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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE ARTES – CEART PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS JOÃO MÜLLER HADDAD

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JOÃO MÜLLER HADDAD

DO

FRAME

À PINTURA

FLORIANÓPOLIS

SC

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

UDESC

CENTRO DE ARTES

CEART

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS

JOÃO MÜLLER HADDAD

DO

FRAME

À PINTURA

Orientador:Prof. Dr.

Orientadora: Profa. Dra. Yara Rondon Guasque Araújo

FLORIANÓPOLIS

SC

2011

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JOÃO MÜLLER HADDAD

DO

FRAME

À PINTURA

Dissertação de Mestrado elaborada junto ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do CEART/ UDESC, para obtenção do título de Mestre em Artes Visuais, na linha de pesquisa Processos Artísticos Contemporâneos.

Banca examinadora:

Orientadora: ___________________________________________________ Profa. Dra. Yara Rondon Guasque Araújo (CEART/UDESC)

Membro: ____________________________________________________ Prof. Dr. José Luiz Kinceler (UDESC)

Membro: _____________________________________________________ Prof. Dr. Sérgio Mauro Romagnolo (UNESP)

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AGRADECIMENTOS

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RESUMO

A pesquisa parte do encontro, na arte contemporânea, entre meios artísticos (mídias analógicas e digitais), possibilitado pela utilização de meios tecnológicos. Trata, mais especificamente, da materialidade e imaterialidade das linguagens da pintura e do vídeo, se pautando na produção de artistas da cena contemporânea, Romanita Disconzi, e minha própria produção poética. A investigação poética trata da

transposição de frames, instantes, parte mínima divisível de cenas de corpos humanos

em movimento, do filme Cidade de Deus, para a pintura. As imagens, transpostas para a pintura contemporânea por meio da técnica da pintura acrílica sobre tela e superfícies alternativas, materializam frames de cenas de filmes e revelam o olhar modificado pelos meios eletrônicos. Discorre sobre o registro material da fração mínima do vídeo, da

imagem digital e da pintura — frame, pixel e pincelada — como o fragmento menor que

ainda permite a identificação dos processos diferenciados de observação. Neste sentido, o resultado final do corpo pictórico permeado pela noção de hibridação, como

utilizada por Couchot, nos remete ao ponto cego do vídeo — onde o vídeo nada vê — e

ao campo subjetivo da temporalidade das cenas de filmes.

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ABSTRACT

The study starts on the encounter, in contemporary art, between analog and digital media made possible by the use of technological means. It deals, more specifically, with the materiality and immateriality of painting and video languages, been based on artists

of the contemporary scene’s productions, Romanita Disconzi and my own poetic work.

The poetic investigation is about the frames transposition, moments, minimum divisible

part of scenes of human bodies in motion, from the movie Cidade de Deus, for the painting. The images, transposed into the contemporary painting by the technique of painting on canvas and acrylic alternative surfaces, materialize frames of movie scenes and reveal the look changed through the electronic means. The study also discusses the material record of the tiny fraction of the video, digital imaging and painting - frame, pixel and brush stroke - as the smallest piece that still allows the identification of the differentiated processes of observation. In this sense, the final result of the pictorial body, pervaded by the hybridization notion, as used by Couchot, leads us to the blind spot of the video - where the video sees nothing - and to the subjective field of the temporality of movie scenes.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Gerhard Richter. Boy Baker - Junge Baker ... 28

Figura 2 - Gerhard Richter. 24.1.2000 (Firenze), 2000.12 cm x 12 cm ... 29

Figura 3 - Daniel Richter. Jeans. 268 cm x 332cm x 2,5cm. Oil on canvas. 2002 ... 31

Figura 4 - Chuck Close. Maggie, 1996, Oil on canvas, 30 x 24" (76.2 x 61 cm), Photograph by Ellen Page Wilson ... 32

Figura 5 - Wayne Toepp. monitor #18, 2010. Oil on canvas. 36" x 48". ... 33

Figura 6 - William Betts. 11.10.06, 2008, Acrylic on canvas, 54 x 72 inches ... 35

