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Controle integrado do vetor da filariose com participação comunitária, em uma área urbana do Recife, Brasil.

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Academic year: 2017

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Cont role int egrado do vet or da filariose

com part icipação comunit ária, em uma área

urbana do Recife, Brasil

1

Inte g rate d c o ntro l o f the filariasis ve c to r

with c o mmunity p artic ip atio n in an urb an are a

o f Re c ife , Pe rnamb uc o , Brazil

1

1 Fin an ciad o p or: U N DP/W orld Ba n k /W H O/TDR, CN Pq e FACEPE. 2 Dep artam en to d e En t om ologia , Cen t ro d e Pesq u isa s Aggeu M a ga lh ã es, Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . C. P. 7472, Recife, PE 50670- 420, Bra sil. 3 IN AM PS/SUS-PE Ru a d os Coelh os 450, Recife, PE, 50070- 550, Bra sil. 4 Escola Mu n icip al Prof. José d a Cost a Port o. Ru a Ca b o Eu t róp io, Recife, PE, 50080- 180, Bra sil. Lêd a Regis 2

An d ré Freire Fu rt a d o 2

Clá u d ia M . Fon t es d e Oliv eira 2 Cleid ilen e Ba rb osa Bez erra 3 Len y Rod rigu es F. d a Silv a 2 Ja n d ira Ara ú jo 4

Am élia M a ciel 2

M a ria Helen a Silv a - Filh a 2 Sin a ra B. Silv a 2

Abst ract A p ilot st u d y for t h e con t rol of Ba n croft ia n fila ria sis t ra n sm ission w a s d ev elop ed in t w o a rea s of Recife, Bra z il, w h ere m icrofila ra em ic p rev a len ce w a s 10% in 1991. M a ss t rea t m en t w it h d iet h ylca rb a m a z in e (DEC) u sin g low a n d sp a ced d oses w a s em p loyed in b ot h a rea s. In on e su ch in st a n ce, DEC t h era p y w a s a ssocia t ed w it h v ect or con t rol u sin g p h ysica l m ea su res a n d p e-riod ic t rea t m en t of Cu lex b reed in g sit es w it h t h e en t om op a t h ogen Ba cillu s sp h a ericu s. Th e v ec-t or p op u la ec-t ion d en siec-t y, rea ch in g 60 – 120 Cu lex/room /n igh t b efore t h e in t erv en t ion , w a s d ra st i-ca lly red u ced t o 4 – 16 Cu lex /room /n igh t , a n d m a in t a in ed a t t h is lev el for m ore t h a n t w o yea rs. Act ion s t o en ga ge t h e loca l sch ool com m u n it y in t h e v ect or con t rol p rocess w ere im p lem en t ed , a n d a s a con seq u en ce sev era l cla ssroom a n d ex t ra cu rricu la r a ct iv it ies w ere p u t in t o p ra ct ice, cu lm in a t in g w it h t h e effect iv e p a rt icip a t ion of a t ea m of st u d en t s ca lled t h e “Vect or Vigila n t es”, i n t h e a p p li ca t i o n o f co n t ro l m ea su res a ga i n st t h e v ect o r. T h e en t h u si a st i c i n v o lv em en t o f sch oolt ea ch ers a n d st u d en t s p oin t ed t o sch ools a s a p la ce a m en a b le t o p rogra m s su ch a s t h is. Key words Fila ria sis;Wu ch e re ria b a n cro fti; M osq u it o Con t rol;Cu lex q u in q u efasciatu s; Con -su m er Pa rt icip a t ion

Resumo Um p rojet o p ilot o p a ra o con t role d a fila riose b a n croft ia n a foi d esen v olv id o em d u a s á rea s d o Recife, com ín d ices in icia is d e p rev a lên cia d e m icrofila rem ia d e 10%. N a s d u a s á rea s, foi a p lica d o t ra t a m en t o em m a ssa com d oses b a ix a s d e d iet ilca rb a m a z in a . Em u m a d a s á rea s, esse t rat am en t o foi associad o ao con t role d o v et or, in t egran d o m ed id as físicas, com o o u so d e ca-m a d a s flu t u a n t es d e esfera s d e p oliest iren o, a o t ra t a ca-m en t o p eriód ico d os cria d ou ros coca-m a b a c-t éria en c-t om op a c-t ógen a Ba cillu s sp h a ericu s. Com o resu lt a d o, a d en sid a d e p op u la cion a l d o v et or, d a ord em d e sessen t a a 120 Cu lex/qu a rt o/n oit e a n t es d a s in t erv en ções, foi d ra st ica m en t e red u z i-d a , m a n t en i-d o-se, i-d u ra n t e i-d ois a n os, em va lores en t re qu a t ro e 16 Cu lex/qu a rt o/n oit e. N est e con -t ex -t o, as ações p ara en v olver a com u n id ad e escolar local n o con -t role d o v e-t or resu l-t aram n a realiz a çã o d e a t iv id a d es cu rricu la res e ex t ra cla sses, cu lm in a n d o com a p a rt icip a çã o efet iv a d e gru -p os d e a lu n os (“Vigila n t es d e Vet ores”) n a a -p lica çã o d a s m ed id a s d e con t role e n a d iv u lga çã o d e con h ecim en t os básicos sobre a biologia d o Cu lex q u in q u efasciatu s. O en t u siást ico en v olv im en t o d e p rofessores e alu n os m ost rou ser a escola u m esp aço abert o à p art icip ação em p rogram as d es-t a n a es-t u rez a .

Palavras-chave Fila riose;Wu ch ereria b a n cro fti; Con t role d e M osq u it os;Cu lex q u in q u

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Introdução

Co n sid era d a á rea en d êm ica d a fila rio se b a n -croftian a desde 1952 (Azevedo & Dobbin , 1952), Recife fo i a p o n ta d a , n a m esm a d éca d a , co m o u m d o s d o is p rin cip a is fo co s d a en d em ia n o p a ís, a o la d o d e Belém (Ra ch o u et a l., 1956). Dad os recen tes revelam a p erm an ên cia d e n í-veis p reocu p an tes d e p revalên cia d e m icrofila-rem ia n o Recife (Dreyer, 1987; Alb u q u erq u e, 1993; Maciel et al., 1994; Maciel et al., 1996).

A fila rio se b a n cro ftia n a é tra n sm itid a p o r m u riço ca s (term o u sa d o n o n o rd este p a ra m osqu ito, p ern ilon go ou carap an ã, d en om in a-ções com u n s em ou tra s regiões d o Bra sil) d os gên ero s Cu lex, Aed es e An op h eles. O Cu lex qu in qu efasciatu s é o p rin cip al vetor d a Wu ch e-reria b a n croft i p erió d ica em to d o o m u n d o e seu vetor exclu sivo n as Am éricas. A ovip osição e o d esen volvim en to d a s form a s a q u á tica s d o C. q u in q u efa scia t u so co rre m e m co le çõ e s d e á gu a e sta gn a d a , p re fe re n cia lm e n te n a q u e la s co m fo rte ca rga o rgâ n ica , ta is co m o fo ssa s, tan q u es, b arreiros, valetas e can aletas ob stru í-d as, e ou tros h ab itats tip icam en te criaí-d os p ela o cu p a çã o h u m a n a in a d eq u a d a d o esp a ço u r-b an o.

