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Geometria Basica Aula6 Volume1

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Academic year: 2019

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(1)

Aula 6 – Pol´ıgonos

Objetivos

• Introduzir o conceito de pol´ıgono.

• Estabelecer alguns resultados sobre paralelogramos.

Introdu¸

ao

Defini¸c˜ao 14

Chamamos de pol´ıgono uma figura plana formada por um n´umero finito de segmentos de reta tais que:

• Cada extremo de cada segmento ´e extremo de exatamente dois

segmentos;

• Os segmentos intersectam-se apenas nos extremos;

• Lados consecutivos n˜ao est˜ao contidos na mesma reta.

Veja alguns exemplos na figura 96.

Fig. 96: Exemplos de pol´ıgonos.

Na figura 97, vocˆe pode ver exemplos de outras figuras planas que n˜ao s˜ao pol´ıgonos (vocˆe deve dizer por que cada uma delas n˜ao satisfaz `a defini¸c˜ao de pol´ıgono).

(2)

Cada extremo de cada segmento ´e chamado v´ertice do pol´ıgono, e os segmentos s˜ao chamados lados do pol´ıgono. Um pol´ıgono divide o plano em duas regi˜oes, uma limitada e outra ilimitada. A regi˜ao limitada ´e chamada interior do pol´ıgono. Observe que n˜ao faz sentido falarmos de pol´ıgonos com somente um lado ou somente dois lados.

Defini¸c˜ao 15

Oper´ımetro de um pol´ıgono ´e a soma das medidas de seus lados.

Defini¸c˜ao 16

Uma diagonal ´e um segmento que liga dois v´ertices do pol´ıgono que n˜ao pertencem a um mesmo lado.

Defini¸c˜ao 17

Um pol´ıgono ´e ditoconvexose, dados dois pontos quaisquerAeB no interior do pol´ıgono, o segmento de reta AB est´a contido no interior do pol´ıgono.

Na figura 98, os pol´ıgonos (a) e (b) s˜ao convexos, enquanto o pol´ıgono (c) n˜ao ´e convexo.

A B

(a) (b) (c)

Fig. 98: (a) e (b) s˜ao convexos e (c) n˜ao ´e convexo.

Um triˆangulo (que ´e um pol´ıgono de trˆes lados) ´e sempre convexo. O mesmo n˜ao acontece com outros pol´ıgonos. Observe as figuras 98 e 99. Alguns pol´ıgonos com mais de trˆes lados tamb´em recebem nomes especiais.

Quadril´atero - pol´ıgono de quatro lados

Pent´agono - pol´ıgono de cinco lados

Hex´agono - pol´ıgono de seis lados

Hept´agono - pol´ıgono de sete lados

e assim sucessivamente.

(3)

(a) (b)

Fig. 99: a) Quadril´atero convexo. b) Quadril´atero n˜ao-convexo.

Alguns quadril´ateros recebem nomes especiais. Um paralelogramo ´e um quadril´atero que tem os lados opostos paralelos. Um retˆangulo ´e um quadril´atero com todos os ˆangulos retos. Umtrap´ezio´e um quadril´atero que possui um par de lados opostos paralelos, chamados de basesdo trap´ezio.

Vocˆe sabia que...

O Pent´agono (Minist´erio da Defesa dos EUA) tem esse nome porque o pr´edio que o abriga tem esse formato.

Segue da proposi¸c˜ao 9 que todo retˆangulo ´e um paralelogramo. Observe a figura 100.

(a) (b) (c)

Fig. 100: a) Paralelogramo. b) Retˆangulo. c) Trap´ezio.

Umlosango´e um paralelogramo que possui todos os seus lados congru-entes. Um quadrado ´e um retˆangulo que possui todos os lados congruentes. Veja a figura 101. Observe que todo quadrado ´e losango.

(a) (b)

(4)

Propriedades dos pol´ıgonos

Usando os fatos que j´a conhecemos a respeito de triˆangulos, podemos mostrar algumas propriedades de outras figuras planas, como veremos a se-guir e at´e o final desta aula.

