eender a com plexidade envolvida no r elacio-nam ent o ent r e os gr upos de t rabalho no desenvolvim ent o de com pet ências colet ivas, a par t ir da r ealização do event o da Parada Geral de Manut enção ( PGM) no cont ext o da UNI B- RS Braskem , pet r oquím ica de classe m undial.

Classifi ca- se est a pesquisa com o qualit at iva do t ipo explorat ório- descrit iva, pois t em com o obj et ivo explorar o t em a das com pet ências colet ivas, caract er izado por es-t udos incipienes-t es, descr evendo com o se desenvolve a ines-t eração de difer enes-t es gr upos de t rabalho. Dest aca- se que est udo ant er ior foi r ealizado por Bit encour t e Bonot t o ( 2010) , t endo com o escopo a com pr eensão das com pet ências colet ivas a par t ir do est udo de dois gr upos de t rabalho na m esm a em pr esa, por ém enfat izando a r elação est abelecida dent r o de cada gr upo.

Apesar de se t er fi r m ado um r efer encial t eór ico sobr e o t em a cent ral do est udo, as var iáveis invest igadas não foram t ot alm ent e defi nidas a pr ior i, possibilit ando a inser ção de out r os elem ent os que se dest acaram ao longo da pesquisa.

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Figu r a 3 - Fa se s da Pe squ isa

Font e: elaborada pelas aut oras.

Na fase explorat ór ia inicial, ocor r eu a colet a de dados que t eve por obj et ivo com pr eender as com pet ências colet ivas enquant o um a visão pr ocessual, ident ifi cadas nest e est udo com o nível m icr o, a par t ir dos elem ent os: sensem aking, ent endim ent o com par t ilhado, ação e abrangência, com o dest acado ant er ior m ent e. Para essa fase, foram ut ilizadas diver sas font es de dados pr im ár ios, com o as ent r evist as sem iest r u-t uradas, os gr upos de foco, a obser vação não- par u-t icipanu-t e e, ainda, fonu-t es de dados secundár ios. A t r iangulação dos dados no pr esent e est udo acont eceu pelo exam e da conver gência dessas font es de evidências colet adas no decor r er da pesquisa. Tal fase cont ou com a r ealização de 24 horas de ent r evist as envolvendo 15 colaborador es em nível de coor denação do event o da Parada. Realizaram - se, ainda, dois gr upos de foco, cont ando com a par t icipação de nove pessoas de nível t écnico, t ant o da UNI B- RS-- Braskem , quant o de em pr esas cont rat adas.

A par t ir da t ranscr ição de t odas as ent r evist as e gr upos de foco, iniciou- se um pr ocesso de análise de cont eúdo qualit at iva dos dados colet ados ( YI N, 2001; BARDI N, 1977) . Com base nest a pr é- codifi cação, pr ocedeu- se a um a codifi cação com o auxílio do soft w ar e QSR NVivo ver são 7.0, com o pr opósit o de am pliar as possibilidades de análise do m at er ial colet ado e a confi abilidade do est udo, per m it indo, ainda, um a t riangulação ent re a análise qualit at iva e quant it at iva de cont eúdo ( TEI XEI RA; BECKER, 2001) . Nessa fase, o Nvivo 7 foi ut ilizado para codifi car os elem ent os const it ut ivos das com pet ências colet ivas sob um a per spect iva pr ocessual, r elacionada à dinâm ica de int eração dos gr upos de t rabalho para a r ealização da Parada Geral de Manut enção, elem ent os est es j á apr esent ados no Quadr o 1.

(8)

colet iva ( visão de r esult ado) . Foi nesse m om ent o que as aut oras incluíram um segun-do nível de análise ao est usegun-do, t ensegun-do em vist a o dest aque dasegun-do pelos ent r evist asegun-dos e m em br os dos gr upos de foco para a quest ão dos r esult ados. Por t ant o, a análise passa a considerar dois m om ent os: ( 1) os elem ent os const it ut ivos da com pet ência colet iva ( denom inado nível m icr o) e ( 2) seus r esult ados ( denom inado nível m acr o) .

Esses achados da pesquisa r em et eram o est udo à fase explorat ór ia avançada que t em por obj et ivo com pr eender as com pet ências colet ivas enquant o um a visão de r esult ado, ident ifi cadas, nest e est udo, com o nível m acr o, evidenciado a par t ir dos elem ent os: Segurança, Saúde e Meio Am bient e ( SSMA) , qualidade, prazo e cust os.

Considerando que, ao com plet ar a análise da Fase Explorat ór ia I nicial, eviden-ciou- se a exist ência de dois possíveis níveis de análise ( m icr o e m acr o) , t or nou- se necessár io r ecodifi car as ent r evist as t ranscr it as com base nos elem ent os do nível m acr o, apr esent ados no Quadr o 2, ut ilizando- se para isso o Nvivo 7.

Qu a dr o 2 - Ele m e n t os de An á lise da s Com pe t ê n cia s Cole t iv a s: n ív e l m a cr o

COM PETÊN CI AS COLETI V AS: N ív e l M a cr o

Ele m e n t os de An á lise D e scr içã o

SSM A ( Segurança, Saúde

e Meio Am bient e)

Com pr eende as iniciat ivas r ealizadas pela em pr esa para garant ir que a execução da parada, ocor ra sem r isco à segurança, saúde e m eio am bient e.

Qu a lida de

Com pr eende as est rat égias ut ilizadas pela em pr esa para ga-rant ir a qualidade dos ser viços r ealizados na parada e, assim , garant ir a m áxim a confi abilidade operacional por set e anos.

Pr a z o

Com pr eende as iniciat ivas adot adas pela em pr esa para garant ir o cum pr im ent o dos prazos pr evist os para a r ealização do plane-j am ent o e execução da parada.

Cu st os

Com pr eende as est rat égias adot adas pela em pr esa para ga-rant ir a ot im ização de r ecur sos fi nanceir os para a r ealização do planej am ent o, a aquisição de equipam ent os, a cont rat ação de ser viços e a execução da parada.

Font e: elaborado pelas aut oras.