O m ecan ism o d e tran sm issão d a filariose é con sid erad o in eficien te, requ eren d o exp osição in ten sa e p rolon gad a ao vetor. Um a seq ü ên cia d e even tos d e b aixa p rob ab ilid ad e é req u erid a p ara u m a p essoa torn ar-se m icrofilarêm ica: a) so b revivên cia e p en etra çã o a tiva , n a p ele h u -m an a, d e larvas in fectan tes (L3) d a W. ban crof-ti, qu e escap am d a p rob óscid e d o vetor d u ran -te su a alim en tação; b ) d esen volvim en to d e L3 d os d ois sexos a té a form a a d u lta , e seu a loja-m en to n o loja-m esloja-m o vaso lin fático, p erloja-m itin d o o acasalam en to e p rod u ção d e m icrofilárias. Os m éto d o s d e m en su ra çã o d a in ten sid a d e d e tran sm issão são, em d ecorrên cia d isto, estim ativas com b ase an u al, cu jo cálcu lo in clu i o n ú m ero d e p ica d a s/ p esso a / a n o, o ín d ice d e in -fectivid ad e vetorial e a carga p arasitária d o ve-tor. O n ú m ero d e p icad as in fectivas req u erid o p ara p rod u zir u m caso d e m icrofilarem ia, esti-m ad o a p artir d e d ad os d e d iferen tes localid a-d es em vários p aíses, varia a-d e 269 (em Mach u i, Tan zân ia) a 67.568 (em Koro, Fu ji) (Sou th gate, 1992). A m a n u ten çã o d a tra n sm issã o em u m a á rea é, co n seq ü en tem en te, u m in d ica d o r d e p éssim a q u a lid a d e a m b ien ta l, fa vo recen d o a m an u ten ção d e elevad a d en sid ad e p op u lacio-n al d o vetor, som ad a à au sêlacio-n cia d e m ed id as d e p roteção in d ivid u al.

Esta in eficiên cia d e tran sm issão, requ eren -d o lon ga e in ten sa exp osiçã o a p ica -d a s -d o vetor, con trib u i p ara q u e o h ab itan te d e área en

-d êm ica ten h a -d ificu l-d a-d e em p erceb er o risco d e ad qu irir a d oen ça. O h ab itan te d essas áreas con vive, en tretan to, com o forte in côm odo cau -sad o p elas p icad as e son s em itid os p ela m u riço ca . Mesm o n o ca so d a m a lá ria , cu jo m eca -n ism o d e tra-n sm isão é eficie-n te, os h ab ita-n tes de áreas en dêm icas ap on tam o descon forto das p icad as e d os ru íd os com o o p rin cip al p rob le-m a ca u sa d o p ela s le-m u riço ca s (Desfo n ta in e et a l., 1990). Em co n seq ü ên cia , a q u estã o d o ve-tor p arece ser o fave-tor m ais relevan te n a m otiva-çã o p a ra o en ga ja m en to d a co m u n id a d e em u m p rogram a d e con trole d e d oen ças tran sm i-tid as p or cu licíd eos, esp ecialm en te q u an d o se tra ta d e C. q u in q u efa scia t u s e Aed es a egyp t i, cu jo s lo ca is d e cria çã o sã o p ro d u zid o s p e lo p róp rio h om em em seu d om icílio e p erid om icílio. A p articip ação d os resid en tes em n ível in -d ivi-d u al ou com u n itário é fu n -d am en tal p ara a m an u ten ção d e p rogram as d e con trole.

Um p ro jeto p ilo to p a ra o co n tro le d a fila riose em área u rb an a d o Recife foi im p lem en ta d o p elo Cen tro d e Pesq u isa s Aggeu Ma ga -lh ã es (CPq AM)/ Fio cru z, d e 1990 a 1995, co m ap oio d a Organ ização Mu n d ial d e Saú d e. Ap ós d iagn óstico ep idem iológico, clín ico, en tom oló-gico e so cia l d a s á rea s selecio n a d a s, situ a d a s n o s b a irro s d o Co q u e e Mu sta rd in h a , fo ra m im p lem en ta d a s a s segu in tes m ed id a s d e con -tro le d a tra n sm issã o d a fila rio se : tra ta m e n to em m assa d os h ab itan tes d as d u as áreas (cerca de cin co m il p essoas), com doses baixas do fila-ricid a d ietilcarb am azin a (DEC) associad o, em u m a d as áreas, ao con trole in tegrad o d o veto r (Fu rtad o et al., 1994a; Regis et al., 1995).

Do is critério s p rin cip a is d irigira m a esco -lh a d o s m éto d o s em p rega d o s p a ra o co n tro le d a p op u lação d o Cu lex qu in qu efasciatu s: a) se-letivid a d e, o u seja , a u sên cia d e risco p a ra a fau n a n ão-alvo; b ) ad equ ação aos tip os d e cria-d ou ros p recria-d om in an tes n a área. Assim , o u so cria-d e in seticid a s q u ím ico s, p ro d u to s n ã o seletivo s, foi exclu íd o, op tan d o-se p elo em p rego d e m ed ied as físicas/ m ecân icas (veed ação ou isolam en -to d a su p erfície aq u ática d e fossas) in tegrad as ao con trole b iológico com Bacillu s sp h aericu s (Bs), som ad os a ações p ara estim u lar e organ i-zar a p articip ação d e estu d an tes n as ativid ad es d e con trole.

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á-tico, p ossib ilitan d o ab ord agen s em várias d is-cip lin as; c) op ortu n id ad e d e ap roxim ar a Esla d e u m p rob lem a (a fiEslariose) existen te n a co-m u n id a d e; d ) co-m u d a n ça s d e a titu d es (n o ca so, relacion ad as aos cu id ad os p ara evitar a criação d e m u riçocas) d evem ocorrer m ais facilm en te em crian ças e ad olescen tes; e) p ossib ilid ad e d e in corp oração d o tem a ao con teú d o p rogram á-tico d e a lgu m a s d iscip lin a s e su a rep ro d u çã o n os an os su b seqü en tes.

Relatam os n este artigo a p articip ação da co-m u n id ad e escolar n o con trole in tegrad o d o ve-tor d a filariose n a área d o Coqu e, em Recife. As ações d esen volvid as p or en tom ólogos, sociólo-go s e a ssisten tes so cia is d o p ro jeto p ilo to, em co n ju n to co m p ro fesso res e a lu n o s d a esco la m u n icip a l lo ca l, tivera m co m o o b jetivo estim u lar e in stru estim en talizar a coestim u n id ad e esco -lar p ara u m a m u d an ça d e atitu d e em relação às co n d içõ es q u e fa vo recem a p ro lifera çã o d e m u riço ca s, co n h ecen d o, a co m p a n h a n d o e p a rticip a n d o a tiva m en te d a a p lica çã o d e m e -d i-d as físicas e b iológicas -d e con trole -d o Cu lex qu in qu efasciatu s.