Figura 7 - Romanita Disconzi. Batman, Madonna e Mulher Maravilha, 1993 ... 51

Figura 8 - Romanita trabalhando, em Chicago, com o Image Processor ... 53

Figura 9 - Processador de Imagens, Image Processor ... 54

Figura 10 - Frame do filme Cidade de Deus.... 65

Figura 11 - Sem Título, Parte 1, esquerda - Acrílica sobre plotagem 57 x 144 x 3,5 cm Parte 2, direita – Acrílica sobre tela, 119 x 144 x 3,5 cm... 66

Figura 12 - Sem Título, Parte 1, esquerda - Acrílica sobre tela, 98 x 144 x 3,5 cm. Parte 2, direita – Acrílica sobre plotagem 78 x 144 x 3,5 cm ... 67

Figura 13 - Sem Título, Parte 1, esquerda - Acrílica sobre tela, 115 x 144 x 3,5 cm. Parte 2, direita – Acrílica sobre plotagem 60 x 144 x 3,5 cm ... 68

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SUMÁRIO

1 A MOTIVAÇÃO ... 9

2 DA PINTURA AO FRAME ... 13

2.1 Principais rupturas do suporte no contexto histórico ... 13

2.2 Do transbordamento da observação à produção imagética ... 20

2.3 Possibilidades Híbridas ... 36

2.4 Interfaces de transposição da imagem para o quadro: da observação a olho nu para a observação através de aparatos ópticos, segundo David Hockney ... 46

3 DO FRAME À PINTURA ... 51

3.1 A pintura de Romanita Disconzi ... 51

4 O OLHAR DO VÍDEO COMO MÉTODO... 62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 72

REFERÊNCIAS ... 75

ANEXOS ... 78

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REFERÊNCIAS

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Fontes, 1991.

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ANEXOS

Anexo 1 - Entrevista com a Professora Doutora Romanita Disconzi

Porto Alegre, 26 de agosto de 2010

Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Entrevista com a Professora Doutora Romanita Disconzi - Pintora, professora, gravurista e videomaker gaúcha. Entrevistador: João Müller Haddad -

Mestrando em Artes Visuais - PPGAV - CEART - UDESC.

JM (João Müller Haddad)

Romanita, gostaria que você falasse sobre sua proposta de trabalhar utilizando como

fonte de imagem, frames da TV.

RD (Romanita Disconzi)

A origem desse meu interesse pela televisão talvez seja bem remota, mas eu gostaria de deixar bem especificado como no momento em que eu indo pra Chicago para fazer o mestrado em pintura, eu também fui trabalhar com o vídeo que era uma coisa que me fascinava e que em 1979 quando eu fui pra lá aqui não existia. O fato de eu estar trabalhando com o vídeo por trás das câmeras me fez penetrar na linguagem desse meio eletrônico e isso teve uma influência fundamental para o processo de pintura que a partir de então eu passei a pesquisar e que depois quando eu já estava fazendo doutorado, quase dez anos depois, foi denominado pelo meu orientador Julio Plaza como Pintura Pós TV, uma pintura de resistência que se utiliza de um meio contemporâneo como fonte e como inspiração referencial, não só sob o ponto de vista da técnica, mas sob o ponto de vista da linguagem. Então aí começou a minha forma de encontrar nessas imagens, que são imagens virtuais, que não tem materialidade vamos dizer, uma fonte iconográfica que posteriormente eu passei a incorporar no meu trabalho junto com outras formas, outras iconografias, outros elementos de uma iconografia pessoal que faz parte da minha pintura. Foi aí que surgiu essa idéia. Então

porque o frame? Porque como a televisão se desenvolve no tempo eu precisava de

uma imagem estática, então essa imagem era obtida através de uma fotografia e eu fotografava direto do vídeo com uma velocidade suficiente para que não aparecesse o intervalo vertical.

