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2.4 GESTÃO DO MEIO AMBIENTE

2.4.2 Certificação da Gestão Ambiental

As usinas sucroalcooleiras já têm consciência dos problemas ambientais e gradativamente vêm adequando seus padrões de produção às normas ambientais estabelecidas, pela legislação, pelas normatizações e pelos padrões de certificação no mercado. Integrando suas estratégias, missões, visões, metas, objetivos e diretrizes, com planejamentos a corresponderem com as expectativas de todos os componentes envolvidos em seus processos produtivos.

A gestão ambiental baseia-se na premissa da melhoria contínua de desempenho, de suas atividades e de seu corpo de empregado. A produtividade tem como o princípio o de “Ciclo Fechado”, quando o resíduo volta para o processo de reaproveitamento como insumo secundário. É por intermédio das políticas ambientais implantadas que as organizações tomam como princípios para minimizar ou eliminar os efeitos impactantes e negativos provocados no meio ambiente por sua atividade de produção.

Como se traduz a gestão em processos:

Os processos produtivos apresentam em geral como desdobramentos: um produto manufaturado, o qual, efetivamente, apresenta uma demanda e um valor de mercado, e os rejeitos do processo (emissões atmosféricas, efluentes hídricos, resíduos sólidos etc.). O conceito de excelência ambiental, que avalia o processo produtivo e seu desempenho produtivo e econômico, passou a considerar o aspecto ambiental em seu sistema de gestão integrada. (SEIFFERT, 2009, p. 69)

A gestão integrada 56 passa, assim, de uma função complementar à parte integralizadora vinculada nos processos produtivos. Tornando-se uma questão de implementação das estratégicas ferramentas para gestão e seu resultado é obtido direto em contrapartida às ações e correção para certificações.

Assim, como pressuposto Seiffert (2008) avalia-se que:

As vantagens da implantação da gestão integrada, a educação ambiental, a saúde e segurança ocupacional, conscientização como elementos norteadores básicos para a implantação de qualquer dos processos internos de gestão, envolve, geralmente, uma metodologia mais sistematizada e complexa, que surge como demanda objetiva, apresentando um perfil mais proativo.

56 Sistema pela qual se utiliza várias ferramentas integradas para fins de gestão e controle. (HARRINGTON,

Além disso, muitas organizações já consideram a poluição, os resíduos do processo industrial como desperdício, e o investimento em meio ambiente uma estratégia moderna e competitiva que envolve a implementação de certificação, baseada em padronização. A política ambiental é o primeiro passo a ser tomado e tem como berço a governança corporativa da usina, também é responsável pela elaboração da Metodologia de Gestão Ambiental – MGA.

Barata (1997) chama a atenção para as ocorrências no processo de gestão:

Ressalta-se ainda que, com a ocorrência dos acidentes ambientais, as usinas com maior potenciais poluidor tiveram suas imagens abaladas diante da sociedade, assim, foram pressionadas por empresas seguradoras, legislação mais restritivas, investidores e acionistas, dentre outros a adotarem medidas que resultassem em maior controle sobre a produção e os riscos de degradação ambiental.

Valle (2004, p. 133) comenta que na busca da certificação internacional de meio ambiente temos “com o intuito de uniformizar as ações que deveriam ser tomada nessa nova óptica para proteger o meio ambiente, a International Organization for Standardization (ISO)57criou um sistema de normas que convencionou designar pelo código ISO 14000”. Basicamente trata de uma série de normas família do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

A ISO trata-se de uma organização não-governamental, constituída em fevereiro de 1947, em Genebra – Suíça, com o objetivo principal de criar normas internacionais para padronização de bens e serviços. A instituição elabora normas por meio de vários Comitês Técnicos (CTs), compostos por especialistas dos diversos países-membros. Essas normas são de cumprimento voluntário, em diversos campos de atividades.

