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Proposta de modelo de programa de gestão ambiental : estudo de caso em uma usina sucroalcooleira

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em Planejamento e Gestão Ambiental

PROPOSTA DE MODELO DE PROGRAMA DE GESTÃO

AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO EM UMA USINA

SUCROALCOOLEIRA

Brasília - DF

2011

Autor: Cesar Alves de Almeida

(2)

CESAR ALVES DE ALMEIDA

PROPOSTA DE MODELO DE PROGRAMA DE GESTÃO

AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO EM UMA USINA

SUCROALCOOLEIRA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental.

Orientador: Prof. Perseu Fernando dos Santos Ph.D.

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Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

A447p Almeida, Cesar Alves de

Proposta de modelo de programa de gestão ambiental: estudo de caso em uma usina sucroalcooleira. / Cesar Alves de Almeida – 2011.

177f. : il.; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2011.

Orientação: Perseu Fernando dos Santos

1. Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável. 2. Certificação socioambiental. 3. Planejamento ambiental. 4. Usinas de açúcar. I. Santos, Perseu Fernando dos, orient. II. Título.

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Dissertação de autoria de Cesar Alves de Almeida, intitulada “PROPOSTA DE MODELO DE PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO EM UMA USINA SUCROALCOOLEIRA”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, em 30 de agosto de 2011, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

_________________________________________ Prof. Perseu Fernando dos Santos Ph.D.

Orientador PGA-UCB

_________________________________________ Prof. Dr. Douglas José da Silva

PGA-UCB

_________________________________________ Profª. Drª. Renata Marson Teixeira de Andrade

PGA-UCB

_________________________________________ Prof. Dr. Edilson de Sousa Bias

Convidado Externo

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A Deus Pai Celestial, e a seus Anjos que deram luz, saúde e vontade de alcançar e concretizar este objetivo.

Ao Prof. Perseu Fernando dos Santos Ph.D. pela orientação e incentivo, direção e inspiração no desenvolvimento da pesquisa e deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Edilson de Sousa Bias, pela orientação inovadora e por incentivar e valorizar o potencial criativo de todas as pessoas que o rodeiam.

Ao Prof. Dr. Douglas José da Silva, por disponibilizar seu tempo às minhas dúvidas, tornando possível a construção e finalização deste trabalho.

A Profª. Drª. Renata Marson Teixeira de Andrade, por disponibilizar ideias e informações tecnológicas de boas práticas na construção e finalização deste trabalho.

Ao Prof. Genebaldo Freire Dias Ph.D. e ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília – UCB, pela especial oportunidade compartilhada de realização do Mestrado.

Aos Meus irmãos Luiz Alves de Almeida e Roberto Alves de Almeida e suas esposas e a família.

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ALMEIDA, Cesar Alves de. Proposta de Modelo de Programa de Gestão Ambiental: Estudo de caso em uma usina sucroalcooleira. 2011, 177f. Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2011.

Esta dissertação tem como objetivo principal uma proposta de modelo simplificado ecoeficiente de medidas para implantação de Programa de Gestão Ambiental, estruturado na forma de um código de conduta de boas práticas de governança corporativa para sustentabilidade de pequenas usinas sucroalcooleiras, para que possa reduzir os prazos de implantação da certificação ambiental, baseado em modelo de melhoria contínua e ações para sustentabilidade. Assim sendo, o Programa de Gestão Ambiental é de grande relevância nas usinas sucroalcooleiras, por representar uma significativa racionalização nos processos produtivos, agregando valor com mais qualidade do produto e economicidade de recursos naturais, objetivando interesses comuns, além de dar ênfase na redução de custos ambientais e extinção dos riscos, minimizando a geração de possíveis contenciosos e de passivos ambientais. Tendo como objetivos a apresentação dos fundamentos da ecoeficiência como ferramenta de Gestão Ambiental, descrever o uso de boas práticas em ecoeficiência do Programa de Gestão Ambiental para sustentabilidade das pequenas usinas sucroalcooleiras, demonstrar os passos da implantação do modelo simplificado ecoeficiente para um Programa de Gestão Ambiental para pequenas usinas sucroalcooleiras. A metodologia aplicada na construção deste modelo foi por meio de uma pesquisa exploratória participativa, que ocorreu ao longo de 5 (cinco) anos, para o esclarecimento da real situação sobre o programa de gestão ambiental, o pesquisador se tornou elemento ativo desta pesquisa, como agente participativo, para a sustentação um estudo de caso apoiado é em investigação in loco (pesquisa de campo), para conceituar, conhecer o ambiente e seus resultados desejados obtidos em campo para configurar as técnicas desta pesquisa. As quais foram utilizadas certo número de procedimentos, com as aplicações científicas da observação, da descrição, da comparação, da análise e da síntese. Concluindo que para o sucesso desse modelo simplificado de medidas de implantação, que o código de conduta seja constituído a chave da integração do Programa de Gestão Ambiental dentro do Sistema de Gestão Ambiental, baseando-se na premissa da melhoria contínua, lincando a gestão integrada aos processos produtivos da usina e ao monitoramento do desempenho ambiental. Procedendo assim, à aplicação da ecoeficiência e, consecutivamente, a diminuição do prazo para certificação ambiental, onde propõe ser criada uma agenda para o programa de implantação, por meio de dois estágios, sendo o primeiro estágio uma atividade de diagnóstico ambiental, totalmente coordenado pela comissão interna do meio ambiente – CIMA, e em segundo estágio, a conscientização da política ambiental como uma declaração dos princípios e boas práticas da usina. No entanto, após o processo acima, aplica-se o modelo simplificado das medidas de implantação do Programa de Gestão Ambiental, procedendo com os mecanismos pautados no código de conduta, criando procedimentos para atender as 15 fases do código, que vislumbre os princípios definidores do SGA, sua base comum mais uniforme e que garantam o correto desempenho da gestão ambiental na usina.

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This dissertation has as main objective a proposal of simplified model of ecoefficient measures for implementation of environmental management Program, structured in the form of a code of conduct of good corporate governance practices for sustainability of small power plants sucroalcooleiras, so you can reduce deployment timelines, environmental certification, based on continuous improvement model and actions for sustainability. Thus, the environmental management Programme is of great relevance in sucroalcooleiras plants, represent a significant rationalisation in the productive processes, adding value with more product quality and economy of natural resources, aiming for common interests, in addition to giving emphasis on cost reduction and environmental risk extinction, minimizing the generation of possible litigation and environmental liabilities. Having as goals presentation of fundamentals of ecoefficiency as a tool of environmental management, describe the use of good practices in ecoenvironmental management program for sustainability of small power plants sucroalcooleiras, demonstrate the steps in the deployment of simplified model ecoefficient an environmental management Program for small power plants sucroalcooleiras. The methodology applied in the construction of this model was through a participatory, exploratory research that occurred over the course of 5 (five) years, to the clarification of the real situation on the environmental management programme, the researcher became active element of this survey, as participatory agent, to support a case study research is supported on the spot (search field), to conceptualize, know the environment and their desired results obtained in technical this field to configure the search. Which have been used a number of procedures, with the scientific applications of note, description, comparison, analysis and synthesis. Concluding that for the success of this simplified model of deployment measures, that the code of conduct is the key to the integration of the environmental management Program within the environmental management system, based on the premise of continuous improvement, linking the integrated management of the productive processes of the plant and monitoring of environmental performance. By doing so, the application of ecoefficiency and, consecutively, the fall of the deadline for environmental certification, where proposes be created a schedule for the deployment program, through two stages, the first stage an activity of environmental diagnosis, fully coordinated by an internal Committee on the environment – CIMA, and in the second stage, the awareness of environmental policy as a statement of principles and good practices of the plant. However, after the above process, applies the simplified model of deployment measures of environmental management Program, and with the mechanisms based on the code of conduct, creating procedures to meet the 15 stages of code, that glimpse the defining principles of SGA, their common basis more uniform and guaranteeing the correct performance of the environmental management at the plant.