Realizadas as fases explorat ór ias ( inicial e avançada) , par t iu- se para a fase descrit iva relacional que t em por obj et ivo com preender a com plem ent aridade ent re os elem ent os das com pet ências colet ivas, evidenciando as r elações ent r e os elem ent os do nível m icr o, do nível m acr o e dos níveis m icr o e m acr o ent r e si.

Diant e da com plexidade de análise das r elações ent r e os elem ent os e ent r e os dist int os níveis, ut ilizou- se, inicialm ent e, a análise quant it at iva de cont eúdo, basea-da na Mat r iz de Codifi cação do Nvivo ( FLI CK, 2004) , per m it indo explorar, de for m a concisa, as r elações ent r e os dados colet ados. Para Flick ( 2004) , esse pr ocesso é r ealizado por m eio de um a m at r iz num ér ica de dados, com post a por linhas e colunas que com binam os t ext os codifi cados e as cat egor ias do est udo, r evelando os dados num ér icos dessa r elação.

O uso da Mat r iz de codifi cação do Nvivo 7 per m it e cr uzar t odas as codifi cações que foram r ealizadas para os elem ent os de análise, e gerar com o r esult ado desse cr uzam ent o um a planilha de dados, ou sej a, dados quant it at ivos do cont eúdo das ent r evist as. No ent ant o, r essalt a- se a nat ur eza do est udo que é qualit at ivo, sendo ut ilizada um a et apa de análise de cont eúdo quant it at iva com o obj et ivo específi co de com plem ent ar idade da análise quali- quant i. Além disso, a análise quant it at iva de cont eúdo per m it iu um a análise m ais elaborada das r elações ent r e os elem ent os. Assim sendo, est e est udo ger ou t r ês planilhas que apr esent am as r elações ent r e os elem ent os da seguint e for m a: ent r e os elem ent os do nível m icr o, ent r e os elem ent os do nível m acr o, e ent r e os elem ent os dos níveis m icr o e m acr o.

(9)

ao result ado da PGM e, ainda, ( 3) aprofundar a com preensão das relações est abelecidas ent r e as cat egor ias de análise. Nessa r eunião, est avam pr esent es os 28 colaborador es que com põem o Com it ê da Parada e t eve a duração de 2 horas e 30 m inut os.

Por fi m , par a dest acar os cu idados m et odológicos env olv idos n o est u do, apr esent a- se, a seguir, o Quadr o 3, que r evela os t est es r ealizados com o int uit o de confer ir validade e confi abilidade ao est udo.

Qu a dr o 3 - V a lida de e Con fi a bilida de do Est u do de Ca so

Test es Técnica Ut ilizada Fase em que ocor r eu nest a Pesquisa

Validade do const r ut o

Uso de m últ iplas font es de evidências Est abelece o encadeam ent o de evidências

Colet a de dados Colet a de dados

Uso de padr ões de análise t eór icos Explicação por r esult ados obt idos

Análise dos dados Análise dos dados

Confi abilidade

Uso de pr ot ocolo de est udo de caso Desenvolvim ent o de banco de dados para o est udo de caso

Validação j unt o a em pr esa

Colet a de dados Colet a de dados

Análise dos dados

Font e: adapt ado de Yin ( 2001, p. 55) .

A UNIB-RS e a Parada Geral De Manutenção

A est at al Com panhia Pet roquím ica do Sul ( COPESUL) foi fundada em 1976, m as som ent e a part ir de 1982 iniciou suas operações. Após sua privat ização em 1992, t ornou-- se, ao lado da Braskem , a m aior cent ral de m at ériaornou-- prim a ( CMP) da Am érica Lat ina, com um a produção anual de 1,2 m ilhão de t oneladas de et eno e 634 m il t oneladas de propeno. Em m arço de 2007, a Braskem , Ult rapar Part icipações S.A. e a Pet robras adquiri-ram o Gr upo I piranga. No ent ant o, a Braskem e a Pet r obras det êm os at ivos pet r oquí-m icos do Grupo, represent ados pela I piranga Quíoquí-m ica S.A., I piranga Pet roquíoquí-m ica S.A. ( I PQ) e pela par t icipação dest a na Copesul, na pr opor ção de 60% para a Braskem e 40% para a Pet r obras ( BRASKEM, 2007) . Assim sendo, a Copesul t or nou- se a Unidade de Pet r oquím icos Básicos ( UNI B- RS) da Braskem em Tr iunfo/ RS.

Considerada a m aior pet roquím ica das Am éricas e a t erceira m aior produt ora de polipr opileno do m undo, a Braskem , visando seu desenvolvim ent o sust ent ável, t em com o bases de sua est rat égia a com pet it ividade e o ar r oj o t ecnológico. É considerada a pr im eira pet r oquím ica int egrada do país, com binando em um a única em pr esa, ope-rações da pr im eira geração ( et eno, pr openo e clor o) e da segunda geração ( r esinas t er m oplást icas) da cadeia pr odut iva do plást ico. Em razão disso, a Braskem obt ém vant agem com pet it iva por m eio de escalas de pr odução e efi ciência operacional.

A Braskem pr oduz, at ualm ent e, 15 m ilhões de t oneladas/ ano de r esinas t er-m oplást icas e out r os pr odut os pet r oquíer-m icos. Eer-m r elação aos pr ocessos, o set or pe-t r oquím ico caracpe-t er iza- se por upe-t ilizar o padr ão de pr odução do pe-t ipo fl uxo de pr odução cont ínua nas operações das plant as. Out ra caract er íst ica desse t ipo de negócio é a ocupação int egral da capacidade pr odut iva da plant a e a dem anda de um grande sincr onism o de sua cadeia logíst ica.

De acordo com Nobre Filho e Guaragna ( 2004) , o set or pet roquím ico caract eriza-- se por ut ilizar um padr ão de pr odução do t ipo fl uxo de pr odução cont ínua nas operaeriza-- opera-ções das plant as. Sendo assim , essas indúst r ias pr ecisam parar, não apenas por que a legislação NR- 13 det er m ina, m as, pr incipalm ent e, por quest ões de m anut enção cent rada em confi abilidade1. A cer t ifi cação do Ser viço Pr ópr io de I nspeção de Equipa-m ent os ( SPI E) , concedida à UNI B- RS pelo I nst it ut o Brasileir o de Pet r óleo e Gás ( I BP) e I NMETRO, cont r ibui para o aum ent o da confi abilidade e do t em po de vida út il das inst alações, possibilit ando o aum ent o do int er valo ent r e as paradas de m anut enção.