O Brasil participa da ISO por meio da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), uma sociedade privada, sem fins econômicos, fundada em 1940 e reconhecida pelo governo brasileiro como Fórum Nacional de Normalização:

A Série ISO 14000 é um conjunto de normas que afeta todos os aspectos relacionados à responsabilidade ambiental, na gestão de uma organização, a saber: como ela realiza sua auditoria ambiental; como mede o desempenho ambiental; como argumenta a credibilidade de seus produtos; como analisa o ciclo de vida de seus produtos e processos; e como relata as informações ambientais a seus empregados e ao público. A ISO 14001, norma de Série 14000 que orienta a implantação do Sistema de Gestão Ambiental - SGA pode prover mecanismos para

57 International Organization for Standardization (ISO), organismo mundial constituído em 1947, que tem a

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como um de seus membros fundadores. A ISO é uma organização não governamental e conta com mais de cem membros, representado cada um o seu país de origem. (VALLE, 2004)

controlar os métodos gerenciais existentes, integrando sistemas fragmentados ou criando sistemas, caso não haja nenhum. (TIBOR e FELDMAN, 1996)

A ABNT é o fórum nacional de normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias (ABNT/CEET), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

A ABNT NBR ISO 14001 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (ABNT/CB-38), pela Comissão de Estudo de Gestão Ambiental (ABNT/CE-38:001.01). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital n. 08, de 31.08.2004, com o número Projeto NBR ISO 14001.

As normas de gestão ambiental têm por objetivo prover as organizações de elementos de um SGA eficaz que possam ser integrados a outros requisitos da gestão e auxiliá-las a alcançar seus objetivos ambientais e econômicos. Não se pretende que estas normas, tais como outras normas, sejam utilizadas para criar barreiras comerciais não-tarifárias nem para ampliar ou alterar as obrigações legais de uma organização.

Segundo a norma da NBR ISO 14001:2004 (ABNT, 2004) o SGA é um conjunto de procedimentos e técnicas sistêmicas, uma padronização que visa a dotar uma organização de meios para desenvolver e complementar sua política ambiental e gerenciar seus aspectos ambientais. Com a implementação do SGA, de que trata norma acima a organização cumpre requisitos, tais como:

a) Comprometimento com a melhoria contínua e a prevenção da poluição;

b) Comprometimento com o atendimento à legislação ambiental do país e outros requisitos dos mercados que se deseja atingir;

c) Estabelecimento de objetivos e metas ambientais;

d) Avaliação e monitoramento do atendimento aos seus objetivos e metas ambientais;

e) Conscientização e treinamento de todo o pessoal envolvido;

f) Comunicação a todas as partes interessadas (acionistas, empregados, vizinhos, consumidores);

Valle (2004) corrobora a importante distinção entre norma58, a qual descreve os requisitos de uma organização que podem ser utilizados para certificação/registro ambiental e/ou uma autodeclaração do SGA. É uma diretriz não-certificável, destinada a prover orientação genérica a uma organização para estabelecer, implementar ou melhorar seu sistema da gestão ambiental.

Para os usineiros, a implantação de uma certificação do SGA eficaz pode proporcionar economias futuras, na forma de novos mercados, taxas de seguros mais baixas e maiores acesso ao capital. As empresas seguradoras estarão mais dispostas a cobrir incidentes de poluição, quando a organização possuir um sistema de gestão ambiental.

O processo do SGA pode ajudar a usina a monitorar e medir sistematicamente sua situação quanto ao cumprimento das normas e também no treinamento dos empregados em relação a seu papel na proteção do meio ambiente, bem como na melhoria contínua e do desempenho ambiental. Possibilita à organização demonstrar que tem um sistema implementado para alcançar seus objetivos no que diz respeito à melhoria de desempenho ambiental.

Para Tibor e Feldman (1996, p. 25) a ideia baseia-se em:

Uma simples equação, em que uma melhor gestão levará a uma melhora no desempenho ambiental, a uma maior ecoeficiência e, consequentemente, a um maior retorno dos investimentos. É importante salientar que a norma ISO 14001 propõe um processo de melhoria contínua e, não, um padrão de desempenho ambiental, na expectativa de que um melhor gerenciamento leve a melhores resultados de desempenho.

Ao implementar o SGA, é fundamental que as usinas visem à avaliação constante o valor dos riscos causados pelos aspectos ambientais como: os acidentes, descumprimento das leis ambientais, perda de mercado, redução da probabilidade de compromissos financeiros, créditos bancários e perda de concorrências no mercado interno.

Não apenas vislumbre os benefícios, o marketing verde, a economia de matéria-prima e ecoeficiência na produção, pois a prevenção e a legitimidade das ações é que garantem o correto desempenho da gestão ambiental.