Cont role int egrado do vet or

A área d e estu d o d o p rojeto, situ ad a n o Coqu e, b airro p róxim o ao cen tro h istórico d o Recife, é h a b ita d a p o r cerca d e três m il p esso a s. To d o s o s h a b ita n tes en tre cin co e 65 a n o s d e id a d e co n stitu íra m a p o p u la çã o a lvo p a ra o tra ta -m en to e-m -m a ssa co -m a DEC e-m n ove d o ses b aixas, tom ad as ao lon go d e 24 m eses. O con -trole d o vetor foi ap licad o n esta área, aq u i d e-n om ie-n ad a Zoe-n a d e Avaliação (ZA), acrescid a d e u m a fa ixa d e 300 a 400 m d e la rgu ra em to rn o d a ZA, fu n cio n a n d o co m o Zo n a d e Ba rreira (ZB). A Área Op era cion a l d o con trole d o vetor m ed e, n o total, 1,2 km2.

Cerca d e 2.700 cria d o u ro s rea is o u p o ten -cia is d e Cu lex q u in q u efa scia t u sfo ra m d escri-tos, m a p ea d os e tra ta d os. Ca ixa s d e in sp eçã o, p erten cen tes ao sistem a local d e esgotos, con s-titu em o tip o d e cria d o u ro m a is n u m ero so e m u ito p rod u tivo, ou seja, on d e foram registra-d a s a ltíssim a s registra-d en siregistra-d a registra-d es registra-d e la rva s. As fo ssa s rep resen tam o segu n d o tip o d e criad ou ro m ais im p ortan te n a área, segu id o p elos can ais, q u e, qu an d o colon izad os, em b ora com b aixa d en si-d a si-d e si-d e fo rm a s a q u á tica s si-d e Cu lex, sã o á rea s exten sas d e p rod u ção d e m u riçocas. Ou tros ti-p os d e criad ou ros existen tes n a área são vale-tas, b arreiros, p oças e tan qu es.

In icia lm en te, m ed id a s física s d e co n tro le foram ap licad as: os can os d e su sp iro d as fossas situ a d a s n a ZA fo ra m tela d o s, fissu ra s fo ra m

rep arad as e tam p as foram rep ostas em m u itas fossas. Cam ad as flu tu an tes d e b olin h as d e iso-p o r, q u e fu n cio n a m co m o eficien te b a rreira à ovip o siçã o (Reiter, 1978), fo ra m a p lica d a s em algu m as fossas (d ad os n ão p u b licad os). A ap li-cação d estas m ed id as en sejou u m im p ortan te co n ta to d a eq u ip e d e ca m p o co m o s m o ra d o -res d a á rea , tra n sm itin d o in fo rm a çõ es in loco sob re com o p roteger su as fossas. Ou tra con seq ü ên cia fo i a red u çã o d o n ú m ero d e cria d o u -ros a serem tratad os com B. sp h aericu s, ap licad o p eriolicad icam en te n os licad em ais crialicad ou ros, licad u -ran te 26 m eses.

O B. sp h aericu s(Bs) p rod u z u m a toxin a qu e é ativad a, em m eio alcalin o, p ela ação d e p ro-teases p resen tes n o tu b o d igestivo d e larvas d e cu licíd eos, torn an d o-se letal p ara larvas d as es-p écies q u e es-p o ssu em recees-p to res es-p a ra a toxin a a tiva d a . C. q u in q u efa scia t u sé a esp écie m a is sen sível a esta toxin a. O esp ectro d e esp écies-alvo é restrito a cu licíd eos e b astan te lim itad o, sen d o a toxin a in ócu a, p or exem p lo, p ara Cu lex cin ereu se Aed es a egyp t i. Tra ta -se, p ois, d e u m excelen te n ível d e seletivid ad e, o qu e garan te a p reservação d a fau n a associad a, qu e geralm en -te in clu i p red a d o res e co m p etid o res d o C. q u in q u efa scia t u s. Na s co n d içõ es a m b ien ta is d o Recife, com o d e ou tras cid ad es, a seletivid a-d e é u m req u isito fu n a-d a m en ta l n a esco lh a a-d o la rvicid a , con sid era n d o a s gra ves con seq ü ên -cias q u e a con tam in ação p or p rod u tos n ão se-letivos traria às águ as su p erficiais on d e vivem p eixes, cru stáceos e m olu scos com um en te con -su m id os p elo h om em .

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zi-b a r ( Ta n zâ n ia ), Kh u d a (Ín d ia ), a o p a sso q u e, em Co lo m b o (Sri La n ka ), sã o n ecessá rio s seis tratam en tos an u ais (Becker, 1993).

Nas con d ições am b ien tais e m osqu itogên i-cas d o Gran d e Recife, u m a freqü ên cia m aior d e a p lica çõ es é n ecessá ria , in icia lm en te, p a ra atin gir u m a sign ificativa red u ção d a d en sid ad e d o C. qu in qu efasciatu s. Com b ase n os resu lta-d o s o b tilta-d o s n a á rea o p era cio n a l lta-d o Co q u e, b em com o em u m a área d e 5,7 km2em Jard im Bra sil/ Olin d a (Regis et a l., 1994; Regis et a l., 1995), a p lica çõ es m en sa is d e Bs, in icia d a s n a p rim avera e m an tid as p or seis m eses, p rom o-vem im p o rta n te red u çã o p o p u la cio n a l d o C. q u in q u efa scia t u s. Ba ixo s n íveis d e d en sid a d e p o d em ser m a n tid o s em segu id a , co m tra ta -m en to b i-m estral d os criad ou ros.

A in tegração d e m ed id as físicas e b iológicas d e con trole n o Coqu e resu ltou , ap ós su p erad as a s d ificu ld a d es o p era cio n a is in icia is, em im -p ortan te red u ção d o n ú m ero d e criad ou ros co-lon izad os p or C. qu in qu efasciatu s. Além d isto, os locais even tu alm en te recolon izad os d u ran te os d ois an os d e tratam en to ap resen taram b ai-xa d en sid ad e larval, con trastan d o com as altís-sim a s d en sid a d es registra d a s n o p eríod o p ré-tra ta m en to. Co m o co n seq ü ên cia , a s d en sid a-d es m éa-d ia s m en sa is a-d e a a-d u lto s n a ZA ca íra m d e 63 a 124 m u riçocas/ q u arto/ n oite (m / q / n ) (an tes da in terven ção), para valores que se m an -tiveram en tre q u atro e 16 m / q / n d u ran te d o is an os (Regis et al., 1995).

