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Caraterização de um aluno portador de hidrocefalia congénita através da coordenação motora, crescimento somático e atividade física

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório de Estágio

Caraterização de um Aluno Portador de Hidrocefalia

Congénita através da Coordenação motora, Crescimento

somático e Atividade física

Mestranda:

Maria João Alves Calaça

Orientadores:

Professora Doutora Ana Fátima Pereira

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

CARATERIZAÇÃO DE UM ALUNO PORTADOR DE HIDROCEFALIA

CONGÉNITA ATRAVÉS DA COORDENAÇÃO MOTORA,

CRESCIMENTO SOMÁTICO E ATIVIDADE FÍSICA

Maria João Alves Calaça

Orientadores: Professora Doutora Ana Fátima Pereira

Professora Mestre Joana Catarina Marques Simões

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP

– ECHS,

como requisito para a obtenção do grau de Mestre em

Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e

Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do

artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de

Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação das

Professoras

Ana

Pereira

e

Joana

Simões

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Ao longo de aproximadamente dois anos de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, tive a oportunidade e a felicidade de poder contar com o apoio de diversas pessoas que, direta ou indiretamente contribuíram para a obtenção deste trabalho.

Graças a estas magníficas personagens aumentei a minha formação e tornei-me numa pessoa ainda mais rica em termos humanos.

No entanto, existem algumas pessoas a quem dirijo um agradecimento especial. À minha orientadora do pedagógico Professora Joana Simões, à minha Orientadora Cientifica Professora Ana Pereira, aos coordenadores, Doutora Ágata Aranha e Doutor Nuno Garrido, agradeço as orientações, a cooperação, a paciência e o ensino.

À Escola Básica do 1º Ciclo com Pré-escolar do Caniçal, onde realizei o estágio pedagógico e ao grupo de Educação Física desta escola, bem como aos alunos das minhas turmas, agradeço a colaboração, a disponibilidade e participação em especial, aos meus colegas e amigos por todo o apoio, pela amizade e estímulo diário para a conclusão deste estágio.

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e ao Departamento de Educação Física e Desporto, reconheço todo o acompanhamento e a oportunidade de realizar este estágio. A todos os professores envolvidos nestes dois anos de mestrado, gostaria de agradecer a amizade demonstrada, assim como, o contributo para a minha formação académica.

Ao Mestre António Antunes por todo o apoio e acompanhamento no projeto científico, bem como o fornecimento de material, paciência, tempo e disponibilidade para comigo.

Um agradecimento muito especial, pela paciência, amizade e carinho demonstrados pelos meus pais adotivos: Rita Bela Calaça e João Carlos Calaça.

Finalmente dedico este relatório, ao Bruno Martins, pela paciência, compreensão, contribuição e amor demonstrado ao longo dos tempos.

Aos meus familiares a vocês meus pais, por me colocarem neste mundo agradeço o carinho, a paciência, a educação e a crença em Deus, por me dar forças para a concretização desta etapa da minha vida. Ao meu irmão pela confiança e pela amizade.

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Índice Agradecimentos...vi Índice...vii Índice de quadros………...ix Índice de tabelas………..…...xi Resumo………...xi

Parte I- Relatório de Estágio………...xi

1.Introdução………...1

2.Tarefas de estágio de ensino aprendizagem..………..2

2.1. Unidades didáticas………...…5

2.2.Planos de aula………..10

2.3 Prática de ensino supervisionada……….13

2.3.1. Instrumentos……….…...16

2.3.2. Procedimentos………..…….…...18

2.3.3. Relatório e avaliação………..…………23

3.Tarefas de estágio de relação escola-meio………...………...………....27

3.1.Estudo de turma………...28

3.1.1. Instrumentos………29

3.1.2. Procedimentos…...……….30

3.1.3. Relatório e conclusões….……….31

3.2. Atividades na escola………..35

3.2.1 Projeto “um dia pela vida”…..………...….35

3.2.2 Festa de natal………..……….36

3.2.3. Prevenção rodoviária………..………...37

4.Tarefas de estágio de extensão à comunidade……….……….39

4.1. Ação de formação……….………..40

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4.1.3. Relatório……….………..43

5. Conclusões gerais……….……….44

Parte II- Estudo Desenvolvido……….………..44

Resumo………....47

Introdução………48

Metodologia………...49

Apresentação e discussão dos resultados………...51

Conclusões………..54

Referências bibliográficas parte I………..55

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Índice de Quadros

Quadro 1- Programa Curricular de Educação Física………..6 Quadro 2- Sequência das matérias lecionadas………8 Quadro 3 - Blocos do 1º Ciclo do Ensino Básico………...12

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Índice de Tabelas

Tabela I. Caracterização da idade da amostra………..…29 Tabela II. Nível de coordenação motora do estudo de caso e o meio envolvente…...…...52 Tabela III. Média e desvio-padrão nos 4 testes da bateria KTK………...………..53

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Resumo

O relatório visa o desenvolvimento do percurso formativo no ano de estágio pedagógico, que teve como pano de fundo as linhas orientadoras do estágio, o qual foi exercido na Escola Básica do 1º Ciclo com Pré-escolar do Caniçal, nomeadamente, no 2º Ciclo e 4º ano de escolaridade.

Este permitiu vivenciar e exercer um papel de professor, facultando conhecimentos e dificuldades associados ao primeiro contacto com a profissão de docente.

Neste contexto, o relatório encontra-se dividido em dois capítulos, sendo o Capítulo I referente às planificações das aulas, das unidades didáticas e das atividades, que procurei, adequar às caraterísticas dos alunos, tendo em conta os conteúdos a abordar e promovendo modelos de atividades que estimulassem os discentes para que se mantivessem motivados progredindo e aperfeiçoando as suas habilidades motoras. Assim, possibilitei aos alunos, um sentido de autonomia, de responsabilidade, de cooperação, de compreensão dos conteúdos, concedendo-lhes um papel de cogestores, no sentido dos próprios gerirem os seus conhecimentos e competências.

E um segundo capítulo que remete para a atividade de Natureza Científico Pedagógica individual baseada num estudo científico elaborado na escola Básica do 1º Ciclo com pré-escolar do Caniçal, onde os principais objetivos foram: i) avaliar a influência das características somáticas na capacidade de coordenação motora (CM) e ii) avaliar a influência da atividade física, iii) analisar diferenças no desempenho da coordenação motora. A amostra deste estudo é constituída por n= 52 sujeitos, dos quais 27 do sexo feminino (com uma média de idade 7.39±0.66 anos, com uma massa corporal de 28.03±8.74 Kg e uma massa gorda 62.00±36.57%), sendo 24 do sexo masculino (com uma média de idade 7.32±0.60 anos e uma massa gorda 45.51±26.54%) e o aluno portador de Hidrocefalia congénita (masculino) (Hc: média de idade 7.47 anos e uma massa gorda, residentes do concelho de Machico.Para avaliar o desenvolvimento coordenativo foi utilizado a bateria de testes Körperkoordination Test für Kinder (KTK).

A consecução desses objetivos permite o desenvolvimento da intervenção pedagógica do professor e o aprofundamento do nível de reflexão acerca do contexto educativo e da Educação Física.

Em suma, é de salientar que a construção do presente relatório e das aplicações práticas realizadas no ano de estágio pedagógico constituem-se como um guia de referência para a atividade profissional futura.

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1. Introdução

Este relatório foi elaborado no âmbito do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, tendo um caráter dissertativo, baseia-se na prática de ensino supervisionada.

No plano de preparação científico-pedagógica e teórico-práticos integrados no 2º ciclo de Mestrado de Ensino da educação Física o professor estagiário deve ser possuidor de capacidades que proporcionem a operacionalização da prática pedagógica. E ainda elucidar capacidades de inovação e de investigação, estimular uma atitude critica e reflexiva perante todas as atividades.

