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O paradigma técnico bancário no século XXI : a rede de atendimento híbrida e as estratégias dos bancos na cidade de Campinas/SP

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Academic year: 2021

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JULIANA SANTOS DE OLIVEIRA

O PARADIGMA TÉCNICO BANCÁRIO DO SÉCULO XXI: A REDE DE ATENDIMENTO HÍBRIDA E AS ESTRATÉGIAS DOS BANCOS NA CIDADE DE

CAMPINAS/SP

CAMPINAS 2019

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O PARADIGMA TÉCNICO BANCÁRIO NO SÉCULO XXI: A REDE DE ATENDIMENTO HÍBRIDA E AS ESTRATÉGIAS DOS BANCOS NA CIDADE DE

CAMPINAS/SP

Dissertação apresentada ao Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Mestra em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial.

ORIENTADOR: PROF. DR. MARCIO ANTONIO CATAIA

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA JULIANA SANTOS DE OLIVEIRA E ORIENTADA PELO PROF. DR. MARCIO ANTONIO CATAIA.

CAMPINAS 2019

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Biblioteca do Instituto de Geociências Marta dos Santos - CRB 8/5892

Oliveira, Juliana Santos de,

OL4p OliO paradigma técnico bancário do século XXI : a rede de atendimento híbrida e as estratégias dos bancos na cidade de Campinas/SP / Juliana Santos de Oliveira. – Campinas, SP : [s.n.], 2019.

OliOrientador: Márcio Antonio Cataia.

OliDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências.

Oli1. Bancos. 2. Bancos Brasil Inovações tecnológicas. 3. Bancos

-Campinas (SP). 4. Topologia. 5. Espaço geográfico. I. Cataia, Márcio Antonio, 1962-. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Geociências. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: The technical banking paradigm of the 21st century : the hybrid service network and the banks strategies in the city of Campinas/SP

Palavras-chave em inglês: Banks

Banks - Brazil - Technological innovations Banks - Campinas (SP)

Topology

Geographic space

Área de concentração: Análise Ambiental e Dinâmica Territorial Titulação: Mestra em Geografia

Banca examinadora:

Márcio Antonio Cataia [Orientador] Adriana Maria Bernardes da Silva Maria Encarnação Beltrão Sposito Data de defesa: 31-05-2019

Programa de Pós-Graduação: Geografia

Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a) - ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0002-5998-365

- Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/8251197735239794

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AUTORA: Juliana Santos de Oliveira

O PARADIGMA TÉCNICO BANCÁRIO DO SÉCULO XXI: A REDE DE ATENDIMENTO HÍBRIDA E AS ESTRATÉGIAS DOS BANCOS NA CIDADE DE

CAMPINAS/SP.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Márcio Antonio Cataia

Aprovado em: 31 / 05 / 2019

EXAMINADORES:

Prof. Dr. Márcio Antonio Cataia - Presidente

Profa. Dra. Adriana Maria Bernardes da Silva

Profa. Dra. Maria Encarnação Beltrão Sposito

A Ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se disponível no SIGA - Sistema de Fluxo de Dissertação e na Secretaria de Pós-graduação do IG.

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Este trabalho é resultado de uma trajetória não tão longa, mas que constituí parte importante do meu tempo de existência, e que é agora marcada por mais uma etapa que finalizo com grande satisfação. Portanto, a elaboração desta dissertação marca mais um momento paradigmático da minha vida e eu a defendo tanto por meio do conhecimento e pesquisa até aqui desenvolvidos quanto pela história construída até a chegada a este momento e que, sobretudo, foi coletivamente construído.

Este caminho iniciou-se efetivamente há oito anos, em ocasião do meu ingresso no curso de graduação em geografia na FCT-UNESP, mas sua origem vai mais longe no tempo e no espaço, envolvendo outras histórias, instituições e muitas pessoas. Me alegra rememorar estes momentos e estas pessoas por meio dos quais cheguei até este importante evento da minha careira acadêmica e também da minha trajetória de vida e a elas sou profundamente grata.

