O s diferent es significados da cert ificação
conferida ao Brasil como est ando livre
da doença de Chagas
The vario us me aning s o f Brazil’s c e rtific atio n
as fre e o f Chag as d ise ase
1 N ú cleo d e Estu d os d e Saú d e Colet iv a , Cen t ro d e Ciên cia s d a Sa ú d e, Un iv ersid a d e Fed era l d o Rio d e Ja n eiro. C. P. 68037, Rio d e Ja n eiro, RJ 21941- 590, Bra sil.
n ov a es@iis.com .b r d ia n a m a u l@n esc.u frj.b r Alb ert o N . Ra m os Jr.1 Dia n a M a u l d e Ca rv a lh o 1
Abst ract T h e a rt icle d iscu sses Bra z il’s recen t cert ifica t ion a s free of Ch a ga s d isea se t ra n sm is-sion by Tria to m a in festa n s, a n a lyz in g t h e v a riou s m ea n in gs a scrib ed t o t h is p osit ion . Resu lt in g m a i n ly f ro m m ea su res b y b o t h t h e Ch a ga s D i sea se Co n t ro l Pro gra m (PCD Ch ) est a b li sh ed i n Bra z il in 1975 a n d t h e Sou t h ern Con e In it ia t iv e la u n ch ed in 1991, t h is cert ifica t ion h a s been in -t erp re-t ed in w a ys -t h a -t lea d -t o con fu sion be-t w een -t h e elim in a -t ion of Ch a ga s d isea se -t ra n sm ission b y T. in festa n sa n d era d ica t ion of t h e d isea se. Th e p resen t st a t u s of v ect or t ra n sm ission con t rol in Bra z il is d iscu ssed , w it h em p h a sis on t h e N ort h ea st , in m ost St a t es of w h ich T. in festan sis n ot t h e m a in sp ecies in volved in t ra n sm ission . Th e a rt icle h igh ligh t s t h e n eed t o broa d en t h e d iscu s-sion of t h e rea d in gs a n d con seq u en ces in v olv ed in t h e p resen t con t rol a ch iev em en t s in ligh t of p ossib le h a rm from m isin t erp ret a t ion s t h a t m igh t jeop a rd iz e fu rt h er effort s t o con t rol t h e d is-ea se.
Key words Ch a ga s Disea se; Vect or Con t rol;Triatom a in festan s
Resumo Discu t em - se a s d iferen t es rep ercu ssões d a cert ifica çã o con ced id a em m a rço d e 2000 a a lgu n s est a d os d o Bra sil, em v irt u d e d a elim in a çã o d a t ra n sm issã o d a d oen ça d e Ch a ga s p elo
Tria to m a in festa n s. Resu lt a d o, em gra n d e p a rt e, d a s a ções d o Progra m a d e Con t role d a Doen ça d e Ch a ga s (PCDCh ), est ru t u ra d o n o Bra sil a p a rt ir d e 1975, e d a s a ções d efin id a s p ela In icia t iv a d os Pa íses d o Con e Su l, em 1991, o sign ifica d o d est a cert ifica çã o foi in corp ora d o d e d iferen t es form a s. A q u est ã o p rin cip a l d iscu t id a n o a rt igo é a con fu sã o est a b elecid a en t re elim in a çã o d a t ra n sm issã o v et oria l d a d oen ça d e Ch a ga s p elo T. in festa n se erra d ica çã o d a d oen ça d e Ch a ga s. Discu t ese o con t role vet oria l d a en d em ia ch a gá sica n o Pa ís, em esp ecia l n a Regiã o N ord est e, on -d e o T. in festan sn ã o rep resen t a a p rin cip a l esp écie vet ora n a m a ioria d os seu s est a d os. Ressa lt a se a im p ort â n cia d e d iscu t ir a m p la m en t e a qu est ã o d o con t role d essa en d em ia n o Bra sil, n o sen -t id o d e ev i-t a r qu e in form a ções in a p rop ria d a s seja m d ifu n d id a s, con fu n d in d o a op in iã o p ú blica , com p ossíveis p reju íz os p a ra o efet ivo con t role d a d oen ça d e Ch a ga s.
Int rodução
Mais d e n oven ta an os ap ós os p rim eiros olh a-res sob re a en d em ia ch agásica (Ch agas, 1909), d iscu te-se a p o ssib ilid a d e d e se efetiva r o seu co n tro le em a lgu n s p a íses d a Am érica La tin a . Nos ú ltim os d ez an os, os resu ltad os d as in icia-tiva s regio n a is q u e visa m elim in a r a en d em ia ch a gá sica n a Am érica La tin a e q u e in clu em p aíses d o Con e Su l, d a Am érica Cen tral e an d i-n os vêm levai-n tai-n d o essa p ossib ilid ad e. O foco d e a çã o tem se vo lta d o p a ra a p reven çã o d a tra n sm issã o d a d o en ça m ed ia n te o co n tro le d os b an cos d e san gu e e d as p op u lações d e ve-tores. O gran d e m érito d essas in iciativas refe-re-se à m ob ilização d e d iferen tes p aíses p ara o con trole con ju n to d a en d em ia.
No Bra sil, a s a çõ es d e co n tro le fo ra m im -p lem en tad as d e form a efetiva a -p artir d e 1975, q u an d o foi in stitu íd o o Program a d e Con trole d a Do en ça d e Ch a ga s (PCDCh ) p ela Su p erin -ten d ên cia d e Ca m p a n h a s d e Sa ú d e Pú b lica (SUCAM), a tu a l Fu n d a çã o Na cio n a l d e Sa ú d e (FUNASA), d a n d o in ício à fa se d e reco n h eci-m en to d a en d eeci-m ia . En tre 1975 e 1983, fo ra eci-m realizad os os p rim eiros in qu éritos en tom ológi-co e so ro ló giológi-co, p o r a m o stra gem , em to d o o País (Cam argo et al., 1984; Silveira et al., 1984). Desd e en tã o, o co n tro le d a tra n sm issã o veto -rial p elo Triatom a in festan s, con siderado o m ais
im p ortan te vetor do Tryp an osom a cru zi n o Bra-sil, é p rioritário p ara o PCDCh (FUNASA, 1994; Silveira et al., 1984; Silveira & Vin h aes, 1999).