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Fluxograma 1 Etapas do processo de elaboração 25

Fluxograma 2 Elementos-Chave do SGA 132

Fluxograma 3 Fluxo da Melhoria contínua do SGA 146

Fluxograma 4 Avaliação de Riscos Ambientais 148

Fluxograma 5 Comunicações 153

Fluxograma 6 Objetivos, Metas e Programas 156

Fluxograma 7 Incidente e Ação Corretiva 158

Fluxograma 8 Auditoria Ambiental 161

Fluxograma 9 Emergência e Reação 163

(10)

Figura 1 Mapa de Bioma do Cerrado 35

Figura 2 Mapa de Biomas do Brasil 40

Figura 3 Objetivo da norma NBR ISO 14000 88

Figura 4 Mapa da Usina Jalles Machado 110

(11)

Tabela 1 Área total dos Biomas brasileiros 40

Quadro 1 Indicadores de ecoeficiência 52

Quadro 2 Indicadores de custos ambientais de controle 60

Quadro 3 Indicadores de custos ambientais da falta de controle 61

Quadro 4 Indicadores de despesas e perdas ambientais 62

Quadro 5 Composição dos requisitos da Avaliação Ambiental 141

Quadro 6 Composição das identificações dos aspectos da Avaliação Ambiental

141

Quadro 7 Composição dos exames e práticas da Avaliação Ambiental 142

Quadro 8 Composição da avaliação das informações da Avaliação Ambiental 142

Quadro 9 Composição das Políticas Ambientais 143

Quadro 10 Elaboração e Planejamento do Plano de Gestão Ambiental 144

Quadro 11 Implantação e Operacionalização das Políticas Ambientais 144

Quadro 12 Avaliação Periódica do Plano Ambiental 145

Quadro 13 Revisão do SGA 146

Quadro 14 Elaboração da Avaliação 147

Quadro 15 Elaboração de Projeto 149

Quadro 16 Procedimento de Treinamento 150

Quadro 17 Controle de Contratados 151

Quadro 18 Comunicação Interna e Externa 152

Quadro 19 Impactos Ambientais 154

Quadro 20 Objetivos, Metas e Programas 155

Quadro 21 Incidente e Ação Corretiva 157

Quadro 22 Verificação, Medição e Teste 159

(12)

Quadro 26 Emissões Atmosféricas 165

Quadro 27 Uso de Energia 166

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Mapa 1 Mapa do estado de Goiás 107

(14)

Art. - Artigo

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADA - Avaliação de Desempenho Ambiental

AIA - Avaliação de Impacto Ambiental

BEN - Balanço Energético Nacional

BVQI - Bureau Veritas Quality International BSI - British Standards Institution

IBD - Certificação de Produção Orgânica

ABNT/CB - Comitês Brasileiros

ABNT/CB-38 - Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental

CTs - Comitês Técnicos

CE - Comissões de Estudo

CIMA - Comissão Interna de Meio Ambiente

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ABNT/CEET - Comissões de Estudo Especiais Temporárias ABNT/CE-38 - Comissão de Estudo de Gestão Ambiental CNA - Confederação Nacional de Agricultura

ONU - Conferência das Nações Unidas

UNCED - Conferência das Nações Unidas – ONU

CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável CEPAA - Conselho de Prioridades Econômicas

IDH - Desenvolvimento Humano e Social

DET - Det Norske Veritas

UNCED - Divisão para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas

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IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis

IBD - Instituto Biodinâmico

ICA - Indicador de Condição Ambiental

IDA - Indicador de Desempenho Ambiental

IDG - Indicador de Desempenho de Gestão

IDO - Indicador de Desempenho Operacional

ETHOS - Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

IAA - Instituto do Açúcar e Álcool

ISO - International Organization for Standardization LCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho

LA - Licenciamento Ambiental

LI - Licença de Instalação

LO - Licença de Operação

LP - Licença Prévia

MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

MGA - Metodologia de Gestão Ambiental

NBR - Norma Brasileira

NR - Norma Regulamentada

OHSAS - Occupational Health and Safety Acssessment Series ABNT/ONS - Organismos de Normalização Setorial

OIT - Organização Internacional do Trabalho

ONG - Organização não Governamental

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PNA - Plano Nacional de Agroenergia

PLANASUCAR - Plano Nacional para Melhoramento da cana-de-açúcar PND - Política Nacional do Desenvolvimento

PNMA - Política Nacional do Meio Ambiente

PROSAL - Programa de Apoio à Agroindústria do Setor Sucroalcooleiro

PROBOR - Programa da Borracha

PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PCMOS - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PROÁLCOOL - Programa Nacional para o Álcool

PROCACAU - Programa Nacional de Desenvolvimento do Cacau PROREFLOR - Programa de Reflorestamento

PROEMA - Projeto Ame a Ema

RCA - Relatório de Controle Ambiental

RIMA - Relatório de Impacto ao Meio Ambiente

SSO - Saúde e Segurança Ocupacional

SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho

SIFAEG - Sindicato das Indústrias de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás

SGA - Sistema de Gestão Ambiental

SGI - Sistema de Gestão Integrada

GPS - Sistema de Posicionamento Global

SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente SAI - Social Accountability International

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(18)

1 INTRODUÇÃO... 19

1.1 PROBLEMA... 21

1.2 HIPÓTESE... 21

1.3 OBJETIVOS... 22

1.4 JUSTIFICATIVA... 22

1.5 MATERIAL e MÉTODOS... 24

2 REVISÃO DA LITERATURA... 27

2.1 AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA NO BRASIL... 27

2.1.1 Breve histórico da cana-de-açúcar... 27

2.1.2 O agronegócio da cana-de-açúcar... 32

2.1.3 O desenvolvimento da cana-de-açúcar... 39

2.2 ECOEFICIÊNCIA... 50

2.2.1 Conceito de Ecoeficiência... 50

2.2.2 Gestão Estratégica de Custos Ambientais... 56

2.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL... 65

2.3.1. Breve histórico do Desenvolvimento Sustentável... 65

2.4 GESTÃO DO MEIO AMBIENTE... 73

2.4.1 Introdução à Gestão Ambiental... 73

2.4.2 Certificação da Gestão Ambiental... 76

2.4.3 Objetivos da Gestão Ambiental... 87

2.4.4 Indicadores da Gestão Ambiental... 91

2.4.5 Responsabilidade Socioambiental na Gestão Ambiental... 96

2.4.6 Saúde e Segurança Ocupacional na Gestão Ambiental... 101

3 ESTUDO DE CASO... 106

(19)

3.1.3 Processo Produtivo da Usina... 113

3.1.4 Programas Sociais da Gestão Ambiental... 130

3.1.5 Implementação da Gestão Ambiental na Usina... 132

3.1.6 Estágios da Implantação do Programa na Usina... 140

3.1.7 Programa de Gestão Ambiental na Usina... 147

4 CONCLUSÃO... 169

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1 INTRODUÇÃO

O cultivo da cana-de-açúcar é uma das culturas do agronegócio de elevada importância socioeconômica para o Brasil, compõe um dos mais antigos setores da agroindústria do país e ocupa posição privilegiada. Importância essa que é atribuída à sua múltipla utilização, como produtos, subprodutos e co-produtos, podendo ser “in natura” ou sob a forma de produto industrializado.