Gostaria de agradecer primeiramente à minha família, base da minha formação moral e humana, onde estabeleço minhas raízes, fonte da inspiração que me acompanha sempre e media minha ações nos lugares por onde caminho.

À minha mãe Ana que me cuidou e educou com amor, que acreditou em mim e nunca conheceu limites em sua dedicação e apoio, que me inspira sempre a dar o meu melhor em tudo que faço e a reconhecer e me orgulhar de onde vim.

À meu pai Everaldo que me orientou pelos caminhos mais bonitos do conhecimento e do autoconhecimento, ajudando a me situar no mundo de maneira crítica e lúcida, me ensinando a nunca se curvar às barreiras impostas, despertando em mim um espírito de solidariedade e luta por transformação social.

À meu irmão Engels que compartilhou, desde o início, sua vida comigo e me ensinou, do modo mais puro, a reconhecer o amor de irmão e a aprendizagem contínua que brota da convivência com o diferente, além da segurança de saber que tenho alguém com quem contar e cuidar por toda a vida.

De maneira póstuma agradeço à minha avó Cida cujo esforço incansável construiu uma linda família de homens e mulheres vencedoras, sou grata e saudosa de sua companhia e crença inabalável em mim e em meus sonhos, muitos dos quais se tornaram realidade. Sinto alegria pelo privilégio de ter vivido com você e tristeza pelos momentos que senti profunda falta da sua sempre revigorante presença.

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estória recente, trocando experiências, enriquecendo meu desenvolvimento intelectual por meio de longos e prazerosos, as vezes conflitivos, diálogos sobre geografia e todas as outras dimensões da ciência e da não-ciência que fundam nossa existência. Sou grata, ainda, pela paciência e pelo respeito nos espaços compartilhados e não compartilhados, pela companhia nas viagens que tanto nos transformaram, na evolução conjunta e compartilhada, na construção do dia-a-dia e dos sonhos que fundam nossa expectativa de estar juntos no futuro.

Expresso meus sinceros agradecimentos à meu orientador Márcio Cataia que me acompanhou durante todo o desenvolvimento da pesquisa que resultou neste trabalho, oferecendo oportunidades únicas e dando suporte a cada uma das etapas deste percurso cheio de desafios, sem ele este trabalho não seria possível.

Agradeço ainda ao professor Ángel Pueyo, da Universidad de Zaragoza, e à professora Maria Pilar Alonso, da Universitát de Lleida, por me receber e orientar meu trabalho de pesquisa na Espanha, sempre despendendo tempo e atenção à mim e a meu trabalho. Além disso, agradeço à Eduardo e Amparo pela amizade e companhia nas viagens, além de todos os colegas do GEOT que me receberam muito bem durante os cinco meses que estive na universidade.

Sou grata ainda à Unicamp e, em especial, aos institutos de Geociência e Economia que me forneceram todas as condições para o desenvolvimento da pesquisa por meio de pessoas cujas funções foram imprescindíveis a minha estada e aprendizagem nesta casa. Agradeço aos funcionários da secretaria de pós-graduação do IG, pelo apoio e trabalho, aos professores com os quais aprendi muito, em especial à professora Adriana Bernardes, ao professor Humberto Miranda e a todos que dedicaram seu tempo e conhecimentos de maneira muito generosa. Agradeço ainda ao professor Rafael Straforini por todo apoio nos procedimentos para a defesa assim como por presidir minha banca de defesa diante de circunstâncias extraordinárias.

Agradeço profundamente à professora Carminha, cujos ensinamentos fundaram minha iniciação em pesquisa e minha ligação irreversível com a geografia urbana, as marcas que foram deixadas por seus ensinamentos, tanto na graduação quanto nas contribuições dadas no mestrado, jamais deixarão de fazer parte da minha trajetória na geografia e sempre serão fonte de inspiração.