(10)

A Parada Geral de Manut enção ( PGM) t em o propósit o de realizar inspeções pro-gram adas e r evam ps2, int r oduzindo novas t ecnologias para pr eparar e assegurar um a nova cam panha3 de, no m ínim o, seis anos de operação ( BRUN; SOUZA NETO, 2002. Para que a PGM t enha sucesso, são necessár ias quat r o fases: a defi nição do per íodo da parada, o planej am ent o da parada, a execução da parada e o feedback da parada. A prim eira decisão a ser t om ada para a realização da PGM é a defi nição do período de sua execução que é infl uenciada por fat ores com o: a legislação vigent e, a probabili-dade de falha dos equipam ent os, a negociação com os client es, a agenda das paradas de out ras em presas, o t em po de planej am ent o, a disponibilidade de m ão de obra t ercei-rizada e a m argem de cont ribuição para o negócio. Considerando o int ervalo ent re um a parada e out ra, a periodicidade das paradas da UNI B- RS variaram ent re 2, 4, 5 e 7 anos, sem pre com o obj et ivo de am pliar os int ervalos, t endo em vist a seu cust o operacional.

A par t ir da defi nição do per íodo da Parada, inicia- se o pr ocesso de planej am en-t o, que en-t em com o pr opósien-t o especifi car as en-t ar efas e garanen-t ir que elas ocor ram denen-t r o do prazo est ipulado e com a qualidade desej ada para evit ar que o per íodo da PGM sej a am pliado. Nas oit o edições da Parada, os per íodos de planej am ent o da UNI B- RS t iveram duração ent r e 12 m eses, para a PGM de 1984 e 30 m eses, para a de 2008.

A PGM é um a grande r ede de ser viços int er dependent es, que exige um plane-j am ent o ant ecipado, int egrado e det alhado das t ar efas, pr ior izando: a defi nição do escopo da PGM; o det alham ent o das t ar efas, prazos e r ecur sos para sua r ealização; a segurança dos colaboradores e das inst alações; a cont rat ação das em presas parceiras; e a aquisição dos equipam ent os e m at er iais necessár ios.

Cada planej am ent o da Parada est á baseado na m em ór ia e na hist ór ia das pa-radas ant er ior es, considerando as condições t écnicas at uais dos equipam ent os, um a cam panha fut ura de, no m ínim o, 7 anos, e a necessidade de at ualização t ecnológica da Plant a para at ender as dem andas com pet it ivas do set or pet roquím ico. O planej am ent o da PGM t em com o grande desafi o a defi nição do escopo, ident ifi cando os cam inhos cr ít icos do event o e det er m inando 90% dos ser viços, t r int a m eses ant es do event o, r est r ingindo, ao m áxim o a ent rada de novos ser viços.

A PMG de 2008 foi considerada a m aior parada da hist ór ia da UNI B- RS, devido às m odifi cações que acont eceram nos pr incipais equipam ent os da Plant a 1, a m aior do com plexo indust r ial. Essa Parada t eve um planej am ent o de 30 m eses, agr egando os gr upos de planej am ent o, m anut enção, operação, segurança, pr oj et o e com er cial, desde o início dos t rabalhos. A PGM da Plant a 1 foi r ealizada em 38 dias, em que fo-ram r ealizadas 41.700 t ar efas. Nesse per íodo, a UNI B- RS sediou um cont ingent e de 5.800 pr ofi ssionais de em pr esas cont rat adas, além de 600 colaborador es int er nos, t ot alizando 2.094.830 horas t rabalhadas.

A Compreensão das Competências

Coletivas Envolvidas na Parada

Geral de Manutenção

As com pet ências colet ivas podem ser analisadas a par t ir de dois níveis dist int os de com plexidade: o nível m icr o e o nível m acr o. Para t ant o, com pr eende- se que o nível m icr o é com post o pelos elem ent os const it ut ivos das com pet ências colet ivas que r evelam a dinâm ica de m obilização dos gr upos para a r ealização da Parada. O nível m acr o é com post o por elem ent os considerados com o r esult ado das com pet ências colet ivas evidenciadas no nível m icr o.

A análise foi r ealizada separadam ent e por nível e por elem ent o, considerando a com plexidade da dinâm ica do event o pesquisado, buscando- se, por fi m , com pr eender o que são as com pet ências colet ivas para o pr esent e est udo com base nas evidências colet adas e à luz do r efer encial t eór ico.

2 Revisão e at ualização de equipam ent os.

(11)

N

ív

e

l

M

ic

r

o

Se n se m a k in g

Con t e x t o

Ext er no: nor m at ização ( NR- 13) ; indicador es de desem penho; disponibilidade de m ão de obra; at ualização t ecnológica

I nt er no: est rat égia; cult ura e gest ão de gr u-pos; visão pr ocessual; convivência; qualifi ca-ção pr ofi ssional; infraest r ut ura

Pa pé is

At ividades na parada: or ganogram a, gr upo de planej am ent o, for m ação de gr upos de t rabalho, com it ê da parada, fi scalização dos cont rat os, gest or es

At ividades de r ot ina: visão est rat égica do negócio, papel genér ico

Com u n ica çã o

For m al: r euniões, t r einam ent os, feedback, e- m ails, DDS, VI DAS, pr ogram ação das at i-vidades, car t as convit e, cont at os t elefônicos, visit as t écnicas, cont rat os, sist em a Pr im avera, m ural de ser viços, j or nais int er nos

I nfor m al: conver sas infor m ais

En t e n dim e n t o Com pa r t ilh a do

I n t e r a çã o

Ent r e gr upos da em pr esa: Com it ê da Parada, Gr upo de planej am ent o, Gr upo de planej a-m ent o e especialist as das ár eas, Gr upos vir t u-ais: GPP, GT's, VI DAS, 21 Gr upos de t rabalho, Gr upos de t ur no