Part icipação da comunidade no cont role de vet ores

Um a am p la p esqu isa, tom an d o a fam ília com o u n id a d e e co b rin d o to d a s a s resid ên cia s d a s d u as áreas em estu d o (Coq u e e Mu stard in h a), foi realizad a p or cien tistas sociais, n o p eríod o d e im p lan tação d o p rojeto p iloto, p ara d efin ir a realid ad e local n os seu s asp ectos social, p olí-tico, econ ôm ico e cu ltu ral, in clu in d o con h eci-m en tos sob re a filariose. En trevistaraeci-m -se 659 fa m ília s n o Co q u e. Desta s, 83% tin h a m ren d a fam iliar até d ois salários m ín im os; 14,56% d os resid en tes são an alfab etos e 7,5% con sid erad os sem i-alfab etizad os (cap azes d e assin ar seu n o-m e). Os d a d o s revela ra o-m q u e o-m a is d a o-m eta d e (54,6%) d os en trevistad os d escon h ecia a exis-tên cia d e casos d e filariose n o seu b airro, b em co m o n ã o sa b ia co m o se a d q u ire a d o en ça (56,9%). Ap en a s m eta d e (49,1%) d o s q u e ti-n h a m co ti-n h ecim eti-n to d a d o eti-n ça a tr ib u ía su a tra n sm issã o à p ica d a d a m u riço ca ; este d a d o d eve, en tretan to, ser in terp retad o com p ru d ên -cia, visto qu e em ou tra ocasião algu n s en

trevis-tad os referiram “p ern a in ch ad a” com o sin ôn i-m o d e filariose.

Ou tro d ad o im p ortan te p ara o p lan ejam en to d a s a çõ es visa n d o a o en vo lvim en to d a co -m u n id ad e foi o d escon h eci-m en to d o ciclo b io-lógico d a m u riçoca, revelad o em reu n iões e em co n ta to s in fo rm a is co m h a b ita n tes d a á rea . Em b ora tod os afirm assem con h ecer os “m arte-lin h os” (n om e vu lgar d ad o às lar vas d e cu licí-d eos), n ão sab iam qu e eles são larvas licí-d e m u ri-çoca.

Os trab alh os foram in iciad os em n ovem b ro d e 1990, n a p rin cip al escola d o Coqu e, a Escola Prof. José d a Costa Porto, d a Fu n d ação Gu ara-ra p es (Red e Mu n icip a l d e En sin o), n a oca siã o com 1.402 alu n os d a p ré-alfab etização à oitava série, e 115 a lu n o s n o Pro gra m a d e Ed u ca çã o Básica p ara Ad u ltos.

Ten d o b oa recep tivid ad e p or p arte d a d ire-ção d a escola, u m a série d e ações sistem áticas foi d esen cad ead a a p artir d aq u ele m ês, com a p articip ação d e p rofission ais d as áreas d e Ep i-dem iologia, En tom ologia, Clín ica e Ciên cias So-ciais, d a eq u ip e coord en ad ora d o p rojeto p ilo-to, n a seqü ên cia:

1) Reu n iõ es co m o s p ro fesso res, n o s q u a tro tu rn os d e fu n cion am en to d a escola, com o ob -jetivo d e ap resen tar e ob ter a ad esão d o corp o d ocen te a o p rojeto. Um texto con ten d o in for-m ações b ásicas sob re a filariose foi d istrib u íd o e d iscu tid o com os d ez a 14 p rofessores p resen -tes em cad a reu n ião.

2) Plan ejam en to con ju n to d e ativid ad es d id ática s, p o r gru p o s d e tra b a lh o s m isto s d e p ro -fessores e m em b ros d a equ ip e d o p rojeto. 3) Reu n iõ es co letiva s co m o s a lu n o s d e ca d a tu rn o, com ap resen tação d o víd eo “A Filariose n o Recife”, p rod u zid o p ara este fim , e p alestras segu id as d e d eb ates.

“A Fila rio se n o Recife”, 1991, 8 m in . Resi-d en tes Resi-d o Co q u e resp o n Resi-d em à s q u estõ es: “O q u e é a fila rio se?” “Co m o se p ega a fila rio se?” Im a gen s d e la r va s e a d u lto s d e m u riço ca s em seu s h ab itats n atu rais e d e p essoas com elefan -tíase. In form ações sob re m étod os d e con trole. Prod u ção e realização: Deptod e En tom ologia, CPqAM/ Fiocru z e Etap as Víd eo.

4) In q u érito d a p revalên cia d e m icrofilarem ia en tre o s freq ü en ta d o res n o tu rn o s d a esco la , p or solicitação d a Diretora, com o form a d e in -corp orar aqu ela às ativid ad es d o p rojeto. En tre o s 177 a lu n o s e fu n cio n á r io s exa m in a d o s p o r go ta esp essa d e sa n gu e co leta d a en tre 21h e 23h , 23 (12,99%) eram m icrofilarêm icos, ín d ice su p erior ao d os h ab itan tes d o b airro (10,1%).

(5)

tarefas e elab oração d o cron ogram a d e ativid a-d es. Du ra n te q u a tro m eses, o s 42 vigila n tes, a gru p a d o s em seis eq u ip es, p a rticip a ra m a tivam en te d a rotin a d e trab alh os, d esen volven -d o ativi-d a-d es com o: 1) m ap eam en to, -d escrição e in sp eção d e criad ou ros; 2) coleta d e am ostras p a ra estim a tiva d a d en sid a d e d e la r va s d e Cu lex; 3) a p lica çã o d e la rvicid a à b a se d e B. sp h a ericu s; 4) in sta la çã o d e a rm a d ilh a s in tra -d om iciliares p ara cap tu ra -d e Cu lexad u ltos; 5) m o n ito ra m en to d e fo ssa s tra ta d a s co m b o li-n h as d e isop or.

Du ra n te a s a tivid a d es, o s vigila n tes m a n i-festa ra m in teresse em execu ta r ta refa s co m m aior au ton om ia. Algu m as d as ativid ad es d e sen volvidas sem o acom p an h am en to dos agen -tes d e saú d e foram : 1) visitas d om iciliares p ara exp lica r a rela çã o m a rtelin h o m u riço ca (co -n h ecim e-n to a d q u irid o em a u la p rá tica ) e d is-trib u ir p an fleto sob re o con trole b iológico com B. sp h aericu s; 2) m on itoram en to d a d en sid ad e d e m u riçocas n a escola, u san d o arm ad ilh a lu m in osa; 3) levan tam en to d e op in ião d a com u n id ad e a resp eito d o im p acto d as ações d e con -trole; 4) com u n icação d e resu ltad os aos m ora-d ores qu e seora-d iaram estações ora-d e cap tu ras.

Na avaliação fin al, 80% d os vigilan tes con -sid era ra m a a tu a çã o d o gru p o co m o b o a o u m u ito b o a . Oiten ta e d o is p o r cen to a ch a ra m q u e ap ren d eram m u ito e os d em ais afirm aram ter ap ren d id o algu m a coisa sob re m u riçocas. A gra n d e m a io ria a p o n to u a a p lica çã o d e B. sp h aericu se a visita aos lab oratórios d o Cen tro d e Pesq u isa s Aggeu Ma ga lh ã es co m o a s a tivi-d a tivi-d es m a is im p o rta n tes tivi-d esen vo lvitivi-d a s p elo gru p o; con sid eraram q u e a en trega d e cartas e p an fletos foi a tarefa m ais can sativa, en qu an to a con tagem d e m u riçocas foi a m ais d ifícil.