A industrialização da cultura da cana-de-açúcar no Brasil recebeu grande avanço tecnológico com processos de transformação, uso e reuso das matérias-primas (primárias e secundárias) e com metodologias avançadas na destinação e tratamento e disposição final de seus efluentes hídricos, dos resíduos sólidos que podem ser inseridos como novas fases do processo de produção, com agregação de valor ao produto ou como a geração de um novo produto secundário.

Atualmente a política ambiental utilizada pelas usinas, juntamente com as estratégias determinadas, integra os aspectos ambientais à operacionalização consciente de modo que, simultaneamente, atuem em favor de um bom desempenho e sistematização do processo de gestão e auditorias ambientais certificativa para o alcance de suas metas e objetivos.

Ao inserir nas usinas uma nova modelagem simplificada de Programa de Gestão Ambiental, é fundamental para que visem à avaliação da melhoria contínua de qualidade, para analisar e solucionar os riscos causados pelos aspectos dos possíveis impactos ambientais.

Esses aspectos vislumbram os benefícios ambientais, o marketing verde, a economia de insumos e matéria-prima pautados na ecoeficiência na produção, pois a gestão ambiental e a legitimidade das ações é que garantem o bom desempenho ambiental além do desenvolvimento ecoeficiente da usina sucroalcooleira.

(21)

As boas práticas de governança corporativa se validam de um plano de ações decisórias embasada em seu corpo técnico, do ponto de vista da ecoeficiência a implantação do Programa de Gestão Ambiental resulta em qualidade, melhorias contínuas e atividades mais limpas e tecnologicamente seguras do ponto de vista dos resultados ambientais da usina. (ROBLES JR. 2008).

Atividades mais limpas geram redução de custos, diretamente, com a eliminação de desperdícios oriundos da produção industrial, sendo um elemento decisivo na gestão, bem como desenvolver tecnologias limpas não degradadoras são princípios do Planejamento e Gestão Ambiental. Diminuir a probabilidade de ocorrência de risco e a gravidade dos danos potencialmente instalados representa condições de competitividade, como da logística reversa e da qualidade de vida da sociedade em geral, bem como a preservação ambiental.

A praticidade desse sistema de gestão ambiental faz com que a usina gerencie seus processos e atividades, deixando o modelo de gestão empírica e passando a utilizar técnicas apropriadas com pontos estratégicos de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos humanos e tecnológicos, bem como analisar criticamente e manter a política ambiental com suas metas, objetivos e programas, as boas normas e diretrizes essenciais à manutenção da qualidade ambiental. (ARAÚJO, 2008)

As boas normas fazem parte do comprometimento oficial da usina à política ambiental, planejando processos da linha de produção e mensuração das causas/efeitos impactantes na natureza. O programa etapa especifica a execução dos processos e seus resultados, capacita e conscientiza a equipe quanto à relevância do sistema e a configuração da documentação legal exigida, bem como o uso das ferramentas tecnologias. Tais fatores de comprometimento embasam a providência de planos de emergência destinados a demandas em situações de risco e de futuras contingências.

(22)

A partir do desempenho da política ambiental o processo de transformação da cana-de-açúcar se modela sob uma base sistêmica, genérica e tem como objetivo oferecer ferramentas capazes de possibilitar o gerenciamento das conformidades dessas atividades com a legislação ambiental e os regulamentos aplicáveis, obedecendo aos princípios do ecodesenvolvimento e às normas de certificação ambiental.

O gerenciamento das conformidades tem como objetivo principal sustentar o planejamento baseado em ações para implantação da certificação ambiental especificamente na área industrial da usina. Sua implantação vem causando mudanças significativas no mundo empresarial por meio de procedimentos e, consequentemente, da utilização as externalidade de forma positiva, nos processos de gestão ambiental.

Com o mundo empresarial globalizado o sucesso do cumprimento das leis e normas ambientais passou ser para usina um nivelamento do aprendizado de todos seus atores gerenciais, empregados e seus contratados, pois o sucesso do sistema depende do comprometimento de todos os níveis e funções, com definição de responsabilidades e avaliação contínua das boas práticas, processos e procedimentos previstos no Programa de Gestão Ambiental.

1.1 PROBLEMA

Com a implantação do Programa de Gestão Ambiental de forma simplificada, a usina vai ter melhor desempenho no processo industrial agregando menos prazo à execução da certificação ambiental da ISO 14.000?

1.2 HIPÓTESE

(23)

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Propor um modelo simplificado de medidas de implantação ecoeficiente com menos prazo para o Programa de Gestão Ambiental para pequenas usinas sucroalcooleiras.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Apresentar os fundamentos da ecoeficiência como ferramenta de Gestão Ambiental;

 Descrever o uso de boas práticas em ecoeficiência do Programa de Gestão Ambiental para sustentabilidade das pequenas usinas sucroalcooleiras;

 Demonstrar os passos da implantação do modelo simplificado ecoeficiente para um Programa de Gestão Ambiental para pequenas usinas sucroalcooleiras.

DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

O presente estudo delimita-se na proposição de um modelo simplificado ecoeficiente de medidas de implantação do Programa de Gestão Ambiental, como um código de conduta de gestão e boas práticas de governança corporativa para sustentabilidade de pequenas usinas sucroalcooleiras.

(24)

Estudar como um modelo simplificado ecoeficiente de medidas para implantação do Programa de Gestão Ambiental, estruturado na forma de um código de conduta de boas práticas de governança corporativa para sustentabilidade de pequenas usinas sucroalcooleiras, pode reduzir os prazos para implantação da certificação ambiental, baseado em modelo de melhoria contínua e ações para sustentabilidade.

Um novo modelo de programa de qualidade ambiental tem por objetivo prover a usina no controle de fontes poluidoras, substituição de processos e produtos perigosos, gerenciamento de resíduos, controle biológico, redução de uso de água, matérias-primas, energia, podem aperfeiçoar processos de produção, melhorando a sua ecoeficiência, tendo como elenco a educação ambiental por meio de resultados positivo para os usineiros, gerentes, empregados e os contratados.

O comprometimento do usineiro com a responsabilidade socioambiental é baseada em melhoria contínua, perpetuando a continuidade da política ambiental, direcionando a usina a criar políticas e programas ambientais com tecnologias mais limpas e totalmente sustentáveis, que, para implantá-los, possibilitarão investimentos em favor da proteção do capital natural.

Assim, a preocupação com o sistema de gestão ambiental deixou de ser função exclusiva de proteção do Estado, passando a tornar-se uma função da iniciativa privada com o

status da alta administração da usina, contemplada na estrutura organizacional dentro das boas

práticas de governança coorporativa em ecoeficiência, corroborada pela implantação do Programa de Gestão Ambiental.

