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Ana Paula Paiva Artigo para Actas 2006 Física comunicação ou integração

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(1)

Física , com u n ica çã o ou … in t e gr a çã o?

Ana Paula Paiv a

1

( Or ient ador : Pr of. Dr . Vít or Duar t e Teodor o)

Re su m o

“ Todos difer ent es, t odos iguais” . Ensinar alunos sur dos de for m a eficaz

r equer r ecur sos e est r at égias diver sificados par a cr iar cont ext os de

ensino-apr endizagem o m ais “ iguais” possível. Se a com unicação pr ofessor – aluno

sur do não for fluent e fica com pr om et ida a const r ução de apr endizagens.

Est abelecer com unicação eficaz, par a dot ar os alunos de com pet ências que

per m it am a sua int egr ação plena na sociedade em cada m om ent o da vida, é

necessár io. A lit er at ur a indica que o r ecur so a Tecnologias da I nfor m ação e da

Com unicação pode cont r ibuir par a um a m aior eficácia do ensino- apr endizagem ,

em par t icular com alunos m enos com pet ent es que os seus par es. Efect uou- se

um a invest igação par a descr ever o ensino- apr endizagem de Física num

cont ext o em que a com unicação educat iva foi m ediada pelo com put ador ,

ut ilizando m at er iais pr oduzidos par a a invest igação com base no r efer encial

t eór ico do “ Modelo de Pr ocessam ent o da I nfor m ação” de Gagné; par t icipar am

quat r o alunos sur dos e o r espect ivo pr ofessor . Obser vou- se desint er esse dos

alunos pela apr endizagem da Física; m ot ivação pelo uso do com put ador , do

soft w ar e ( acr escida pelo r et or no r ecebido) e pela r ealização de act ividades

exper im ent ais; concent r ação no t r abalho; ligeir o acr éscim o de aut onom ia na

apr endizagem . Ent r e out r os aspect os, concluiu- se que houve r ecepção par cial

da m ensagem educat iva e apr endizagem efect iva sobr e o t em a; não houve

acr éscim o im ediat o de m ot ivação pelo est udo da Física; a com pet ência

evidenciada nas t ar efas e os ganhos de aut onom ia podem induzir ganhos de

aut o- est im a, com r eflex os no fut ur o dos j ov ens t ant o na escola com o na

sociedade, facilit ando a sua int egr ação plena.

Pa la v r a s– ch a v e : sur dos, Física, com put ador , TI C, ensino, apr endizagem ,

cont ext o.

(2)

Introdução

“ Todos difer ent es, t odos iguais”

Est a é um a expr essão fr equent em ent e ouvida em diver sos cont ext os.

Quem t em a pr ofissão de pr ofessor depar a- se por vezes com o desafio de

ensinar cr ianças e j ovens por t ador es de “ difer enças” de diver sa índole. Ger ir a

sit uação de “ difer ença” par a que se consiga cr iar cont ext os de

ensino-apr endizagem o m ais “ iguais” possível, exige a m obilização de r ecur sos e

est r at égias diver sificados.

Todos difer ent es, t odos iguais… Com o poder em os t ent ar t or nar est a

expr essão ver dadeir a quando t em os por m issão ensinar j ovens cuj os códigos e

est r at égias com unicacionais não dom inam os? Est e é um dos pr oblem as que se

coloca quando um pr ofessor ouv int e est á per ant e um a t ur m a de alunos sur dos.

Contextos de ensino-aprendizagem

Vivem os na “ er a da infor m ação” que é t am bém a “ er a da com unicação” e

a “ er a da com pet ência” . Esper a- se que a Escola desem penhe um papel cr ucial

na vida de t odas as cr ianças e j ovens pr ovidenciando- lhes exper iências

educat iv as indut or as de um a for m ação que lhes per m it a a par t icipação act iv a,

infor m ada e aut ónom a na sociedade. As com pet ências adquir idas dur ant e a

for m ação escolar devem ser suficient es par a cor r esponder com eficácia às

solicit ações que a “ er a” act ual com por t a, bem com o par a no fut ur o poder

pr osseguir um per cur so for m at ivo par a aquisição de novas com pet ências,

adequadas às exigências de desem penho e de eficácia que, em cada et apa, a

vida venha a cada um colocar ( Car neir o et al., 2000) .