Ent r e gr upos da em pr esa e gr upos ext er nos: Gr upo de planej am ent o e as em pr esas pr est a-doras de ser viço, Gr upo de segurança e t odos envolvidos, Com it ê da Parada e consult or ia da Shell, Gr upo de Segurança e SENAI , Com it ê, DRT e Sindicat o, Gr upo de m at er iais e for ne-cedor es, Gr upo de planej am ent o, pr odução e logíst ica e os client es, Coor denador da Parada e out ras em pr esas pet r oquím icas

Coor de n a çã o dos con h e cim e n t os dos

gr u pos

Planej am ent o único: coor denação de t odos os planej am ent os dent r o de um a base de dados única

Tom ada de decisão: defi nição de pr ior idades: segurança, qualidade, prazo e cust o

Feedback: r euniões de acom panham ent o e feedback do andam ent o dos t rabalhos

Espír it o cole t iv o

Planej am ent o único: siner gia; visão pr ocessual Cult ura e gest ão de gr upos: sist em a de r em u-neração, visão pr ocessual, t em po de exper iên-cia em edições da parada

Convivência: baixo t ur nover , t em po de expe-r iência, expe-r elacionam ent o ent expe-r e gexpe-r upos, com pexpe-r o-m et io-m ent o, o-m ot ivação

Os elementos constitutivos das

competências coletivas: nível micro

Os elem ent os const it ut ivos das com pet ências colet ivas do nível m icr o com -pr eendem os seguint es elem ent os: sensem aking ( cont ext o, papéis e com unicação) , ent endim ent o com par t ilhado ( int eração, coor denação dos conhecim ent os dos gr upos, espír it o colet ivo) , ação ( r efl exiva e não- r efl exiva) e abrangência ( t em po e espaço) .

Para um ent endim ent o m ais obj et ivo dos elem ent os do nível m icr o, apr esent a-- se a seguir, no Quadr o 4, um a sínt ese dos elem ent os const it ut ivos das com pet ências colet ivas do nível m icr o e os r espect ivos aspect os colet ados at ravés da pesquisa.

Qu a dr o 4 - Sín t e se dos Ele m e n t os do N ív e l M icr o

(12)

Font e: elaborado pelas aut oras.

De m aneira geral, observa- se a com plem ent aridade ent re os elem ent os const it u-t ivos das com peu-t ências coleu-t ivas. Em alguns casos, inclusive, há a r epeu-t ição de alguns elem ent os, com o é o caso do planej am ent o único que, ao m esm o t em po, facilit a a coor denação dos conhecim ent os dos gr upos e r efor ça o espír it o colet ivo, cont r ibuindo para o ent endim ent o com par t ilhado. Esse t ipo de “ r ecur são” enfat iza a lógica cir cular e da m ut ualidade, gerando m elhor ias consider áveis nos pr ocessos pelo “ r efor ço” de ações dist int as que im pact am sim ult aneam ent e em sit uações difer ent es.

As r elações ent r e os elem ent os const it ut ivos das com pet ências colet ivas em nível m icr o é r ealizada, inicialm ent e, buscando a conver gência ent r e esses elem ent os, e ut ilizando, para isso, a m at r iz de codifi cação r ealizada no NVivo 7, o que r esult a na Figura apr esent ada a seguir.

N

ív

e

l

M

ic

r

o

Açã o

Re fl e x iv a

Fase de planej am ent o: r efl exão sobr e o

fee-dback da parada passada e planej am ent o da

fut ura, r ecuperação dos pr ocessos da parada passada, r efl exões m ult idisciplinar es e visão pr ocessual, aposent ador ia, solução de pr oble-m as, at ualização t ecnológica

Fase de execução: im pr evist os e senior idade, SSMA

Fase de feedback da parada: r efl exões sobr e a fase de execução

n ã o- r e fl e x iv a

Ações r ot ineiras habit uais: execut ar as t ar efas descr it as na pr ogram ação

Sist em a Pr im avera: banco de dados; m em ór ia or ganizacional

Abr a n gê n cia

Te m po

Exper iência pr ofi ssional: baixo t ur nover, t raba-lho em gr upo, em edições da parada

Planej am ent o: var iação ent r e 12 e 30 m eses Execução da parada: 30 dias

I nt er valo ent r e paradas: var iação ent r e 2 e 7 anos

Tar efas: encadeam ent o dos t em pos das t ar e-fas para com por o t em po t ot al da parada Tom ada de decisão: difer ent es t em pos de acor do com a fase da parada

Espa ço

Planej am ent o: espaço físico pr ópr io Execução da parada: plant a operacional For m al: est r ut uras de apoio

I nfor m al: cafezinho, cor r edor es, ônibus, ba-nheir os, quiosques, r efeit ór io, ár ea de lazer e r uas

(13)

Figu r a 4 – Ev idê n cia s En con t r a da s e n t r e os Ele m e n t os do N ív e l M icr o

Font e: Mat r iz de Codifi cação no NVivo 7

Para facilit ar a análise, foi r ealizada um a Rede de Relações ent r e os Elem ent os do Nível Micr o, apr esent ada na Figura 5, int er ligando esses elem ent os de acor do com os r esult ados da Mat r iz de Codifi cação apr esent ada na Figura 4.

Figu r a 5 - Re de de Re la çõe s e n t r e os Ele m e n t os do N ív e l M icr o

Font e: elaborado pelas aut oras.

Com base nessa análise, obser va- se, de for m a m ais dest acada, que a com uni-cação, a int eração e o espaço são os elem ent os que m ais se evidenciam no pr ocesso da Parada, sendo int er dependent es ent r e si. I sso r em et e ao fat o da com unicação est r ut urada pr om over os espaços para a int eração dos gr upos de t rabalho da PGM, os quais, por sua vez, execut am suas t ar efas baseados nessa com unicação.

A int eração pode ser int ensifi cada pelo t em po disponibilizado e pelo espaço criado em cada um a das fases da PGM. Por ser um event o que envolve a coor denação de diferent es papéis e variadas form as de int eração, t orna- se um processo ext rem am ent e r efl exivo, pr incipalm ent e nas fases de planej am ent o e feedback da Parada.