En tre as razões q u e os levaram a p articip ar d o Gru p o d e Vigilan tes, foram citad as, em resp o sta a u m a q u estã o a b erta : d esejo d e a resp ren -d er (58%), p ersp ectiva -d e u m a a tivi-d a -d e in te-ressa n te (31%), a ju d a r a eq u ip e d o p ro jeto (5%), co m b a ter a fila rio se (5%). Pergu n ta d o s sob re a freq ü ên cia com q u e exam in avam p os-síveis criad ou ros d e Cu lexem su as resid ên cias, a p en a s 7% d issera m q u e o fa zia m freq ü en tem en te an tes de se torn aretem vigilan tes, en qu an -to 78% p a ssa ra m a fa zê-lo a p ó s en tra rem n o gru p o.

As su gestõ es feita s p elo s vigila n tes refo r-ça m a reivin d ica çã o d e m a io r in d ep en d ên cia d e ação. As p rin cip ais su gestões, em ord em d e-crescen te d e freqü ên cia, foram : 1) p erm itir qu e os vigilan tes ap liq u em (sozin h os) o B. sp h aeri-cu s; 2) p erm itir q u e os vigilan tes façam an ota-ções n os b oletin s d e cam p o; 3) au m en tar o n ú-m ero d e vigila n tes; 4) p a rticip a r d ia ria ú-m en te p elos alu n os, p or in iciativa d a d ireção e d e p

ro-fessores d a escola:

1) Rea liza çã o d e ACIs (Açõ es Co letiva s In te -gra d a s), com a ssessoria d a eq u ip e d o p rojeto, en vo lven d o p ro fesso res, a lu n o s e p a is d e a lu -n o s, co m a p rese-n ta çã o d e tea tro d e b o -n eco s, elab oração d e textos, p oem as, d esen h os e car-tazes sob re a filariose.

2) Trab alh os em classe:

• p ro d u çã o d e te xto so b re “Fila rio se e Me io Am b ien te”, p or alu n os d a q u in ta série, n a d is-cip lin a Ed u cação Am b ien tal;

• jogo d e ob stácu los (ações p ara evitar a p ro-liferação d o Cu lex) e leitu ra d e h istória em qu a-d rin h o s so b re a fo rm a a-d e tra n sm issã o a-d a fila-riose, n as au las de Artes (m aterial forn ecido p e-la equ ip e d e En tom ologia d o p rojeto);

• a u la p rá tica “Ma rtelin h o é m u riço ca ?”, n a q u a l o s a lu n o s a co m p a n h a ra m , em a u la d e Ciên cias, o ciclo d e vid a d o Cu lex qu in qu efas-ciatu s, com elab oração d e relatório.

3) Ativid ad e extraclasse: u so d e cartazes e fai-xa s a lu sivo s a o a ssu n to, em d esfile d a esco la p elo b a irro, n a co m em o ra çã o d e 7 d e Setem -b ro.

Vigilant es de vet ores

As a tivid a d es d esen vo lvid a s n a esco la cu lm i-n aram com a form ação d e d ois gru p os d e “Vigila n tes d e Veto res”, q u e p a rticip a ra m en tu -sia stica m en te d a s a tivid a d es d e co n tro le d o Cu lex, n o s p erío d o s d e a go sto a d ezem b ro d e 1991 (Gru p o I), e d e fevereiro a setem b ro d e 1993 (Gru p o II). Esta ativid ad e foi coord en ad a con ju n tam en te p or en tom ólogos d o CPq AM e p ro fe sso re s d e Ciê n cia s e d e Arte s d a Esco la Costa Porto.

Gru p o I: Qu aren ta e d ois alu n os, com id ad e d e 11 a 16 an os, qu ase tod os d a sexta série, in screveram se volu n tariam en te n o p rim eiro gru p o d e vigilan tes d e vetores. Os p ais d os vigilan -tes assin aram su a an u ên cia, visto q u e as ativi-d a ativi-d es era m ativi-d esen vo lviativi-d a s fo ra ativi-d o h o rá rio ativi-d e au las. Para form alizar o com p rom isso d os vigi-la n tes, fo i rea liza d o u m a to d e p o sse, co m a p resen ça d o s p a is, d o s d ireto res d o CPq AM e d a escola e d e cerca d e 150 alu n os. Os vigilan -tes d e vetores receb eram , n a ocasião, cam iseta, b o n é e b ro ch e co m a lo go m a rca d o p ro jeto, m aterial con sid erad o im p ortan te p ara a id en ti-ficação d o gru p o n os trab alh os d e cam p o, faci-litan d o seu acesso às resid ên cias.

(6)

d os trab alh os; 5) m aior p on tu alid ad e (referên -cia a even tu a is a tra so s d a n o ssa eq u ip e d e cam p o).

Gru p o II: O segu n d o gru p o d e vigilan tes d e vetores foi form ad o p or vin te alu n os d a sexta, sétim a e oitava séries, com id ad e en tre 12 e 17 an os. As ativid ad es d esen volvid as p or este gru -p o foram -p rin ci-p alm en te voltad as -p ara a b u sca d e cria d o u ro s p o sitivo s, visto q u e, d u ra n te o p erío d o d e su a a tu a çã o, a d en sid a d e p o p u la -cion al d e Cu lextin h a sid o d rasticam en te red u zid a n a ZA, m an ten d ose em n íveis b aixos d u -ra n te to d o o a n o d e 1993. Ca d a d u p la se res-p o n sa b ilizo u res-p ela vigilâ n cia em q u a tro ru a s, fa zen d o visita s ca sa a ca sa , p er io d ica m en te, com o au xílio d e m ap as e d a lista d e criad ou ros já cad astrad os n o p rojeto. O ob jetivo era in sp e-cion ar cad a criad ou ro, registrar n os b oletin s d e ca m p o a even tu a l ocorrên cia d e la rva s d e Cu -lex, b em com o d etectar e d escrever criad ou ros n ã o ca d a stra d o s. Um líd er, eleito p elo gru p o, reu n ia os b oletin s d e ocorrên cia e os en tregava à Equ ip e d e Cam p o/ En tom ologia.

O Gru p o II en trevisto u resid en tes d a á rea p a ra a va lia çã o, p ela co m u n id a d e, d o im p a cto d as m ed id as d e con trole sob re a d en sid ad e p o-p u lacion al d e m u riçocas, e o-p articio-p ou d o víd eo p rod u zid o p ara ap resen tar resu ltad os d o p ro-jeto.

“Con trole d a Fila riose em Recife”, 1993, 11 m in . Ap resen ta resu lta d o s d o Pro jeto Pilo to (Fu rtad o et al., 1994b ). Prod u ção e realização: Deptod e En tom ologia, CPq AM/ Fiocru z e Eta-p as Vídeos. Vídeo in corEta-p orado ao acervo do Ca-n al Saú d e (Fiocru z/ Em b ratel).

O piniões e conheciment os sobre o vet or.