Para a implantação de novas tecnologias mais limpas em ecoeficiência, bem como a elevação da escala produtiva, consequentemente, acentua-se a importância da preservação ambiental e os complexos problemas inerentes à atividade sucroalcooleira. (MORAES E SHIKIDA, 2002)

(25)

1.5 MATERIAL E MÉTODOS

Na classificação dessa pesquisa, em seu sentido mais geral, foram utilizados os métodos e técnicas de pesquisa que é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir o fim ou um resultado desejado, com cuidado de anotar os passos percorridos e os meios que levaram a obter os resultados esperados. (CERVO, 2007)

A metodologia aplicada na construção deste modelo foi por meio de uma pesquisa exploratória participativa, que ocorreu ao longo de 5 (cinco) anos, para o esclarecimento da real situação sobre o programa de gestão ambiental na usina Jalles Machado, o pesquisador se torna elemento ativo desta pesquisa, como agente participativo no plano principal de reunir dados significativos a serem estudados, selecionados, por meios e processos mais adequados para a pesquisa. (MEDEIROS, 2008)

Para Cervo (2007) a sustentação um estudo de caso apoiado é em investigação in loco (pesquisa de campo), para conceituar, conhecer o ambiente e seus resultados desejados obtidos em campo que configure as técnicas da pesquisa. As quais são utilizadas certo número de procedimentos, com as aplicações científicas da observação, da descrição, da comparação, da análise e da síntese.

A coleta, análise e interpretação dos dados, em documentos foram dividas em pesquisa documental de fontes primárias (inquirição e material não catalogado oficialmente em arquivo na usina sucroalcooleira) e as secundárias (livros e bibliografias representativas), como base bibliográfica da pesquisa, utilizou-se o vasto acervo existente além de materiais publicados sobre a ecoeficiência, das boas práticas de governança corporativa, para enriquecimento do ponto de vista teórico-prático. (BEUREN, 2008).

Na observação o instrumento de pesquisa utilizado nesse estudo foi o agente participativo testando deliberadamente as hipóteses no método teórico-empírico por meio de fluxogramas estruturados que possibilitam testar as respostas validando ou não a sua aplicabilidade. (BATALHA, 2009).

(26)

Na comparação importa em destacar as semelhanças, as diferenças, ambas com as mesmas propriedades gerais ou características naturais da pesquisa.

As análises e sínteses foram feitas por meio de resolução, do todo em partes, partindo de um princípio geral e reduzindo a consequências racionais e a solução esperadas, passando por consequência em consequência até a solução do problema.

As etapas do processo de elaboração da pesquisa de campo foram sistematizadas de forma organizar o método de estudo, para facilitar o acompanhamento das ações dessas etapas, apresenta-se o fluxo da pesquisa sob a forma de diagrama.

A proposta metodológica para elaboração desta dissertação é uma pesquisa com abordagens descritivas e qualitativas.

Fluxograma 1: Etapas do processo de elaboração Fonte: Gil (2002, p. 21)

1 - Definição da linha de pesquisa e delimitação

2 – Formulação do problema

3 – Construção de hipótese

4 – Operacionalização da Metodologia

5 - Elaboração do instrumento de pesquisa

6 - Pré-teste dos Instrumentos

7 - Descrição do problema e registro

8 - Coleta de dados, comparação

9 - Análise e Síntese, interpretação de dados

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O presente diagrama estrutura três fases a serem seguidas no estudo de caso:

a) Fase Exploratória – identificação e definição do código de conduta, abrangência do estudo (área industrial, agrícola ou administrativa);

b) Fase Experimental do Estudo – delimitação e determinação do foco (área industrial) neste estudo, formulação de problema e teste da hipótese;

c) Fase de Coleta e Análise de Dados – interpretação e definição de estratégias para sugestão e implantação do modelo simplificado de medidas (código de conduta).

A base documental organizada de forma sistemática é uma técnica que possibilita abordar o conteúdo de forma qualitativa, por meio de participação no processo de coleta, análise, e avaliação dos documentos oficiais e não oficiais, assim, permitindo potencializar a realidade e a dimensão do estudo.

Para realização desse estudo foi necessário à obtenção de dados e informações proveniente de várias fontes:

a) O registro da localização geográfica, a estrutura de funcionamento da usina, o processo produtivo da cana-de-açúcar, os programas sociais da gestão ambiental; b) A análise e avaliação do funcionamento da usina sucroalcooleira Jalles Machado, foi

realizada in loco, com realização de 48 visitas contínuas ao chão de fábrica, no período de 2005 a 2010;

c) Elaboração de um planejamento simplificado por meio de etapas, para programar as ações por meio de um código de conduta especificamente criado para área industrial; d) Registro de cada visita com datas e horários; cada monitoramento com plantio,

colheita, transporte, processamento, armazenagem e distribuição; de cada problema, risco, contenção e soluções; cada acompanhamento aos processos industriais da usina; e) Análise das informações e síntese do objeto de estudo, tratamento de dados

qualitativos, base da confecção do código de conduta; f) Proposta de modelo de programa de gestão ambiental.

(28)

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA NO BRASIL

2.1.1 Breve histórico da cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar1 foi, certamente, um dos melhores produtos oficialmente introduzido no Brasil na capitania de São Vicente por Martin Afonso de Souza, que em 1532, encontrou diversos lugares ideais para o seu cultivo em áreas tropicais. Constituindo o primeiro engenho de açúcar, denominado de “Governador” e, logo depois, “São José dos Erasmos.”

Incentivou a plantação da espécie cana crioula, originária da Ilha da Madeira, nas regiões do Nordeste, Centro Oeste, Centro-Sul e o Sudeste. Outros colonizadores, logo a seguir, instalaram seus engenhos principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia.

A cana-de-açúcar, a Saccharum Officinarum L, da família Graminease, originária do

Sudeste da Ásia, foi certamente, um grande legado, e o melhor produto agrícola trazido para o Brasil pelos colonizadores portugueses, uma vez que aqui encontrou lugar ideal para o seu cultivo e desenvolvimento. Durante todo Império, o país dependeu basicamente do cultivo da cana-de-açúcar e da exportação do açúcar. (SILVA, 2008, p. 19)

O engenho era a célula produtora da sociedade colonial, um modelo econômico que constituiu por muito tempo a base econômica e social da vida brasileira. O agente direto da produção, proprietário e senhor, eram únicos e absolutos, pois nunca existiram na história dos engenhos, propriedades que não fossem de um homem ou de sua família.

Além do planejamento dos ativos tangíveis da célula social, eram empregadas vastas extensões de terras, dentre outros os canaviais, pastagens e lavouras de subsistência, as reservas de gado como força motriz de trabalho, os carros de boi eram utilizados para a logística entre a área do plantio até a moenda e a destinação final.

1A cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero

Saccharum L. Há pelo menos seis espécies do gênero,

sendo a cana-de-açúcar cultivada um híbrido multiespecífico, recebendo a designação Saccharum spp. As

(29)

Neste processo produtivo, os senhores detinham grandes contingentes de trabalho humano escravizado, além dos serviçais remunerados com enxadas, foices e demais ferramentas como machados, serras, trados, compassos, plainas, enxós, martelos etc. (LIPPEMANN, 1942)

A grande propriedade produtora de açúcar na época era constituída, basicamente, por dois grandes setores dentro do engenho:

a. o agrícola – formado pelas grandes áreas dos canaviais;

b. o de beneficiamento – a casa-do-engenho, onde a cana-de-açúcar era transformada em açúcar e aguardente.

Na área constituída para o engenho existiam várias construções: como a casa-grande, utilizada para moradia do senhor e de sua família; a senzala, para fins de habitação dos escravos; a capela, para uso do credo religioso; o paiol, utilizado para depósito de bens de consumo da fazenda.