Este trabalho foi progredindo com o decorrer do tempo, à medida que as informações foram sendo recolhidas, as interações realizadas, as observações efetuadas e as ações postas em prática.

De acordo com o artigo 30.º da Lei de Bases do Sistema Educativo este estabelece os princípios gerais da formação de educadores e professores, indicando que deve assentar numa formação inicial de nível superior.

Uma formação que proporcione a informação, os métodos e as técnicas científicas e pedagógicas de base, bem como uma formação pessoal e social adequada ao exercício da sua função. Deve ainda estimular uma formação contínua numa perspetiva de educação permanente.

Essa formação deve estar integrada, no plano da preparação científico-pedagógica, e na articulação teórico-prática, assente em práticas metodológicas que possibilite a sua operacionalização na prática pedagógica.

O desenvolvimento de um relatório crítico é fundamental para demonstrar o processo de desenvolvimento de competências em contexto real e a aplicação dos conhecimentos da formação inicial universitária no âmbito do sistema educativo.

Desta forma, permite ainda organizar e sistematizar as competências adquiridas ao longo do ano, tornando as informações mais acessíveis ao leitor, possibilitando uma consulta mais rápida dos acontecimentos e decisões tomadas.

Procura, evidenciar e aprofundar os conhecimentos adquiridos, durante o processo de formação académica, sendo capaz de compreender e aplicar esses mesmos conteúdos em contexto real.

Elucidar assim, o sentido de responsabilidade e de cidadania na orientação das aulas de educação física, com o intuito de desenvolver a qualidade de vida e saúde e o gosto pela atividade física nas crianças.

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Ser capaz de aprofundar e aplicar os conhecimentos na resolução de problemas que são oriundos das áreas da prática da atividade física, no âmbito da Educação Física.

Utilizar formas de comunicação compreensíveis, adequadas e adaptadas em cada contexto especifico ou de organização de atividades desportivas, sendo essas algumas das ações elaboradas no decorrer do estágio.

Desenvolver competências específicas aplicando-as, ao longo do estágio e elaborar um relatório que revele capacidades de originalidade e de investigação, relacionadas com a Educação Física.

Com o presente documento pretendo evidenciar o decorrer de todas as atividades desenvolvidas ao longo do ano letivo envolvidas no ano de estágio.

O relatório encontrase dividido em dois capítulos fundamentais: Capitulo I -Enquadramento da Pratica Letiva e o Capítulo II- Trabalho Cientifico-estudo de caso.

No capítulo I- Enquadramento da prática letiva, apresento a maioria da mancha gráfica. Esta parte do relatório encontra-se organizada em vários subcapítulos que tiveram por base os parâmetros avaliativos do estágio.

No capítulo II- Trabalho Cientifico (estudo de caso), apresento o estudo científico desenvolvido no âmbito escolar ao longo da prática letiva.

Sendo, uma realidade que está inserida num contexto particular, no qual adotei uma estratégia coerente e integrada no processo pedagógico, no âmbito da docência da disciplina de Educação Física, que poderia ser diferente numa outra realidade escolar. 2.Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem

O estágio pedagógico foi desempenhado na Escola Primaria do 1º ciclo com Pré-escolar do caniçal, nomeadamente no 2º e 4º ano de Pré-escolaridade enquanto professora estagiária no ano letivo de 2012/2013. Este permitiu vivenciar e exercer um papel de professora enquanto estagiária, facultando conhecimentos e dificuldades associados ao primeiro contato com a profissão de docente.

As escolhas e decisões utilizadas ao longo do estágio, quer na prática letiva, quer nas atividades desenvolvidas, foram fruto de um levantamento efetuado, de forma a dar resposta aos interesses identificados, designadamente, no âmbito das matérias alternativas, na rentabilização dos espaços e materiais que a escola proporciona e com vista a cumprir com o Projeto Curricular de Escola em parceria com o programa do Desporto escolar e com o Projeto Educativo.

Aranha (2005) refere que o processo de ensino-aprendizagem representa a interação pedagógica de interdependência, influência recíproca que depreende-se entre o

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professor e os alunos. O professor tem como responsabilidade a direção, a sistematização, a estruturação dos conteúdos, as estratégias de ensino a utilizar e traçar objetivos, enquanto ao aluno, cabe a tarefa de se apropriar dos conteúdos de forma ativa e criadora, ou seja, participativa e empenhada, sob a concretização de experiências de aprendizagem que, vivenciadas e conceptualizadas, refletem-se nos comportamentos motores, socioculturais, cognitivos e afetivos. (consultar anexo-CD)

De acordo com esta linha de raciocínio, Aranha (2005) considera necessário compreender o significado de ensino e aprendizagem. Entende-se por ensino, “um processo

através do qual se pretende alcançar determinados objetivos pré-definidos, mobilizando-se para o efeito, meios, estruturas e condições, organizando-se estratégias e atividades de forma sequencial e combinatória” (p. 3) e a aprendizagem visa a “modificação ou aquisição de comportamentos motores, cognitivos, sócio afetivos ou socioculturais, de forma mais ou menos duradoura ou permanente” (p. 3).

Segundo Fernandes (2003), o estágio pedagógico “abarca as principais vivências e

perceções associadas ao “Tornar-se-professor”, dando a conhecer alguns dos maiores ganhos e dificuldades associados a este primeiro contacto com a profissão” (p. 9).

Seguindo o mesmo raciocínio, “O ensino é hoje reconhecido como um processo

cognitivo complexo, que exige do professor uma capacidade de tomar decisões alicerçada em múltiplos domínios de conhecimento” (Arnold, 1996; Barnes, 1989; Carter, 1990; Doyle,

1990; Griffin, 1989; Leinhardt & Greeno, 1986; Shulman, 1986a in Bento, Gracia, & Graça, 1999, p. 167).

Atualmente, o sistema educativo e o sistema escolar encaram com diversas problemáticas, aos quais os profissionais da educação devem ter a capacidade de responder de diferentes formas, sendo estas congruentes e exequíveis.

Através desta realidade, Ribeiro (1999), refere o seguimento de um currículo formal como um “conjunto de experiências educativas planeadas e organizadas pela escola ou,

mesmo de experiências vividas pelos educandos sobre a orientação direta da escola” (p.

18).

Podendo assim, encontrar soluções para um processo de ensino e aprendizagem eficiente no que retrata o, como fazer e na sua eficácia, ou seja resultado, de forma a se enquadrar num âmbito da aprendizagem.

Segundo Koster, Korthagen & Wubbels (1998) citado por Cardoso (2009) é necessário obter uma base para uma orientação pedagógica, a qual pode ser vista como

“um processo natural no qual uma pessoa mais habilitada e experiente, que assume o papel de modelo, mestre, responsável, encorajador, conselheiro e protetor, ajuda as pessoas

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menos habilitadas ou menos experientes, com o propósito de promover o desenvolvimento profissional e/ou pessoal ” (p. 14).

Num encadeamento de ensino-aprendizagem, devemos proporcionar aos alunos, condições para a concretização deste processo. Como tal é de salientar a necessidade de pesquisa e definição de objetivos ajustados e atingíveis, consoante as competências dos alunos, instruindo métodos e estratégias de forma a proporcionar e obter o êxito dos mesmos, ao longo do seu processo de ensino-aprendizagem.

Recorri à prática letiva, centrada nos alunos, no que diz respeito, ao conhecimento disciplinar, no que se refere às diferentes matérias e conteúdos das unidades didáticas lecionadas, fomentando assim as finalidades da disciplina de Expressão Físico Motora, que estão contempladas nos programas regionais de Educação Física.

Contudo, este sistema requer igualmente, conhecimento dos alunos e da aprendizagem do currículo e do contexto, dos propósitos e objetivos do ensino das matérias (Bento, Garcia, & Graça, 1999).