Alm ej ando a int egr ação act ual e fut ur a de t odos os seus alunos, a escola

em que est udam pessoas sur das deve pr opor cionar - lhes a for m ação de que

necessit am par a conseguir o seu dir eit o à int egr ação social plena; deve

adapt ar - se à especificidade do Sur do e adopt ar est r at égias que lhe per m it am a

const r ução de conhecim ent o, sem que as difer enças na for m a de com unicação

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Por ém , se o pr ofessor não dom inar a Língua Gest ual Por t uguesa1, a

com unicação pr ofessor - aluno fica ser iam ent e com pr om et ida e m uit as das

m ensagens educat iv as não chegam ao dest inat ár io. Muit os dos pr ofessor es que

t r abalham com alunos sur dos não dom inam a for m a de com unicação nat ur al

dest es alunos, m as usam r egular m ent e Tecnologias de I nfor m ação e

Com unicação e est as fer r am ent as podem const it uir poder osos aliados: sendo

um veículo que per m it e a alt er ação das pr át icas lect ivas, podem colocar o aluno

no cent r o do pr ocesso de apr endizagem e aum ent ar as suas possibilidades de

sucesso ( Fer nandes, 2004; Lagar t o, 2003; Mir anda & Bahia, 2003) . A v ivência

de cont ext os educat ivos int egr ando a t ecnologia pot encia o sucesso educat ivo,

em especial quando se t r at a de alunos m enos com pet ent es que os seus par es,

com o est á dem onst r ado em invest igações no âm bit o da aplicação dos

com put ador es ao ensino ( Mir anda & Bahia, 2003) .

A com unicação m ediada por com put ador não é a est r at égia

com unicacional nat ur al de ouvint es nem de sur dos, m as é um a est r at égia que

pode ser bem sucedida no der r ube de m uit as bar r eir as com unicacionais na

t r ansm issão da m ensagem educat iva, dado que facilit a um

ensino-apr endizagem de base visual com possibilidade de int egr ação de diver sos

r ecur sos expr essivos, possibilit a ganhos de aut onom ia e de sent im ent o de

com pet ência, com r eflexo num aum ent o de m ot ivação pela apr endizagem

( Bar m an & St ock t on, 2002; Ber nauer , 1995; Rockw ell, 1991) .

A investigação

Objectivo e Operacionalização

Efect uou- se um a invest igação par a descr ev er com o decor r eu a

apr endizagem de alunos sur dos na disciplina de Ciências Físico- Quím icas ( 8. º

ano de escolar idade) num cont ext o em que o ensino- apr endizagem foi

essencialm ent e m ediado pelo com put ador . Est e est udo foi efect uado com um a

t ur m a de quat r o alunos sur dos de um a escola de Lisboa ( Mc, Mi, J e B) e com a

r espect iva pr ofessor a, que não sabe Língua Gest ual; decor r eu em 8 sessões de

1

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quar ent a e cinco m inut os, dur ant e o 3º per íodo lect ivo, em que foi t r abalhado o

t em a de Física “ A Luz e a Visão”1.

Metodologia de recolha de dados

Pr ocur ar r esponder à quest ão de par t ida obr iga a que o invest igador

busque um a com pr eensão global de t odo o cont ext o de apr endizagem , das

car act er íst icas de cada um dos seus int er venient es, da for m a com o se

r elacionam ent r e si, dos papéis que assum em , das at it udes que evidenciam em

cada sit uação e de out r os aspect os que lhe par eçam cont r ibuir par a elabor ar

um a visão do pr oblem a. A m odalidade de invest igação qualit at iva, num a

per spect iv a et nogr áfica ( Gr aue & Walsh, 2003; Pat t on, 1990; Tuckm an, 2005) ,

sur ge nat ur alm ent e com o a adequada, dado que per m it e obt er dados que

cont r ibuam par a a com pr eensão dos pr oblem as em pr ofundidade e det alhe

( Pat t on, 1990) .