Sensem aking

S

e

n

s

e

m

a

k

in

g cont ext o

papéis 14 papéis

com unicação 16 32 com unic. Ent endim ent o Com par t ilhado

E

n

te

n

d

im

e

n

to

C

o

m

p

a

rt

il

h

a

d

o int eração 20 22 62 int eração

coor d

conhec. 21 19 43 46

coor d conhec. espír it o

colet ivo 15 7 33 43 29

espír it o

colet ivo Ação

A

ç

ã

o r efl exiva 15 22 41 34 27 18 r efl exiva

não r efl exiva 1 4 3 1 0 0 1 não

r efl exiva Abrang.

A

b

ra

n

g

ê

n

c

ia

t em po 22 27 42 29 29 14 53 5 t em po

(14)

A r elação ent r e os elem ent os t em po e ação r efl exiva, t am bém , apr esent am um a for t e r elação de int er dependência, pois quant o m ais t em po disponível, m aior a r efl exão sobr e os pr ocessos. Per cebe- se que am bos os elem ent os são infl uenciados pela com unicação e pelo espaço de at uação, sendo que há infl uência m út ua ent r e a int eração e a r efl exão colet iva. A com unicação, t am bém , infl uencia a coor denação dos conhecim ent os dos gr upos por m eio dos papéis que cada gr upo r epr esent a na PGM, ao m esm o t em po em que é infl uenciada por est es, por m eio da int eração, que pr om ove o espír it o colet ivo da parada.

Na dinâm ica que se est abelece ent r e os elem ent os, per cebe- se que o cont ext o apr esent a r elações de difer ent es int ensidades com t odos os out r os elem ent os, excet o com a ação não- r efl exiva. As r elações m ais int ensas est ão ent r e: cont ext o e t em po, e int eração e coor denação dos conhecim ent os. O cont ext o e o t em po são infl uenciados por quest ões r elacionadas à nor m at ização, à est rat égia da em pr esa e ao m odelo de gest ão, int er fer indo nas for m as de int eração e na coor denação dos difer ent es conhe-cim ent os dos gr upos. O t em po apr esent a r elação m ais int ensa com a int eração e os papéis, os quais, por sua vez, facilit am a coor denação dos conhecim ent os dos gr upos.

A coor denação dos conhecim ent os est á r elacionada ao espaço de at uação e à r efl exão, que é exer cida t endo com o base os papéis dos gr upos, for t alecendo, com o t em po e o cont ext o, o espír it o colet ivo dos gr upos envolvidos na Parada. A par t ir da análise do est udo de caso, pode- se ent ender que um m aior t em po de exper iência per m it e infl uenciar a ação não- r efl exiva sobr e os papéis de at uação dos gr upos, ou sej a, quant o m aior a exper iência pr ofi ssional, m enor r efl exão ser á necessár ia para desem penhar os papéis.

A com unicação, por out r o lado, facilit a a ação não- r efl exiva, pr incipalm ent e por m eio da pr ogram ação que é defi nida na fase de planej am ent o. O cont ext o defi ne dir e-t rizes que não podem ser ale-t eradas. O espaço de ae-t uação de cada grupo é dee-t erm inado pela exper t ise de cada gr upo, havendo lim it es para r efl exão sobr e seus papéis nesse cam po de at uação. Na Parada, a int eração ent r e os difer ent es gr upos de t rabalho j á faz par t e da cult ura da em pr esa, não sendo quest ionada sua im por t ância, m as sim a qualidade dos ser viços pr est ados.

Per cebe- se que, independent e dos papéis de at uação dos gr upos, há um pr o-pósit o m aior na r ealização da PGM, que é a cooperação m út ua com base na visão pr ocessual, facilit ando a coor denação dos conhecim ent os dos difer ent es gr upos envolvidos na Parada. Apesar da análise ent r e os elem ent os do nível m icr o t er sido fragm ent ada e, ainda assim , difer enciada pela análise quant it at iva, salient a- se que esse pr ocesso foi ut ilizado para facilit ar a análise qualit at iva, t endo em vist a a com -plexidade dinâm ica dessas r elações.

Os elementos constitutivos das competências

coletivas: nível macro

O nível m acr o das com pet ências colet ivas com pr eende os elem ent os de análise gerados com o r esult ado dos elem ent os das com pet ências colet ivas em nível m icr o. Esses elem ent os são considerados fundam ent ais para a r ealização da Parada e devem ser analisados por prioridade nas t om adas de decisão, considerando a seguint e ordem : SSMA, qualidade, prazo e cust os.

(15)

Qu a dr o 5 - Sín t e se dos Ele m e n t os do N ív e l M a cr o

Ele m e n t os Sín t e se

SSM A Conscient ização pr ogram as de pr evenção

Qu a lida de

Confi abilidade e capacidade inst alada

at ualização t ecnológica e m anut enção dos equipam ent os

Fiscalização ser viços das em pr esas cont rat adas

Pr a z o Execução

som ent e ser viços de parada, cum pr im ent o da pr ogram ação das t ar efas, agilidade na r esolução de pr oblem as

I nt er valo ent r e paradas aum ent o do int er valo

Cu st os

Confi abilidade e com pet it ividade

int er valo ent r e parada, prazo da parada, m ão de obra qualifi cada, negociação com for necedor es

Execução

m anut enção de equipam ent os, at ualização t ecnológica, infraest r ut ura de apoio, ot i-m ização de r ecur sos, execução no per íodo pr opost o

Font e: elaborado pelas aut oras.

Considerando as m ais de 40 m il t ar efas, r ealizadas por 6.400 pessoas envol-vidas na PGM de 2008, t or na- se m ais evident e a r elação est r eit a ent r e qualidade e prazo, um a vez que os cust os globais da Parada j á est ão pr eviam ent e det er m inados, ainda que est es possam ser afet ados, caso o prazo não sej a cum pr ido. Por out r o lado, a SSMA possui, t am bém , seus m ecanism os de pr evenção e cont r ole est r ut urados e sist em at izados, difi cult ando a possibilidade de com por t am ent os de r isco. No ent ant o, algum pr oblem a de m aior enver gadura em SSMA pode afet ar dir et am ent e a qualidade dos ser viços, aum ent ando t ant o os prazos quant o os cust os da Parada.

As r elações ent r e os elem ent os const it ut ivos das com pet ências colet ivas em nível m acro busca a convergência ent re os elem ent os SSMA, Qualidade, Prazo e Cust o, com o m ost ra a Figura 5, sendo result ado da m at riz de codifi cação realizada no NVivo 7.

