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Rev. Bras. Enferm. vol.55 número5

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Academic year: 2018

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RESUMOS DE TESE/D I S S E RTAÇÃ01

REFORMA PSIQUIÁTRICA E SUA ARTICUAÇÃO COM O PROCESSO DE TRABALHO DO

ENFERMEIRO

Autora: Ângela Maria Corrêa Gonçalves Orientador: Francisco Carlos Felix Lana

RESUMO: Este é um estudo qualitativo, que teve como objeto a organização do processo de trabalho do enfermeiro atuante em dois hospitais psiqu iátricos da rede privada do mun icípio de Juiz de Fora , M G . O novo paradigma da reforma psiquiátrica acarretou a necessidade de reorgan izar serviços , criar novas modalidades de atendi mento e reformular a organ ização do trabalho. Com o objetivo de anal isar o d iscurso dos enfermeiros acerca da reforma psi q u i átrica e a articulação dela sobre seu fazer cotidiano, tentamos identificar os seus d eterminantes que i nterferem n o exercício de sua prática , na assistência ao doente mental, analisando as contradições entre o modo de pensar e operar do enfermeiro. Partindo do pressuposto que a enfermagem é uma prática social , portanto articulada às demais práticas de saúde, con d uzimos a investigação à luz do referencial teórico-metodológ ico do materi a lismo histórico dialético, que considera a h i storicidade e a dinamicidade dos fenômenos sociais. Tomamos como base o conceito de "processo tecnológ ico d e organ ização do trabal ho" desenvolvido por M E N DES G O N ÇALVES ( 1 986) , por ser uma opção que apresenta fi n s práticos , possi b i l itando a i nvestigação das transformações ocorridas na assistência ao indivíduo portador de doença mental, a patir da reforma psiquiátrica . A capacitação da realidade empírica se deu através de entrevistas semi-estruturadas e da observação d i reta. Foram sujeitos desse estudo dez enfermei ros lotados nas referidas instituições. O resultado nos revela que a assistência de enfermagem que encontramos nessas i nstitu ições não pode ser reconhecida como "psiqu iátrica"; que o enfermeiro tem g rande dificuldade em definir sua prática e justifica sua ausência na assistência d i reta com a sobrecarga de atividades "burocráticas", no sentido mais amplo dessa palavra . Conclu ímos que os instrumentos que o enfermeiro d ispõe para aproximar e tra nsformar seu objetivo e atingir sua finalidade são: a organização do ambiente hospitalar através de mecanismos disciplinares e a organização dos agentes da equipe de enfermagem através de meca n ismos controladores. O trabalho que vem sendo desenvolvido pelo enfermeiro nestas instituições psiquiátricas confronta-se com os pri n cípios da reforma psi q u i átrica , e o rompi mento com o modelo tradicional de cu idar implica n a formação de uma nova consciência, na reestruturação d e novos saberes, o que resultará na transformação da prática .

TRABALHO DO ENFERMEIRO EM UM CONTEXTO DE MUDANÇAS ORGANIACIONAIS

Autora : Maria da Graça Fonseca Orientadora: Marília Alves

RESU MO: A i ntensidade e a velocidade das mudanças, freqüentemente, ocasionam inseg urança nos indivíduos envolvidos e desestabil ização das organizações que b uscam se adaptar para alcançar novos patamares de estabil idade e red uzir o i mpacto das mudanças no coti d i a n o de trabalho. O Hospital U niversitário, no boj o das muda nças do setor saúde, vem implementando mudanças sign ifi cativas e buscando vencer as resistências, e a E nfermagem, enquanto grupo majoritário na organização, não pode ficar à margem. N o entanto, parece-nos que a Divisão de E nfermagem e os enfermeiros não têm partici pado ativamente do processo , vindo a reboq ue do mesmo, submetendo-se às decísões de outros profissionais e sofrendo as suas conseq üências. Neste estudo, buscamos anal isar o processo de mudanças que vêm ocorrendo no Hospital Universitário e seus reflexos no trabalho do enfermeiro. Para tal , real izamos u m estudo qual itativo utilizando como base de análise o referencial teórico-metodológico do Material ismo H i stórico Dia lético. A ca ptação da rea l idade emp írica deu-se através da aplicação de um roteiro de entrevista semi-estruturada, aplicado a 1 3 enfermeiros que ocu pavam cargos de direção, gerência de setor e de u n idades de internação. Os dados foram submetidos a análise de discurso. Os resultados mostram que as mudanças em curso no hospita l , tanto na perspectiva de longo prazo, contemplando os esforços para que o projeto do Centro de Atenção à Saúde (CAS ) se torne uma real idade, como aquelas d e médio e curto prazo , envolvendo aspectos pol íticos, gerenciais, tecnológicos e comportamentais, afetam direta ou indiretamente o trabalho da enfermagem. Percebe-se que, na maioria das vezes, o enfermeiro não tem sido chamado a participar do planejamento dessas mudanças, mesmo sendo um elemento i ntermediário que organ iza o ambiente de trabalho e m ultiplica as i nformações para os demais membros da equipe de enfermagem. Verificaremos que as reações dos enfermeiros às mudanças vão do receio e insegurança em rel ação ao futu ro até a resi stência à mudança e adoção de atitudes d efensivas. Mas, por outro lado, há, também, interesse e desejo de inserção n o processo. N o entanto, os enfermeiros ainda não estão organ izados de forma a se anteci par às mudanças organizacionais e sentem-se perd i dos no d i recionamento d e suas ações , levando a criação de