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também à Marina Montenegro que contribuiu ricamente aos debates da minha pesquisa em ocasião da qualificação e cujos trabalhos orientaram meu olhar para dimensões antes “invisíveis” para mim.

Sou feliz e grata pelos amigos e colegas que fizeram parte desta caminhada e que estiveram comigo nos momentos da pesquisa e também nos imprescindíveis momentos de descontração, destaco alguns nomes com o risco de esquecer outros: Carlos, Tamires, Maria, Pedro, Douglas, Marcelo, Bruna, Camilo, Gabriel Boraschi, Lívia Antipon, Luciano, Eduardo, Amparo, Maycon, Melissa Steda, Wagner Nabarro, dentre tantos outros que enriqueceram esta trajetória e cujos momentos compartilhados ficarão guardados com carinho.

Por fim, agradeço ao apoio fundamental de financiamento dado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) que viabilizou financeiramente o desenvolvimento desta pesquisa com nº de processo: 2016/12115-5. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

Agradeço efusivamente ao povo brasileiro a quem devo o financiamento à formação de qualidade nas universidades públicas por onde passei e à realização de pesquisas por meio das quais busco devolver em contribuições ao entendimento sobre as dinâmicas de nosso território.

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Vivemos num futuro imaginado, imaginando outros futuros. O futuro imaginado em que vivemos nunca coincide com o futuro imaginado que imaginámos ou que outros imaginaram para nós. Utopias e distopias são exercícios falhados de imaginação do futuro que testam o poder humano de agir no mundo [...]

(PORTELA, M. Prefácio à obra “Admirável mundo novo”, 2013)

“[...] o saber geográfico não deve permanecer como apanágio dos dirigentes de grandes bancos; ele pode ser voltado contra eles, na condição de prestar atenção às formas de localização dos fenômenos e cessar de evocá-los abstratamente”

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Este trabalho analisa a trajetória de desenvolvimento técnico dos bancos no século XXI em articulação ao processo de modernização contemporânea. Nosso foco principal é a análise da emergência de um novo paradigma técnico bancário definido por processos de inovação na área da tecnologia da informação e articulado ao desenvolvimento das redes técnicas no território que repercutem, por sua vez, em redefinições das lógicas e estratégias espaciais dos bancos na instalação de suas redes de fixos. Neste sentido, o que orienta a construção deste trabalho é a investigação dos nexos entre a expansão do uso e dos investimentos nos canais digitais de autoatendimento bancário (internet banking e mobile banking) e suas repercussões na redefinição tanto da topologia quanto dos ritmos de expansão das redes de agências, PAE e PAB, considerando a importante redução das capacidades instaladas dos bancos em função das novas possibilidades técnicas de realização da atividade bancária no país. Esta correlação, por sua vez, é melhor expressa em nosso estudo sobre as estratégias espaciais dos bancos na cidade de Campinas/SP entre os anos de 1980 e 2016, de modo as análises sobre as transformações nas redes de fixos nesta cidade expressam, por um lado, a trajetória de desenvolvimento técnico dos bancos e as mudanças em suas lógicas espaciais e, por outro, nos ajudam a compreender as especificidades das estratégias dos bancos em função das dinâmicas próprias da cidade. A análise destas estratégias revelam duas dimensões complementares: a) a da topologia bancária desigual na cidade, que se transforma e se materializa seletivamente segundo a dinâmica de estruturação dos espaços luminosos e opacos na cidade; b) e a das desigualdades no acesso as novas tecnologias bancárias, que são orientadas tanto pelas densidades técnicas do espaço quanto pelos patamares de renda, o que contribuí à consolidação de uma cidade marcadamente desigual.

Palavras-chave: novo paradigma técnico bancário; lógicas e estratégias espaciais; Campinas; desenvolvimento técnico bancário.