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A norma NBR/ABNT não estabelece requisitos absolutos para o desempenho ambiental, além dos comprometimentos, expressos na política ambiental, de estar em conformidade com requisitos legais e outros requisitos aos qual a organização tenha subscrito, com a prevenção da poluição e com a melhoria contínua.

A gestão ambiental passa, assim, de uma função complementar à parte integralizadora vinculada nos processos produtivos, tornando-se uma questão de implantação das estratégicas ferramentas para gestão e seu resultado direto em contrapartida as ações corretivas para certificações, voltadas à avaliação do risco, à grandeza do impacto e à análise do grau de reversibilidade ou a sua irreversibilidade.

Para Robles Jr. (2008) a proposta de implementação de um SGA resulta na concreta melhoria da performance com a criação de uma base comum mais uniforme. Desta forma, haverá maior confiança que o processo será mais bem conduzido para a eficácia do planejamento, da implementação, do monitoramento e da revisão que são baseados no ciclo

Plan, Do, Check e Act - PDCA59 ou Planejar, Executar, Verificar e Agir em melhoria contínua.

Na norma NBR ISO 14001:2004 (ABNT, 2004) a metodologia conhecida como Plan,

Do, Check e Act (PDCA) / (Planejar–Executar–Verificar–Agir) pode ser brevemente descrito

da seguinte forma:

a) Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir os resultados em concordância com a política ambiental da organização.

b) Executar: Programar os processos.

c) Verificar: Monitorar e medir os processos em conformidade com a política ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros, e relatar os resultados. d) Agir: Agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema da gestão ambiental.

Muitas organizações gerenciam suas operações por meio de aplicação de um sistema de processos e suas interações, que podem ser referenciados como “abordagem de processo”. A ABNT NBR ISO 9001 promove a utilização da abordagem de processo. Como o PDCA pode ser aplicado a todos os processos, as duas metodologias são consideradas compatíveis.

Andrade et tal (2002) entende que um processo contínuo e sempre adaptativo, por meio do qual uma organização define (e redefine) seus objetivos e metas relativas à proteção do ambiente e à saúde e segurança de seus empregados, clientes e comunidade, assim como seleciona as estratégias e meios para atingir interação com o meio ambiente externo.

59O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sistema de gestão e pode ser utilizado em qualquer

empresa de forma a garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área de atuação da empresa. O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações planejadas são executadas, checa-se se o que foi feito estava de acordo com o planejado, constantemente e repetidamente (ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto ou na execução. (HARRINGTON, 2001)

A essência deste ciclo é explicada por Harrington (2001) como coordenar, continuamente, os esforços no sentido da premissa da melhoria contínua. Ele enfatiza e demonstra que programas de melhoria devem iniciar com uma fase cuidadosa de planejamento e requisitos especificados:

Requisitos Gerais – Estabelecer, analisar e avaliar, implementar, manter e, continuamente, melhorar a gestão do SGA;

Política Ambiental – Definida pela alta administração com comprometimento de continuidade e transparência e responsabilidade social;

Planejamento – Identificação e análise da significância dos aspectos e impactos ambientais, requisitos legais e normativos do Estado, requisitos internos da organização e a definição da missão, visão, dos objetivos e metas dos programas de gerenciamento da qualidade ambiental;

Implementação e Operação – Definição dos recursos humanos, tecnológicos, financeiros, materiais e infraestrutura, das funções de cada um dentro do sistema, dos treinamentos e conscientização ambiental de todos envolvidos, comunicação, documentação, controle operacional, e o plano de ação para todos os tipos de emergências ambientais levantadas e contingenciadas;

Verificação e Ação Corretiva – Avaliação do atendimento aos requisitos legais e internos, procedimentos para tratar as não-conformidades e suas ações corretivas, controle de registros e auditoria de conformidade e certificativa.