Em três d iferen tes ocasiões, h ab itan tes d a ZA/ Co q u e fo ra m en trevista d o s a resp eito d e p o s-síveis m u d a n ça s n a q u a n tid a d e d e m u riçoca s em su a s resid ên cia s. Em to d a s a s o ca siõ es fo i en trevista d a u m a p esso a p o r ca sa . No s d o is p rim eiros levan tam en tos, realizad os resp ecti-vam en te oito m eses e d ois an os ap ós in ício d a im p lem en ta çã o d a s a tivid a d es d e co n tro le, a m a io ria d o s en trevista d o s a ch o u q u e h o u ve au m en to d o n ú m ero d e m u riçocas em su as resid ên cias (Tab ela 1). Em ou tu b ro 1993, a gran -d e m aioria (77,5%) afirm ou ter h avi-d o re-d u ção n a d en sid a d e d e Cu lex. É im p orta n te a ssocia r estas op in iões aos d ad os sob re a d en sid ad e p o-p u lacion al d o C. qu in qu efasciat u s, estim ad a a p a rtir d e ca p tu ra s em a rm a d ilh a s lu m in o sa s, in stalad as em n ove estações d istrib u íd as n a ZA (Figu ra 1). As op in iões refletem as flu tu ações ocorrid as em relação ao p assad o m ais recen te. Por exem plo, n o prim eiro levan tam en to, a m aio-Tab e la 2

Co nhe c ime nto s so b re Cule x e fo rmas d e p ro te ç ão

usad as p o r re sid e nte s na áre a d e e stud o , situad a

no Co q ue , Re c ife .

Q uest ão % de respondent es

A p ic ad a d a muriç o c a c ausa:

filario se o u “ p e rna inc had a” 78,7

c o c e ira, sarna, ale rg ia 8,8

fe b re 2,3

várias d o e nç as 2,3

o utras re sp o stas 2,6

não sab e 5,3

Já viu “ marte linho s” :

sim 95,1

não 4,9

“ Marte linho vira muriç o c a” :

sim 65,4

não 34,6

As muriç o c as se c riam e m: *

ág ua suja 80,8

lixo 40,4

ág ua limp a 7,4

não sab e 3,7

Usa c o mo p ro te ç ão : *

mo sq uite iro 53,7

ve ntilad o r 55,8

q ue ima d e mate riais d ive rso s 17,4

d e stró i fo c o s d e larvas 17,0

inse tic id a q uímic o 10,1

* re sp o stas múltip las. Tab e la 1

O p inião d a c o munid ad e so b re as variaç õ e s d a

d e nsid ad e p o p ulac io nal d o Cule x q uinq ue fasc iatus,

d urante as inte rve nç õ e s d e c o ntro le .

Percent ual de ent revist ados que acharam que o número de muriçocas:

1 2 3

Aume nto u 43,0 51,6 9,9

Diminuiu 27,3 22,3 77,5

Não mud o u 27,3 26,1 5,4

Não sab e 2,4 0 7,2

(7)

ria m en cio n o u u m a u m en to n a d en sid a d e d e Cu lex, o q u e d e fato ocorreu , ap ós u m p eríod o d e red u ção p rogressiva d a d en sid ad e d e veto-res, cain d o n os seis p rim eiros m eses d e in ter-ven ção, d e 62,8 p ara 9,2 m / q/ n . A d en sid ad e d e Cu lexo b serva d a n o m ês d a s en trevista s (33,8 m / q/ n ) era, en tretan to, bem in ferior àqu ela ve-rificad a an tes d a im p lem en tação d as m ed id as d e con trole, cu jas m éd ias m en sais variaram d e 71,3 a 124,5 m / q/ n (Regis et al., 1995).

Nos m om en tos 1 e 2 (Tab ela 1), as op in iões são m ais d ivid id as en tre as categorias “au m en -tou”, “d im in u iu” e “n ão m u d ou”. Isto reflete as a cen tu a d a s d iferen ça s verifica d a s n o n ú m ero d e Cu lexcap tu rad os n as n ove estações, n aqu e-les m om en tos. Esta s d iferen ça s sã o p eq u en a s q u a n d o a m éd ia é b a ixa , co m o o co rreu p o r o ca siã o d a terceira p esq u isa d e o p in iã o (a p e-n a s 6,4 m / q / e-n ). Um a a e-n á lise d a d isp ersã o e d istrib u ição esp acial d o vetor n a ZA será p u b li-cad a p osteriorm en te.

A gran d e m aioria (85,2%) d os en trevistad os n o m om en to 3 (ou tu b ro d e 1993) ach ou qu e as in terven ções d e con trole d era m b on s resu lta dos e 67% resp on deram afirm ativam en te qu an -d o p ergu n ta -d o s se tra ta ria m m en sa lm en te o s criad ou ros, caso lh es fosse forn ecid o o larvici-d a b iológico.

Ou tras qu estões relacion ad as ao vetor, b em com o às form as d e p roteção in d ivid u al, foram a d icio n a d a s a o q u estio n á rio a p lica d o em ju -n h o d e 1993, d ois a-n os e m eio ap ós o i-n ício d o p rojeto p iloto. As resp ostas in d icam qu e qu ase 80% d os en trevistad os associavam a p icad a d a m u riço ca à fila rio se, q u a se to d o s (95,1%) co

-n h eciam os m arteli-n h os e 65% afirm aram q u e eles sã o a s la r va s d a s m u riço ca s ( Ta b ela 2). A gra n d e m a io ria in d ico u “á gu a su ja”, e m u ito s m en cion aram “águ a su ja” e “lixo” com o locais d e p rod u çã o d o vetor. Mosq u iteiros e ven tila -d ores são os m eios m ais freq ü en tem en te u sa-d o s p a ra se p ro teger sa-d a s p ica sa-d a s. Dezessete p o r cen to d o s resp o n d en tes in fo rm a ra m d e -sen volver ações p ara d estru ir os focos d e cria-çã o d a s m u riço ca s. Ta lvez d evid o a o eleva d o cu sto d os in seticid as d e u so d om éstico, ap en as 10% em p rega m estes p ro d u to s, en q u a n to u m n ú m ero m a io r d e en trevista d o s q u eim a d ife -ren tes m ateriais (“sen tin ela”, casca d e laran ja, p ó d e serra , etc) p a ra p ro d u zir fu m a ça co m o ten tativa d e afu gen tar o Cu lex.