Proposi¸c˜ao 11

Os lados opostos de um paralelogramo s˜ao congruentes.

Prova:

Considere um paralelogramo ABCD. Queremos mostrar que AB ≡

CD e BC ≡ AD. Para isso, vamos tra¸car a diagonal BD, e considerar os triˆangulos DAB e BCD. Veja a figura 102.

A B

C D

Fig. 102: Proposi¸c˜ao 11. A Matem´atica guarda uma

rela¸c˜ao com o esteticamente agrad´avel. Um exemplo disto encontra-se no chamadoretˆangulo ´aureo, utilizado na arquitetura e nas artes, h´a muito tempo. Um retˆangulo ´aureo ´e aquele no qual, ao se destacar um quadrado de lado igual ao menor lado do retˆangulo, obt´em-se um retˆangulo menor que guarda propor¸c˜ao com o retˆangulo original. Para construirmos um retˆangulo ´aureo, partimos de um quadrado (ABCD na figura). Localizamos o ponto m´edio (M) de um lado do quadrado e medimos a distˆancia deste at´e um de seus v´ertices mais distantes (comprimento deM B).

A B

C M D

QuadradoABCDe ponto m´edioM.

A essa medida somamos metade do lado do quadrado, obtendo, assim, o comprimento do retˆangulo

´ aureo.

A B

C

D M E

F

Retˆangulo ´aureo. Comprimento deM B´e igual ao comprimento de

M E.

Consulte: http://www.terravista.pt /Bi-lene/4331/geomcuriosidades.htm

Temos que as retas ←AB→ e ←CD→ s˜ao paralelas e que a reta que cont´em

BD´e transversal `as duas. De acordo com a proposi¸c˜ao 10, os ˆangulos ABDˆ

eCDBˆ s˜ao congruentes. Do mesmo modo, mudando o ponto de vista, como ←→

ADe←BC→s˜ao paralelas eBD←→´e transversal `as duas, os ˆangulosADBˆ eCBDˆ

s˜ao congruentes. O lado BD ´e comum aos dois triˆangulos considerados. Juntando essas informa¸c˜oes, conclu´ımos que, de acordo com o caso A.L.A., os triˆangulosADBeCBDs˜ao congruentes. Isso nos d´aAB≡CDeBC ≡AD.

Q.E.D.

Usando os mesmos argumentos utilizados na proposi¸c˜ao anterior, pode-se mostrar que os ˆangulos opostos de um paralelogramo s˜ao congruentes (veja o exerc´ıcio 9 desta aula).

De acordo com a defini¸c˜ao, para verificar se um dado quadril´atero ´e um paralelogramo, seria preciso constatar que os seus lados opostos s˜ao paralelos. As proposi¸c˜oes a seguir d˜ao outras maneiras de chegar a essa conclus˜ao.

Proposi¸c˜ao 12

Se um quadril´atero possui os lados opostos congruentes, ent˜ao ele ´e um pa-ralelogramo.

(5)

Prova:

Seja ABCD um quadril´atero tal queAB ≡CD e BC ≡ AD. Quere-mos Quere-mostrar que a reta←AB→´e paralela `a reta ←CD→e que a reta ←BC→´e paralela `a reta ←AD→. Para isso, vamos tra¸car o segmento BD, como na figura 103. Note que, de acordo com o caso L.L.L., os triˆangulos ABD e CDB s˜ao congruentes.

A B

C D

Fig. 103: Proposi¸c˜ao 12.

Da´ı conclu´ımos que os ˆangulos ABDˆ e CDBˆ s˜ao congruentes, como tamb´em s˜ao congruentes ADBˆ e CBDˆ . A reta ←BD→ ´e transversal `as retas ←→

AB e←CD→, e determina com elas ˆangulos alternos internos ABDˆ e CDBˆ .