Para uma intervenção pedagógica coerente, foi necessário adquirir conhecimentos ao nível curricular dos conteúdos, através dos meios curriculares disponíveis para o ensino da matéria, a sua adequação para os diferentes níveis de competências dos alunos, neste caso, o nível introdutório, nível elementar e o nível avançado, segundo os planos de educação física da região em colaboração com o protocolo do desporto escolar do 1º Ciclo e do ano escolar correspondente, ou seja, 2º e respetivo 4º ano de escolaridade.

Carreiro da Costa (1995), o ensino só se reflete no âmbito da atividade educativa, quando refletimos numa metodologia portadora das seguintes características: a intencionalidade; a previsibilidade; o controlo e a eficácia.

Segundo o raciocínio do autor este refere que o ensino para se contextualizar no âmbito de prática educativa é necessário, definir os resultados educativos desejáveis bem como referenciar os meios e os comportamentos que levam à obtenção dos objetivos expostos, criando mecanismos de análise ao processo, fornecendo aos alunos um espaço dinâmico de modo a que eles desenvolvam a sua criatividade, manifestando preocupação de todas as decisões e procedimentos que concorrem para a supressão das necessidades e insuficiências, verificando ainda a dimensão e o grau de consecução dos efeitos educativos alcançados.

Assim, foi observado um conjunto de conceitos relacionados com a pedagogia da disciplina de Expressão Físico Motora, para que a intervenção corresponde-se aos resultados de aprendizagem. Sendo a oportunidade para aprender (tempo de tarefa) e a maximização do tempo potencial de aprendizagem, permite distinguir o professor eficaz

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(Aranha, 2005).

Com o mesmo prosseguimento Matos (1989) citado por Silva (2009) adiciona a função do professor que decorre num processo de comunicação onde professores e alunos interagem e variam os seus comportamentos.

O processo de ensino-aprendizagem é controlado a partir de três momentos de avaliação, que decorrem ao longo da Unidade de Ensino: uma avaliação inicial, diagnóstica, uma avaliação intermédia, formativa, e uma avaliação final, sumativa (Aranha, 2004).

Todos estes fatores contribuíram para o sucesso do desenvolvimento integral e eclético dos alunos, sendo estes porém apenas alguns dos fatores tidos em conta, sem deixar de ter em consideração a importância dos estilos de ensino, das estratégias de intervenção e todos os outros aspetos envolvidos neste processo, não esquecendo dos feedback’s pedagógicos, neste encadeamento, é relatado os passos adotados e a linha de raciocínio utilizada.

Assim, Piéron (1983) citado por Sarmento, Veiga, Rosado, & Rodrigues (1998) refere quatro fatores que parecem desempenhar um papel determinante na prossecução dos objetivos propostos para a Educação Física: o tempo passado na tarefa; um clima positivo na classe; uma formação frequente sendo adequada ao estado das prestações dos alunos e uma organização cuidada do trabalho em classe, fator este que condiciona os anteriores.

Com a mesma intencionalidade Faria (1987) revela que, a didática corresponde ao conjunto sistemático de princípios, normas, recursos e procedimentos específicos que deve ser do conhecimento de todos os professores saber aplicar, para orientar os seus alunos na aprendizagem das matérias, tendo em vista os seus objetivos educativos.

Em suma os objetivos fomentam o sucesso do processo de ensino-aprendizagem, pois são fatores orientadores, selecionados e organizados, tento a finalidade de avaliar os resultados obtidos pelos alunos.

Neste âmbito, a construção das unidades didáticas de ensino teve por base a descrição dos objetivos gerais e operacionais estruturados.

2.1. Unidades didáticas

A apresentação das Unidades Didáticas foi dividida em duas secções. Na primeira secção encontra-se o suporte em estruturas do conhecimento da matéria em questão, através da bibliografia existente e a segunda secção, mais operacional, é referente à intervenção pedagógica do professor.

Na primeira secção, houve o cuidado em realizar uma pesquisa científica que sustentasse as opções posteriores, foi por isso feita uma resenha bibliográfica relativamente

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aos modelos de ensino e conteúdos das matérias.

Podemos referenciar que uma Unidade Didática é, uma planificação a médio prazo que representa as matérias através de um planeamento anual onde a extensão de conteúdos é inserida em cada bloco representando posteriormente os ditos planos de aula.“

A duração de cada unidade depende do volume e da dificuldade das tarefas de ensino e de aprendizagem, de princípios psicopedagógicos e didático metodológico, acerca da organização e estruturação do processo pedagógico, do estado de desenvolvimento da personalidade dos alunos. (Bento, 2003, p. 60)”

No contexto das atividades curriculares e de complemento curricular, a Direção de Serviços do Desporto Escolar da Região autónoma da Madeira, planifica e organiza um conjunto de atividades para os alunos do 1º do ensino básico, procurando integrar uma pluralidade de conteúdos e solicitações, geradoras da aquisição de aptidões, capacidades e habilidades de cariz motor fundamentais nesta fase, nunca desintegradas das restantes áreas de aprendizagem. (consultar anexo-CD)

Quadro 1- Programa Curricular de Educação Física (EB1/PRE Caniçal,2012/2013)

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano

Matérias nucleares:  Deslocamentos e equilíbrio  Perícia e manipulação  Ginástica  Jogos  Judo  Atividades rítmicas e expressivas  Percursos na natureza/ natação  Atletismo Jogado  Desportos de raquete Matérias nucleares:  Deslocamentos e equilíbrio  Perícia e manipulação  Ginástica  Jogos  Judo  Atividades rítmicas e expressivas  Percursos na natureza/ natação  Atletismo Jogado  Desportos de raquete Matérias nucleares:  Jogos desportivos  Judo  Ginástica  Futebol  Basquetebol  Atletismo  Jogos de raquete  Atividades rítmicas e expressivas  Voleibol  Andebol  Natação/ percursos de natureza Matérias nucleares:  Jogos desportivos  Judo  Ginástica  Futebol  Basquetebol  Atletismo  Jogos de raquete  Atividades rítmicas e expressivas  Voleibol  Andebol  Natação/ percursos de natureza

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Observação: Estas matérias são estipuladas num programa curricular pelos órgãos de direção regional, nomeadamente, a Secretaria regional de educação, a Direção regional de educação e o Gabinete coordenador do desporto escolar.

“Os programas propostos para o 1º Ciclo implicam (...) a realização de experiências de aprendizagem ativas, significativas, diversificadas, integradas e socializadoras que garantam o direito ao sucesso...” In Organização Curricular e Programas – Ministério da

Educação (2ª Edição).

Todas as modalidades abordadas no ensino básico particularmente no 1º ciclo, têm como objetivo fulcral a aquisição de competências motoras, afetivas e sociais fundamentais nesta fase inicial de escolaridade e em faixas etárias precoces.

“O fundamental nesta fase de desenvolvimento é desencadear um processo que vise o domínio das competências básicas que preparem e garantam as aprendizagens futuras.”

In “ A Educação Física no 1º CEB – Ministério da Educação”. Como tal, não devem ser

encaradas como um fim em si mesmas mas apenas como um meio para a aprendizagem e realização das mais diversas habilidades em contexto de jogo.

Neste pressuposto, estando a lecionar nas turmas atribuídas à Orientadora Cooperante, regeu-se pelo Projeto Curricular da Escola (consultar anexo CD) e diligenciou-se em blocos de acordo com o estipulado pelo grupo disciplinar de Educação Física aquando da reunião de preparação do ano letivo, que teve lugar na sala dos professores no dia treze de Setembro de 2012.

A designação das turmas imposta pelo orientador da escola resultou na escolha de distintas idades e de níveis de aprendizagem diferentes nomeadamente, uma turma de 2º ano onde tinham 2 blocos semanais de 60 minutos sendo um dos blocos uma aula extracurricular e uma turma de 4º ano onde apenas lecionei um bloco semanal curricular de 60 minutos.