Explana Robles Jr. (2008) que para construção de tal planejamento60, tem-se a necessidade de trabalhar subdivisões: classificação e avaliação dos aspectos ambientais, levantamento dos requisitos legais, definição dos objetivos, metas e programas ambientais, etapas que compõem a fase de planejamento:

a) Aspectos Ambientais – Levantar e classificar quais impactos as atividades e o processo produtivo da organização causam ao meio ambiente.

b) Requisitos Legais – Levantar toda a legislação e normas ambientais do estado pertinente à atividade ambiental desenvolvida pela organização.

c) Objetivos, Metas e Programas Ambientais – Definir objetivos e metas ambientais condizentes com a política adotada pela alta administração da organização, assim como estabelecer quais ações deverão ser tomadas para que os objetivos e metas ambientais sejam alcançados. Implantar os programas ambientais destinados ao cumprimento da Responsabilidade Social definida na política da organização.

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Deve-se fazer uma auto-avaliação ou autodeclaração; buscar confirmação de sua conformidade; buscar confirmação de sua autodeclaração por meio de uma organização externa; buscar certificação/registro de seu sistema da gestão ambiental por uma organização externa. (ROBLES Jr. 2008)

Tinoco (2004) menciona que antes de serem iniciadas estas fases, recomenda-se fazer uma análise global61 da relação da organização, por meio de uma avaliação das atividades produtivas, como, também, qual a legislação pertinente ao setor produtivo de atuação:

a) Os requisitos gerais devem assegurar que:

O SGA está diretamente orientado sob o modelo de gestão baseado na premissa de melhoria contínua, destaca que uma organização ao implantar este sistema deve cumprir rigorosamente as etapas sucessivas.

b) A estruturação da política ambiental pela alta administração deve assegurar que: - Esteja apropriada à natureza do processo produtivo, à escala e impactos ambientais de suas atividades, geração de produtos ou subprodutos e co-produtos;

- Esteja comprometida na premissa da melhoria contínua da qualidade ambiental, com a poluição do ar, da água, do solo, com os descartes de resíduos etc.;

- Conscientização da prevenção ambiental permanente é um conceito muito amplo e definido como: uso de processos, práticas, materiais ou produtos que evitem, reduzam ou controlem a poluição, o que pode incluir a reciclagem, a logística reversa, tratamentos, mudanças de processos, mecanismos de monitoramento e controle, uso eficiente de recursos energéticos, substituição de materiais e seus reaproveitamentos;

- Inclua um compromisso com o atendimento à legislação e normas ambientais vigentes, com os demais requisitos subscritos pela organização. Deve-se explicitar o grau de conformidade legal adotado pela empresa;

- Forneça estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas ambientais. Uma política é uma atividade ampla, de natureza administrativa, descrita de forma extensiva “narrativa”, dependente de aprovação de níveis elevados da administração, com princípios que nortearam a definição de qualidade ambiental, sendo de longa duração;

61 Análise global do processo PDCA, processo sistemático e documentado de verificação, execução a fim de se

obterem avaliações, de forma objetiva do ciclo de implementação e suas atividades, responsabilidades e práticas, procedimentos, processos e recursos para estabelecer as etapas e metodologias utilizadas para implementação das etapas do processo. (TINOCO, 2004)

- Seja toda documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os envolvidos no processo. A gestão ambiental pressupõe a partilha de responsabilidade e o comprometimento de todos a um bem comum;

- Esteja disponível ao público. A participação popular de todas as partes interessadas da sociedade civil organizada deve, no mínimo, incluir a disponibilização de seus textos informativos, cartilhas e da evidenciação ao público interessado.

c) A estruturação do planejamento deve assegurar que:

Posteriormente à definição da política ambiental, dá-se início à segunda etapa para o processo de implantação, descrevendo que esse momento tem por objetivo construir condições para a realização da política ambiental adotada pela organização.

d) Implementação e operacionalização devem assegurar que:

A fase do processo de implantação do sistema de gerenciamento ambiental é caracterizada pela execução do que foi planejado no estágio anterior. Nessa etapa da implantação têm-se sete passos a serem cumpridos:

Recursos, funções, responsabilidades e autoridades – Definição de recursos financeiros, tecnológicos, infraestrutura dentre outros. Também são realizadas as atribuições do centro de responsabilidades as pessoas envolvidas no sistema. Competência, treinamento e conscientização – Desenvolve atividades com o corpo funcional da organização, como: educação continuada, treinamentos das atividades, potencialmente, impactantes, programas de conscientização de risco e conhecimento da política ambiental da empresa. Este requisito visa a desenvolver o comprometimento dos empregados com as políticas de gestão ambiental promovida pela organização.