As a çõ es d e co n tro le fo ra m d irecio n a d a s b asicam en te ao d esen volvim en to d e ativid ad es d e b o rrifa çã o co m in seticid a s e d e p esq u isa s a n u a is d e tria to m ín eo s n o s d o m icílio s (Dio -taiu ti et al., 1998; FUNASA, 1994; Silveira & Re-zen d e, 1994). Foram p riorizad as as áreas con si-deradas, de acordo com os in qu éritos, de m aior risco. A área en d êm ica recon h ecid a corresp on -d ia, em 1983, a 36% -d o território n acion al, com tria to m ín eo s d o m icilia d o s em 2.493 m u n icí-p ios, 50,1% d o total d e 4.974 m u n icíicí-p ios b rasi-leiros (Cam argo et al., 1984; Silveira et al., 1984). Em relação às ou tras áreas, as ações d e con trole foram d e d ifícil im p trolem en tação p ela p resen ça d e o u tro s veto res n a tu ra lm en te en co n tra -d os, con si-d era -d os -d e im p ortâ n cia secu n -d á ria (FUNASA, 1994).
A In iciativa d os Países d o Con e Su l, in iciad a em 1991 e d a q u a l o Bra sil fa z p a rte, co m p ro -m eteu -se e-m b u sca r a eli-m in a çã o d o T. in fes-tan s. Defin iram -se, ain d a, com o ob jetivos p ara
o con trole d a en d em ia ch agásica n estes p aíses, a red u çã o e a elim in a çã o d a tra n sm issã o p o r tra n sfu sã o sa n gü ín ea a tra vés d a tria gem a d e-q u ad a d os p oten ciais d oad ores e d o
fortaleci-m en to d a red e d e b a n co s d e sa n gu e (OPAS, 1992). Pa ra lela m en te, ch a m a va -se a a ten çã o p a ra a p re se n ça d e e sp é cie s “n ã o in t ro d u zi-d a s” se m zi-d e fin ir, e n t re t a n t o, a s m e t a s p a ra o seu con trole. Deixava-se clara a m en or im p or-tân cia d ad a a estes triatom ín eos, p ela d ecisão d e q u e a red u çã o e/ o u a elim in a çã o d a in fes-t a çã o d o m icilia r d e sfes-t a s o u fes-t ra s e sp é cie s se ria em p reen d id a ap en as n as áreas on d e se ob ser-vava tam b ém a p resen ça d o T. in festan s (OPAS,
1992).
Com o resu ltad o d essa in iciativa, o Uru gu ai, em 1997, e o Ch ile, em 1999, foram certificad os com o estan d o livres d a tran sm issão d a d oen ça d e Ch agas (WHO, 1998, 2000a, 2000c). O Brasil, p or su a vez, en con tra-se em p len o p rocesso d e avaliação p ara receb er su a certificação, d iscu -tid a, p rin cip alm en te, d u ran te as reu n iões reali-zad as em 1999 e 2000.
Em relação ao con trole da tran sm issão tran s-fu sio n a l d o Tr. cru z i, m u ito se tem a va n ça d o,
p rin cip a lm en te a p a rtir d e m ea d os d a d éca d a d e 90. As p ersp ectiva s d e u m co n tro le efetivo são b oas p ara os p aíses d o Con e Su l, sen d o a si-tu a çã o m a is p reo cu p a n te a d a Bo lívia (Dia s & Sch ofield , 1998).
O p rin cip al ob jetivo d este artigo é d iscu tir a s rep ercu ssõ es n o Bra sil d essa s ú ltim a s reu -n iões d a Com issão I-n tergover-n am e-n tal d o Co-n e Su l, aCo-n alisaCo-n d o-se as p u b licações oficiais e a s n o tícia s veicu la d a s co m b a se n esta s reu -n iões e em seu s resu ltados, com ê-n fase -n a p rio-rid a d e d a d a à q u estã o d o co n tro le veto ria l d a en d em ia. De form a a com p lem en tar a d iscu s-sã o, fa z-se u m b reve rela to so b re a rea lid a d e atu al d a d oen ça d e Ch agas n a Região Nord este d o Brasil, on d e, n a m aioria d os estad os, o T. in -festan sn ão rep resen ta o p rin cip al vetor d a d
o-en ça. Por fim , ressalta-se a n ecessid ad e d e d is-cu tir a q u estão d o con trole d a d oen ça d e Ch a-gas n o País, con sid eran d o-se os d eterm in an tes d e su a ocorrên cia em d iferen tes con textos.
O s diferent es significados
A d escrição e a exp licação d a situ ação d e saú -d e--d oen ça -d ep en -d em , certam en te, -d e q u em é o ator social resp on sável p or tal d escrição e ex-p licação (Castellan os, 1990).
Ap esar d e se recon h ecerem os d eterm in an -tes sociais e econ ôm icos d a en d em ia ch agási-ca , p o u co s estu d o s têm sid o d esen vo lvid o s a fim d e trab alh ar d iferen tes realid ad es locais e o s fa to res d eterm in a n tes d e su a o co rrên cia (Silva , 1999). Dessa form a , segu in d o a s orien -tações técn ico-cien tíficas d e ex p erts e d e
p rogram as d e con trole d a en d em ia ch agásica, voltad os b asicam en te p ara o con trole vetorial. Du ran te o VIII En con tro d a Com issão In ter-govern a m en ta l d a In icia tiva d o Co n e Su l, em Tarija, Bolívia, em m arço d e 1999, con sid eran -d o os -d a-d os ep i-d em iológicos e en tom ológicos d isp o n íveis, d iscu tiu -se a p o ssib ilid a d e d e o Bra sil ser certifica d o co m o esta n d o livre d a tran sm issão vetorial e tran sfu sion al d a d oen ça d e Ch a ga s n o a n o 2000 ( WH O, 1999). As refe-rên cia s p a ra a s d iscu ssõ es fo ra m o s d a d o s d e p reva lên cia d a in fecçã o p elo Tr. cru z i em m
e-n ores d e 14 ae-n os até 1998, qu e m ostrariam evid ên cia evid a in terru p ção evid a tran sm issão evid a evid oen -ça d e Ch a ga s p elo T. in fest a n s(Silveira & Vi-n h a es, 1999). Na p u b lica çã o d a Orga Vi-n iza çã o Mu n d ial d a Saú d e (OMS) in titu lad a: Ch ile an d Bra z il t o b e Cert ified Free of Tra n sm ission of
Ch agas Disease (WHO, 1999), p od e-se ob servar
a gran d e im p ortân cia d ad a a estes resu ltad os:
“If th ese resu lts are con firm ed , th is w ou ld be a m a jor a ccom p lish m en t in t h e h ist ory of p u
-blic h ealth”(WHO, 1999:10).