Discussão

Ap esar d o elevad o ín d ice in icial d e p revalên cia d e m icro fila rem ia (10,1%) n a á rea d o p ro jeto, ficou claro, d esd e os p rim eiros con tatos, q u e a co m u n id a d e n ã o vê a fila rio se co m o u m p ro -b lem a . Além d o s in ú m ero s p ro -b lem a s m a is graves q u e u m a p op u lação d e b aixa ren d a en -fren ta, h á o fato d e qu e ap en as as form as clín i-cas m u ito d eform an tes, com o a elefan tíase e a h id ro cele – a m b a s d e b a ixa in cid ên cia (Alb u -q u er-q u e et al., 1995) –, são m an ifestações visí-veis d a fila rio se. De fa to, a p en a s m eta d e d o s m o ra d o res en trevista d o s n o in ício d a im p le -m en ta çã o d o p ro jeto tin h a co n h eci-m en to d a existên cia d e casos d e filariose em seu b airro e a gran de m aioria descon h ecia a form a de tran

s-m

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e

O pinião do s e ntre vistado s

0 20 40 60 80 100 120 140

0 20 40 60 80 100

aume nto u

diminuiu

mar fe v jan de z no v o ut se t ag o jul jun mai ab r mar fe v jan de z no v o ut se t ag o jul jun mai ab r mar fe v jan de z no v o ut se t ag o jul jun mai ab r

%

d

e

r

e

sp

o

st

a

s

1991 1992 1993

Fig ura 1

Re laç ão e ntre a o p inião d o s e ntre vistad o s so b re as variaç õ e s q uantitativas d o ve to r e m suas re sid ê nc ias e a d e nsid ad e

(8)

m issã o. Po r o u tro la d o, o co n tro le d o Cu lexé visto com o u m a n ecessid ad e cap az d e m ob iliza r a p o p u la çã o, m a is p elo in cô m o d o p erm a -n e-n te qu e cau sa d o qu e p elo fato d e tra-n sm itir a fila rio se. Esta visã o co m rela çã o a d o en ça s tran sm itid as p or cu licíd eos n ão p arece ser d i-feren te d a d e ou tros p ovos. Em estu d o realiza-d o n a África Cen tral com relação à tran sm issão d a m alária, Desfon tain e e colab orad ores (1990) verificaram q u e, n a op in ião d os h ab itan tes, os p ro b le m a s ca u sa d o s p e lo s m o sq u ito s a gru -p a m -se em d u a s ca tego ria s: in cô m o d o (-p ica-d a s e ru íica-d o s) (76%) e tra n sm issã o ica-d a ica-d o en ça (21%).

A in terru p ção d o ciclo d e tran sm issão d a fi-lariose b an croftian a em áreas en d êm icas cu jo veto r é o C. q u in q u efa scia t u sé teo rica m en te con sid erad a p ou co p rovável qu an d o a qu im io-terap ia n ão é acom p an h ad a d e con trole d o ve-tor, p or cau sa d a relação vetor-p arasita, d o tip o “lim itação”, n esta esp écie. Este tip o d e relação é d efin id o com o aqu ele em qu e a p rop orção d e m icro filá ria s (m f ) q u e se d esen vo lvem a té a fo rm a in fecta n te (L3) a u m en ta à m ed id a q u e d im in u i o n ú m ero d e m f in gerid a s p elo veto r. O C. q u in q u efa scia t u s tem a ca p a cid a d e d e m a n ter a tra n sm issã o em á rea s o n d e a d en si-d a si-d e m icro fila rêm ica n a p o p u la çã o h u m a n a foi sign ificativam en te red u zid a p or q u im iote-ra p ia , p o is é ca p a z d e p er m itir o d esen vo lvi-m en to d e la r va s in fectiva s a p ó s se a lilvi-m en ta r em p ortad ores com b aixa d en sid ad e m icrofila-rêm ica. Um exem p lo é o caso d e Sam oa (WHO, 1992), o n d e a ta xa d e p reva lên cia d e m f d e W. ban crofti foi red u zid a d e 19,1% p ara 0,19% com ad m in istração em m assa d a DEC, en tre 1965 e 1972. No an o segu in te, foi registrad a u m a p ersistên cia d e b a ixa d en sid a d e d e m icro fila re m ia, atrib u íd a ao fen ôm en o “lim itação”, n a au -sên cia d e co n tro le d o s veto res Aed es p olyn e-sien sis e A. sam oan u s. Diferen tem en te, n a Ch i-n a, u m eficiei-n te tratam ei-n to com a DEC resu l-tou n a in terru p ção d o ciclo d e tran sm issão d a Bru gia m a la yi, tra n sm itid a p o r An op h eles si-n esi-n sis, cu ja relação vetor-p arasita é d o tip o “fa-cilita çã o” – d efin id o co m o a q u ele em q u e a p rop orção d e m f in gerid as qu e se d esen volvem até L3 au m en ta à m ed id a qu e au m en ta a in ges-tão d e m f (WHO, 1992).

A im p ortân cia d o con trole d o vetor qu an d o a relação vetor-p arasita é d o tip o “lim itação” e o p o d er m o tiva d o r d eco rren te d o in cô m o d o ca u sa d o p elo in seto sã o fo r tes a rgu m en to s a favor d a associação d e m ed id as d e con trole d o C. qu in qu efasciat u sao tratam en to d a p op u la -çã o h u m a n a co m fila ricid a , em p ro gra m a s d e con trole d a filariose b an croftian a. Esta im p or-tâ n cia a p a rece cla ra m en te q u a n d o se com p

a-ram os resu ltad os d o p rojeto p iloto ob tid os n o Co q u e e n a Mu sta rd in h a . Na s d u a s á rea s, a ad esão ao tratam en to em m assa com a DEC foi m u ito b o a , m a s ela fo i m a io r n o Co q u e, o n d e foram ap licad as m ed id as d e con trole d o vetor. A red u ção d o ín d ice d e m icrofilarêm icos, verifica d a em d o is a n o s, fo i m a is d rá stica n o Co -q u e d o -q u e n a Mu sta rd in h a (Fu rta d o et a l., 1994a).

O C. qu in qu efasciatu sé u m a esp écie m u ito b em estab elecid a em am b ien tes u rb an os, on d e a a tivid a d e h u m a n a resu lta n a fo rm a çã o d e m ú ltip las coleções aq u áticas ricas em m atéria orgân ica, d etergen tes e ou tros p olu en tes. Estas con d ições – em esp ecia l a eleva d a con cen tra -ção d e d etergen tes em certos h ab itats – são li-m ita n tes p a ra o u tra s esp écies d e cu licíd eo s e o u tro s in verteb ra d o s, in clu in d o p red a d o res, p a ra sita s e co m p etid o res, resu lta n d o em p reju ízo d a regu lação n atu ral d a d en sid ad e p op u -lacion al d o C. qu in qu efasciatu s. Este fato, asso-cia d o a fa to res clim á tico s q u e fa vo recem u m cu rto ciclo b iológico (d u as gerações m en sais) e à gran d e d isp on ib ilid ad e d e h ab itats id eais, re-su lta em elevad íssim as d en sid ad es p op u lacio-n a is d o veto r em certa s á rea s d o Recife, co m o em o u tra s cid a d es b ra sileira s. Nesta s co n d i-çõ es, a p o p u la çã o d e Cu lex se reco m p õ e em cu rto tem p o, a p ó s m ed id a s esp o rá d ica s d e co n tro le. A red u çã o d a p o p u la çã o d e C. q u in -q u efa scia t u s n a á rea d o Co q u e, m a n tid a em b aixas d en sid ad es p or d ois an os, com a ap lica-çã o d e m ed id a s in tegra d a s d e co n tro le, só fo i p ossível graças ao isolam en to d a área p or u m a zon a d e b arreira, à cob ertu ra d o m aior n ú m ero p ossível d e criad ou ros, à regu larid ad e d o trata-m en to d os criad ou ros, ao u so d e u trata-m agen te d e con trole qu e resp eita a fau n a associad a e à im p ortan te colab oração d a com u n id ad e resid en -te n a área.