JM

(14)

79 RD

Essa é uma continuação do que eu estava falando na pergunta anterior.

No momento em que eu percebi que a televisão era também uma construção de imagem e que essa imagem era construída através de um processo fragmentário, ou seja, através de um elemento que se repetia num processo que nós chamamos de digital, sim-não, sim-não, e que tem a ver com o acionamento do canhão eletrônico sobre os fósforos da imagem da tela da televisão, então esse elemento é conduzido,

esse canhão, através de uma forma que se chama scanner, em português varredura, e

que vai varrendo aquela superfície em dois campos, um campo par, e um campo ímpar em 1/30 de segundo, esse canhão faz primeiro o campo par chega lá em baixo recebe um impulso e volta ao começo de novo da tela para varrer o outro campo. E esse intervalo entre ele chegar lá em baixo e voltar para varrer o segundo campo, o campo par, vamos dizer, se chama intervalo vertical. E se você fotografar com uma velocidade maior do que 1/30 de segundo vai aparecer com uma lista preta no meio, que ali é um lugar onde não tem imagem, neste momento o canhão eletrônico está sem atuação, ele não está atuando, ele está voltando lá pra cima para voltar a escanear. Então este

elemento e mais o pixel, que é a unidade que constrói a imagem na televisão,

imediatamente me fez lembrar as pesquisas de Seurat e dos neo impressionistas que era também uma fragmentação da imagem, momento em que é inaugurada a tendência analítica da pintura. O que é uma tendência analítica? Eu vou analisar o que é essa imagem de pintura. O que eu tenho aqui? Eu tenho pigmento, eu tenho tela, eu tenho elemento material porque pintura é matéria não é uma imagem virtual, e tenho uma unidade que é a pincelada que constrói a minha imagem. No caso dos impressionistas e depois dos neo impressionistas, essa pincelada era colocada de forma justaposta e era unificada na nossa retina por um processo que se chama fusão retiniana, que é um fenômeno fisiológico. Então esse é o princípio da televisão, a televisão funciona assim. Claro que Seurat não sabia que dali um século quase iam descobrir a televisão. Mas a forma como a imagem era construída é essa. Então isso me criou já um elemento de ligação entre aquilo que eu estava trabalhando no vídeo e a pintura que eu estava fazendo no mestrado em pintura. E naquele momento eu estava meio perdida já... Porque tudo era muito novo na minha cabeça. Então eu encontrei essa forma. Então por exemplo Seurat simplesmente justapunha as imagens, eu já tive um elemento novo que era a linha de varredura. Eu estabeleci a linha de varredura como uma forma de organizar essas pinceladas na minha tela. E a iconografia então ficou sendo basicamente as imagens da televisão e nessa época eu trabalhei com três séries: Uma era a TV Novela; as imagens capturadas das novelas, o outro era TV Comercial; das imagens de comerciais, e o outro era TV Noticias; das imagens de notícias. Todas com características bem diferentes na sua concepção. Outra coisa importante também é que a televisão é um meio visual que se presta para closes, não para grandes planos, então basta dizer que a grande característica da televisão é aquela cara grande na televisão que eu passei a usar muito. Uma cara ou duas, enfim poucas coisas porque o plano de close é que é interessante na televisão, e tu consegues uma nitidez maior até para capturar essa imagem e depois trabalhar com ela.

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80 então essa é a característica da pós modernidade: É recuperar aquilo que eu acho que interessa, que é importante, que tem alguma coisa pra me dar ainda e trazer para o meu tempo onde eu me situo, o meu momento histórico. Então eu vou ter uma consciência da história e uma consciência do momento histórico, essas duas coisas tem que estar juntas para eu poder fazer um trabalho contemporâneo, um trabalho que tenha significado e validade no meu momento. Acho que é isso.

JM

Gostaria também Romanita que você falasse sobre o seu processo artístico.