Em m a rço d e 2000, d u ra n te o IX En co n tro d a Com issão In tergovern am en tal d a In iciativa d o Co n e Su l, rea liza d o n a Fu n d a çã o Oswa ld o Cru z (FIOCRUZ), n o Rio d e Jan eiro, a FUNASA a p resen to u d u a s p ro p o sta s. A p rim eira , p a ra q u e fo sse co n sid era d a in terro m p id a a tra n s-m issão vetorial d a d oen ça d e Ch agas p elo T. in
-festan sn os estad os d e Goiás, Mato Grosso,
Ma-to Grosso d o Su l, Paraíb a, Rio d e Jan eiro e São Pau lo; e a segu n d a, p ara qu e fosse exam in ad a a situ ação ep id em iológica d os estad os d e Min as Gerais, Pern am b u co, Piau í e Rio Gran d e d o Su l, com vistas a con sid erar tam b ém in terrom p id a a tran sm issão d a d oen ça d e Ch agas p or aq u e-le veto r (FUNASA, 2000; WH O, 2000b, 2000d ), p ou co sen d o d iscu tid o a resp eito d a p articip a-ção d e esp écies d e im p ortân cia “secu n d ária”.
Co m o d esfech o s d esse en co n tro, co n fir-m ou -se q u e, d os 12 estad os b rasileiros on d e a p resen ça d o T. in festan s fora registrad a, seis d e-les (Go iá s, Ma to Gro sso, Ma to Gro sso d o Su l, Paraíb a, São Pau lo, Rio d e Jan eiro) estavam li-vres d a tra n sm issã o d a d o en ça d e Ch a ga s p o r este veto r. Além d isso, su geriu -se q u e q u a tro estad os (Rio Gran d e d o Su l, Min as Gerais, Piau í e Pern a m b u co ) d everia m receb er essa certifi-cação até o fin al d e 2000 (WHO, 2000b, 2000d ). Atualm en te, as atividades de con trole estão sen -d o -d irecio n a -d a s e in ten sifica -d a s p a ra o s -d ois estad os restan tes, Bah ia e Tocan tin s (FUNASA, 2000; WHO, 2000d ). In teressan te n otar q u e es-sa in form ação foi p u b licad a d a segu in te form a:
“...con firm ed th at six of th e tw elve en d em ic st a t es in Bra z il a re free of v ect oria l t ra n sm is-sion of Ch a ga s d isea se a n d t h a t a fu rt h er fou r
states w ill becom e free d u rin g th is year”(WHO,
2000b :154).
Esta p u b lica çã o d a OMS, in titu la d a Bra z il t o b e Decla red Free of Ch a ga s Disea se ( WH O,
2000b ), traz d e form a su cin ta os resu ltad os d a-qu ela reu n ião e con clu i a-qu e:
“Th is resu lt con firm s th e in terru p tion of vec-torial tran sm ission of Ch agas d isease in Braz il”
(WHO, 2000b :14).
Ap esa r d a ên fa se d a d a p ela OMS, em d ife-ren tes p ublicações, sobre a elim in ação da tran s-m issão vetorial d a d oen ça d e Ch agas n o País, a FUNASA d ivu lga u m a n o ta (FUNASA, 2000), em m arço d e 2000, a resp eito d as qu estões d is-cu tid as d u ran te as reu n iões, esclarecen d o q u e os resu ltad os referem -se exclu sivam en te à eli-m in a çã o d o T. in fest a n s, o q u e co n d iz co m o s
atu ais con h ecim en tos sob re a d oen ça e com a m etodologia im p lem en tada p ara o seu con trole:
“A certificação resu lta d o com p rom isso assu -m id o, e-m 1991, q u a n d o o Bra sil, ju n t o co-m os d em a is p a íses d o Con e Su l, com p rom et eu - se a b u sca r a elim in a çã o d o p rin cip a l resp on sá v el p ela tran sm issão vetorial d a d oen ça d e Ch agas n o p a ís – o Tria to m a in festa n s. A cert ifica çã o ob t id a p ela FU N ASA est á ca lca d a n os resu lt a -d os -d e ex a u st iv a s a v a lia ções in lo cue d e est u -d os t écn ico- cien t íficos q u e v iera m sen -d o rea li-z ad os ao lon go d os an os e qu e, em m aio d e 1999, cu lm in aram com a recom en d ação d a Com issão In t ergov ern a m en t a l d o Con e Su l d a Orga n iz a -ção Pan -Am erican a d e Saú d e (OPAS) d e avaliar a situ ação ep id em iológica d os estad os brasilei-ros em relação à in terru p ção d a tran sm issão p e-lo Triatom a in festan sn o Brasil”(FUNASA, 2000). No Bra sil, d u ra n te a sem a n a d e rea liza çã o d a IX Reu n ião d a Com issão In tergovern am en -tal d o Con e Su l, d iferen tes n otícias foram veicu la d a s em im p o rta n tes m eio s d e co m u n ica -çã o, d ivu lga n d o o en con tro e seu s resu lta d os. Jo rn a is d e gra n d e circu la çã o tin h a m co m o tí-tu lo d e su as m atérias e m an ch etes:
Doen ça d e Ch agas é Errad icad a em Seis Es-tad os (Folh a d e São Pau lo, 2000);
O Bra sil est á M a is Pert o d e Ven cer o M a l d e Ch agas (O Glob o, 2000);
A Errad icação d o M al d e Ch agas ( Jorn al Ex-tra, 2000:13).
A Fo lh a d e Sã o Pa u lo a in d a d esen vo lve a id éia d a “errad icação” d a d oen ça d e Ch agas n o Brasil, in clu in d o u m “n ovo” certificad o:
A p artir d estas n otícias, a op osição ao atu al govern o b rasileiro m an ifesta-se com u m artigo in titu lad o Dep u tad o Su sp eita d e Frau d e n a
Er-rad icação d e Doen ça d e Ch agas(PT, 2000).