Já a casa-do-engenho2 abrigava todas as instalações destinadas ao preparo do açúcar e da aguardente: a moenda - onde se moía para extração do caldo (a garapa) que corria por uma bica até o cocho de madeira (parol); as fornalhas - onde o caldo de cana era fervido a base de lenha vegetal e purificado em processo de calor e evaporação nos tachos de cobre na casa das caldeiras; a casa de purgar – onde o açúcar era branqueado, separando o açúcar in natura (mascavo) escuro do mais fino e branco de melhor qualidade e depois posto para secar no tempo; as destilarias – local onde se processava a destilação para produzir aguardente (cachaça). Quando essa operação da produção do açúcar terminava, o produto era pesado e separado por qualidade em caixas de até 50 arrobas.

Na parte da gleba de terra do engenho destinada a produção e ao cultivo da cana, o canavial era divido em partidos, explorados ou não pelos proprietários da terra. As terras não exploradas pelos senhores de engenho eram cedidas a meeiros e aos lavradores, obrigando a todos moerem sua cana no engenho, entregando metade de sua produção além de pagar aluguel da terra, correspondente a 10% (dez por cento) da produção total. (VILHENA, 1921)

2Eram os locais destinados à fabricação de açúcar, propriamente a moenda, a casa das caldeiras e a casa de

(30)

Os primeiros usos práticos do etanol deram-se entre o final dos anos 1920 e início dos anos 1930. Mas somente nos anos 1970, com a crise do petróleo, que o Brasil passou a usar, maciçamente, o etanol como combustível.

Comenta Silva (2008) que a indústria alcooleira nacional surgiu a partir da destilação do mel residual, proveniente da fabricação de açúcar. Em 1931, por meio de decreto, o Governo Vargas tornou obrigatória a mistura de 5% (cinco por cento) de álcool na gasolina. Iniciava-se neste período a intervenção estatal no mercado de açúcar e álcool que se encerraria com a extinção do Instituto do Açúcar e Álcool (IAA), em 1991.

A decisão de produzir etanol3, a partir da cana-de-açúcar por via fermentativa, foi por causa da baixa nos preços do açúcar, na época, e a alta capacidade produtiva na relação de energia. A indústria brasileira de etanol usa como insumo agrícola a cana-de-açúcar, além disso, toda a gasolina comercializada no país é misturada com 20% (vinte por cento) a 25% (vinte e cinco por cento) de etanol.

Foram testadas alternativas de fonte de matéria-prima, como por exemplo, a mandioca. Antes disso, em 1975, na época de crise dos combustíveis fósseis, existia uma forte dependência brasileira do petróleo importado, o Governo Geisel implementou o Programa Nacional do Álcool (PROÁLCOOL, 1975)4.

O programa tinha o objetivo de viabilizar o etanol como combustível carburante. Desta época, datam os primeiros automóveis a álcool fabricados em série e a intensificação da mistura em percentual de álcool anidro à gasolina para as vendas nas bombas dos postos.

Moraes e Shikida (2002, p. 22) explanam que:

Considerando-se a importância do setor, em termos de desenvolvimento regional, como gerador de renda, de empregos, de divisas, formador de capital, e as dificuldades de equilibrar a oferta e a demanda pelas forças de mercado, são necessários identificar quais as ações tomadas, para evitar os impactos altamente negativos [...] para organizar o setor de modo garantir a oferta de todos os produtos.

3

O etanol (CH3CH2OH), também chamado álcool etílico e, na linguagem popular, simplesmente álcool, é uma substância orgânica obtida da fermentação de açúcares, hidratação do etileno ou redução a acetaldeído. No Brasil, tal substância é também muito utilizada como combustível de motores de explosão, constituindo assim, um mercado em ascensão para um combustível obtido de maneira renovável e o estabelecimento de uma indústria de química de base, sustentada na utilização de biomassa de origem agrícola e renovável. (SILVA, 2008)

4

(31)

Contando com fortes subsídios do Estado, com o apoio de algumas instituições como o IAA, e com uma base política eficiente junto ao governo federal, a agroindústria sucroalcooleira prosperou até meados da década de 1990, concentrando-se em São Paulo, que se tornou o líder nacional do setor.

A expansão baseou-se, inicialmente, no modelo de incorporação de áreas por arrendamento e aquisição de terras pelas usinas de cana, indutoras da expansão, e por fornecedores, dentro de um raio de ação que justificasse o custo-utilidade da produção e da relação custo-benefício do transporte da cana colhida até a usina. Esta relação varia de condição de um estado a outro, dependendo da condição biológica5 e climática.

Araújo (2008, p. 18) afirma que a compreensão do agronegócio, em todos os seus componentes e inter-relações, é uma ferramenta indispensável a todos os tomadores de decisão:

A produção agropecuária é dependente das condições climáticas de cada região, apresentando períodos de safra e de entressafra, ou seja, períodos de abundância de produtos alternados com períodos de falta de produção, salvo raras exceções. Já o lado do consumo, grosso modo, não há grande variação ao longo do ano, nas quantidades procuradas, que permanecem mais ou menos constantes.

Com isso surgem algumas implicações:

Variações de preços: mais elevados na entressafra e mais baixos nos períodos de safra;

Necessidade de infraestrutura de estocagem e conservação;

Períodos de maior utilização de insumos e fatores de produção;

Características próprias de processamento e transformação das matérias-primas;

Logísticas mais exigentes e mais bem definidas.

O novo momento foi responsável pela extinção de instituições públicas reguladoras, como o IAA, determinando o fim dos subsídios fiscais e creditícios e desmontando, assim, as políticas públicas criadas para o setor de biocombustível.

5Mesmo após a colheita, a atividade biológica dos produtos agropecuários continua em ação. Com isso, a vida

útil destes produtos tende a ser diminuída de forma acelerada. Sem cuidados específicos, estes produtos, depois de colhidos podem durar poucas horas, dias, ou poucas semanas. Devido a essas especificidades, o agronegócio passa envolver outros segmentos da economia, tornando-se muito mais complexo que a produção agropecuária propriamente dita e passando a necessitar de uma compreensão muito mais ampla, envolvendo o

desenvolvimento de tecnologia, colheita cuidadosa, classificação e tratamento dos produtos, estruturas

(32)

O PROÁLCOOL foi extinto em 1991, mas sobrevieram outras políticas do agronegócio da cana-de-açúcar, desarticuladas e conflitantes entre si, fruto também dos conflitos entre os centros produtores, na busca de soluções para readquirir estabilidade econômica, ainda que limitada pelas características desse período. A partir de então, o consumo de álcool apresentou queda gradual. Os motivos passam pela alta no preço internacional do açúcar, o que desestimulou a fabricação de álcool.

A queda no uso deste biocombustível também se deveu, ao longo da década de 1990, a problemas técnicos nos motores a álcool, incapazes de um bom desempenho nos períodos frios, principalmente a falta de potência e torque.

Durante esta década, com altas inesperadas no preço do petróleo, o álcool seria misturado à gasolina, numa taxa em torno de 20% (vinte por cento) a 25% (vinte e cinco por cento), como forma de amenizar o preço da gasolina ao consumidor e escoar a excedente da produção sucroalcooleira.

A evolução da cultura da cana-de-açúcar no país voltada para a produção sucroalcooleira mostra uma expansão recente notável em direção ao bioma do cerrado, com destaque para estado de Goiás, configurando, assim, a fase de implantação do PROÁLCOOL, nos anos 70 do século passado. A nova expansão priorizou terras com diferentes aptidões no estado, variando numa escala que vai de alta a média produtividade.