RD

Bem muita coisa já está embutida nas respostas anteriores, mas eu basicamente estou falando mais sobre pintura, não estou falando tanto sobre vídeo nesse momento, porque essa pesquisa essas perguntas me parecem mais relacionadas com o meu trabalho de pintura. Então a minha pintura além de ter aquelas coisas que são praticamente o cerne da pintura que são: A forma, a cor, a composição e a matéria, a minha pintura tem uma característica que é uma vinculação com a linguagem, a minha pintura é uma linguagem. Eu trabalho com elementos da pintura que são os elementos de significação tanto formal como de significação no caso da iconografia, de uma significação no sentido semântico. Quer dizer, aquelas imagens significam alguma coisa, é isso que na minha tese eu chamo de bricolagem, porque eu recolho essas imagens, isso também é um procedimento muito comum na pós modernidade, eu recolho elementos de contextos diversos, de épocas diversas que fazem parte da minha iconografia, daquilo que eu vivi e que vivo. Então essas coisas vêm como fragmentos de um local de um contexto cultural ou artístico que eu me aproprio e utilizo junto com outros elementos que vem de outros contextos. Por exemplo, uma das minhas fontes iconográficas são sinais de trânsito, e a imagem de televisão. O que essas duas coisas tem em comum? Aparentemente nada. Mas incomum elas tem duas coisas importantes: Uma, são formas de comunicação, são signos que traduzem, comunicam alguma coisa. E segundo lugar, o fato de que eu convivo com essas duas coisas. Eu e milhões de outras pessoas. Então no momento em que eu as coloco lado a lado, elas são de contextos diferentes, elas trazem alguma coisa do seu contexto de origem que é conservado, mas adquirem novo significado por estarem em contigüidade,

lado a lado, juntas. Então isso é bricoleur, o princípio da bricolagem, que é um processo

utilizado por povos muito primitivos. Mas que é muito utilizado também pela nossa contemporaneidade, e alguns artistas da Pop Art já utilizaram isso como é o caso do Rauchenberg, que utilizava elementos de várias fontes que ele trabalhava, unificava com a sua pincelada, com a sua maneira de trabalhar, e ali ele tinha aquela unidade básica que era característica da pintura dele.

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81 a unidade de construção da imagem na pintura, e o pixel é a unidade de construção da imagem na televisão. Então a partir deste processo é que eu fui elaborando... Até tenho um método para pintar e tudo, mas tudo dentro daquilo que eu chamo uma licença poética.

A cor também é outra coisa muito importante no meu trabalho. Eu trabalhei lá em

Chicago com um processador de imagem (Image Processor), que agora esses

processos todos que eram feitos através de ainda conectar cabos, agora está tudo em programas, não é? Que eu estou utilizando atualmente só que eu vou te dizer um segredo, era muito mais criativo naquela época, eu fazia coisas que eu nem imaginava, e agora eu estou um pouco mais limitada naquilo que o programa me concede fazer. É mais fácil, mais imediato, mas não é tão inesperado. Lá era bem inesperado, a gente fazia cada coisa que nem o instrutor conseguia saber :Como é que você fez isso? Ele sempre me perguntava.

JM

Surpreendente.

RD

Surpreendente as coisas surpreendiam. Porque era muito experimental. Então o meu processo artístico tem sido mais ou menos esse aí. No caso de dois meios, um meio eletrônico e um meio pictórico, uma coisa a contrapelo da história, porque pintura é uma forma de arte multimilenar, tem mais de quarenta mil anos conhecidos desde as pinturas das cavernas, e o vídeo que é uma tecnologia muito da contemporaneidade, acredito que tenha cem anos, não sei bem certo quantos anos tem. Mas é muito novo ainda em relação à pintura. Então este meio tão antigo e este meio tão contemporâneo, eu sinto que nós temos o direito que nós somos herdeiros de toda essa cultura. Eu vivo na minha contemporaneidade, mas eu sou herdeira de tudo que os meus antepassados fizeram. Então eu sou legitimamente autorizada a me utilizar desses meios. Então eu acho que basicamente é isso. Gostaria de perguntar mais alguma coisa?

JM

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