O eleva d íssim o n ú m ero d e cria d o u ro s d e Cu lex, d e d iferen tes tip o s e d e a cesso m u ita s vezes d ifícil p ara tratam en to e in sp eção, d efin e u m qu ad ro on d e a in tegração d e d iferen tes téc-n ica s d e co téc-n tro le é o m a is reco m etéc-n d a d o, e a p a rticip a çã o a tiva d a co m u n id a d e é fu n d a -m en tal. O u so d e -m étod os d e con trole se-m ris-co p ara a saú d e h u m an a e o am b ien te é im p or-tan te req u isito p ara o estab elecim en to d e d iá-logo fran co com a com u n id ad e e con d ição es-sen cial p ara su a p articip ação d ireta n a ap lica-ção d as m ed id as d e con trole.

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-tá veis a o s p a íses tro p ica is eco n o m ica m en te frágeis” (WHO, 1995). Este esforço resu ltou n a con stru ção d e u m a excelen te b ase d e con h eci-m en to s so b re a s b a ctéria s en to eci-m o p a tó gen a s Btie B. sp h aericu s, segu id a d o d esen volvim en -to d e la r vicid a s à b a se d estes p a tó gen o s e d e testes em la rga esca la q u e co m p rova ra m su a via b ilid a d e o p era cio n a l ( WH O, 1995). Estes p rod u tos rep resen tam u m im p ortan te salto d e qu alid ad e n o con trole d e d íp teros vetores, torn a torn d o p o ssível o esta b elecim etorn to d e p ro gra -m as e-m esp aços u rb an os, on d e p rod u tos d e to-xicid ad e n ão seletiva, com o os organ oclorad os, organ ofosforados, carbam atos, p iretróides, n ão p o d em ser u sa d o s n o s cria d o u ro s d e Cu lex, p o is co n ta m in a ria m to d a s a s á gu a s su p erfi-cia is, co m risco s d e co n ta m in a çã o d a s á gu a s su b terrâ n ea s. Os la r vicid a s b a cteria n o s n ã o d evem ser vistos com o u m a p an acéia, m as co-m o ico-m p ortan te arco-m a, associad a a ou tras co-m ed i-d a s a i-d eq u a i-d a s a os tip os i-d e cria i-d ou ros loca is, em p ro gra m a s d e co n tro le in tegra d o d e veto -res. A altern ân cia d e p rod u tos à b ase d e Bse d e Btitem sid o recom en d ad a p ara evitar a seleção d e p o p u la çõ es resisten tes (Silva -Filh a et a l., 1995; Silva-Filh a & Regis, n o p relo).

Em b ora feito d e m an eira in form al, o levan -ta m en to d a o p in iã o d o s m o ra d o res d a á rea o p era cio n a l, n o terceiro a n o d e d esen vo lvi-m en to d o p rojeto, su gere u lvi-m b olvi-m n ível d e assim ila çã o, p ela com u n id a d e, d e con h ecim en -to s sim p les so b re o ciclo b io ló gico e o s lo ca is d e criação d o vetor, b em com o a resp eito d a relação m u riçocafilariose. As ações d os vigilan -tes d e veto res tivera m u m p a p el sign ifica tivo n a tran sferên cia d essas in form ações. Vale res-saltar qu e o trab alh o d e m ob ilização, sen sib ili-zação e ações ed u cativas d esen volvid as n a co-m u n id a d e p ela eq u ip e so cia l, a ssico-m co co-m o a p resen ça d e tod a a eq u ip e en volvid a n o trab a-lh o n o s d ia s d e d istr ib u içã o d a DEC, u sa n d o cam isas, faixas e cartazes com a logom arca d o Projeto, foi fu n d am en tal n a d ivu lgação d e co -n h ecim e-n tos sob re a filariose.

Tem h avid o, n os an os recen tes, u m in teres-se crescen te em en vo lver resid en tes, in d ivi-d u alm en te e em com u n iivi-d aivi-d e, n as ativiivi-d aivi-d e ivi-d e con trole d e vetores. Para isto, m aiores in form a-ções têm sid o b u scad as acerca d e seu s con h e-cim en tos, atitu d es e p ráticas em relação ao ve-tor e à d oen ça tran sm itid a, em d iferen tes cu l-tu ras (Gillett, 1985; Ekeh & Ad en iyi, 1986; Des-fo n ta in e et a l., 1990; Pa n iker & Dh a n d a , 1992; Ru eb u sh II et al., 1992; Win ch et al., 1992; Klein et al., 1995). Tais estu d os p erm item id en tificar as in form ações m ais relevan tes a serem tran s-m itid a s à p o p u la çã o. Us-m a co n trib u içã o d o p resen te tra b a lh o n este sen tid o é a co n sta tação d e q u e a m aioria d os h ab itan tes n ão esta -b elece a relação larva-ad u lto d o Cu lex. A veicu -la çã o d esta in fo rm a çã o sim p les resu lta n a id en tificação, p or d ed u ção, d os locais d e cria-çã o d o veto r, p ela p o p u la cria-çã o, q u e co n h ece e sab e on d e vivem os “m artelin h os”. Verificou -se, p o r o u tro la d o, q u e, a p esa r d a eleva d a d en si-d asi-d e p op u lacion al si-d e Cu lexn o Coq u e, m u itas fam ílias n ão p ossu em m osqu iteiros. O u so d es-ta im p ores-tan te b arreira ao con es-tato h om em -ve-tor d eve ser estim u lad o, -ve-torn an d o-o d isp on ível a p reços d e cu sto p ara a p op u lação exp osta ao risco d e tran sm issão.

No p rojeto d esen volvid o n o Coq u e/ Recife, a escola m ostrou ser u m excelen te esp aço p ara a d ivu lga çã o d e con h ecim en tos b á sicos sob re o vetor e a relação vetor-d oen ça, p ré-req u isito p ara o en gajam en to d a com u n id ad e n o con tro-le d o vetor. O trab alh o d esen volvid o p elos vigi-lan tes d e vetores trou xe u m a con trib u ição efe-tiva à ap licação d as m ed id as d e con trole d o vetor e à tran sm issão d e con h ecim en tos aos h a -b itan tes d a área, e p erm itiu -lh es p articip ar, co-m o cid a d ã o s, n a b u sca d e so lu çõ es p a ra u co-m p ro b lem a d a co m u n id a d e. Em b o ra rea liza d o em p eq u en a esca la , este tra b a lh o in d ica , com b ase n a en tu siástica p articip ação d os estu d an -tes e d e algu n s p rofessores, q u e a Escola é u m esp a ço a b erto a o en ga ja m en to em p rogra m a s d esta n atu reza.

Agradeciment os

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