As matérias de ensino abordadas ao longo do ano letivo 2012/13, nas turmas 2º B e 4º B foram: voleibol, futebol/futsal, ginástica- atividades de expressão rítmica, perícia e manipulação, deslocamentos e equilíbrios, basquetebol e desportos de raquete (ténis de mesa e badminton), desportos de combate (judo), andebol e atletismo.

No primeiro período todas as aulas foram lecionadas no polidesportivo, ou seja, foi lecionado as matérias de ginástica e atividades rítmicas expressivas na turma do 2º ano e na turma do 4º ano a matéria de voleibol. (consultar anexo CD)

No segundo período, as instalações para as duas turmas foram as mesmas, consequentemente no polidesportivo, deste modo, no 2º ano foram lecionadas as matérias de deslocamentos e equilíbrios, Jogos e Perícia e manipulação e no 4º ano Atletismo e

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Ginástica. (consultar anexo CD)

Quadro 2- Sequência das matérias lecionadas

2ºano 4ºano 1º Período Ginástica Atividades Rítmicas e expressivas Voleibol 2º Período Deslocamentos e Equilíbrios Jogos Perícia e manipulação Atletismo Ginástica 3º Período

O processo de ensino-aprendizagem possui três domínios, o cognitivo, o afetivo e o psicomotor, pois estes permitirão avaliar os alunos em diferentes níveis (Domingos, Neves, & Galhardo, 1987).

De acordo com as unidades didáticas mencionadas anteriormente, os objetivos foram diferenciados em três domínios: o psicomotor, onde devem ser avaliadas as competências tais como os gestos técnicos, a aplicação de regras com carater crítico por parte dos alunos, os princípios de jogo ou aspetos táticos de todas as componentes abordadas; o domínio cognitivo, através dos conteúdos teóricos transmitidos ao longo das aulas, as regras de cada modalidade, aspetos técnico-táticos, de organização e formas de participação, através de questionamento oral, fichas de avaliação ou realização de tarefas específicas; e o domínio sócio afetivo, cooperando com os colegas, admitindo as indicações que lhes dirigem e cumprir as regras de segurança, respeitando sempre a integridade física do companheiro, desenvolver o espírito de equipa e respeitar as regras de todas as modalidades.

“Educar é levar aquele que está num saber mais baixo para um saber mais alto. O que torna patente o carácter instrumental do ensino, da aprendizagem e dos saberes e competências” (Bento, Garcia, & Graça, 1999, p. 31). Isso reflete-se nas estratégias

utilizadas na prática letiva sendo, relevante para uma intervenção pedagógica adequada impedindo assim qualquer situação inconveniente, pois uma escolha errada pode traduzir-se numa intervenção pedagógica desajustada e impropria no processo de ensino-aprendizagem.

Apesar de, que não existem receitas, cada caso deve ser visto isoladamente, face às suas próprias especificidades e necessidades de adaptação.

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Perante o, Carreiro da Costa (1995, p. 32), para que as aulas e o ensino sejam profícuas, um professor tem que ter em consideração características como, a intencionalidade, a previsibilidade, o controlo e a eficácia. O professor segundo este autor tem que definir com clareza os seus objetivos e enquadra-los, no seu meio controlando todo o desenvolvimento do processo de modo a obter eficácia nos seus resultados.

Seguindo o raciocínio o autor acima mencionado, o professor deverá ter em consideração, as seguintes características, na sua intervenção:

 Utilizar uma linguagem clara e direta – clareza;

 Adotar diferentes estratégias de ensino, evitando componentes estereotipadas de intervenção pedagógica – plasticidade;

 Manifestar gosto e interesse pelo exercício da profissão docente, assumindo na relação pedagógica uma atitude de entrega e empenhamento – entusiasmo;

 Dedicar mais tempo de ensino às matérias relacionadas com os objetivos de aprendizagem – concentração na tarefa;

 Comentar a atividade dos alunos, proporcionando informações, quer sobre os seus aspetos positivos, quer sobre os negativos – crítica;

 Utilizar as ideias dos alunos e elogiar a sua atividade – ensino indireto;

 Proporcionar muitas oportunidades de prática aos alunos, nas tarefas referentes à matéria de ensino – tempo de prática;

 Estruturar a atividade de aprendizagem e facultar os meios para que os alunos melhorem os seus desempenhos – estruturador;

 Questionar os alunos sobre as atividades de aprendizagem – questionamento;

 Pesquisar as causas das dificuldades que os alunos experimentam durante a aprendizagem – diagnóstico.

De acordo com Siedentop e Tannehill (2000) existem quatro razões para a realização do planeamento dos professores no processo de ensino-aprendizagem. A primeira refere que, para assegurar que existe uma progressão que é seguida tanto inter como intra aulas; a segunda, para ajudar o professor a focar-se nas tarefas fundamentais e utilizar o tempo planeado; a terceira que, para reduzir a ansiedade do professor e ajudá-lo a manter a sua confiança enquanto ensina; e finalmente a quarta, para cumprir com diretrizes superiores.

Segundo o autor acima mencionado, devido à heterogeneidade das turmas, os professores muitas vezes tendem a planear Unidades Didáticas para a média dos seus alunos para poder depois ajustar as tarefas e acomodá-las a todos.

Ao longo do processo ensino-aprendizagem do presente ano letivo, este método foi utilizado algumas vezes. Após a avaliação diagnóstica, a estruturação de conteúdos e os

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próprios conteúdos, eram planeados e selecionados de acordo com a média da turma, o que permitia a avaliação e a intervenção do professor e ter um guia de referência.

No entanto, os autores afirmam que nem todos os professores planeiam pelas quatro razões apontadas e que nem todas estas razões têm a mesma influência aquando dos seus planeamentos.

Na construção dos planos de aula, as tarefas eram diferenciadas de acordo com os níveis dos alunos, tornando-as mais desafiantes ou promovendo o seu sucesso.

Embora, houve unidades didáticas em que, devido ao nível de desempenho homogéneo, o planeamento não previu níveis de desempenho, nomeadamente, na unidade de Atletismo e de Voleibol matérias, que eram lecionadas pela professora estagiária e por outro professor de educação física em que os alunos praticavam com dois professores em dias distintos, nomeadamente quarta-feira e sexta-feira. Neste caso particular, a evolução de cada aluno nas tarefas determinava o seu ajustamento, respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem.

A Ginástica foi uma matéria onde o nível dos alunos era homogéneo, situando-se todos no nível avançado, havendo porém, um grupo de alunos que se destacaram ainda mais relativamente aos restantes. Para este grupo foi realizado um planeamento personalizado, com objetivos distintos dos seus colegas, indo ao encontro das suas motivações, necessidades e objetivos do programa.

Para definir a minha intervenção pedagógica, tive em conta as características apresentadas anteriormente segundo o Carreiro da Costa (1995) e as estratégias de ensino utilizadas, para a elaboração da Unidade de Ensino das matérias a abordar ao longo do ano letivo foram através das diretrizes das sebentas de Ágata Arranha (2004).

2.2.Planos de Aula

Hoje, defrontamo-nos na escola e no sistema educativo com diversos problemas, aos quais os profissionais da educação devem ter a capacidade de responder de diferentes formas, sendo estas coerentes e exequíveis.

Assim, existe a necessidade de encontrar soluções para um processo de ensino e aprendizagem eficiente e eficaz, que se pudessem enquadrar coerentemente num contexto de aprendizagem, que revele coerência, flexibilidade, continuidade, precisão, clareza e riqueza, ou seja, o plano tem que ser adaptado as características individuais de cada individuo e do meio onde este está inserido, procurando o saber fazer e levando ao seu produto que são os resultados.

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como tal existe a necessidade de linhas orientadoras para o processo de construção do planeamento para posterior intervenção nas atividades pedagógicas, permitir alterações e reajustamentos previstos no planeamento.