A invest igador a assum iu o papel de obser vador a par t icipant e e efect uou

um a obser vação do cont ext o educat ivo dos par t icipant es t ão abr angent e quant o

possível, pr ocur ando “ ident ificar as quest ões pr incipais sent idas pelos vár ios

par t icipant es ( ...) e avaliar o m ér it o, o valor ou o significado dos fenóm enos

par a os par t icipant es” ( Tuckm an, 2005) , par a r ecolher dados que per m it issem a

com pr eensão global do cont ext o e fundam ent assem as conclusões que

const it uem um a r espost a ao pr oblem a de par t ida. At endendo à necessidade de

m ant er um a per spect iva de aber t ur a na obser vação do fenóm eno, aliada à

necessidade de efect uar um a obser vação com a m aior neut r alidade possível

par a dim inuir as am eaças à v alidade do est udo e ao fact o de ser necessár io

ger ir com eficácia o t em po disponível par a a r ecolha de dados, opt ou- se por

efect uar um a est r ut ur ação pr évia do pr ocesso de r ecolha de dados no t r abalho

de cam po ( Pat t on, 1990; Tuckm an, 2005) . Especificar am - se linhas de

obser vação pr incipais, que t iver am com o obj ect ivo a obt enção de dados que

possibilit assem a r espost a a quest ões que se consider ou que poder iam

cont r ibuir par a a com pr eensão do fenóm eno em est udo, face ao conhecim ent o

const r uído sobr e a r evisão de lit er at ur a efect uada; est as linhas de obser vação

for am apoiadas por inst r um ent os de r ecolha de dados, de diver sos t ipos

( obser vação dos alunos e pr ofessor em cont ext o, r ealização de ent r evist as e

1

(5)

quest ionár io pr év ias e post er ior es à obser vação, r egist o vídeo das aulas e

gr avação de ecr ãs em cada com put ador , consult a e r ecolha de docum ent os) .

Apesar da est r ut ur ação definida, o desenho da invest igação não ficou

t ot alm ent e definido com ant ecedência, t endo par cialm ent e em er gido dur ant e a

concr et ização do t r abalho de cam po, seguindo a per spect iva de Pat t on ( 1990) ,

face à nat ur eza holíst ica e abr angent e da m odalidade qualit at iv a de

invest igação adopt ada. Mant eve- se ao longo do t r abalho de cam po um a at it ude

de aber t ur a à obser vação, par a pr ocur ar r ecolher dados não especificados

pr eviam ent e m as aper cebidos ao longo da invest igação e que se consider ou que

poder iam cont r ibuir par a a com pr eensão do fenóm eno, incluindo dados r elat ivos

à at it ude dos par t icipant es, pr évia ou post er ior aos per íodos de obser vação

for m al, na per spect iva de que, por vezes, algum as r espost as são conseguidas a

par t ir de dados que sur gem quando apar ent em ent e nada est á a acont ecer

( Est r ela, 1994) .

Eventos de ensino-aprendizagem: estruturação e

materiais desenvolvidos

As aulas de Ciências Físico- Quím icas que ser v ir am de base à invest igação

for am planeadas de for m a a que houvesse um a int egr ação efect iva das TI C no

cont ext o de ensino- apr endizagem , a par com o r ecur so à exper im ent ação

cient ífica sobr e os t em as em est udo, num am bient e que per m it isse ao aluno

apr ender ao seu pr ópr io r it m o e de acor do com o seu est ilo de apr endizagem . A

unidade t em át ica de Física em est udo foi “ A Luz e a Visão” , que ainda não t inha

sido ensinada aos alunos par t icipant es.

O ensino- apr endizagem foi efect uado a par t ir de m at er iais infor m o1

desenvolvidos expr essam ent e par a a invest igação ( disponibilizados aos alunos

em com put ador es por t át eis) , de act ividades exper im ent ais e de explicações

ver bais da pr ofessor a, por vezes com plem ent adas com r egist os esquem át icos

escr it os; em algum as aulas est eve pr esent e um a int ér pr et e de Língua Gest ual

Por t uguesa, que facilit ou a com unicação v er bal ent r e a pr ofessor a e os alunos.

1

(6)

Os m at er iais de ensino- apr endizagem for am concebidos de r aiz,

int egr ando cont eúdos desenvolvidos pela invest igador a, m as t am bém alguns

cont eúdos seleccionados e, por vezes, adapt ados de out r os aut or es, com

licença de ut ilização gr at uit a, sem pr e que t al foi consider ado adequado.

Pr ocur ou- se, sem pr e que possível, int egr ar cont eúdos m ult im édia de ut ilização

gr at uit a disponibilizados pela bibliot eca vir t ual Wikipedia1.