Contudo, deve ser observado que deixar de reconhecer os critérios competitivos e suas implicações para cadeia de produtos sucroalcooleiros por parte de qualquer integrante da cadeia produtiva6 significa que a mesma competirá com menos eficácia. É como numa corrida de carro em que o melhor piloto corre com o melhor carro e está em primeiro lugar, mas abandona por falta de combustível. A equipe toda é prejudicada por conta de um erro de cálculo do responsável pelo abastecimento.

6E fundamental compreender a cadeia produtiva do agronegócio dentro de uma visão de sistemas que engloba os

setores denominados “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira”, ou ainda, significando a mesma coisa, “a montante da produção agropecuária”, “produção agropecuária propriamente dita” e “a jusante da produção agropecuária”. Os setores “Antes da porteira” ou a montante da produção agropecuária são

compostos basicamente pelos fornecedores de insumos e serviços, como máquinas, implemento, defensivos,

fertilizantes, corretivos, sementes, tecnologias e financiamentos. “Dentro da porteira” ou produção agropecuária

é o conjunto de atividades desenvolvidas dentro das unidades produtivas agropecuárias, que envolve preparo e manejo de solos, tratos culturais, irrigação, colheita, criações e outras. “Após a porteira” ou jusante da produção

(33)

2.1.2 O agronegócio da cana-de-açúcar

O cerrado existente na região geoeconômica do estado de Goiás contém extensas áreas em condições geoambientais favoráveis à agricultura intensiva7 e à atividade da pecuária, sendo esta historicamente extensiva e dominante. Nos anos 60 e 70 do século passado, por essa e outras razões de natureza geopolítica, o cerrado foi alvo de expansão da nova fronteira dos agronegócios no país.

Este avanço teve como base a modernização da agricultura, voltada principalmente para a produção de grãos, em particular de soja, milho e de algodão, entre outros, além de incrementar também a oferta de carne na região, agregando-se à meta federal de incorporação de suas terras ao sistema produtivo nacional e à exportação na forma de commodities agrícolas da cana-de-açúcar. (BARBOSA, et al, 1993).

A evolução da cultura da cana no país voltada para a produção de etanol mostra uma expansão recente notável em direção ao norte do cerrado8, com destaque para o estado de Goiás e Mato Grosso do Sul. Assim, configurando a ampliação do bloco do Centro-Sul, criado na fase de implantação do PROÁLCOOL, nos anos 70 do século passado, quando esses estados, junto com o estado de Mato Grosso, ambos eram periféricos ao processo.

Enquanto essa expansão da fronteira agrícola, procedente do sul-sudeste, migra em direção à região centro do país, a região Sudeste, em particular o estado de São Paulo, convertia áreas agrícolas e pecuárias, já consolidadas com a produção de grãos, algodão e gado, à monocultura em expansão da cana-de-açúcar. (SILVA e MIZIARA, 2010)

A expansão atual da cana-de-açúcar rumo ao centro do país concentra-se nos estados que compõem o bioma cerrado, sobretudo os estados que compõe o território do Centro-Oeste, que já tinham sido alvo da conversão agropecuária e das áreas desmatadas.

7

A agricultura intensiva é um sistema de produção agrícola que faz uso intensivo dos meios de produção e na qual se produzem grandes quantidades de um único tipo de produto, como a cana-de-açúcar. Requer grande uso de combustível e insumos, e pode acarretar alto impacto ambiental, pois não é utilizada a rotação de terra (desflorestamento, desmate, queimada, plantio, esgotamento de solo, abandono e reinício do processo em outra área). Grande produtividade e utilização de máquinas. (SILVA e MIZIARA, 2010)

8

(34)

Para atender a políticas públicas federais e estaduais com o objetivo de integrá-las ao sistema produtivo nacional voltado para a produção de commodities9. A integração da agroindústria, por meio da verticalização tem como fator básico:

Com base no modelo intervencionista do Estado, esse processo assentava-se em modelos de integração de atividades em que a agricultura se liga fortemente à indústria, inicialmente através de integração vertical e posteriormente horizontal, criando sistemas produtivos de base agroindustriais cada vez mais amplos e complexos, alavancando e consolidando o que se denomina atualmente de agronegócio. (KAGEYAMA, 1990)

A conversão deste processo só foi possível por causa da aplicação de substanciais incentivos do programa Estatal Federal denominado PROÁLCOOL (1975-1979), criado como expressão do Estado regulador e movido pela necessidade de reagir às consequências da crise internacional do petróleo do início da década de 1970.

Araújo (2008, p. 118) descreve que “as verticalizações, de forma ampla em agronegócios, significam o conjunto de atividades de produção e agroindustrialização de produtos agropecuários, e podem estender-se às primeiras etapas da comercialização dos produtos já industrializados”.

O agronegócio brasileiro engloba atividades de produção agroindustrial propriamente dita como pecuária, cana-de-açúcar, lavouras, extração vegetal e os produtos orgânicos, de fornecimento de insumos primários e/ou secundários, para o processo agroindustrial básico e das cadeias produtivas, ao fluxo de produtos base até o consumidor final (transporte, comercialização e logística reversa).

Isto significa que o seu valor agregado passa por cinco mercados distintos: suprimento, produção, processamento, armazenamento e distribuição, bem como pelo consumo final.

Araújo (1999, apud Rufino, 2008, p. 16) define agronegócios como:

[...] o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até

o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários ‘in natura

ou industrializados.

9 Commodities

(35)

Ao reconhecer sua importância, em termos estratégicos, o governo brasileiro também reitera suas preocupações com os problemas ambientais, utiliza-se de seus instrumentos de política agrícola para o agronegócio, tem forte interferência para manter um Desenvolvimento Sustentável em equilíbrio com os ecossistemas agrorurais e a biodiversidade local.

A produção agroindustrial10 é dependente das pesquisas tecnológicas, das condições de sazonalidade, do armazenamento e da distribuição, decorrente de forte dependência de fatores climáticos, ambientais e dos ciclos biológicos das plantas e animais. Apresentando períodos de safras e entressafras, ou seja, períodos de abundância ou escassez, explica (BATALHA, 2009)

O estado de Goiás, onde o bioma cerrado é dominante agrorural, não apresentou desenvolvimento notável do setor na fase da expansão do PROÁLCOOL. Entre outros fatores, de expansão das matérias-primas, com especial ênfase no aumento da produção agrícola, na modernização e ampliação das unidades produtoras existentes, de estar sendo alvo dos prolongamentos da fronteira agrícola, com ênfase em grãos, algodão e gado.

A região geoeconômica de Goiás possui boa aptidão agrícola para a cultura da cana. Revelaram em seus estudos que tanto as usinas em operação quanto as demais, que se encontra em diferentes etapas de sua implantação, seguem, grosso modo, os principais eixos rodoviários federais e estaduais no estado, o que já era esperado em razão da necessidade de escoamento da produção. (MANZATTO, 2009)

O setor sucroalcooleiro tradicional era muito conservador, não tendo como meta a expansão da sua produção. A partir dos anos 80 do século passado, começou a expandir-se nesse estado a produção sucroalcooleira, mas foi somente após o final da década de 1990 que, de fato, essa expansão tornou-se notável.

A expansão dos principais mercados do agronegócio 11 da cana-de-açúcar é sumariamente, o mercado sucroalcooleiro. O mercado da cana caracteriza-se pela forte competição por produção em áreas a menores distâncias da indústria, devido ao elevado custo do transporte e, é movido pelo mercado do açúcar, álcool e eletricidade.