1 Cópia das teses/dissertações solicitar informações pelo E-mail cepen@abennacional.org . br

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d iferentes frentes de trabalho q u e nem sempre têm aderência às propostas d e m u d anças. A b u sca do crescimento e do aperfeiçoamento profissional do enfermeiro é uma real idade e tem se dado de forma a leatóri a , na tentativa de se i nserir no processo. O envolvi mento e o desempenho dos enfermeiros nas atividades d e educação para a saúde para pacientes, fam í l ia e com unidade, de forma i n ovadora , têm trazido valorização e rea l ização p rofissional , sinalizando um dos ca minho através do qual buscam i n ovar sua p rática , conq u i star espaços na equ i pe interdisci p l i n a r e n a i n stituição, para participar das mudanças. Verificamos, ainda, que, mesmo não tendo participado das discussões do projeto do novo do hospital e não conhecendo a fil osofia das mudanças em curso no H U , os e nfermei ros estão cam i n hando em d i reção ao alcance dos objetivos propostos pela i n stitu ição, mostra ndo-se abertos e , d e certa forma , permeáveis às mudanças.

DA BANALIAÇÃO DO SOFRIMENTO

À

SUA RESIGNIFICAÇÃO ÉTICA NA ORGANIAÇÃO

DO TRABALHO

Autora : Carmem Lúcia Colomé Beck Orientadora : Maria Tereza Leopardi

RESU M O : Este estudo ca racteriza-se como uma i nvestigação d a á rea h u ma n o-soci a l , d o tipo exploratório-descritiva , estruturada a partir de uma a bordagem qual itativa . Foi real i zado com vi nte enfe rmeiras e 26 auxiliares de enfermagem d e d o i s hospitais da cidade de Santa Mari a - RS e em cinco un idades consideradas críticas, quais sejam: a un idade de terapia i ntensiva de adultos, o centro cirúrgico, o pronto-atendimento, a un idade e o ambulatório de hematooncologia. A triangulação foi usada na coleta de dados, i ncluindo a entrevista semi-estrutu rada, a observação nos três turnos de trabalho e o preench imento de um form ulário j u nto com os trabalhadores de enfermagem . O problema que suscitou a i nvestigação foi a cerca dos efeitos que a o rganização do trabalho e os eventos situacionais p rovoca m na vida dos trabal hadores e , como objetivos , a ca racterização das u n idades críticas , a identificação destes eventos vivenciados pelos trabalhadores e a repercussão no modo de enfrentamento d o sofrimento, bem como as rel ações e ntre os eventos presentes na organização do trabalho e a produção do sofri mento, desconforto , desprazer dos trabalhadores da enfermagem . A tese que foi defendida é de que a organ ização do trabalhador, bem como os eventos situacionais específicos , decodificados ou não, vivenciados i ndividual ou coletiva mente , em u n idades críticas, prod uzem efeitos sobre o modo d e enfrentamento do sofri mento. Esses modos apresentaram-se através da utilização d e mecan ismo de defesa , como a n egação e a sublimação do sofri mento ou a parti r da banalização do sofri mento quando os trabalhadores fazem d e conta que nada está acontecendo, ou como se os acontecimentos fossem esperados e não req ueressem decisões . Outras estratégias defensivas foram mencionadas pelos trabalhadores para fazer frente ao sofrimento, tais com : esquecer a qualquer custo o sofri mento cotidiano; separar a vida social da vida d o trabalho; vivenciar crises e adoecer, tendo em vista os sentimentos não conscientes; anular as emoções ; utilizar "válvulas de escape" para aliviar a ansiedade, dentre outras. Nesta situação, é possível afirmar que estes trabalhadores ainda estão negando suas crises decorrentes do sofrimento do trabal h o . E ntreta nto, percebi que alguns deles já buscam novas fórm ulas de se relacionarem com o seu trabalho e de enfre ntar o sofri mento e , portanto , já se situam na fase chamada "aumento da tensão", segundo Taylor ( 1 992). As novas formas de enfrentamento do sofrimento incluem possibilidades como o reconheci mento da existência do mesmo; a necessidade de aprender a conviver com ele e de compatilhar essas experiências com os colegas; a busca do sign ificado dessas vivências para a sua vida e o desejo de a lcançar o equ i l í brio entre sofrer sem limites, negar ou banalizar o sofrimento. A enfermagem permanece desempenhando o papel social esperado, ou seja, real izando aquilo que esperam dela "a qualquer custo". O utro achado i m portante foi o estado de alerta permanente revelado pelos trabalhadores, o qual precisa ser i nvestigado com mais profu ndidade e associado às doenças apresentadas por eles, decorrentes do desenvolvi mento do seu trabalho.

SOFRIMENTO NA PRXIS DA ENFERMAGEM: REAL OU DESLOCADO EM SEU

SENTIDO?

Autora : Rosa Mari a Braci n i Gonzales Orientadora : Maria Tereza Leopardi

RESUMO: Neste estudo, defendendo a tese de que o sofri mento no trabalho d a enfermagem é superd i mensionado, muitas vezes potencializado pelas cargas do cotidiano social do individuo em vida de rel ações, o que se confi gura num deslocamento de sentido, ou seja numa desarticulação entre sua origem completa e aquela evidenciada pelos trabalhadores. O grupo que participou do estudo foi com posto por vi nte enfermei ros e vi nte auxi l iares d e enfermagem que constitu íram uma amostra desta população, na cidade de Santa Maria - RS . Nesta pesquisa qualitativa , uti l izei a entrevista semi-estruturada, real izada antes e depois do turno d e trabalho, como i n strumento para coleta de dados. Os objetivos que g u iaram o estudo foram :

Referências

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