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This study analyzes the trajectory of technical development of banks in the 21st century in articulation with the process of contemporary modernization. Our main focus is the analysis of the emergence of a new banking technical paradigm, defined by innovation processes in the area of information technology and articulated to the development of technical networks in the territory, and its repercussions on the spatial logics and strategies of the banks in the installation of their fixed networks. In this sense, what guides the construction of this work is the investigation of the nexuses between the expansion of the use and the investments in the channels of banking self-service (internet banking and mobile banking) and its repercussions in the redefinition of both the topology and the rates of expansion of the networks agencies, PAE and PAB, considering the important reduction of installed capacity of the banks due to the new technical possibilities of carrying out the banking activity in the country. This correlation is best expressed in our study on the spatial strategies of the banks in the city of Campinas/SP between the years of 1980 and 2016, so the analyzes of the transformations in the fixed networks in this city express, for a side, the technical development trajectory of the banks and the changes in their spatial logics and, on the other hand, help us to understand the specificities of the banks' strategies in function of the dynamics of the city. The analysis of these strategies reveals two complementary dimensions: a) that of the unequal banking topology in the city, which is transformed and is selectively materialized according to the dynamics of structuring of light and opaque spaces in the city, as well as redefines them; b) and the inequalities in access to the new banking technologies, which are oriented both by the technical densities of the space and the levels of income, which contributes to the consolidation of a markedly unequal city.

Keywords: new banking technical paradigm, spatial logics, space strategies, Campinas, technical banking development.

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Este trabajo analiza la trayectoria de desarrollo técnico de los bancos en el siglo XXI en articulación al proceso de modernización contemporánea. Nuestro foco principal es el análisis de la emergencia de un nuevo paradigma técnico bancario, definido por procesos de innovación en el área de la tecnología de la información y articulado al desarrollo de las redes técnicas en el territorio, y sus repercusiones en las lógicas y estrategias espaciales de los bancos en la instalación de sus redes de establecimientos fijos.En este sentido, lo que orienta la construcción de este trabajo es la investigación de los nexos entre la expansión del uso y de las inversiones en los canales de autoservicio bancario (internet banking y mobile banking) y sus repercusiones en la redefinición tanto de la topología cuanto de los ritmos de expansión de las redes de agencias, PAE y PAB, considerando la importante reducción de las capacidades instaladas de los bancos en función de las nuevas posibilidades técnicas de realización de la actividad bancaria en el país. Esta correlación, a su vez, es mejor expresada en nuestro estudio sobre las estrategias espaciales de los bancos en la ciudad de Campinas / SP entre los años 1980 y 2016, de modo que los análisis sobre las transformaciones en las redes de fijos en esta ciudad expresan, por un, la trayectoria de desarrollo técnico de los bancos y los cambios en sus lógicas espaciales y, por otro, nos ayudan a comprender las especificidades de las estrategias de los bancos en función de las dinámicas propias de la ciudad. El análisis de estas estrategias, a su vez, revelan dos dimensiones complementarias: a) de la topología bancaria desigual en la ciudad, que se transforma y se materializa selectivamente según las dinámicas de estructuración de los espacios luminosos y opacos en la ciudad; b) y la de las desigualdades en el acceso a las nuevas tecnologías bancarias, que están orientadas tanto por las densidades técnicas del espacio como por los niveles de renta, lo que contribuye a la consolidación de una ciudad marcadamente desigual.

Palabras-clave: nuevo paradigma técnico bancario, lógicas y estrategias espaciales, Campinas, desarrollo técnico bancario.

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estado de São Paulo. ... 55

Mapa 2 - Campinas. Nível de centralidade bancária, 2007. ... 137

Mapa 3 - Campinas. Renda média domiciliar, 2014. ... 163

Mapa 4 - Campinas. Densidade populacional, 2010. ... 164

Mapa 5 - Campinas. Estabelecimentos bancários com atividade iniciada entre os anos de 2000 e 2009. ... 165

Mapa 6 - Campinas. Estabelecimentos bancários com atividade encerrada entre os anos de 2000 e 2009. ... 166

Mapa 7 - Campinas. Estabelecimentos bancários com atividade iniciada entre os anos de 2010 e 2016. ... 167

