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2.4 GESTÃO DO MEIO AMBIENTE

2.4.1 Introdução à Gestão Ambiental

Com a modernidade e a intensificação das usinas sucroalcooleiras, a intervenção humana faz-se necessária com o agravamento dos problemas ambientais. A expansão do mercado da cana-de-açúcar gerou problemas ambientais diversos, entre eles o excessivo consumo de recursos naturais, sendo alguns não renováveis, a contaminação do ar, do solo, das águas e a prática do desflorestamento e desmate entre outros.

O conceito de meio ambiente52 tem sido tratado com ênfase nas últimas três décadas do século XX. Integrando-se a um conjunto de elementos naturais ou físicos, cuja interação estrutura a base que vivemos. Há de ser globalizante, abrangente a toda natureza, original e artificial, bem como os correlatos, o solo, a água, o ar, o clima, a flora, a fauna e o patrimônio natural, proporcionando o equilíbrio de vida em todas as suas formas.

O meio ambiente pode ser definido como “os arredores nos quais uma organização opera, incluindo ar, água, terra, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter- relações”. Estende-se, assim, antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira da organização até o sistema global. Também defini os seus aspectos:

a) Meio ambiente artificial, constituído pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto de edificações e dos equipamentos públicos;

b) Meio ambiente cultural, integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, que, embora artificial em regra, como obra do homem, difere do anterior pelo sentido do valor especial que adquire ou de que se impregnou;

c) Meio ambiente natural ou físico, constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora, interação dos seres vivos e seu meio. (TIBOR e FELDMAN, 1996)

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O meio ambiente, envolve todas as coisas vivas e não vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. O conceito de meio ambiente pode ser identificado por seus componentes: Completo conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema natural mesmo com uma massiva intervenção humana e outras espécies do planeta, incluindo toda a vegetação, animais,

microorganismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer em seus limites. Recursos e fenômenos físicos universais que não possuem um limite claro, como ar, água, e clima, assim, como energia, radiação, descarga elétrica, e magnetismo, que não se originam de atividades humanas. (BARATA, 1997)

Com a introdução da Lei Federal n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente53, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação no Brasil, define o meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)

Do ponto de vista prático, o meio ambiente diz respeito a uma usina, nos seus arredores nos quais as atividades, produtos e serviços de uma organização tenham potencial de gerar impacto ambiental54 significativo e sobre os quais essa atividade possa exercer controle ou influência razoável, em âmbito local, regional ou até mesmo global, dependendo de sua natureza.

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Estabelece fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Lei n. 6.938/81)

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Impacto ambiental é a alteração no meio ambiente ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade humana. Estas alterações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas.O objetivo de se estudar os impactos ambientais é,

principalmente, o de avaliar as consequências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após a

Atualmente, a influência do tema ambiental se depara com constante desenvolvimento de legislações, normas e regulamentos, que dizem respeito à conservação do patrimônio ambiental. Haja vista uma preocupação desde os primórdios com este assunto, vem atingindo interesse cada vez maior por parte de diversos segmentos da sociedade com este tema. (DIAS, 2006)

A gestão ambiental é uma ferramenta utilizada pelos dirigentes de organizações para atuarem na área de meio ambiente, de forma que se integrem as normas e customizem suas operações de acordo com as novas exigências do mercado, como as certificações de qualidade e gestão ambiental, ressalta-se:

Que a gestão ambiental é consequência natural da evolução do pensamento da humanidade em relação à utilização dos recursos naturais. Busca a exploração sábia destes recursos, utilizando-os de modo sustentável e repondo ou recuperando a degradação causada ao meio ambiente. (BRUNS, 2006)

Já neste contexto, Tibor e Feldmam (2006) verificam uma tendência mundial crescente de busca na melhoria do desempenho ambiental por meio da implantação de certificação55. A gestão ambiental passa, assim, de uma função complementar à parte integral das operações empresariais e, para empresas proativas, tornou-se uma questão estratégica e não uma questão de cumprimento de normas.

As usinas sucroalcooleiras passaram assumir a responsabilidade pelo uso excessivo dos recursos naturais. Em seus primórdios, o setor produtivo considerava a questão ambiental como um fator de incremento de custeio, assim, não lhe imputando a devida importância, limitando-se a adotar medidas para evitar multas e/ou penalidades administrativas.

Comenta Robles Jr. (2008) que o gestor usineiro passou a perceber que o investimento em certificação de qualidade e gestão ambiental não são apenas fatores com dispêndios. Mas pode representar oportunidades de redução de custeio, alcançada pela redução de emissões de poluentes, depleção de recursos naturais, redução de resíduos, maiores possibilidades de reciclagem e criação de produtos mais limpos, entre outros benefícios, como a qualidade dos produtos.

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Certificação é a declaração formal de "ser verdade", emitida por quem tenha credibilidade e tenha autoridade legal ou moral. Ela deve ser formal, isto é, deve ser feita seguindo um ritual e ser corporificada em um

documento. A certificação deve declarar ou dar a entender, explicitamente, que determinada coisa, status ou evento é verdadeiro. (ISO, 2004)