Des-ta fo rm a , a lém d a s rep ercu ssõ es gera d a s p ela d ivu lgação d e form a d istorcid a d e in form ações técn ico-cien tíficas relacion ad as ao con trole d a d oen ça d e Ch agas, a con fu são se esten d eu p a-ra o lad o p olítico:
“...m a is u m golp e p u b licit á rio d o gov ern o FHC: o d a errad icação d a d oen ça d e Ch agas em seis estad os brasileiros. Nu m d os estad os on d e a d oen ça t eria sid o erra d ica d a , a Pa ra íb a , em m ais d e 90% d os m u n icíp ios é con statad a a p re-sen ça d o bich o barbeiro, tran sm issor d a d oen ça, a lém d e in ú m eros regist ros d a en ferm id a d e. A Organ iz ação Pan -Am erican a d a Saú d e (OPAS) e a Organ iz ação Mu n d ial d a Saú d e (OM S) ch e-garam a ex p ed ir certificad os d e errad icação d a d oen ça . A su p ost a erra d ica çã o ch egou a ser an u n ciad a n o jorn al Folh a d e São Pau lo em 22 d e m a rço d est e a n o. ‘Esses d a d os sã o a b solu t a m en t e falsos’, d isse h oje o d ep u t ad o. ...(o d ep u -t a d o) ex p lica o m é-t od o q u e o gov ern o u -t iliz ou p a ra ‘erra d ica r’ a d oen ça : ‘Eles sim p lesm en t e d eixaram d e cad astrar os casos’” (PT, 2000).
Essa s co lo ca çõ es sã o u m reflexo b a sta n te cla ro d a s p o ssíveis “in terp reta çõ es d a s in terp retações”. Da form a com o foi d ivu lgad a a in -form ação in icial p ela OMS e p ela im p ren sa n o Brasil, certam en te existem m otivos p ara esta e o u tra s m a n ifesta çõ es, en vo lven d o d iferen tes setores d a socied ad e:
“O p a rla m en t a r a gu a rd a a s in form a ções qu e p ed iu ao Min istério d a Saú d e sobre a su p os-t a erra d ica çã o d a d oen ça d e Ch a ga s n a Pa ra íba. De su a p arte, ele tem ou tros n ú m eros: o Sin -d ica t o -d os M é-d icos -d o Est a -d o -d a Pa ra íb a e a im p ren sa loca l con firm a m a p resen ça d o b a r-b eiro – v et or resp on sá v el p ela t ra n sm issã o d a d oen ça d e Ch agas – em 182 m u n icíp ios d o Esta-d o e, n a m aioria Esta-d eles, com registro Esta-d e tran sm is-são d a d oen ça. Destes, som en te n ove m u n icíp ios est ã o receb en d o a cob ert u ra d e p rogra m a s d e com b a t e a o in set o d a Fu n d a çã o N a cion a l d e Sa ú d e. ‘Com o é q u e eles d iv u lga m u m a in m ação d essas?’, qu estion a o d ep u tad o. Ele in form a qu e eform várias regiões d e seu Estad o a d oen -ça está fora d e con trole” (PT, 2000).
A t ransmissão da doença de Chagas no nordest e brasileiro
Segu in d o a d iscu ssão sob re a “errad icação” d a d o en ça d e Ch a ga s n o Bra sil, a Fo lh a d e Sã o Pa u lo, n a su a ed içã o d e 22/ 03/ 2000, tra z u m a en trevista co m o Dr. Jo ã o Ca rlo s Pin to Dia s,
Co o rd en a d o r d o Cen tro d e Pesq u isa s Ren é Ra ch o u , d a FIOCRUZ em Belo Ho rizo n te, em q u e é a b o rd a d a a q u estã o d o T. in fest a n s, to -m a n d o -se co -m o exe-m p lo a situ a çã o d o No r-d este:
“‘No Nord este é on d e é m ais fácil o com bate, p elo p ou co t em p o d e ex ist ên cia (d o v et or) e a con seq ü en t e frá gil a d a p t a çã o a o m eio’, ex p li-cou . ‘Por cau sa d isso a Paraíba con segu iu erra-d icar a erra-d oen ça n o p eríoerra-d o erra-d e 15 an os’”.
Em relação à gran d e m aioria d os estad os d a Região Nord este d o Brasil, o T. in festan s em n
e-n h u m m om ee-n to rep resee-n tou a p rie-n cip al esp é-cie d e triatom ín eo resp on sável p ela tran sm is-sã o d a d o en ça , em virtu d e d e su a in tro d u çã o recen te, p rovavelm en te n as d écad as d e 50 e 60 (Lu cen a, 1970). Isso p od e ser con firm ad o p ela in ten çã o d a FUNASA em elim in a r a tra n sm is-são vetorial p elo T. in festan sem ap en as qu atro (Para íb a , Pia u í, Pern a m b u co e Ba h ia ) d os n o-ve estad os d esta região. Mesm o n estas q u atro á rea s, veto res n a tu ra is d a regiã o, co m o, p o r exem p lo, Triatom a brasilien sis, Triatom a p seu -d om a cu la t a, Tria t om a sord id ae Pa n st ron gy -lu s m egist u s, a ca b a m t e n d o u m a gra n d e im
-p ortân cia n a tran sm issão d o Tr. cru z i. Mesm o
assim , d iz a OMS:
“T. in festa n sis t h e m ost im p ort a n t sp ecies resp on sible for th e vectorial tran sm ission of th e d isease. It is exclu sively d om estic an d sh ow s th e h igh est p arasitic in fection rates as com p ared to ot h er sp ecies of t ria t om in e p resen t in som e en -d em ic areas, su ch T. b rasilien sisan d T. p seu d
o-m a cu la taw h ose v ect oria l ca p a cit y is m u ch lo-w er” (WHO, 2000d :154).