Figu r a 6 – Ev idê n cia s En con t r a da s e n t r e os Ele m e n t os de N ív e l M a cr o

Font e: Mat r iz de Codifi cação do NVivo 7.

Quando se analisa a Figura 6, percebe- se que as relações de com plem ent aridade m ais signifi cat ivas ent r e os elem ent os do nível m acr o r efer em - se à qualidade e ao prazo, pelo fat o de seus r esult ados ser em m ais dependent es do com pr om et im ent o e da qualidade t écnica da m ão de obra. Nest e sent ido, dest aca- se, ainda, que cer ca de cinco m il pessoas são cont rat adas para a r ealização da PGM. I sso im plica dizer que a m aior ia das pessoas que t rabalha nest e event o não r efl et e a cult ura de gr upo e o

espí-SMMA

Qualidade 49 Qualidade

Prazo 27 78 Prazo

(16)

r it o colet ivo, que são caract er íst icas m ar cant es da em pr esa. Esse fat o pode int er fer ir dir et am ent e nos r esult ados da Parada e na m obilização das com pet ências colet ivas.

Const at ou- se que, apesar da SSMA ser dest acada por t odos ent revist ados com o pr ior idade, as evidências sobr e ela não foram t ão int ensas, havendo m ais necessidade de cont r ole sobr e o nível operacional dos pr ocessos t er ceir izados. Por ém , obser vou- se que os indicador es r elacionados à SSMA, são r esult ant es de vár ios pr ogram as de pr e-venção, conscient ização e r em uneração, dem onst rando que se t rat a de um elem ent o que foi incor porado à cult ura da Parada.

O elem ent o cust os apar ece com m enos evidências, pelo fat o de ser dependent e dos out r os elem ent os do nível m acr o, t endo em vist a que possíveis pr oblem as com a segurança, com a qualidade e com o prazo afet arão negat ivam ent e os cust os do event o.

As relações de complementaridade entre os

elementos dos níveis Micro e Macro

Com base na m at r iz de codifi cação r ealizada no NVivo 7, foi possível ident ifi car a r elação ent r e os elem ent os const it ut ivos das com pet ências colet ivas em nível m icr o e m acr o, com o m ost ra a Figura 7.

Figu r a 7 – Ev idê n cia s En con t r a da s e n t r e os Ele m e n t os dos N ív e is M icr o e M a cr o

Font e: Mat r iz de Codifi cação NVivo 7

Para facilit ar a análise, foi r ealizada um a Rede de Relações ent r e os Elem ent os dos Níveis Micr o e Macr o, apr esent ada na Figura 8, int er ligando esses elem ent os de acor do com os r esult ados da Mat r iz de Codifi cação apr esent ada na Figura 7.

Ele m e n t os de An á lise SSM A Qu a lida de Pr a z o Cu st os

S

e

n

s

e

m

a

k

in

g cont ext o 6 30 18 17

papéis 37 42 15 10

com unicação 54 67 23 9

E

n

te

n

d

im

e

n

to

C

o

m

p

a

rt

il

h

a

d

o

int eração 7 54 14 5

coor d. conhecim ent os 6 44 17 11

espír it o colet ivo 4 35 9 5

A

ç

ã

o r efl exiva 12 36 23 11

não r efl exiva 0 1 1 0

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Figu r a 8 - Re de de Re la çõe s e n t r e os Ele m e n t os dos N ív e is M icr o e M a cr o

Font e: elaborada pelas aut oras.

Analisando as r elações de com plem ent ar idade ent r e os níveis m icr o e m acr o, apr esent am - se, a seguir, algum as considerações sobr e as r elações dos elem ent os do nível m icr o sobr e os elem ent os do nível m acr o, um a vez que os elem ent os da visão pr ocessual infl uenciam os elem ent os da visão de r esult ado.

O elem ent o SSMA est á m ais r elacionado aos elem ent os com unicação, papéis, espaço e t em po, ou sej a, elem ent os r elacionados ao sensem aking e a abrangência. A conscient ização sobr e aspect os de SSMA est á baseada em int ensivos pr ocessos de com unicação volt ados aos papéis dos gr upos que ocor r em num espaço de at uação pr ofi ssional de m aior r isco à segurança, saúde e m eio am bient e. Por t ant o, é possível concluir que o nível de conscient ização com os aspect os de SSMA é infl uenciado pelo signifi cado e abrangência do t rabalho dos envolvidos no pr ocesso da Parada.

O elem ent o qualidade é infl uenciado pelos elem ent os: sensem aking ( com uni-cação, papéis e cont ext o) , ent endim ent o com par t ilhado ( int eração, coor denação dos conhecim ent os e espír it o colet ivo) e ação r efl exiva e abrangência ( t em po e espaço) . Per cebe- se que esses elem ent os apr esent am um a lógica em suas r elações, pois, considerando o volum e de pessoas envolvidas na execução da Parada, o volum e de t ar efas e o prazo exíguo para r ealizá- las é necessár io que haj a um ent endim ent o com par t ilhado ent r e os envolvidos. No ent ant o, isso som ent e é possível a par t ir do signifi cado do t rabalho gerado pelos pr ocessos r efl exivos, os quais ocor r em num de-t er m inado de-t em po e no espaço.

O elem ent o prazo é infl uenciado pelos elem ent os: t em po, com unicação e ação r efl exiva. O elem ent o t em po, em suas vár ias com binações, é infl uenciado pela ação r efl exiva dos gr upos que cont r olam os prazos da PGM, a par t ir das difer ent es for m as de com unicação.

O elem ent o cust os sofr e m aior infl uência do t em po, considerando que t odos os prazos envolvidos na Parada são cont r olados pela pr ogram ação das t ar efas. Em caso de algum dos prazos se est ender além do pr evist o, im plicar á o aum ent o de cust os da PGM, podendo, em últ im a inst ância, inviabilizar o negócio. O não cum pr im ent o dos prazos pode, t am bém , ser afet ado por vár ios fat or es associados a eles, com o a SSMA e a qualidade.

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da Parada, sendo que, na fase de execução, o prazo deve ser cum pr ido plenam ent e com o pr ogram ado.