Os blocos programáticos que compõem o currículo do 1º Ciclo do Ensino Básico, têm características próprias e distintas entre si, mas complementam-se, contribuindo para o ambicionado desenvolvimento multilateral da criança. (consultar anexo- CD)

Segundo Castelo et al. (1998) o planeamento é o processo que analisa, define e sistematiza as diferentes operações inerentes à construção e desenvolvimento dos sujeitos. Organiza-as em função das finalidades, objetivos e previsões escolhendo as decisões que visem o máximo de eficácia e funcionalidade da mesma.

De um modo geral, partindo do conjunto de blocos inseridos no programa para o 1º Ciclo do Ensino Básico da Região Autónoma da Madeira, o professor de acordo com o contexto onde os seus alunos estão inseridos e o nível em que se encontram bem como os recursos materiais e humanos, deverá selecionar quais os blocos prioritários a abordar. Os conteúdos, os objetivos a que se propõe e quais as melhores atividades e estratégias a fim de criar uma melhor adaptação das tarefas ao nível das habilidades dos alunos, reduzindo as perdas de tempo na organização da prática letiva e escolhendo os conteúdos mais pertinentes. (consultar anexo- CD)

O planeamento anual para além de contemplar os itens acima referidos deve conter uma avaliação. A avaliação, como o próprio nome indica avalia os resultados e o processo, reformulando o mesmo sempre que necessário. Deve por isso ser contínua e sistemática permitindo ao professor ajustar ou manter, caso necessário, as estratégias utilizadas para a consecução dos objetivos.

As prestações dos alunos influenciam no planeamento podendo este ser ajustado com vista há promoção da aprendizagem, procurando gerir a evolução dos alunos e adequando os planos de aula, de acordo com o processo de ensino-aprendizagem. (consultar anexo CD)

Através da distinção que existe nas estratégias e métodos pedagógicos utilizados, Januário (1996) revela que é necessário estabelecer metas e objetivos diferentes para cada individuo, nomeadamente com diferentes tipos de tarefas e critérios de avaliação, utilizando diferentes métodos para atingir resultados e tempos de aprendizagem desigualmente atribuídos, prioridades na supervisão, em incentivos ou em “feedback” para alguns alunos, etc.; embora considere que os objetivos e conteúdos sejam à partida, iguais para todos.

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Quadro 3 - O quadro abaixo tenta demonstrar a importância relativa dos blocos nos vários anos de escolaridade

do 1º Ciclo do Ensino Básico

1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO

Perícia e manipulação Perícia e manipulação Ginástica Ginástica

Ginástica Ginástica Patinagem Patinagem

Deslocamentos e Equilíbrios

Deslocamentos e

Equilíbrios Futebol Futebol

Jogos Jogos Basquetebol Basquetebol

Atividades rítmicas e expressivas

Atividades rítmicas e

expressivas Voleibol Voleibol

Percursos na natureza Percursos na natureza Andebol Andebol

Judo Judo Jogos de raquetes Jogos de raquetes

Natação Natação Atletismo jogado Atletismo jogado

Judo Judo

Natação Natação

A organização é um instrumento fulcral nas aulas de Educação Física onde o professor tem como principais objetivos: a eficácia do tempo de aula; o desenvolvimento das habilidades de auto-organização nos alunos; a manutenção de um de comportamentos adequados dos alunos; o uso das técnicas de controlo motivacional positivo e a habilidade para enfrentar e corrigir situações inesperadas na sala de aula, numa percetiva pedagógica de Siedentop (1976) citado por Faustino, Miranda, & Catela, (1999).

Para a rentabilização do tempo de aula, adotei uma estratégia em todas as aulas de Expressão Físico Motora, nomeadamente, a reorganização da turma por grupos de quatro elementos já definidos desde o início do ano letivo e a organização do material necessário antes de começar as aulas bem como a sua respetiva recolha e arrumação feita no final de cada aula pelos grupos definidos.

No âmbito de um processo que promove o desenvolvimento dos alunos de forma individualizada, quer nas suas competências físicas, psíquicas e nas suas potencialidades,

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proporcionei nas aulas de educação física, uma educação com foco que apela esse desenvolvimento do indivíduo.

A estrutura utilizada nos planos de aula teve presente os aspetos referidos pela Aranha (2004) e tentou ser a mais precisa e sucinta possível. Um plano de aula é algo pessoal mas deve ser de compreensão fácil para ser operacional, caso contrário torna-se num instrumento com pouca utilidade.

Em suma, no âmbito das aulas de Educação Física, procurei criar situações que solicitassem determinados comportamentos, sendo estes adaptados a cada aluno e que lhes possibilite cumprir objetivos operacionais, a partir de diversas progressões de aprendizagem ou com um colega a ajudar, de forma a permitir-lhe a produção do elemento, através da sua própria tomada de decisão.

Neste aspeto, o plano de aula ao longo do ano manteve-se basicamente o mesmo, com algumas diferenças, consoante a matéria e o período do ano escolar. Numa fase inicial, os alunos iniciavam um aquecimento prévio ligeiro à volta do campo com tarefas emitidas pela professora, enquanto organizava o material necessário para a parte fundamental do aquecimento e para a aula, no final verificava quem estava em falta e fazia extensão de conteúdos das matérias.

Uma das razões pela qual a estrutura se manteve deve-se também ao estabelecimento de rotinas de trabalho na aula, o que se verificou ser frutífero, levando a que houvesse menos episódios de comportamentos desviantes por parte dos alunos, por exemplo, que um aluno ao chegar atrasado à aula e verificando que os colegas já se encontravam no aquecimento propriamente dito, sabia à priori que tinha falta de atraso, evitando assim discussões desnecessárias, podendo integrar-se na aula sem interrupções e após consentimento do professor.

Em reflexão, a função do professor deve ser preparar e encaminhar um processo, em que é essencial uma constante adaptação, mas que a evolução deste processo tenha um sentido e seja alvo de objeções, para que sejam adotadas medidas corretas.

2.3 Prática de Ensino supervisionada

A supervisão pedagógica assume grande importância no processo de formação, enquanto estagiária. Por um lado, permitiu enquanto observadora, desenvolver capacidades de observação (direta ou indireta) e analisar criticamente todo o processo. Por outro lado, permite ao observado obter informações sobre os aspetos positivos e negativos do seu desempenho, podendo refletir melhor acerca das suas intervenções na prática pedagógica.

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nas turmas designadas implicou que as duas turmas de 2º ano e de 4º ano fossem acompanhadas pela mesma professora estagiaria durante o 1º e 2º período do ano letivo 2012/2013, com o intuito de dar continuidade ao trabalho e manter uma intervenção pedagógica estabilizada perante as duas turmas.

A turma de 4º ano foi atribuída com um sistema diferente sendo lecionada por dois professores a professora estagiária no regime curricular e por outro professor de educação física em regime extracurricular.

Tratou-se de duas turmas completamente distintas a nível de conhecimentos cognitivos, prestação motora e relação com o professor, o que implicou uma adaptação diferente ao nível de conteúdos, exigência e relação com os alunos.

De acordo com o procedimento protocolar existente a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro criado pelo departamento de desporto, numa fase inicial da prática de ensino supervisionada a estagiária registrou cento e dez observações numa ficha de registo anedótico em ordem ao tempo das quais, vinte foram realizadas à orientadora pedagógica, e quarenta e cinco observações aos dois professores de educação física existentes na escola uma vez que o protocolo referia que as observações teriam de ser realizadas pelo núcleo de estágio aos estagiários, mas neste caso particular o núcleo de estágio era constituído por uma estagiária.

Na prática pedagógica supervisionada, para as observações das aulas foi utilizado o Sistema de Observação do Comportamento do Professor, proposto por Aranha (2004). Trata-se de um registo de grande grau de objetividade, onde é realizado um registo anedótico em ordem ao tempo. (consultar anexo CD)

Neste sistema de observação é registrado todo o procedimento do professor durante a lecionação da aula, sendo registrado o tempo de instrução, transição e organização bem como o tempo disponível para a prática dos exercícios e qualquer tipo de interveniente que possa ocorrer durante as aulas.