10A Produção Agroindustrial pode ser considerada como o conjunto de atividades que concorrem para a

produção de produtos agroindustriais, desde a produção dos insumos (sementes, adubos, máquinas agrícolas etc.) até a chegada do produto final (carne, leite, queijo, açúcar, álcool etc.) ao consumidor. (BATALHA, 2009)

11Todos os participantes envolvidos na produção, processamento e

marketing de um produto específico. Inclui

(36)

Figura 1: Mapa do Bioma do Cerrado

(37)

Enquanto o mercado está voltado à expansão de longo prazo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (UNICA) 12 explana sobre sua importância estratégica. O agronegócio da cana-de-açúcar tem características que poderá favorecer o desenvolvimento sustentável da cadeia de produção. As interações entre produtores rurais, as cooperativas, as indústrias, as empresas de insumos, as entidades de tecnologia e pesquisa, os órgãos públicos, as universidades e outros agentes.

O mercado do álcool, cuja expansão de demanda no Brasil e no mundo depende da segurança de oferta, do mercado de petróleo e de sua valorização como alternativa ambiental ao uso de combustíveis fósseis. Devido à diversidade de matérias primas e processos de produção, tende a ser altamente competitivo. Isto agrega importância à sustentabilidade do sistema de produção. (UNICA, 2011)

Ao mesmo tempo, procura definir e oferecer condições para implementação de uma política de desenvolvimento tecnológico para o setor do agronegócio, voltado à produção sucroalcooleira, pela relevante participação na revolução do etanol, de forma que permita ampliar o meio empresarial, inclusive das pequenas e médias usinas. (MIZIARA, 2010)

A prática da inovação tecnológica como recurso de novas fontes bioenergéticas, certificação de qualidade amplamente utilizada (metrologia, normalização, auditoria e certificação da conformidade e propriedade intelectual) é reconhecida internacionalmente.

Nesse sentido, os efeitos do Plano Nacional de Agroenergia (PNA)13, que valoriza a produção de bioenergia como fonte renovável, já se revela sua presença clara desse novo ciclo a partir do final da década passada, intensificada desde 2004/2005. (LIMA, 2010)

O Brasil tem uma série de vantagens que o qualificam a liderar o agronegócio de geração de energia e o mercado da bioenergia – o biomercado – em escala mundial. A primeira é a possibilidade de dedicar novas terras à agricultura de energia, sem necessidade de reduzir a área utilizada na agricultura de alimentos e com impactos ambientais circunscritos ao socialmente aceito. Além disso, em muitas áreas do País. (PNA, 2006-2011)

12A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) é a maior organização representativa do setor de açúcar e

bioetanol do Brasil. Sua criação, em 1997, resultou da fusão de diversas organizações setoriais do estado de São Paulo, após a desregulamentação do setor no país. A associação se expressa e atua em sintonia com os interesses dos produtores de açúcar, etanol e bioeletricidade tanto no Brasil como ao redor do mundo. As 123 companhias associadas à UNICA são responsáveis por mais de 50% do etanol e 60% do açúcar produzidos no Brasil. (UNICA, 2011)

13A importância do PNA para a matriz brasileira de combustíveis invoca uma definição de objetivos

(38)

Já o PNA lastreado nos fatos e nas premissas expostas, visa a estabelecer marco e rumo para as ações públicas e privadas de geração de conhecimento e de tecnologias que contribuam para a produção sustentável da bioenergia e para o uso racional dessa energia renovável. Tem por meta tornar competitivo o agronegócio brasileiro e dar suporte a determinadas políticas públicas, como a inclusão social, a regionalização do desenvolvimento e a sustentabilidade ambiental.

Por situar-se, predominantemente, na faixa tropical e subtropical, o Brasil recebe durante todo o ano intensa radiação solar, que é base da produção de bioenergia14. Além disso, o país tem ampla diversidade de clima e exuberância de biodiversidade, além de possuir um quarto das reservas de água doce.

O alcance desse propósito geral do plano implica em atingir os seguintes objetivos específicos, de acordo com as políticas públicas brasileiras, de atender aos anseios da sociedade e às demandas dos clientes:

Assegurar o aumento da participação de energias renováveis no Balanço Energético Nacional (BEN). Garantir a interiorização e a regionalização do desenvolvimento, baseados na expansão da agricultura de energia e na agregação de valor nas cadeias produtivas a ela ligadas. Criar oportunidades de expansão de emprego e de geração de renda no âmbito do agronegócio, com mais participação dos pequenos produtores.

Contribuir para o cumprimento do compromisso brasileiro no Protocolo de Quioto e possibilitar o aproveitamento das oportunidades que o acordo favorece para a captação de recursos de crédito de carbono. Induzir a criação do mercado internacional de biocombustíveis, garantindo a liderança setorial do Brasil.

Otimizar o aproveitamento de áreas resultantes da ação humana sobre a vegetação natural (áreas antropizadas), maximizando a sustentabilidade dos sistemas produtivos, desestimulando a expansão injustificada da fronteira agrícola e o avanço rumo a sistemas sensíveis ou protegidos. Desenvolver soluções que integrem a geração de agroenergia à eliminação de perigos sanitários ao agronegócio. (PNA, 2006-2011)

O Brasil assumiu, com sucesso, a liderança mundial na geração e na implantação de moderna tecnologia de agricultura tropical15 e possui pujante agroindústria. Destaca-se a cadeia produtiva do etanol, reconhecida como a mais eficiente do mundo, conduzida por classe de usineiros de forma dinâmica, acostumada a inovar e a assumir riscos.

14A bioenergia utiliza-se de tecnologias para produção de energia renovável, com destaque para Biomassa e

Biocombustíveis a partir de resíduos agrícolas, florestal, cana e até lixo urbano. (UNICA, 2011) 15

(39)

Destaca Araújo (2008) que o grande salto do agronegócio brasileiro ocorrido refere-se ao mercado externo. O país que teve suas relações com o mercado externo historicamente depende de ciclos de produtos como (açúcar, borracha, café, cacau e fumo).

O Plano vem organizar e desenvolver proposta de pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia para garantir sustentabilidade e competitividade às cadeias de agroenergia. Estabelece arranjos institucionais para estruturar a pesquisa, o consórcio de agroenergia e a criação da Unidade Embrapa Agroenergia16. Indica ações de governo no mercado internacional de biocombustíveis e em outras esferas.

Destacando-se que a cana-de-açúcar é para o Brasil uma das culturas de maior importância socioeconômica e estratégica em termos alimentares e energéticos. O país é hoje o maior produtor mundial dessa matéria-prima, com mais de 300 milhões de toneladas, que se transformam em mais de 15 milhões de toneladas de açúcar e 15 bilhões de litros de álcool. Com a pressão ambientalista em todo o mundo para implementação do uso de combustíveis de fontes renováveis e não-poluentes em substituição aos combustíveis fósseis, cresce a visibilidade do Brasil, que detém posição privilegiada para atender às necessidades de maiores importações tanto de açúcar quanto de álcool anidro para fins combustíveis. (EMBRAPA, 2011)

Os desafios são produzir mais, degradando menos e a custos ecoeficiente, gerar capacidade de diferenciação de produtos e de mercados. Abrir novas oportunidades para produtores; enfrentar os novos requisitos competitivos de mercado interno e/ou externo e estar tecnologicamente atualizado para atender aos novos padrões de consumo mundial.