Diferen tes estu d os m ostram qu e, com o su -cesso d o con trole d o T. in festan s, os estad os d o
Nord este con trib u em com 65% d a atu al tran s-m issã o d a d o en ça n o Bra sil, sen d o o T. b ra si-lien sise o T. p seu d om acu lat aas esp écies m ais
freq ü en tem en te ca p tu ra d a s p elo PCDCh n es-sa s á rea s (Dio ta iu ti et a l., 1998; So a res et a l., 2000). O T. b ra silien sis tem u m a a m p la d istri-buição geográfica (Alagoas, Bah ia, Ceará, Goiás, Min as Gerais, Paraíb a, Pern am b u co, Piau í, Rio Gra n d e d o No rte, Sergip e e To ca n tin s), sen d o u m d o s m a is im p o rta n tes veto res d a Regiã o No rd este (Co sta et a l., 1998; Dio ta iu ti et a l., 1996; Soares et al., 2000). Estu d os recen tes con -firm am os d ad os acim a.
Na Pa ra íb a , o p rim eiro in q u érito tria tom í-n ico í-n a cio í-n a l evid eí-n cio u p o u ca s á rea s co m a p resen ça d o T. in festan s. Recon h ecen d o-se este
ach ad os d a d écad a d e 50, q u an d o o T. p seu d o-m acu lata rep resen tava u m a d as esp écies m ais
im p o rta n tes ju n ta m en te co m o T. b ra silien sis
(Pereira & Cou ra, 1987). En tre os an os d e 1989 e 1994, o Estad o d a Paraíb a con trib u i com 50% (26) d as am ostras sorológicas reativas em tod o o Brasil, ten d o sid o in clu íd os m u n icíp ios com p resen ça m a ciça d e tria to m ín eo s, sem a p re-sen ça, en tretan to, d o T. in festan s (Silveira et al.,
1994; Silveira & Vin h aes, 1999). Estu d o m ais re-cen te id en tificou o T. brasilien sis com o a esp é-cie m ais im p ortan te (Cou ra et al., 1996).
Para os ou tros três estad os n ord estin os em avaliação p ara a certificação d a elim in ação d o
T. in festan s, a situ ação n ão é d iferen te. Em Per-n am b u co, d iferePer-n tes esp écies d e triatom íPer-n eos silvestres têm sid o con sisten tem en te relatad as, ta n to n o p erid o m icílio co m o n o in tra d o m icí-lio, n a m aioria d as vezes, o T. brasilien sis e o P. m egist u s ( To rq u a to et a l., 1998). Esses d a d o s
reafirm am os ach ad os d e Arth u r Neiva & Beli-sario Pen n a, n os an os d e 1911 e 1912, q u an d o p ercorreram o su d oeste d este estad o (Neiva & Pen n a, 1916).
Ain d a em relação a Pern am b u co, d u ran te o p rim eiro In q u érito En to m o ló gico Na cio n a l, a FUNASA ch am ou a aten ção p ara o en con tro d e
Tria t om a ru b rofa scia t a em lo ca lid a d es ru ra is
n os m u n icíp ios d e Ca rp in a , Na za ré d a Ma ta e Tra cu n h a ém (Silveira et a l., 1984). Pa ra lelo a estas d iscu ssões, o estad o p rovavelm en te será certifica d o a in d a este a n o co m o ten d o elim i-n a d o o T. in fest a n sco m o veto r d a d o en ça d e
Ch agas (FUNASA, 2000).
No Pia u í, a s p rim eira s d escriçõ es so b re a d oen ça d e Ch agas com eçaram a ser p u b licad as em m ead os d a d écad a d e 70 (Figu eired o et al., 1975a, 1975b ), já se ten d o in d ícios d a p resen ça d a d oen ça em 1818 (Neiva & Pen a, 1916; Silva, 1999).
Os p rim eiro s estu d o s so b re a d istrib u içã o d e tria to m ín eo s n este esta d o fo ra m o s d e Ar-th u r Neiva & Belisario Pen n a, en tre 1911 e 1912, q u e rela ta ra m a p resen ça d e T. b ra silien sis, T. p seu d om a cu la t a, T. sord id ae P. m egist u s, a
l-gu n s in fectad os p elo Tr. cru z i(Neiva & Pen n a,
1916). Estu d o rea liza d o em 1975 a va lia n d o 28 m u n icíp ios caracterizou a d istrib u ição geográ-fica d e sete esp écies d e triatom ín eos (T. brasi-lien sis, T. p seu d om acu lata, T. sord id a, P. m egis-t u s, Pa n st ron gylu s gen icu la t u s, Rh od n iu s n e-glectu se Rh od n iu s p ictep es), cap tu rad as em 18
(64%) d estes m u n icíp ios. O in q u érito en tom o-lógico n o p eríod o 1975 a 1983 n o Piau í id en tifi-cou com o p rin cip ais esp écies: T. brasilien sis, T. p seu d om a cu la t a, T. sord id a, P. m egist u s, T. in -fest a n s e Pa n st ron gylu s lu t z i (Silveira et a l.,
1984). Esses au tores ch am am a aten ção p ara o
fato d e qu e a p resen ça d o T. in festan slim
itava-se a 12 m u n icíp io s p ia u ien itava-ses lo ca liza d o s n a região d e fron teira com o Estad o d a Bah ia.
Em 1996, estu d o realizad o n os m u n icíp ios d e Colôn ia d o Piau í e Oeiras id en tificou a p re-sen ça d e 49 esp écim es d e T. p seu d om acu latae
d e 576 esp écim es d e T. b ra silien sis, co m 32 (5,5%) in fecta d o s p elo Tr. cru z i(Co u ra et a l.,
1996). En tre 1993 e 1997, a FUNASA ca p tu ro u n o Esta d o, com o p rin cip a is esp écies: T. b ra si-lien sis, T. p seu d om a cu la t a, T. sord id a, T. in fes-tan se P. m egistu s(Silveira & Vin h aes, 1998).