Segundo Aranha (2004), existem dez parâmetros para a avaliação do comportamento docente durante a lecionação das aulas de Educação Física:

1º Parâmetro – introdução da aula  Refere os objetivos

 Regras a cumprir

 Relaciona com etapas anteriores  Apresenta a tarefa

 Controlo da turma

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 Incentivo aos alunos

 Intervêm de forma sistemática

3º Parâmetro – Organização, controlo e segurança das atividades  Deslocamento do professor

 Organizar, atingir objetivos  Deteta situações de riscos 4º Parâmetro – Gestão dos recursos

 Gestão de aula

 Adapta-se a imprevistos

5º Parâmetro – instrução/introdução das atividades  Explicar tarefas

 Demonstra exercícios

 Utiliza alunos como agentes de ensino 6º Parâmetro – regulação das atividades

 Motivação/empenho  Feedback

7º Parâmetro – linguagem utilizada  Linguagem clara

 Linguagem técnica

8º Parâmetro – sequência da aula  Ritmo/confirma

 Adequado a turma

9º Parâmetro – conclusão da aula  Utilizar princípios pedagógicos

10º Parâmetro – Concordância com o plano  Decorre como estabelecido no plano  Adaptabilidade a situações imprevistas

Este sistema é avaliado através destes dez parâmetros sendo os critérios de avaliação, numerados numa escala de 0 a 3 pontos, correspondendo o, 0 - não executa; 1- executa de um modo genérico, insegurança, com perda de tempo; 2 - executa adequadamente, conscientemente, sem perda de tempo; 3- executa de modo excelente, sistemático, consciente, sem perda de tempo e seguro.

Posteriormente aos registos das observações realizadas a estagiária iniciou a sua prática pedagógica iniciando assim as suas aulas nas turmas designadas, o presente

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estágio decorreu durante o 1º e 2º período.

Segundo, Monteiro e Monteiro (1996), um modelo de ensino com base num padrão que auxilia a aprendizagem dos alunos nos conhecimentos, atitudes ou competências. Possui um suporte filosófico subjacente e um conjunto de indicações que ajudam a concretização dos objetivos educativos. É por isso, uma proposta conceptual que permite resolver problemas de ensino.

Os autores supracitados referenciam que não existe uma abordagem ou método de ensino superior a outro, ou seja, todos os métodos de ensino são adequados, a sua seleção dependendo assim dos objetivos dos professores e das características dos alunos.

Em seguimento deste raciocino, as matérias lecionadas no primeiro período, foram utilizadas abordagens mais tradicionais, tendo-se recorrido a algo conhecido e familiar devido a um grau de insegurança inicial face à prática letiva, à adaptação aos planos de aula, à escola e mesmo à gestão da aula, optando-se por realizar aulas mais centradas no professor, para que este conseguisse ter maior controlo sob o envolvimento.

Contudo ao decorrer do tempo, e resolvidas estas questões, houve abertura para a experimentação. Durante este período podemos ainda notar uma mudança ao nível do planeamento das aulas, passando o ensino dos conteúdos a serem centrados em jogos reduzidos que tinham em conta os princípios de ação das matérias programadas e a utilização de conteúdos de outras matérias no início das aulas.

No segundo período privilegiou-se o ensino da matéria, aplicando jogos reduzidos e a manipulação de regras e espaço, criando constrangimentos aos alunos para que suscitasse novas problemáticas a resolver.

2.3.1. Instrumentos

No ensino da prática supervisionada foram vários os instrumentos utilizados, neste contexto é retratado as aulas ministradas em todas as Unidades Didáticas, de modo a transparecer o envolvimento de todos os intervenientes no processo ensino-aprendizagem.

Na elaboração do planeamento anual, tive em consideração o número de aulas por matéria de ensino, sendo que, das oito matérias que abordámos, o voleibol e a Ginástica, foram alvo de uma abordagem mais detalhada.

Sendo assim, foi definido todos os pontos que foram desenvolvidos e trabalhados ao logo das matérias de ensino, nas quais estiveram contemplados, segundo uma lógica estrutural, com parâmetros que considerámos relevantes, sendo abordados ao longo das aulas (através dos planos de aula) e alguns ajustamentos necessários, consoante as evoluções dos alunos, de acordo com as finalidades e objetivos do Programa do

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Departamento do Desporto escolar da Região e da Secretaria Regional para o 1º Ciclo de Educação Física. (Consultar CD em anexo)

Este programa é uma referência para todas as escolas da Região Autónoma da Madeira, este demonstra uma relação de continuidade, garantindo assim a coordenação e a coerência das atividades desportivas dos alunos ao longo dos anos de escolaridade, agrupando as diferenças entre alunos, turmas e escolas.

Através deste documento tentei orientar e dar a continuidade e regularidade às atividades físicas adequadas pedagogicamente.

Segundo programa curricular Expressão e educação físico – motora do 1º ciclo do ensino básico, foram equacionadas as competências, concebidas como saberes em uso, necessárias à qualidade de vida pessoal e social de todos os cidadãos, a promover gradualmente ao longo da educação básica. Como tal os alunos são instruídos a obter tais competências, sendo estas competências gerais e específicas.

Competências gerais:

1. Mobilizar saberes culturais, científicos e tecnológicos para compreender a realidade e para abordar situações e problemas do quotidiano;

2. Usar adequadamente linguagens das diferentes áreas do saber cultural, científico e tecnológico para se expressar;

3. Usar corretamente a língua portuguesa para comunicar de forma adequada e para estruturar pensamento próprio;

4. Usar línguas estrangeiras para comunicar adequadamente em situações do quotidiano e para apropriação de informação;

5. Adotar metodologias personalizadas de trabalho e de aprendizagem adequadas a objetivos visados;

6. Pesquisar, selecionar e organizar informação para a transformar em conhecimento mobilizável;

7. Adotar estratégias adequadas à resolução de problemas e à tomada de decisões;

8. Realizar atividades de forma autónoma, responsável e criativa; 9. Cooperar com os outros em tarefas e projetos comuns;

10. Relacionar harmoniosamente o corpo com o espaço, numa perspetiva pessoal e interpessoal promotora da saúde e da qualidade de vida.

O desenvolvimento destas competências pressupõe que todas as áreas curriculares atuem em convergência.

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curricular, estabelece um quadro de relações com as que com ela partilham os fundamentos essenciais para a formação das crianças ao longo da sua escolaridade.

Os primeiros anos de escolaridade nomeadamente, o primeiro e segundo ano visam, essencialmente a melhoria das qualidades motoras e das habilidades motoras na generalidade, que constituem uma base necessária e que culminam no momento oportuno para passar às aprendizagens mais complexas, indicadas pelos objetivos dos anos seguintes.

Perante isto, todas as matérias lecionadas no primeiro e segundo período pela professora estagiária foram de carácter lúdico o que proporcionou, uma atitude de descoberta do seu próprio corpo, ou seja, notou-se uma evolução no desempenho motor das duas turmas e nos alunos em geral. Ocorrendo uma grande evolução nas habilidades motoras dos alunos principalmente na turma de segundo ano, onde verificou-se na matéria de deslocamentos e equilíbrios e na matéria de perícia e manipulação a superação de certos exercícios ditos por estes “difíceis de executar”. Os alunos da turma do 4º ano no geral conseguiram atingir um nível bom no que refere-se às competências específicas das modalidades abordadas no 1º e segundo período, nomeadamente, o voleibol, o Atletismo e a Ginástica.

2.3.2. Procedimentos

Aqui será descrito todo o percurso entre a planificação e a concretização das aulas, tendo em consideração o grau de eficácia na monitorização da professora estagiária nos feedbacks, da aplicação das estratégias traçadas, bem como a qualidade das suas intervenções de forma que em todas as aulas os alunos estivessem motivados e pudessem concluir cada unidade didática com sucesso.