Na est r ut ur ação dos event os de apr endizagem e na elabor ação dos

m at er iais infor m o pr ocur ou- se at ender à “ Teor ia do Pr ocessam ent o da

I nfor m ação” de Gagné ( 1977) . Dado que os alunos sur dos m anifest am gr andes

dificuldades na com pr eensão da Língua Por t uguesa escr it a, os t ext os de supor t e

à apr endizagem for am r edigidos com um a solução de com pr om isso em que se

r ecor r eu a um a linguagem sim ples, não abdicando do r igor cient ífico e do

vocabulár io específico da Física r elat iv o ao t em a; sem pr e que nos t ext os

sur giam palavr as ou expr essões a que se at r ibuiu m aior gr au de dificuldade, foi

acr escent ada um a explicação t ext ual redundant e sobr e as m esm as. At endendo

a que o dom ínio da linguagem específica é det er m inant e par a a concr et ização

das apr endizagens, os m at er iais de aplicação e t r eino der am gr ande ênfase à

ut ilização do vocabulár io.

Os t ext os for am com plem ent ados com fot os, esquem as e anim ações ou

vídeos r epr esent at ivos dos fenóm enos físicos apr esent ados. Pr ocur ou- se que as

fot os cont ivessem im agens que em m uit os casos poder iam ser pr óxim as da

vivência dos alunos, de m odo a facilit ar o est abelecim ent o de pont es com a

infor m ação m em or izada.

Opt ou- se por cr iar os docum ent os- base da apr endizagem t eór ica em

for m at o Adobe Acr obat , em vir t ude de est e for m at o de dist r ibuição de

cont eúdos possibilit ar a int egr ação dos difer ent es t ipos de r ecur sos num a lógica

de página, per m it ir com facilidade o aj ust e do nível de am pliação de t oda a

página ou de alguns dos seus por m enor es ( facilit ando a sua visualização e

leit ur a) , e por per m it ir um a fácil navegação no docum ent o t ant o num a lógica de

consult a sequencial, com o num a de consult a alt er nada ( acessível at r avés de

um a est r ut ur a do t ipo índice, com hiper ligações) ; est e for m at o possibilit a

1

Disponíveis a partir do sítio:

(7)

t am bém a definição de hiper ligações par a docum ent os ext er nos, cr iados no

m esm o for m at o ou nout r os, ar m azenados no com put ador de t r abalho ou

nout r os locais em r ede com est e, nom eadam ent e a I nt er net . O docum ent o

infor m o que guiava cada sessão cont inha um per cur so de apr endizagem ,

consider ado com o sendo o per cur so nat ur al a seguir pelos alunos, que est es

acom panhar iam per cor r endo sucessivam ent e as páginas e execut ando as

t ar efas que em cada um a er am pr opost as, pela or dem nat ur al em que sur giam .

Per m it ia t am bém out r os per cur sos alt er nat ivos, um a vez que er a sem pr e

possível per cor r er as páginas e execut ar as t ar efas pela or dem det er m inada por

cada indivíduo. Par a evit ar que o aluno per desse o r um o no seu per cur so

aut ónom o de apr endizagem , cada docum ent o t eór ico- base cont inha a

m encionada est r ut ur a de índice, que ident ificava, r elacionava e int er ligava

t odas as páginas.

Figura 1– Excertos de documentos informo utilizados nas sessões de trabalho com os alunos, para suporte teórico do tema em estudo

A pr át ica e o r et or no for am assegur ados em docum ent os infor m o

int er act ivos. Os docum ent os par a aplicação de conhecim ent os for am , na

gener alidade, concebidos em am bient e de fer r am ent as de pr odut ividade

(8)

alunos t ivessem opor t unidade de ut ilizar est as fer r am ent as. Est a opção foi

t om ada por se consider ar que a aquisição de com pet ências infor m át icas que se

desej ava que os alunos conseguissem a par t ir das aulas dever ia t er por base as

fer r am ent as m ais ut ilizadas, que são, na act ualidade, as da Micr osoft , com o

est r at égia facilit ador a da int egr ação fut ur a dos alunos em cont ext os labor ais.

Alguns docum ent os, concebidos a par t ir do soft w ar e educacional Hot Pot at oes,

for am disponibilizados em am bient e de navegador ( sobr e Micr osoft I nt er net

Explor er ) .

Foi pr opost o aos alunos que acedessem aut onom am ent e aos m at er iais de

ensino- apr endizagem e que a par t ir deles est udassem os conceit os essenciais e

pr at icassem o apr endido ou pr osseguissem par a a exper im ent ação cient ífica;

dever iam solicit ar o apoio da pr ofessor a par a esclar ecer o que não

per cebessem , quando fosse necessár io.