De acordo com a proposi¸c˜ao 9, como esses ˆangulos s˜ao congruentes, podemos concluir que ←AB→ e ←CD→ s˜ao paralelas. Da mesma forma, como a reta←BD→tamb´em ´e transversal `as retas ←BC→e ←AD→, e forma com elas ˆangulos alternos internos ADBˆ e CBDˆ , pela mesma proposi¸c˜ao conclu´ımos que ←BC→

e←AD→s˜ao paralelas. Isso prova que ABCD´e de fato um paralelogramo.

Q.E.D.

Simetria num rosto

Simetria num rosto.

No desenho de Leonardo da Vinci representando um velho, o artista sobrepˆos ao esbo¸co um quadrado dividido em retˆangulos, alguns dos quais se aproximam do retˆangulo ´

aureo.

O retˆangulo ´aureo ´e considerado a forma geom´etrica mais agrad´avel `a vista.

Proposi¸c˜ao 13

Se um quadril´atero possui um par de lados opostos paralelos e congruentes, ent˜ao esse quadril´atero ´e um paralelogramo.

Prova:

Seja ABCD um tal quadril´atero, com os lados AB e CD paralelos e congruentes. Trace a diagonal BD (figura 104). Queremos provar que os ladosAD eBC s˜ao tamb´em paralelos. Observe que a reta←BD→´e transversal `as retas paralelas←AB→ e←CD→.

A B

C D

A

B

D

B

D

C

(6)

Segue da proposi¸c˜ao 10 que os ˆangulos alternos internos ABDˆ eCDBˆ

s˜ao congruentes. Pelo caso de congruˆencia L.A.L., os triˆangulosABDeCDB

s˜ao congruentes.

Como conseq¨uˆencia,ADBˆ eCBDˆ s˜ao congruentes. A reta←BD→tamb´em ´e transversal `as retas←AD→e←BC→. Com essas retas,←BD→forma ˆangulos alternos internos ADBˆ e CBDˆ ; usando a proposi¸c˜ao 9, segue que ←AD→ e ←BC→ s˜ao paralelas. Com isso, podemos concluir que ABCD ´e um paralelogramo.

Q.E.D.

Encerraremos esta aula apresentando um resultado sobre quadril´ateros convexos.

Proposi¸c˜ao 14

A soma dos ˆangulos internos de qualquer quadril´atero convexo ´e 360o

.

Prova:

SejaABCDum quadril´atero convexo; trace a diagonalAC(figura 105).

B A

C D

Fig. 105: Proposi¸c˜ao 14.

Note que a soma dos ˆangulos internos deABCD ´e a soma dos ˆangulos internos de ABC mais a soma dos ˆangulos internos de ADC. Mas a soma dos ˆangulos internos de qualquer triˆangulo ´e 180o

(veja a lei angular de Tales na Aula 5). Logo, a soma dos ˆangulos internos deABCD ´e 360o

Presen¸ca do retˆangulo ´aureo no Partenon

O Partenon de Atenas se encaixa quase perfeitamente no retˆangulo ´aureo, reconstituindo-se a c´upula retangular de sua fachada. Embora seja dotado de v´arias propor¸c˜oes geometricamente equilibradas, provavelmente seus construtores, no s´eculo V a.C., n˜ao tinham sen˜ao conhecimento intuitivo da propor¸c˜ao ´aurea.

A Lei Angular de Tales tamb´em permite calcular a soma dos ˆangulos internos de qualquer pol´ıgono convexo (veja exerc´ıcio 16 desta aula).

(7)

Resumo

Nesta aula vocˆe aprendeu...

• O que ´e um pol´ıgono.

• As defini¸c˜oes de paralelogramo, de retˆangulo, de trap´ezio, de losango e

de quadrado.

• Que os lados opostos de um paralelogramo s˜ao congruentes.

• Que um quadril´atero que tem os lados opostos congruentes ´e um

para-lelogramo.

• Que um quadril´atero que tem um par de lados opostos paralelos e

congruentes ´e um paralelogramo.