Contudo apresento ainda as várias fases de aprendizagem ao longo da formação pedagógica, bem como as preocupações que existiram no decurso da prática letiva.

Inferimos que na literatura existente ocorrem três fases na preocupação no que concerne à formação dos professores no decorrer do processo ensino aprendizagem, Fuller (1969) e Feiman-Nemser (1983).

A primeira fase depreende-se com preocupações de sobrevivência. Ao iniciar o processo ensino-aprendizagem, o professor preocupa-se com a adaptação interpessoal e com o controlo da aula.

Numa segunda fase, as preocupações são induzidas a situações de ensino. No decorrer do tempo os professores começam a sentir-se à vontade, a consolidar rotinas, tais como o controlo da turma e a interação com os alunos, ganhando assim mais confiança nas

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suas capacidades. O foco do professor centra-se nas situações de ensino e para a perceção de realidades tais como o número de alunos, falta de material e o repertório limitado de estratégias de ensino.

A terceira fase refere-se às preocupações referentes aos alunos. Nesta fase os professores deparam-se com questões de ordem maior e a necessidade de serem justos e com a necessidade de ajustar as estratégias e materiais de ensino às necessidades dos alunos. Os professores tornam-se capazes de encontrar formas de lidar com questões situacionais e de sobrevivência. Ocorre uma melhoria no seu desempenho didático devido a um conhecimento mais profundo das matérias que ensina e dos métodos e estratégias.

Nesta linha de raciocino venho evidenciar questões impostas pela professora estagiária de carater complexo, simples e concretas da prática letiva.

Relativamente à matéria de Ginástica, nas primeiras aulas ocorreram algumas dificuldades ao nível do planeamento temporal, pois não havia noção do tempo previsível para a realização de cada exercício, o que teve implicações na gestão do tempo de aula.

Nessas aulas iniciais a gestão do tempo de aula foi mal prevista sendo que alguns exercícios decorriam em tempos diferentes no que diz respeito ao seguimento do plano de aula. No entanto, após a lecionação de algumas aulas, verificou-se uma evolução ao nível do planeamento, gestão de tempo de aula e funcionamento da aula. Os planos de aula passaram a ser totalmente cumpridos, o que levou à libertação progressiva das questões organizativas e temporais para uma maior presença na aula, ou seja, o foco deixou de ser o professor e passou a centrar-se mais nos alunos.

Na construção de grupos tentei seguir o recomendado pelo programa curricular Expressão e educação físico motora 1º ciclo do ensino básico permitindo em certas situações as interações entre alunos com níveis de aptidão diferentes, mas procurando também constituir grupos homogéneos, resguardando a eficácia do processo ensino-aprendizagem.

Esta divisão permitiu adaptar os níveis de complexidade a todos os alunos, criando desafios de forma a motiva-los. Contudo, em determinadas situações e aulas os grupos foram alterados intencionalmente de forma a criar dinâmicas distintas entre os alunos e de promoção do desenvolvimento social.

Para a realização das demonstrações dos diferentes exercícios, foi utilizado o grupo ou o aluno com o nível mais avançado o que veio a verificar-se ser de extrema utilidade. Quando introduzido um elemento novo e à medida da realizavam a ação, eram descritas as componentes chave de sucesso, bem como o objetivo do exercício.

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letiva, provavelmente pelo grande contato dos alunos com estas modalidades e pelo fato da professora estagiária ter facilidade no acesso a material correspondente a esta modalidade.

A lecionação da matéria de Ginástica foi de extrema relevância no percurso formativo, visto ter sido a primeira matéria dos Desportos Individuais a ser abordada no ano letivo, enriquecendo a preparação e intervenção pedagógica.

Os aspetos críticos na lecionação desta matéria, direcionam-se na seleção de conteúdos ao nível da relação do programa imposto param as escolas do primeiro ciclo da Região Autónoma da Madeira e consequentemente na determinação da extensão e sequência da matéria o que implicava na definição dos objetivos e na seleção dos conteúdos.

Segundo Programa - Expressão e Educação Físico-Motora do 1º Ciclo do Ensino Básico a iniciação a ginástica visa a aquisição de elementos básicos de destreza, coordenação, equilíbrio e de outras capacidades específicas, ou seja, promover o desenvolvimento de capacidades motoras básicas fundamentais. Esta aprendizagem está orientada por níveis de desempenho motor nos encontros gímnicos, e deverão ser abordados, da mesma forma na escola, transmitindo os conteúdos programáticos através de progressões pedagógicas lógicas e adaptadas a todas as crianças.

Definimos então que seriam lecionados os elementos de solo através de sequências gímnicas por circuito e em estações, e ginástica de aparelhos nomeadamente saltos básicos de iniciação no minitrampolim e no plinto.

No decorrer das aulas, a estratégia utilizada foi a introdução imediata de todos os elementos programados e a organização dos alunos em pares, onde um aluno executava e outro realizava ajuda (caso houvesse necessidade), e assim consegui rentabilizar o tempo disponível para a lecionação dos conteúdos e o tempo de empenhamento motor dos alunos. Inicialmente nesta modalidade foram privilegiados os feedbacks individuais, posteriormente foram utilizados os feedbacks globais, dando assim espaço para a professora observar todos os alunos e exercitar a sua capacidade de atuação.

Nesta matéria, notou-se uma grande melhoria na maioria dos alunos nos conteúdos lecionados, tendo muitos deles ultrapassado o receio de alguns elementos gímnicos.

Na matéria de Voleibol na construção dos exercícios houve sempre a preocupação em integrar os conteúdos em formas jogadas e lúdicas, de forma que os alunos compreendessem a razão de ser das movimentações efetuadas e estivessem empenhados durante todas as aulas.

Foi privilegiado o jogo reduzido com espaço reduzido em situações de 2x2, passando pelo 4x4, o que levou a que os alunos tivessem um maior empenho motor e que as

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oportunidades de jogo fossem maiores para todos. No fim do período denotou-se uma diferença positiva nas aprendizagens dos alunos ao nível da ocupação de espaços e de consciência tática.

Relativamente aos alunos, verificámos ser uma modalidade a que os alunos aderiram desde logo, mostrando-se empenhados e motivados no decorrer das aulas, demonstrando uma evolução muito rápida.

A utilização de bolas de iniciação e de uma rede improvisada, facilitou o processo, pois ao serem bolas lentas e uma rede adaptada à sua estatura, os alunos obtiveram uma maior taxa de sucesso por disporem de maior tempo para realizar a leitura de jogo e responder.

Os feedbacks incidiram-se nos feedbacks auditivos, cinestésicos e interrogativos associados quase sempre a uma explicação teórica para que os alunos compreendessem a lógica subjacente ao pretendido. Ocorrendo em algumas situações associações com as leis da física para que os alunos tivessem noção que a disciplina de Educação Física está presente em várias matérias de conhecimento.

Através do teste de conhecimentos, constata-mos que os alunos atingiram um dos grande objetivos pretendidos, a compreensão da matéria, mais do que saber fazer, ter consciência e noção das regras e da modalidade. Nas aulas planeadas tentou-se sempre suscitar e induzir esse tipo de compreensão, utilizando muitas vezes o feedback interrogativo e criando situações jogadas que conduzissem o aluno ao pretendido.

Na unidade didática de Deslocamentos e Equilíbrios Perícia e Manipulação, o desafio foi superior em relação ao Voleibol e ao Atletismo, por não ter havido, anteriormente, contato com a matéria o que implicou um aprofundamento das competências, suscitando investigação. Desde muito cedo foram realizadas várias pesquisas acerca da matéria em questão e sistematizadas as informações num documento de apoio à prática letiva que veio a verificar-se ser de extrema utilidade na orientação da lecionação desta matéria.