Resu ltad os ain d a n ão p u b licad os d e u m es-tu do do qu al p articip am os, realizado en tre 1999 e 2000, n o Mu n icíp io d e João Costa, Su d este d o Piau í, reafirm am os estu d os an teriores. Foram cap tu rad os 1.826 triatom ín eos, e, d os 1.062 in -seto s a d u lto s (58,2%), id en tifica ra m -se: 838 (78,9%) T. b ra silien sis, 198 (18,6%) T. p seu d o-m a cu la t a, 25 (2,4%) T. sord id a e u m (0,1%) P. lu t z i. O in q u érito so ro ló gico n a á rea a va lio u
2.080 p esso a s, co m u m a p reva lên cia p relim i-n ar d e ii-n fecção p elo Tr. cru z i d e 9,9%. Tod as as p esso a s ca ra cteriza d a s co m o rea tiva s tin h a m id ad e su p erior a d ez an os. As atu ais m u d an ças n a região, relacion ad as ao in crem en to d o tu ris-m o d irecio n a d o a o Pa rq u e Na cio n a l Serra d a Cap ivara, vêm trazen d o a p ossib ilid ad e d e rea-tivação d e an tigos focos d e tran sm issão. Para-lelam en te, ob serva-se ain d a a d esestru tu ração d as ações d a FUNASA e a p ou ca in iciativa m u n icip a l, to rn a n d o a situ a çã o d a en d em ia ch a gá sica n a regiã o p o ten cia lm en te crítica . En -qu an to isso, o estad o agu ard a a certificação d e elim in ação d o T. in festan s.
Pa ra a s á rea s fo ra d a s a çõ es p rin cip a is d e con trole d o T. in festan s(Ceará, Maran h ão,
Sergip e, Ala go a s e Rio Gra n d e d o No rte), a situ a -çã o ta m b ém n ã o é d iferen te. In q u érito tria tom ín ico rea liza d o n o Mu n icíp io d e In d ep en -d ên cia, n o Ceará (1996 e 1997), evi-d en ciou qu e 27,4% d a s ca sa s esta va m in festa d a s, sen d o 10,8% n o in trad om icílio. A m aioria d os triato-m ín eos cap tu rad os era T. brasilien sis, além d e
a lgu n s exem p la res d e T. p seu d om a cu la t a. In
-q u érito so ro ló gico rea liza d o n o p erío d o d efi-n iu a p revalêefi-n cia d e iefi-n fecção p elo Tr. cru z i em 5,7%, com cin co casos em crian ças en tre 0 e 10 a n o s, d em o n stra n d o a p ersistên cia d a tra n s-m issã o veto ria l n o No rd este, a p esa r d a elis-m i-n a çã o d o T. in fest a n s(Dio ta iu ti et a l., 1998). Ain d a n este m u n icíp io, estu d o a n a lisa n d o 14 an os d e con trole con clu i q u e a estratégia atu al d e co n tro le d o T. b ra silien sis n ã o p a rece ser
m u ito eficien te (Ca rn eiro, et a l., 1998). Ou tro estu d o n o Cea rá ressa lto u n ova m en te a p re-sen ça d o T. brasilien sis e d o T. p seu d om acu lata,
u m gra n d e esp a ço a o co lo n iza rem a m b ien tes silvestres, p erid om iciliares e in trad om iciliares (Vieira, 1999).
Um fa to rela ta d o p ela FUNASA n o Cea rá e q u e ch a m o u a a ten çã o d e p esq u isa d o res fo i a existên cia d e gra n d es fo co s in tra d o m icilia res d o T. p seu d om acu latan as favelas d e u m a área p eriu rb a n a d e So b ra l, a ch a d o in esp era d o em rela çã o a o en co n tro d esta esp écie n o Bra sil (Sou za, 1999).
No Sergip e, a esp écie d e tria to m ín eo m a is en con trad a foi o T. p seu d om acu lata. Ou tros
es-tu d o s m o stra m q u e, a p esa r d e o tra b a lh o d e-sen vo lvid o p ela FUNASA n a d éca d a d e 80 ter resu ltad o em u m b om con trole d a tran sm issão veto ria l, ta l a çã o p a rece n ã o ter sid o m a n tid a n a d écad a d e 90, p elo m en os n este estad o, on -d e h ou ve a ocorrên cia -d e n ova s in fecções p or tran sm issão vetorial n os ú ltim os seis an os (Oli-veira et al., 1998).
No Maran h ão, estu d o recen te p rocu rou escla recer a situ a çã o d a d istrib u içã o d o s tria to -m ín eos, d escreven d o 15 esp écies en con trad as, sen d o a m ais im p ortan te o P. m egistu s(Reb êlo
et al., 1998).
Para o Rio Gran d e d o Norte e Alagoas, p ou -cas in form ações estão d isp on íveis. Os vetores m ais im p ortan tes d escritos são o P. m egistu s, o T. p seu d om acu lata e o T. brasilien sis(Silveira et
al., 1984).
Na Bah ia, estad o sem p revisão p ara receb er a certificação d e elim in ação d o T. in festan s,
se-gu n d o a FUNASA, a s a çõ es estã o a tu a lm en te co n cen tra d a s n a elim in a çã o d este veto r (FU-NASA, 2000; WHO, 2000b ). Tra b a lh o rea liza d o d e 1996 a 1998 em Ju azeiro con firm ou os ach a-d o s a-d o p rim eiro In q u érito Na cio n a l:T. b ra si-lien sis, T. sord id a, T. p seu d om acu lata, R. n eglec-tu s(Marchon -Silva et al., 1999). A p artir de 1996, algu n s trab alh os vêm levan tan d o a p ossib ilid a-d e a-d e tra n sm issã o veto ria l a tiva n a cia-d a a-d e a-d e Sa lva d o r p ela p resen ça d e esp écies d e tria to -m ín eos alta-m en te su scep tíveis à in fecção p elo
Tr. cru z i, p rin cip a lm en te o Tria t om a t ib ia m a -cu la t a, u m a esp écie en con trad a em ecó t o p o s
silvestres (Dias-Lim a & Sh erlock, 2000). No Su d oeste d este estad o, m ais esp ecifica-m en te eecifica-m Carin h an h a, estu d o realizad o eecifica-m as-sen tam en tos p rom ovid os p elo Movim en to d os Trab alh ad ores Ru rais sem Terra (MST) con sta-to u a existên cia d e gra n d e q u a n tid a d e d e T. sord id a, tan to n o in trad om icílio, com o n o p
eri-d om icílio, e eri-d e T. p essoai, T. in festan s, T. m ela-n ocep h ala, T. brasilien sise T. p seu d om acu lata,
estes em m en ores qu an tid ad es, ressaltan d o-se a n ecessid a d e d e a va lia çã o d o risco d e em er-gên cia d e d oen ças em n ovas áreas d e ocu p ação (Sh erlock, et al., 1998). Estas são situ ações p ou
-co estu d ad as e n ão p revistas p elo PCDCh e p e-la In icia tiva d o Co n e Su l em ree-la çã o à d o en ça d e Ch agas.