Cada grupo econômico instalado em determinadas regiões como o caso do estado de Goiás, líderes em seus ramos como o setor sucroalcooleiro, apoiados outras que fornecem produtos e serviços, ambas sustentadas por organizações que oferecem profissionais qualificados, tecnologias de ponta, recursos financeiros, ambientes propícios a desenvolvimento tecnológicos, estabelecendo, deste modo, relações que permitem produzir mais e melhor, a um custo menor.

16

A pesquisa e o consórcio de agroenergia criado peça Unidade Embrapa Agroenergia veio para desenvolver sistemas produtivos sustentáveis da cana-de-açúcar nas áreas tradicionais de cultivo e de expansão. Introduzir genes em variedades de cana-de-açúcar visando obter materiais tolerantes a broca gigante e ao estresse hídrico; Aperfeiçoar a contribuição da FBN na nutrição nitrogenada na cultura da cana-de-açúcar; Determinar a aptidão pedoclimática e risco climático da cana-de-açúcar. Desenvolver um sistema de previsão de safra adaptado às regiões Norte e Nordeste; Avaliar impactos socioeconômicos e ambientais nas áreas de estudo; Construir cenários para orientar políticas públicas na produção ordenada e sustentável da cultura nas áreas em estudo; Definir demanda hídrica, lâmina de água e níveis de nutrientes (N e k2O) para a cultura na região Nordeste e do

Estado de Tocantins; Aperfeiçoar o uso do nitrogênio pela cana-de-açúcar, em sistema de colheita sem despalha a fogo; Desenvolver método de controle da broca-gigante (Telchin Licus), com ênfase ao uso de feromônios e de

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2.1.3 O desenvolvimento da cana-de-açúcar

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)17 considera que para aumentar a qualidade de vida da sociedade em condições favoráveis, em primeira fase, vem a consciência da educação, do aperfeiçoamento profissional, das boas condições de saúde, habitação digna, parâmetros mínimo de alimentação e boa qualidade no meio ambiente.

Assim, o Desenvolvimento Humano e Social (IDH) é aquele capaz de assegurar que os frutos do desenvolvimento socioeconômico sejam traduzidos em melhorias das condições de vida da sociedade, permitindo que as pessoas tomem parte ativa nas deliberações da sociedade, participando das decisões que influenciam suas vidas e as gerações futuras. (PNUD, 2011)

O governo Federal lança para áreas inexploradas do interior do Brasil as Políticas Nacionais de Desenvolvimento (PND) que, implantadas pelo I PND (1972 a 1974) e logo depois pelo II PND (1975 a 1979), adotaram certo modelo de planejamento voltado para determinadas regiões e com a criação de superintendências específicas, que tinham como função coordenar e organizar o processo de desenvolvimento local.

Após tantas tentativas de colonização oficial ao longo da rodovia Transamazônica na região Amazônica, no início dos anos 70, o Cerrado também foi considerado uma região inexplorada, detentora de um vazio populacional a ser explorado socioeconomicamente, que possuía algumas vantagens favoráveis à ocupação e expansão agrícola e pecuária.

Assim, buscando promover políticas de ocupação e desenvolvimentista na região Centro-Oeste, o trato cultural, plantio, irrigação e colheita, foi criado em 1967, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO)18, com a finalidade de realizar programas e pesquisas para conhecer o potencial econômico adequada de cada bioma, cada local de plantio, com técnicas de erradicação química da soqueira da cana, plantio direto com a fertirrigação via uso adequado da vinhaça, em substituição de adubo.

17O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD é a rede global de desenvolvimento da

Organização das Nações Unidas, presente em 166 países. Seu mandato central é o combate à pobreza.

Trabalhando ao lado de governos, iniciativa privada e sociedade civil, o PNUD conecta países a conhecimentos, experiências e recursos. (PNUD, 2011)

18A SUDECO foi criada pela Lei n. 5.365 de 1 de dezembro de 1976, com a missão única e exclusiva de

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Figura 2: Mapa de Biomas do Brasil

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2004)

Há também os ecossistemas de transição com os outros Biomas que fazem limite com o Cerrado.

Tabela 1: Área total dos biomas brasileiros.

Biomas Continentais Brasileiros Área Aproximada (Km2) Área/Total Brasil

Bioma Amazônia 4.196.943 49,29%

Bioma Caatinga 844.453 9,92%

Bioma Cerrado 2.036.448 23,92%

Bioma Mata Atlântica 1.110.182 13,04%

Bioma Pampa 176.496 2,07%

Bioma Pantanal 150.355 1,76%

Área Total do Brasil 8.514.877

(42)

A vegetação do bioma19 do cerrado, em sua maior parte, é muito semelhante à de savana (africana), com gramíneas, tem em seu estudo florístico os arbustos e árvores esparsas e de estrutura tortuosa. As árvores do cerrado têm caules retorcidos e raízes longas, que permitem a absorção da água disponível nos solos do cerrado abaixo de 2 metros de profundidade, mesmo durante a estação seca do inverno.

Já nas regiões do estado de Goiás, onde a vegetação do cerrado é predominante, o clima é quente e há períodos de chuva e de seca, com propagação de incêndios espontâneos esporádicos, ocorrendo no período da seca, sendo características do ciclo ecológico:

O incêndio também é uma parte essencial do ciclo ecológico das pastagens e campinas de gramíeas, que cobrem áreas imensas da terra. Em geral os incêndios naturais desencadeados por raios só queimam alguns hectares e logo são apagados pela chuva que cai durante as tempestades. Os incêndios removem os acúmulos de grama seca da superfície, mas não matam as raizes profundas. E assim, surge uma paissagem difersificada, em que as gramas e outras plantas crescem numa grande variedade de estágios de sucessão. (CALLENBACH, 2001, p. 98)

A paisagem do bioma do cerrado possui alta biodiversidade, embora menor que a mata atlântica e a floresta amazônica. Pouco afetado pelos processos antrópicos até a década de 1960, está desde então crescentemente ameaçado pelo desflorestamento, principalmente as áreas de cerradão, seja pela instalação de cidades e rodovias ao longo da região, seja pelo crescimento das monoculturas ou das atividades madeireiras. Essa via exige investimentos na economia, principalmente nos novos processos tecnológicos de melhorias constantes.

Na economia, quando se considerar a oferta de cana-de-açúcar e a capacidade de produção existente nas usinas sucroalcooleiras, o álcool e o açúcar competem de forma desigual com diversos concorrentes, cujas externalidades ambientais positivas não têm seus preços agregados. Neste caso, não sendo incorporadas aos preços em regime de livre mercado, versus produção e/ou consumo de gasolina.

Para Moraes e Shikida (2002, p. 22) considera-se a importância do setor:

Em termos de desenvolvimento regional, como gerador de renda, de empregos, de divisas, formador de capital, e as dificuldades de equilibrar a oferta e a demanda pelas forças de mercado. Neste caso é necessário identificar quais ações a serem tomadas, para evitar impactos altamente negativos de redução acentuada dos preços, que se estendem por toda cadeia produtiva, ou seja, como organizar o setor de modo a garantira oferta de todos os produtos: açúcar, álcool anidro e hidratado, quando os preços relativos entre eles direcionarem a produção para determinado produto.

19Bioma é um conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de homogeneidade. São as

Imagem

Tabela  1  Área total dos Biomas brasileiros  40
Figura 1: Mapa do Bioma do Cerrado  Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2004)
Figura 2: Mapa de Biomas do Brasil  Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2004)
Figura 3: Objetivo da norma NBR ISO 14000  Fonte: Valle (2004, p. 141)
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