Mapa 8 - Campinas. Estabelecimentos bancários com atividade encerrada entre os anos de 2010 e 2017. ... 168

Mapa 9 - Campinas. Localização dos estabelecimentos bancários sobre o mapa da exclusão, 2000 – 2009. ... 169

Mapa 10 - Campinas. Localização dos estabelecimentos bancários sobre o mapa da exclusão, 2010 – 2017. ... 170

Mapa 11 - Campinas. Localização dos estabelecimentos bancários sobre o mapa da exclusão, 2017. ... 171

Mapa 12 - Campinas. Localização das áreas de concentração bancária nos bairros Cambuí e Ouro Verde, 2017. ... 176

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Gráfico 1 - Brasil. Número de sedes bancárias por estado da federação, 2014. ... 80 Gráfico 2 - Estado de São Paulo. Número de sedes bancárias por município, 2014. ... 81 Gráfico 3 - Brasil. Participação das instituições nos ativos da área bancária (em %), 1994 – 2008. ... 88 Gráfico 4 - Brasil. Percentual de bancarização no país, 2008 – 2016. ... 102 Gráfico 5 - Brasil. Desempenho do Sistema Financeiro Nacional (Lucro líquido em Bilhões de reais), 1995 – 2013. ... 103 Gráfico 6 - Brasil. Evolução do total de contas correntes e contas poupanças no país, 2012 – 2017 (em milhões). ... 104 Gráfico 7 - Brasil. Evolução do número cartões de crédito e débito emitidos e ativos, 2010-2014. ... 104 Gráfico 8 - Brasil. Contas correntes habilitadas para uso dos canais digitais entre os cinco maiores bancos do país, 2011 – 2015 (em milhões). ... 107 Gráfico 9 - Brasil. Participação dos diferentes canais de atendimento no número total de transações bancárias, 2010-2017 (em porcentagem). ... 107 Gráfico 10 - Brasil. Volume médio de transações com movimentação financeiras mensais por conta corrente, 2012 – 2014. ... 109 Gráfico 11 - Brasil. Volume médio de transações sem movimentação financeiras mensais por conta corrente, 2012 – 2014. ... 110 Gráfico 12 - Brasil. Transações com movimentação financeira por grupos de canais, 2011 - 2017 (em bilhões). ... 111 Gráfico 13 - Brasil. Transações sem movimentação financeira por grupos de canais, 2011 - 2017 (em bilhões). ... 111 Gráfico 14 - Brasil. Participação das transações com e sem movimentação financeira por grupos de canais, 2017. ... 112 Gráfico 15 - Brasil. Desempenho financeiro dos bancos entre 2014 e 2017 (em bilhões). ... 113 Gráfico 16 - Brasil. Lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no país, 2016 – 2017 (em milhões). ... 113 Gráfico 17 - Brasil. Volume total de investimentos do circuito financeiro em Tecnologia da Informação (em bilhões), 2007 – 2016. ... 114 Gráfico 18 - Brasil. Evolução dos investimentos por tipo, 2011 – 2017 (em bilhões). ... 115 Gráfico 19 - Brasil. Evolução da capacidade total de armazenamento de dados (Milhares de terabytes). ... 115 Gráfico 20 - Brasil. Volume absoluto e percentual de crescimento do processamento de MIPS nos cinco maiores bancos (em milhares), 2011 – 2015. ... 116 Gráfico 21 - Brasil. Evolução do número de contas bancárias com acesso ao internet banking, 2002 – 2016. ... 119 Gráfico 22 - Brasil. Evolução do número de contas bancárias com acesso ao mobile banking, 2008 – 2016. ... 121 Gráfico 23 - Brasil. Média de transações por conta (transações realizadas durante 6 meses).122 Gráfico 24 - Brasil. Evolução das transações com movimentação financeira por grupos de canais (em bilhões), 2011 – 2017. ... 122