Esta opção deve-se à necessidade em sistematizar o conhecimento e ter uma maior base de sustentação para a prática letiva, algo que não ocorreu nas Unidades Didáticas dos jogos desportivos coletivos, uma vez que a professora estagiária já tinha vivências relacionadas a estas modalidades.

Utilizou-se a mesma estratégia de dinâmica de grupos utilizada no Voleibol tentou-se privilegiar formas jogadas onde estivesse presente sempre o carater lúdico através da exploração dos espaços reduzidos.

Foram utilizadas em todas as modalidades aquecimentos lúdicos de modo a promover a motivação, o empenho e a predisposição dos alunos para as aulas o que

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demonstrou ser uma mais-valia, pois os alunos estavam sempre empenhados em todas as matérias, ocorrendo por vezes alguns comportamentos fora da tarefa que eram controlados com sucesso pela professora estagiária através de chamadas de atenção acerca desses tipos de comportamentos.

Na matéria de Atletismo os desafios foram outros, uma vez que a proposta do Gabinete do desporto escolar e a secretaria regional de Educação para este bloco, o programa integra alguns jogos relacionados com uma disciplina técnica do Atletismo, procurando motivar intrinsecamente alunos partindo de formas lúdicas na organização das tarefas.

Sendo esta uma modalidade sem grandes problemáticas para a professora estagiária pois adotou uma estratégia onde os jogos realizados eram de forma competitiva o que proporcionou um melhoramento do nível da turma, na realização ações e habilidades motoras básicas como o correr, saltar e lançar, com e sem aparelhos, ajustando as suas capacidades coordenativas e condicionais, progredindo no espaço, tempo e distância com intencionalidade e oportunidade.

Em suma, existem alguns aspetos que podem ser alvo de melhorias no futuro, mas foi uma experiência muito proveitosa pois estas são faixas etárias muito precoces o que proporcionou à professora estagiária uma abordagem diferente da dita “normal” perante as crianças. O fato de não ter havido contato prévio com a matéria de Deslocamentos e Equilíbrios e a modalidade de Perícia e Manipulação, sendo o conhecimento adquirido mediante a prática letiva permitiu maior segurança para continuação da abordagem destas modalidades.

A professora estagiária ao longo das modalidades privilegiou o uso regular de exercícios realizados em forma de competição e de jogo e ainda a execução técnica dos exercícios da forma mais correta, aos alunos com um nível mais avançado. Teve em consideração o desenvolvimento pessoal e social dos alunos através das tarefas de ensino, nomeadamente as atividades que continham caráter lúdico.

E por fim e não menos importante, ao longo do processo ensino aprendizagem a professora estagiária evidenciou nas suas aulas a motivação intrínseca do aluno e o seu carater social.

De evidenciar ainda que não houve reajustamentos no planeamento das aulas devido a assimilação e evolução dos alunos e as espectativas da professora estagiária que foram correspondidas tendo em consideração a avaliação diagnostica inicial de cada modalidade.

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2.3.3. Relatório e Avaliação

De acordo com Aranha (2005), este refere que a avaliação refere-se “à recolha de

informações necessárias para um (mais) correto desempenho. É um regulador por excelência de todo o processo de ensino-aprendizagem” (p. 44).

A avaliação é vista como um meio de verificar a evolução dos alunos ao longo do processo de ensino-aprendizagem, de acordo com o Projeto Curricular da Escola (EB1/PRE do Caniçal, 2012-2013), este valoriza o processo de avaliação como regulador das aprendizagens e orientador do percurso escolar e certificar as diversas aquisições realizadas pelos alunos, devendo ser consolidado numa variedade de instrumentos de avaliação adequados à diversidade das aprendizagens em cada nível de ensino. (consultar anexo- CD)

Segundo Júnior (1985) citado por Anacleto (2008), é frequente na Educação Física o uso da expressão avaliar, quando na verdade, o que se está a fazer é medir. A grande diferença entre medir e avaliar, faculta a compreensão do processo de avaliação, embora, não seja o suficiente para a ação prática de emitir juízos de valores. Medir é a representação através de números, um valor numérico a alguma coisa. Já a avaliação envolve a atribuição de um juízo de valor, sobre a qualidade dos resultados obtidos.

A sua importância deriva, não só da necessidade do professor conhecer, com rigor, qual foi a aprendizagem real dos seus alunos, mas, também, e talvez principalmente, da utilização subsequente desse conhecimento. A utilização dos dados de avaliação de aprendizagem é um dos aspetos fulcrais de todo o sistema de ensino-aprendizagem, pois define o nível de sucesso e o seu aperfeiçoamento, constitui também o melhor indicador de capacidade profissional do professor. Os dados de avaliação da aprendizagem são úteis na orientação e aconselhamento dos alunos, na seleção e modificação de metodologias, na avaliação dos programas, na previsão de resultados futuros e na investigação.

Segundo a Lei de Bases do Sistema Educativo, esta estabelece uma conceção clara de educação e de escola. Dessa caracterização de educação e de escola, podemos concluir acerca do sistema de avaliação a utilizar, que o mesmo deve:

 Promover a igualdade de oportunidades;  Promover o sucesso;

 Ser contínuo e positivo;

 Ser corretivo e compensatório, isto é, promover a efetiva recuperação dos alunos;  Não sobrepor razões administrativas ou outras a razões pedagógicas no

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 Promover a participação de todos os envolvidos na definição dos percursos escolares.

Assim, podemos mencionar que segundo o Regulamento Interno da Escola (EB1/PRE, Caniçal 2012/2013), a avaliação dos alunos, está de acordo com a legislação em vigor, sendo um dos vários instrumentos a utilizar: A Avaliação Diagnóstica, A Avaliação Formativa e a Avaliação Sumativa.

Avaliação Diagnóstica

Avaliação efetuada nas primeiras aulas, que apresenta como objetivo identificar o nível e a capacidade, a nível motor, da turma, assim como as condições de ensino, tais como material, instalação, etc., para permitir um ajuste da U.D. previamente elaborada, com base na realidade encontrada (Aranha, 2004). Com vista a realização esta avaliação, deve-se realizar uma ficha de obdeve-servação e registo de comportamentos, e que permitirá anotar as informações que se entendam como necessárias (Aranha, 2004). Os resultados obtidos não devem contribuir para a classificação do aluno (Aranha, 2004).

Tem por fim a recolha de informações sobre os conhecimentos e aptidões que o aluno possui no início de cada matéria de ensino. Permite saber o nível em que os alunos se encontram, relativamente aos conteúdos selecionados. Por outro lado, permite diferenciar os alunos dentro da mesma turma e adequar os objetivos em função das suas capacidades, não só no plano cognitivo mas também no Sócio-Afetivo.

A avaliação de diagnóstico constitui um meio e não um fim. Ela não é mais do que um processo de referência que será tida em conta no planeamento do processo ensino/aprendizagem. (consultar anexo-CD)

Com esta procuramos recolher informação acerca dos alunos, adquirir dados acerca dos alunos que compõem a turma. A questão central é “o que sabem?”, pergunta face à qual nos sentimos obrigados a responder. Isto porque no início de um ano, ou início de uma nova abordagem é fundamental diagnosticar as capacidades motoras e as habilidades técnicas de cada um dos elementos constituintes da turma, tratando-se, não de uma forma de classificar o aluno mas, de um meio de avaliação do nível formativo, isto é, de recolha de informação quer para o aluno como para o professor.

Avaliação Formativa

A avaliação formativa pretende determinar a posição do aluno ao longo de uma unidade de ensino, no sentido de identificar dificuldades e de lhes dar solução.

Imagem

Tabela I – Caracterização da idade da amostra [frequência absoluta (n), frequência relativa (%) Média  e desvio padrão (dp)]
Tabela II. Nível de coordenação motora do estudo de caso e o meio envolvente
Tabela III. Média e desvio-padrão nos 4 testes da bateria KTK

Referências

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