Na r elação ent r e os elem ent os cont ext o, espaço e coor denação dos conheci-m ent os, per cebe- se que esses eleconheci-m ent os são iconheci-m por t ant es para pr ior izar os prazos envolvidos na PGM. O cont ext o r efer e- se, pr incipalm ent e, a NR- 13 e à est rat égia da em pr esa que r ege o per íodo ent r e as Paradas e o per íodo da Parada. Mas, t am bém , é im por t ant e considerar a qualifi cação pr ofi ssional necessár ia para r ealizar as t ar efas e coordenar a ordem dos diferent es conhecim ent os envolvidos para garant ir a qualidade e não haver r et rabalho. Durant e a execução da PGM, os prazos são exíguos, for t ale-cendo o espír it o colet ivo ent r e os envolvidos na Parada, independent e dos papéis ou cam po de at uação.

Mais t em po dedicado à fase de planej am ent o per m it e um a m elhor pr eparação para a PGM, t ant o na negociação com for necedor es, com o no alinham ent o e quali-fi cação dos pr oquali-fi ssionais envolvidos, r esult ando na r ealização do prazo e or çam ent o pr evist o, bem com o num int er valo de set e anos at é a pr óxim a Parada, diluindo os cust os globais dela. A r efl exão colet iva dos difer ent es papéis dos gr upos envolvidos na Parada é possibilit ada pela com unicação e pelo espaço de planej am ent o único, que facilit a a coor denação dos difer ent es conhecim ent os, ot im izando os r ecur sos a ser em ut ilizados na PGM que, por consequência, r eduzem os seus cust os. O cont ext o, por sua vez, apr esent a m aior r elação com cust os, devido aos invest im ent os em t ecnologia e infraest r ut ura necessár ia para a execução da Parada.

A validação da pesquisa

A reunião de validação dos achados da pesquisa evidenciou t rês aspect os cent rais que são apr esent ados a seguir e que se r efer em à segurança, à qualidade e prazo dos ser viços pr est ados e à quest ão dos cust os. Com o se per cebe, os elem ent os que com põem o nível m acr o foram os m ais discut idos na r eunião de validação, inclusive por est es est ar em focados nos r esult ados que a em pr esa espera com a PGM. Apesar do discur so da pr ior ização dos aspect os de segurança, essa pr eocupação ainda não se t raduz em um a pr át ica efet iva, considerando, pr incipalm ent e, o envolvim ent o dos pr ofi ssionais cont rat ados. Assim sendo, o gr upo per cebeu que a segurança fi ca m ais evident e pela exigência da nor m a do que pelo nível de consciência dos envolvidos.

Out r o aspect o analisado é que a PGM é nor t eada pela qualidade dos ser viços pr est ados e pelo prazo de r ealização. Houve sur pr esa em r elação à baixa incidência do espír it o colet ivo na parada, pois, em razão de t oda ar t iculação necessár ia para a execução dest a, est ava subent endido o espír it o colet ivo dos envolvidos, o que não se confi r m ou pelos dados colet ados no est udo. Cont udo, dest aca- se que a m aior par t e das pessoas e gr upos int egrant es da PGM são com post os por t er ceir os, os quais não est ão im buídos do espír it o e cult ura colet ivos da em pr esa.

A baixa r elação do elem ent o cust o com os out r os elem ent os é r efl exo da cul-t ura da “ far cul-t ura” e da cencul-t ralização da r esponsabilidade desse elem encul-t o, no papel do coor denador da Parada.

Considerações Finais

Est e est udo procurou com preender com o a int eração ent re grupos pode est im ular o desenvolvim ent o de com pet ências colet ivas. Para at ender aos obj et ivos dest e est udo, t om ou- se com o r efer encial t eór ico os aut or es que t rat am das com pet ências colet ivas com base em um a perspect iva social. Essa abordagem baseia- se na const rução colet iva do signifi cado do t rabalho, a par t ir de um a visão pr ocessual que envolve os elem ent os de sensem aking, ent endim ent o com par t ilhado, ação e abrangência.

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segurança e planej am ent o) se ar t iculam de difer ent es for m as para planej ar o event o, com ant ecedência de dois anos, buscando um ent endim ent o com par t ilhado para que os r esult ados da Parada sej am alcançados.

Os pr incipais r esult ados podem ser agr upados a par t ir das cont r ibuições gera-das: r efl exões t eór icas, pr át icas de gest ão e m et odologia. Dest aca- se que esses t r ês níveis cit ados est ão pr ofundam ent e r elacionados, sendo m uit o difícil per cebê- los de m aneira isolada. Por t ant o, cada um a das conclusões apr esent adas a seguir, indepen-dent e do seu nível de cont r ibuição, acaba int er fer indo nos dem ais níveis, dest acando a im por t ância em se est abelecer a com plem ent ar idade ent r e t eor ia, pr át ica e m ét odo.

Em t er m os de r efl exões t eór icas, dest aca- se que: ( a) A int eração ent r e gr u-pos, r ealm ent e, m ost r ou ser um m eio efet ivo de desenvolvim ent o de com pet ências colet ivas e, m ais que isso, foi possível obser var a com plexidade de r elações envolvi-da na m obilização de vár ios gr upos de t rabalho em função de um obj et ivo com um . ( b) Const at ou- se, ainda, que as r elações int er gr upais envolvidas na PGM geram a m obilização de diver sos elem ent os ( que denom inam os elem ent os const it ut ivos da com pet ência colet iva) , sob um a per spect iva pr ocessual, e essa dinâm ica alavanca as com pet ências colet ivas com o r esult ado desse pr ocesso. ( c) Out ra evidência desse est udo r efer e- se à exist ência de r elações de com plem ent ar idade ent r e os elem ent os das com pet ências colet ivas. Const at ou- se haver um a com plexa rede de relações ent re os elem ent os analisados que r efor ça a lógica de que cada elem ent o é dependent e dos dem ais, var iando o grau de int ensidade dessa r elação de acor do com o r esult ado a ser alcançado. ( d) Esses achados r evelam que as com pet ências colet ivas são desen-volvidas t ant o a par t ir da int eração ent r e difer ent es gr upos de t rabalho, quant o pela int er dependência das r elações ent r e pr ocesso e r esult ado.