Exerc´ıcios

1. Diga se cada uma das afirma¸c˜oes abaixo ´e verdadeira ou falsa:

a) Todo quadrado ´e losango.

b) Todo losango ´e quadrado.

c) Se dois ˆangulos opostos de um quadril´atero s˜ao congruentes, ent˜ao esse quadril´atero ´e um paralelogramo.

d) Todo paralelogramo que tem dois lados adjacentes congruentes ´e losango.

2. Na figura 106,ABCD ´e um paralelogramo,m(AB) = 7cm, m(P C) = 3cm e os ˆangulos destacados s˜ao congruentes. Determine o per´ımetro do paralelogramo.

A

B C

D P

(8)

3. Na figura 107,ABCD´e um quadrado eABP ´e um triˆangulo equil´atero. DetermineADPˆ .

A B

C D

P

Fig. 107: Exerc´ıcio 3.

4. Na figura 108, ABCD ´e um quadrado. Prove que DEF ´e equil´atero.

15

15 o

o

A B C

D E

F

Fig. 108: Exerc´ıcio 4.

5. Prove que as diagonais de um paralelogramo intersectam-se em um ponto que ´e ponto m´edio de cada diagonal.

6. Na figura 109,ABCD´e um paralelogramo,m(AD) = 20cm,m(BQ) = 12cm e BF ≡BQ. Determine o per´ımetro desse paralelogramo.

A

B C

D

F Q

Fig. 109: Exerc´ıcio 6.

7. Na figura 110, ABC ´e retˆangulo de hipotenusa BC, AN e BC s˜ao paralelos,BN eAM s˜ao paralelos eM B ≡M C. Prove que AM BN ´e um losango.

A C

B

M

N

Fig. 110: Exerc´ıcio 7.

(9)

8. (UFMG-1990) Na figura 111, ABC ´e equil´atero com 8cm de lado e

M N ´e paralelo a BC.

A

C B

M N

Fig. 111: Exerc´ıcio 8.

A medida de M N para o qual o per´ımetro de M N CB ´e igual ao per´ımetro de AM N ´e:

a) 2cm

b) 3cm

c) 4cm

d) 5cm

e) 6cm

9. Prove que os ˆangulos opostos de um paralelogramo s˜ao congruentes.

10. Prove que as diagonais de um losango s˜ao perpendiculares.

11. Um trap´ezio ´e chamado is´osceles se os lados n˜ao paralelos s˜ao congru-entes. SeABCD´e um trap´ezio is´osceles em queAB´e uma base, prove que ˆA≡B e ˆC ≡Dˆ.

12. Prove que as diagonais de um paralelogramo se intersectam em um ponto que ´e ponto m´edio das duas diagonais.

13. As diagonais de um quadril´atero convexo s˜ao bissetrizes dos ˆangulos dos v´ertices. Prove que esse quadril´atero ´e um losango.

14. Prove que retas paralelas s˜ao equidistantes. Mais precisamente, se r e

s s˜ao retas paralelas, prove que a distˆancia deA as´e igual `a distˆancia de B a s, quaisquer que sejam A , B ∈r.

15. Prove que as diagonais de um trap´ezio is´osceles s˜ao congruentes.

16. Prove que a soma dos ˆangulos internos de um pol´ıgono convexo de n

lados ´e (n−2)180o. Sugest˜ao: Divida o pol´ıgono em n−2 triˆangulos usando as diagonais que partem de um ponto.

17. Prove que o n´umero de diagonais de um pol´ıgono de n lados ´e dado

Imagem

Fig. 97: Exemplos de figuras planas que n˜ ao s˜ ao pol´ıgonos.
Fig. 98: (a) e (b) s˜ ao convexos e (c) n˜ ao ´ e convexo.
Fig. 99: a) Quadril´ atero convexo. b) Quadril´ atero n˜ ao-convexo.
Fig. 105: Proposi¸c˜ ao 14.

Referências

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