Comunicação – Procura definir como se dará a transparência e a troca de informações da organização com seu ambiente externo (fornecedores, clientes, partes interessadas etc.) e interno (colaboradores e prestadores de serviço).

Documentação – A empresa deverá manter documentadas todos dados e as informações pertinentes ao seu SGA.

Controle de documentos – A organização deve estabelecer mecanismos de controle e conservação sobre os documentos referentes ao seu SGA.

Controle operacional – Definir mecanismos de monitoramento e controle sobre os aspectos considerados relevantes e altamente significativos na gestão.

Preparação e resposta a emergências – A organização deverá estabelecer planos para situações de risco, emergenciais e da gestão de contingências.

e) Verificação e Ação Corretiva devem assegurar que:

Nessa etapa, o check do ciclo do PDCA objetiva avaliar o funcionamento da gestão ambiental como: análise do desempenho ambiental, por meio do “monitoramento e medição”; verificação do atendimento aos requisitos legais; identificação de “não-conformidades”. Assim, como ações corretivas e preventivas que visem a solucionar as falhas identificadas, controlar e registrar as informações obtidas com as avaliações e, por fim, desenvolver periodicamente auditorias internas. (MELLO, 2009)

Menciona Robles Jr. (2008) diante desses requisitos, pode-se destacar a última etapa (auditoria interna)62 como de fundamental importância para que haja uma avaliação crítica e ações corretivas na eficácia do SGA na organização. O relacionamento entre aspectos ambientais e impactos é o de causa-efeito:

a) Aspectos são atividades que interagem com o meio ambiente;

b) Impactos são mudanças no meio ambiente resultantes dessa interação.

Harrington (2001) fornece como detalhe opcional a identificação de aspectos ambientais e a sua avaliação é um processo que pode ser realizado pela auditoria ambiental em quatro etapas:

a) Seleção de uma atividade, produto ou subproduto;

b) Identificação de aspectos ambientais da atividade, produto ou subproduto; c) Identificação de impactos ambientais;

d) Avaliação da importância e profundidade dos impactos.

O processo acima, normalmente, envolve a coleta e a avaliação de informações durante a visita à unidade, seguida de discussão dos principais tópicos observados com os responsáveis pela operação da unidade e, finalmente, a preparação de um relatório com os problemas encontrados e as suas recomendações.

62Programa (s) de auditoria deve (m) ser planejado (s), estabelecido (s), implementado (s) e mantido (s) pela

Organização. Das responsabilidades e requisitos para se planejar e conduzir as auditorias, para relatar os resultados e manter registros associados. Da determinação dos critérios de auditoria, escopo, frequência e métodos. A seleção de auditores e a condução das auditorias devem assegurar objetividade e imparcialidade do processo de auditoria. (ISO, 2004)

Seiffert (2009, p. 208) define que a auditoria ambiental “é um processo sistematizado de verificação e documentação do desempenho ambiental de uma organização, com relação a um objetivo predefinido em conformidade com requisitos especificados”.

A ISO, em sua norma NBR ISO 14001 no tópico 4 requisitos do sistema de gestão ambiental, dispõe: A organização deve estabelecer e manter procedimento(s) para identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços que possam por ela ser controlados e sobre os quais se presume que ela tenha influência, a fim de determinar aqueles que tenham ou possam ter impacto significativo sobre o meio ambiente.

Requisitos gerais - A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e continuamente melhorar um sistema da gestão ambiental em conformidade com os requisitos desta Norma e determinar como ela irá atender a esses requisitos.

A organização deve definir e documentar o escopo de seu sistema da gestão ambiental. Harrington (2001) corrobora que a ISO como prioridade a política ambiental da organização: a alta administração deve definir a política ambiental da organização e assegurar que, dentro do escopo definido de seu sistema da gestão ambiental, a política:

a) seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades, produtos e serviços;

b) inclua um comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção de poluição;

c) inclua um comprometimento em atender aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização que se relacionem a seus aspectos ambientais; d) forneça uma estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e metas ambientais;

e) seja documentada, implementada e mantida;

f) seja comunicada a todos que trabalhem na organização ou que atuem em seu nome;

g) esteja disponível para o público.

A Norma NBR ISO 14001 não determina uma metodologia para o planejamento, implementação, verificação e avaliação de aspectos e de impactos, porém, pede um