(9)

Conclusões

Com o decor r eu a apr endizagem dos alunos sur dos par t icipant es no

est udo, no novo cont ext o de ensino- apr endizagem m ediado essencialm ent e

pelo com put ador ?

O nível de m ot ivação int r ínseca dos alunos par a a apr endizagem da

disciplina er a m uit o baixo: dos quat r o alunos par t icipant es, t r ês afir m ar am não

gost ar da disciplina de Ciências Físico- Quím icas

sendo um a disciplina difícil, na

ent r evist a pr évia às aulas

obser vadas. Não houve alt er ação

r elevant e dest es pr é- conceit os dos

alunos face à disciplina, no final da

obser vação. A adesão dos alunos à

ut ilização do com put ador foi not ór ia:

dur ant e a obser vação efect uada as

at it udes dos alunos ev idenciav am

que est es se encont r avam

m ot iv ados ou m uit o m ot iv ados pela

ut ilização da m áquina e pela

r ealização das act ividades exper im ent ais, m ot ivação essa que se m ant ev e em

dois alunos, e que se foi at enuando ao longo do t em po nos out r os dois.

Est es fact os influír am no m odo com o ca

, e t odos a classificar am com o

da aluno se em penhou na sua

apr end

ns alunos pr ocur ar am ler com at enção os m at er iais que

a capacidade

0% 20% 40% 60% 80% 100%

B J Mi Mc Turma

Motivação (Turm a)

Desmotivado Indiferente Motivado Muito motivado

Figura 3 – Representação gráfica do grau de motivação evidenciado pelos alunos durante o conjunto das aulas em que decorreu a investigação.

izagem :

• algu

cont inham o supor t e t eór ico do t em a em est udo par a em seguida

efect uar as act iv idades de aplicação, pr ocur ando r esolv ê- las

cor r ect am ent e par a obt er o r et or no m ais gr at ificant e; no pr ocesso de

r esolução alguns dest es alunos r egr essavam , ao supor t e t eór ico par a

pr ocur ar acer t ar , out r os solicit avam a aj uda da pr ofessor a;

• um dos alunos, B, o m ais descr ent e inicialm ent e na su

de apr endizagem e t am bém o que ev idenciav a m aior m ot ivação e m aior

(10)

do supor t e t eór ico e passava dir ect am ent e par a a r esolução das

act ividades solicit ando fr equent em ent e a pr ofessor a par a o aj udar .

O r et or no gr at ificant e r ecebido da m áquina, obt ido quando os alunos

acer t avam , pr ovocava por vezes a ext er ior ização de cont ent am ent o de alguns

alunos; B, que no início do est udo afir m ar a não per ceber nada da disciplina, er a

o m ais efusivo. A sessão de consolidação de conhecim ent os, em que foi

ut ilizado um docum ent o infor m o com diver sas act ividades de aplicação

t em por izadas e pont uadas, foi a que suscit ou m aior gr au de em penho em t odos

os alunos, dur ant e m ais t em po na aula. Todos pr ocur ar am obt er boas

pont uações, quer solicit ando o apoio da pr ofessor a, quer pr ocur ando obt er as

r espost as num a leit ur a de r evisão dos docum ent os de supor t e t eór ico.

O ensino- apr endizagem est eve cent r ado no aluno a m aior par t e do t em po

de obser vação, em bor a houvesse um a solicit ação m uit o fr equent e da

pr ofessor a. I nicialm ent e os alunos m ost r ar am - se m uit o pouco aut ónom os no

seu per cur so de apr endizagem , t endo sido evident e um acr éscim o de

aut onom ia ao longo do t em po.

Apesar da pouca m ot ivação ger al dos alunos pela apr endizagem dos

cont eúdos da disciplina de Física- Quím ica, o gr au de m ot ivação e em penho

evidenciado na concr et ização

das t ar efas pr opost as,

possibilit ou a t odos os alunos a

aquisição de par t e das

com pet ências desej adas. A

apr endizagem efect iva sobr e o

t em a “ A Luz e a Visão” , afer ida

pelo desem penho dos alunos no

t est e de avaliação sum at iva foi

conseguida, em bor a em gr aus

difer ent es por cada um dos

alunos. Est e t est e englobava

m at ér ia de Quím ica t r abalhada em per íodos ant er ior es e a m at ér ia de Física

t r abalhada dur ant e a invest igação; at endendo a que a cot ação at r ibuída à

com ponent e de Física er a de 44% ver ifica- se que só um dos alunos, Mi, não

conseguiu r esponder acer t adam ent e a m et ade dos exer cícios efect uados, que B B

J Mi Mc Turma

Distribuição das cotações do teste de avaliação sumativa (Turma)

Total Física

Total Química

0 20 40 60 80

(11)

e J t iver am um desem penho suficient e nest e t em a e que Mc, o aluno m ais

concent r ado e m ais em penhado na sua apr endizagem dur ant e a invest igação,

foi o que obt eve m elhor r esult ado.