Discussão
As in terp retações p or p arte d a im p ren sa e d e-m ais atores sociais en volvid os n os levae-m à d is-cu ssão d e q u an to tais in form ações p od em ser resp o n sá veis p o r u m a d esm o b iliza çã o a in d a m a io r d e to d a a so cied a d e p a ra u m p ro b lem a q u e está lon ge d e ser con trola d o, com sign ifi-ca tivo p reju ízo p a ra a s a çõ es d e vigilâ n cia e co n tro le veto ria l, q u e b u sca m a p a rticip a çã o ativa d a p op u lação.
À p rim eira vista , p a rece q u e existe, d e for-m a con scien te ou n ão, a in corp oração d a id éia d e q u e a elim in ação d o T. in festan srep resen ta a erra d ica çã o ou o con trole efetivo d a d oen ça d e Ch agas n o Brasil.
Em rela çã o a o T. in fest a n s, é a ceito q u e o
cen tro d e su a d isp ersão n a Am érica d o Su l foi a regiã o d o s va les in tera n d in o s d a Bo lívia (Du -jard in , 1998; Forattin i, 1980; Silva, 1999; Veiza-ga et a l., 1999). Co m o esp écie d e tria to m ín eo in trod u zid a e en con trad a b asicam en te n o am -b ien te d om iciliar n o Brasil, seria p ossível a su a elim in ação (Forattin i, 1980; Silveira et al., 1984; Silveira & Rezen d e, 1994; Silveira & Vin h a es, 1999).
Ain d a h oje n a Bolívia , a d oen ça d e Ch a ga s p ersiste co m o u m im p o rta n te p ro b lem a d e saú d e p ú b lica, com o T. in festan socorren d o em
sete d os n ove d ep artam en tos n os q u ais a Bolí-via se d ivid e, corresp on d en d o a 84% d o territó-rio ( Veiza ga et a l., 1999). Sen d o o T. in fest a n s
esp écie n a tu ra lm en te en co n tra d a n a Bo lívia , torn a-se p raticam en te in atin gível o ob jetivo d e elim in ação d a tran sm issão vetorial d a d oen ça d e Ch a ga s p o r este tria to m ín eo n a q u ele p a ís (Figu eroa, 1998; Mon cayo, 1999; Veizaga et al., 1999). Essa situ ação m an tém o risco con stan te d o tran sp orte p assivo d o T. in festan s d esta área
p ara ou tras n o con tin en te am erican o on d e su a ocorrên cia foi red u zid a ou n ão tin h a sid o rela-tad a (Veizaga et al., 1999). Com o com p licad or, n a Bo lívia a in d a n ã o estã o d isp o n íveis in fo r-m a çõ es er-m rela çã o a o s d a d o s en to r-m o ló gico s ou ep id em iológicos p ara a avaliação d o im p ac-to d o s p ro gra m a s d e co n tro le veac-to ria l. Estes dados estarão, talvez, disp on ibilizados em 2001, a p ó s q u a tro a cin co a n o s d a s a tivid a d es d e con trole con tin u ad o e con clu são d o in q u érito en tom ológico e sorológico (Mon cayo, 1999).
cad a vez m aior. Com o gran d e d esen volvim en to d os setores d e tran sp ortes e d e tu rism o, im -p ulsion ado -p elo estreitam en to dos laços econ ô-m icos n o Mercosu l, as fron teiras en tre os p aíses estão cad a vez m ais tên u es. Assim , a vigilân cia em relação à p resen ça d o T. in fest a n sd eve ser
con tín u a, a d esp eito d o su cesso d e seu con tro-le n o Bra sil, n o Ch itro-le e n o Uru gu a i (FUNASA, 2000; WH O, 1998, 1999, 2000a , 2000b, 2000c, 2000d ).
Existe, ain d a, o risco d e ocu p ação d e áreas trab alh ad as p elas ações d e con trole, p or esp é-cies silvestres de triatom ín eos, o qu e p ode levar a m u d an ças im p ortan tes n a ep id em iologia d a d oen ça d e Ch agas (Du jard in , 1998). Para se ter u m a id éia d o p rob lem a n o Brasil, d os cerca d e 126 m em bros da subfam ília Triatom in aecon h
e-cid os (Borges et al., 1999), 42 já foram id en tifi-cad os n o País. Destes, p elo m en os trin ta foram cap tu rad os em d iferen tes situ ações e circu n s-t â n cia s, n o a m b ie n s-t e d o m icilia r (FU NASA, 1994).
Em rela çã o à rein festa çã o p ela s esp écies co n sid era d a s secu n d á ria s, o p ro b lem a to rn a -se ain d a m ais com p lexo, tan to em term os op e-racion ais, q u an to p elas técn icas ap licáveis p a-ra con trole e vigilân cia en tom ológica. As técn i-cas disp on íveis p ara o tratam en to qu ím ico com efeito resid u al são d e red u zid a efetivid ad e p ara estas esp écies (Sch ofield et al., 1998).
Com a crescen te d esm ob ilização d o PCDCh n o Bra sil a p a rtir d e m ea d o s d a d éca d a d e 80, a s a çõ es d e vigilâ n cia e co n tro le se to rn a ra m m en os efetivas, fazen d o com q u e a in trad om i-ciliação d os triatom ín eos seja u m a p ossib ilid a-d e con creta. A su sp en são exp erim en tal a-d a b or-rifação n o p erid om icílio resu ltou n o au m en to d o n ú m ero d e u n id ad es d om iciliares p ositivas e d e tria to m ín eo s ca p tu ra d o s, o q u e p erm ite co n clu ir q u e a b o rrifa çã o p erid o m icilia r d eve ser m a n tid a , p rin cip a lm en te p a ra o co n tro le do tam an h o das colôn ias (Diotaiu ti et al., 1998). Com o exem p lo, ap ós a elim in ação d o T. in -fest a n scom o p rin cip al vetor em p artes d o
Es-tad o d e Min as Gerais, o T. sord id ae o P. m egis-t u sto rn a ra m -se a s esp écies m a is freq ü en
te-m en te relatad as n as casas ru rais, p or “in vasão” origin ária d os focos silvestres (Diotaiu ti et al., 1995). Em São Pau lo, os d ad os d a Su p erin ten d ên cia d e Co n tro le d e En d em ia s (SUCEN) in -d icam qu e a tran sm issão -d a -d oen ça -d e Ch agas p elo T. in fest a n s foi in terrom p id a n o in ício d a
d écad a d e 70 (Silva, 1999). En tretan to, ressalta-se a p reocu p ação d e q u e esp écies com o T. sor-d isor-d a e P. m egist u s p ossa m ocu p a r o va zio eco-ló gico d eterm in a d o p ela elim in a çã o d o T. in -fest a n s e d esen vo lver u m co m p o rta m en to
si-n asi-n tróp ico, cosi-n trariasi-n d o as exp ectativas m ais
otim istas d e con trole efetivo d a en d em ia (Nas-cim en to et al., 1997).