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Gráfico 27 - Brasil. Evolução e distribuição regional das agências bancários (em milhares), 2010 – 2017. ... 127 Gráfico 28 - Brasil. Total e variação percentual do número de agências bancárias dos cinco maiores bancos atuantes no país, 2016 – 2017. ... 130 Gráfico 29 - Brasil. Número de empregados nos cinco maiores bancos atuantes no país, 2016 – 2017. ... 132 Gráfico 30 - Campinas. Número total de equipamentos e estabelecimentos bancários ativos entre as décadas de 1970 e 2010. ... 141 Gráfico 31 - Campinas. Evolução do Produto Interno Bruto do município, 2000 - 2009. ... 142 Gráfico 32 - Campinas. Evolução da população total no município, 1970 – 2010. ... 142 Gráfico 33 - Campinas. Número total de estabelecimentos e equipamentos bancários abertos entre as décadas de 1980 e 2010. ... 143 Gráfico 34 - Campinas. Número total de estabelecimentos e equipamentos bancários com atividade encerrada entre as décadas de 1980 e 2010. ... 144 Gráfico 35 - Campinas. Saldo entre estabelecimentos e equipamentos bancários abertos e fechados entre as décadas de 1980 e 2010. ... 145 Gráfico 36 - Campinas. Total de estabelecimentos e equipamentos bancários em funcionamento entre os anos de 2010 e 2018. ... 145

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Tabela 1- Percentual da população urbana do Brasil, do Estado de São Paulo e do município de Campinas (1960 – 2000). ... 71 Tabela 2 - Campinas. Ritmo percentual de crescimento do número de estabelecimentos e equipamentos bancários entre as décadas de 1980 e 2010. ... 141 Tabela 3 - Campinas. Fluxo de usuários nas agências bancárias do bairro Cambuí, 2017. ... 178 Tabela 4 - Campinas. Fluxo de usuários nas agências bancárias do bairro Ouro Verde, 2017. .... 179

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Figura 1 - Brasil. Fases da automação bancária no país, 1960 – 2000. ... 97 Figura 2 - Brasil. Volume e distribuição regional das agências bancárias no país, 2017... 128 Figura 3 - Brasil. Volume e distribuição regional dos correspondentes bancários no país, 2017. ... 129 Figura 4 - Evolução dos custos operacionais em transações tradicionais e digitais. ... 131

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BCB - Banco Central do Brasil

BITY - Binary Digit

CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CPqD - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento ()

Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

Fapesp - Fundação de Fomento à Pesquisa do Estado de São Paulo

FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos

LNC - Laboratório Nacional de Computação Científica

MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia

MIPS - Milhões de informações por segundo

PAA - Posto de Atendimento Avançado

PAB - Posto de Atendimento Bancário

PAE - Posto de Atendimento Eletrônico

PEAI - Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada

POS - Point of Service

RMC - Região Metropolitana de Campinas

RMSP - Região Metropolitana de São Paulo

RNP - Rede Nacional de Pesquisa

SFN - Sistema Financeiro Nacional

Telecom - telecomunicações

TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação

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INTRODUÇÃO ... 20

PARTE I – DIMENSÃO DA ESTRUTURA. A ATUAL FASE DE MODERNIZAÇÃO CAPITALISTA E A CONSTITUIÇÃO DO MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL NO BRASIL: UM CONTEXTO PARA ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO TÉCNICO BANCÁRIO. ... 26

1. O alcance espacial das redes sob a hegemonia da informação e das finanças: fundamentos da reorganização do espaço econômico globalizado... 27

2. Inovação como variável-chave das sucessivas modernizações e sua difusão espacialmente seletiva: uma abordagem da teoria econômica à economia espacial. ... 35

2.1 A construção da crítica para uma leitura a partir do Sul: modernização conservadora e as contradições entre espaços luminosos e opacos. ... 46

3. Tecnificação do território e o desenvolvimento das redes de telecomunicação no Brasil: a cidade de Campinas como centro de comunicação. ... 53