Baseado nessas r efl exões e nas análises r ealizadas, pr opõem - se com pr eender as com pet ências colet ivas com base em duas visões dist int as: a de pr ocesso e a de r esult ado. Mais especifi cam ent e, na per spect iva de visão de r esult ado, a com pet ên-cia colet iva é vist a com o um pr odut o, ou m ais especifi cam ent e, com o a capacidade de gerar r esult ados a par t ir do r elacionam ent o ent r e gr upos ( int er nos e ext er nos à em pr esa) m obilizando r ecur sos e capacidades necessár ios para a r ealização de um a Parada efet iva, t endo com o base um a visão com par t ilhada sobr e o signifi cado da Parada e aspect os volt ados à segurança, qualidade, prazo e cust os. Na per spect iva de visão pr ocessual, a com pet ência colet iva é vist a com o um a capacidade dinâm ica baseada na int eração ent r e difer ent es gr upos de t rabalho, gerando a m obilização de com pet ências com plem ent ar es a par t ir de elem ent os const it ut ivos da com pet ência colet iva: sensem aking, ent endim ent o com par t ilhado, ação e abrangência.

As conclusões de cunho m ais prát ico denot am que os elem ent os const it ut ivos da com pet ência colet iva - sensem aking ( cont ext o, papéis e com unicação) , ent endim en-t o com par en-t ilhado ( inen-t eração, coor denação dos conhecim enen-t os dos gr upos e espír ien-t o colet ivo) , ação ( r efl exiva e não- r efl exiva) e abrangência ( t em po e espaço) - não são per cebidos pelos gr upos de t rabalhos e gest or es ent r evist ados de foram isolada ou desconect ada aos r esult ados esperados. Por esse m ot ivo, inser iu- se o nível m acr o com post o pelos elem ent os: SSMA, qualidade, prazo e cust os. A par t ir desses acha-dos, passou- se a ent ender a dinâm ica das r elações de com plem ent ar idade t ant o dos elem ent os, quant o dos níveis ent r e si. Em out ras palavras, os elem ent os const it ut ivos exist em e são est im ulados para o at ingim ent o de r esult ados específi cos.

Em r elação aos aspect os m et odológicos, dest aca- se que a ut ilização da análise de cont eúdo, cont ando com o uso de t écnica qualit at iva e quant it at iva, m ost r ou- se bast ant e efet iva, considerando- se ( 1) a possibilidade de t r iangulação das t écnicas, ( 2) a com plem ent ar idade ent r e os r esult ados da m at r iz de codifi cação e as r efl exões geradas com base nas ent r evist as e gr upos de foco, ( 3) a possibilidade de com binar os elem ent os do nível m icr o, m acr o e m icr o e m acr o, confer indo um a visão m ais di-nâm ica a par t ir da m obilização desses elem ent os e níveis.

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Considerando o nível de análise m icr o, obser va- se que as r elações ent r e a com unicação e a int eração, e ent r e a ação r efl exiva e o t em po for m am o grande fi o condut or dos pr ocessos de consolidação das com pet ências colet ivas sob um a per s-pect iva pr ocessual, r epr esent ando t odas as cat egor ias do est udo: sensem aking, en-t endim enen-t o com par en-t ilhado, ação e abrangência. No nível m acr o, o desen-t aque é para a r elação que se est abelece ent r e qualidade e prazo, que acabam infl uenciando a quest ão da segurança e dos cust os. Por fi m , de acor do com as r elações apr esent adas ent r e os elem ent os do nível m icr o e os elem ent os do nível m acr o, dest aca- se que t odas as cat egor ias do nível m icr o infl uenciam na qualidade, excet o o elem ent o ação não- r efl exiva. Em r elação à SSMA, som ent e o sensem aking e a abrangência exer cem infl uência m ais signifi cat iva sobr e aquele elem ent o. No ent ant o, o t em po exer ce in-fl uência sobr e t odos os elem ent os do nível m acr o, e a com unicação sobr e a SSMA, a qualidade e o prazo. Para os part icipant es do Com it ê da PGM, a com pet ência colet iva se desenvolve em função da cult ura de int er nalização das dir et r izes e da ação or ient ada. I sso r efor ça a im por t ância do pr ocesso de sensem aking colet ivo, confer indo sent ido às ações envolvidas na PGM.

Per cebe- se, pelas análises r ealizadas, que a com pr eensão das com pet ências colet ivas em relação aos níveis m icro e m acro, som ent e é possível a part ir das relações de int er dependência e com plem ent ar idade ent r e esses níveis, independent e do grau de int ensidade dessas r elações.

Est a pesquisa não t em a int enção de buscar generalizações, m as t razer à t ona aspect os sobre a art iculação de grupos de t rabalho e sua relação com o desenvolvim ent o das com pet ências colet ivas, possibilit ando apr ofundar os dados e gerar r efl exões que possam cont r ibuir para a elucidação e avanços em r elação à ár ea t em át ica.

Algum as lim it ações m et odológicas podem ser observadas: ( 1) não est rut uração de um r ot eir o de ent r evist a volt ado para os elem ent os do nível m acr o, r esult ando em poucas infor m ações a r espeit o desses elem ent os; ( 2) a colet a dos dados ocor r eu na fase de planej am ent o da Parada, não sendo possível obser var t odo o pr ocesso dela; ( 3) não houve acesso a det alhes do pr ocesso de ent endim ent o com par t ilhado ent r e a UNI B- RS/ BRASKEM e as em pr esas cont rat adas.

Com o possibilidade de est udos fut ur os, suger e- se um est udo longit udinal que possa acom panhar e colet ar as per cepções dos envolvidos em cada fase da Parada. Out ra sugest ão r efer e- se a um est udo com plem ent ar ent r e a visão int ragr upos, com o a r ealizada por Bit encour t e Bonot o ( 2010) , e a visão int er gr upos r ealizada nest e es-t udo. Suger e- se, es-t am bém , que os elem enes-t os idenes-t ifi cados nos níveis m icr o e m acr o sej am analisados em out r os set or es e segm ent os.

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Ar t igo r e ce bido e m 2 9 / 0 1 / 2 0 1 1 .

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