Os r esult ados na av aliação sum at iv a, que se consider am r elat iv am ent e

baixos, não per m it em um a conclusão definit iva sobr e vant agens na t r ansm issão

da m ensagem no cont ext o r ico em t ecnologia em que decor r eu a invest igação,

com par at ivam ent e ao cont ext o lect ivo t r adicional vivenciado dur ant e o 2.º e 3.º

per íodos lect ivos, nas aulas de Ciências Físico- Quím icas.

A com unicação de par t e significat iva da m ensagem educat iva foi

conseguida no cont ext o educat ivo infor m at izado exper im ent ado pelos alunos. A

apr endizagem de B, o m enos com pet ent e da t ur m a na disciplina, foi favor ecida

quer pelo acr éscim o de m ot ivação decor r ent e do cont ext o quer pelo sent im ent o

de com pet ência conseguido na sequência do r et or no obt ido em r espost a a um

conj unt o de desem penhos eficazes. Cont udo, o cont ext o de

ensino-apr endizagem im plem ent ado com r ecur so às TI C, apesar de indut or de

acr éscim os de m ot ivação e de sent im ent os de aut ocom pet ência, não conseguiu

ser um fact or de m ot ivação ext r ínseca suficient em ent e for t e, par a super ar um a

hist ór ia com um de at it udes negat ivas face à disciplina, e im plicar o aum ent o

dos níveis de m ot ivação global dos alunos par t icipant es par a a apr endizagem da

m esm a.

O fom ent o do aum ent o da aut o- est im a dos est udant es favor ece a

m elhor ia do seu desem penho escolar . Mar uj o et al. ( 2000) r efer em um a das

vias par a o conseguir :

Aum ent ar a fr equência e qualidade das exper iências de sucesso. Se fizer m os m ais daquilo que sabem os fazer bem , sent ir - nos- em os m ais cr ent es em nós. Se est iver m os m ais at ent os e r epar ar m os m ais nos nossos sucessos e nos dos out r os – ainda que apar ent em ent e insignificant es – sent ir em os m ais que som os capazes.

O aum ent o de níveis de aut o- est im a associado à ut ilização com pet ent e e

aut ónom a do com put ador em cont ex t o educat ivo est á dem onst r ado em

invest igação efect uada nout r os países. As m anifest ações de sat isfação de

alguns alunos par t icipant es em r esult ado de r et or no posit ivo obt ido do

soft w ar e, são indicador es de que a vivência de um cont ext o r ico em t ecnologia,

devidam ent e adapt ado à especificidade dos int er venient es, pode ser

(12)

Est e foi um est udo de caso, cuj as conclusões r espeit am aos par t icipant es,

no m om ent o e no cont ex t o obser v ados. Cont udo, os aspect os em que foi

possível encont r ar um a concor dância com as per spect ivas t eór icas elabor adas a

par t ir da lit er at ur a r evist a, ou m esm o os discor dant es, poder ão const it uir - se

pont o de par t ida par a cam inhos de r eflexão e act uação de pr ofessor es, em

cont ext os educat ivos com alunos sur dos.

Os par t icipant es nest e est udo são j ovens sur dos, par t e int egr ant e de

um a sociedade, m aior it ar iam ent e ouv int e. Se o cont ext o educat ivo que cada

aluno exper iencia lhe per m it ir fr equent em ent e r econhecer que “ é capaz de…” ,

cont r ibuir á cer t am ent e par a que sint a que aquilo que em si é “ difer ent e”

poder á, em diver sas cir cunst âncias e r ecor r endo a est r at égias adequadas ser

um a out r a for m a de “ igualdade” . E, quem se sent e “ igual” m aior facilidade t er á

(13)

Bibliografia

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Figura 3 – Representação gráfica do grau de  motivação evidenciado pelos alunos durante o  conjunto das aulas em que decorreu a investigação
Figura 4 – Representação gráfica da cotação atribuída  no teste de avaliação sumativa, repartida pelas  componentes de Física (44%) e de Química (56%)

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