A p resen ça d e veto res d e im p o rtâ n cia se-cu n d ária é tam b ém relevan te p ara as ações d as in icia tiva s d o s p a íses a n d in o s e d a Am érica Cen tra l em virtu d e d e o T. d im id ia t a, u m d o s
vetores m ais im p ortan tes d estas áreas, p ossu ir exten sas p op u lações silvestres, p erid om ésticas e d om ésticas (Aceved o et al., 2000; Sch ofield et al., 1998).
Ta is a ch a d os a ca b a m p or revela r d e form a su rp reen d en te o q u ã o p eq u en o é o co n h ecim en to atu al a resp eito d a cap acid ad e d e ad ap -tação d os triatom ín eos a n ovas situ ações eco-lógicas (Borges et al., 1999; Soares et al., 2000). O ciclo d e tran sm issão silvestre p arece ser m u i-to m a is co m p lexo d o q u e se a ssu m e h o je; n e-n h u m a gee-n eralização ou p red ição p od e ser fei-ta a p artir d e u m ú n ico estu d o en zoótico d e p a-rasitos, p ois cad a ecótop o d eve ser con sid era-d o co m o ú n ico ( Ja n sen et a l., 1999, 2000). É n este sen tid o qu e as ações d e con trole e d e cer-tifica çã o d evem ser a va lia d a s d e fo rm a cla ra em cad a área en d êm ica.
Em m u ito s d esses ca so s, a s n ova s in festa -çõ es en vo lvem esp écies p o u co co n h ecid a s, con sid erad as d e h áb itos exclu sivam en te silves-tres. Existem relatos cad a vez m ais freq ü en tes em tod a a Am érica Latin a d e ou tras esp écies d e tria to m ín eo s esta b elecen d o co lô n ia s d o m ici-liares (Borges et al., 1999; Costa, 1999; Diotaiu ti et al., 1995; Sch ofield et al., 1998, 1999; Soares et al., 2000).
co n tro le d a d o en ça d e Ch a ga s n o s d iferen tes p a íses en d êm ico s d eve ser a red u çã o d a in ci-d ên cia a n íveis tão b aixos, q u e a ci-d oen ça ci-d eixe d e ser p rob lem a d e saú d e p ú b lica (Tau il, 1998). Tod avia, o atu al p rocesso d e d escen traliza-çã o d a s a çõ es d o PCDCh n o Bra sil (MS, 2000) vem p rovocan d o, em algu m as áreas, u m a com -p leta d esestru tu ração d as ações d e con trole ve-to ria l. Sem o s recu rso s fin a n ceiro s e técn ico s n ecessá rio s, a rea tiva çã o d e a n tigo s fo co s e a m a n u ten çã o d o s já existen tes to rn a -se u m a realid ad e m u ito p róxim a p ara d iversos m u n icí-p io s n o Pa ís. É im icí-p o rta n te lem b ra r q u e, a lém d o co n tro le q u ím ico d e veto res, a o u tra p ers-p ectiva ers-p ara a red u ção d a tran sm issão vetorial seria a m elh o ria d a s co n d içõ es d e h a b ita çã o, ju stificad a tam b ém p ela p ossib ilid ad e d e red u -ção d a viru lên cia d o Tr. cru z iem term os evolu
-tivos (Ewald et al., 1998).
Certam en te, os ob jetivos a serem alcan ça-d os torn am -se verça-d aça-d eiros ça-d esafios, p rin cip al-m en te a o se co n sid era r o a u al-m en to d a s d esi-gu a ld a d es so cia is em to d a a Am érica La tin a . Com o exem p lo d e u m n ovo p rocesso a ser con -sid erad o d en tro d os fatores d e rep rod u ção so-cia l já co n h ecid o s e q u e d eterm in a o esp a ço sin gu lar d a d oen ça d e Ch agas, su rge n o fin al d a
d écad a d e 70 o MST, m ovim en to qu e tom a for-ça a p a rtir d a d éca d a d e 90. Ap en a s em 1999, fo ra m o rga n iza d o s 538 a ca m p a m en to s co m a p roxim a d a m en te 70.000 fa m ília s em to d o o Brasil, sen d o 55% d estes acam p am en tos n a Re-gião Nord este (MST, 1999), caracterizan d o u m a n ova form a d e m ovim en to m igratório e d e ocu -p ação d o território.
Tais fatos trazem à ton a a n ecessid ad e d e se d iscu tir co m m a io r a ten çã o e p ro fu n d id a d e a q u estã o d o co n tro le d a d o en ça d e Ch a ga s n o Bra sil e em o u tra s á rea s en d êm ica s, sem p re b u scan d o o en volvim en to d e tod a a socied ad e. Nesse sen tido é qu e se torn a de extrem a im p o rtâ n cia o d esen vo lvim en to d e m éto d o s ca p a zes d e a p reen d er a co m p lexid a d e d o s p ro -cesso s d eterm in a n tes q u e en vo lvem n íveis m ais gerais d a socied ad e com a saú d e d os in d i-víd u os e d os gru p os sociais (Castellan os, 1990, 1991). Som en te a p artir d aí é q u e se p od e p en -sa r n a estru tu ra çã o d e p rogra m a s d e con trole d a d oen ça d e Ch agas com m aior eficácia e efi-ciên cia, p rin cip alm en te q u an d o se p assa a re-con h ecer q u e as d oen ças evolu em ju n tam en te co m a s so cied a d es em q u e se in serem (Silva , 1999). Dessa fo rm a , a s in icia tiva s d e co n tro le torn ar-se-ão m ais claras p ara tod os.
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