3.1 Transformações urbanas sob impulso das modernizações capitalistas: as lógicas coorporativas e a redefinição das funções urbanas na cidade de Campinas. ... 66

PARTE II – AS ARTICULAÇÕES ENTRE ESTRUTURA, PROCESSO, FUNÇÃO E FORMA. DESENVOLVIMENTO TÉCNICO BANCÁRIO NO BRASIL: a rede híbrida e as REDEFINIÇÕES ESPACIAIS DA ESCALA DO TERRITÓRIO À ESCALA DA CIDADE.74 4. Trajetórias de desenvolvimento técnico do setor bancário no Brasil: processos inovativos sob a dimensão de análise das normas, das técnicas e das lógicas espaciais. ... 75

4.1 Pressupostos da análise: conceitos e definições fundamentais para a compreensão das lógicas e estratégias espaciais bancárias. ... 75

4.2 Evolução técnica e normativa e as transformações nas lógicas espaciais dos bancos no período de 1970 a 2000. ... 83

4.3 Os bancos e seu paradigma técnico atual: a quinta onda de inovação e a consolidação da rede bancária híbrida. ... 99

5. Trajetórias e ritmos de expansão dos fixos bancários no curso da evolução técnica recente: as redes bancárias em Campinas no contexto de consolidação de uma cidade coorporativa ... 135

6. Estratégias espaciais dos bancos na Campinas desigual: as redes de fixos na trama do paradigma técnico atual. ... 153

CONCLUSÃO ... 181

BIBLIOGRAFIA ... 187

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INTRODUÇÃO

A modernização contemporânea, cujas variáveis fundantes são a informação e as finanças, impulsiona transformações que penetram e transformam transversalmente as mais diversas dimensões da vida em sociedade, desde a gestão da vida cotidiana nas grandes cidades até a estrutura de funcionamento dos Estados e das grandes corporações multinacionais, exigindo uma leitura transdisciplinar renovada e, sobretudo, uma análise atenta aos fenômenos geográficos na atualidade (HARVEY, 1992; SANTOS, 2000a; SILVEIRA, 2015).

A imposição de uma nova dinâmica, comandada por estas variáveis, reestrutura o espaço global que passa a um funcionamento cada vez mais reticulado que viabiliza a circulação acelerada dos fluxos de capital e informação sob os quais assentam-se as estruturas das sociedades capitalistas em seu atual estágio de desenvolvimento (CASTELLS, 2001; DIAS, 1992). Estas redes, portanto, representam a articulação fundamental entre as finanças e a informação cuja interdependência é o motor das transformações que se sucedem de forma acelerada no período atual. Não é possível, por exemplo, imaginar o complexo funcionamento dos mercados financeiros pelo mundo sem a existência das redes de transmissão instantânea de dados que cobrem grande parte do globo e viabilizam a circulação desses fluxos.

No ritmo destas transformações os agentes hegemônicos da política e da economia, cuja esfera de poder transita rapidamente para o controle das finanças e dos fluxos de informação, redefinem suas lógicas e estratégias espaciais produzindo um controle sobre o território compatível com os novos ritmos das modernizações e que se viabiliza por meio da consolidação do meio técnico-científico-informacional. Os bancos, como não poderia deixar de ser, estão sintonizados a estas transformações e constituem nexos importantes entre a emergência das variáveis hegemônicas do período e sua materialização no território, sobretudo a partir do que denominamos de quinta onda de inovação bancária (CERNEV, et. al.).

A tradição de estudo na geografia sobre as ações espaciais dos bancos no Brasil e no mundo compõem uma trajetória longa e bastante rica, do ponto de vista teórico e metodológico, para entendimento das articulações entre dinâmicas econômicas e espaço geográficos, como buscaremos explorar neste trabalho. Nas últimas décadas muitas análise geográficas têm se debruçado sobre as dinâmicas econômicas no território brasileiro, buscando compreender os nexos entre as ações dos bancos e a constituição do território brasileiro (DIAS, 1992:1995; CORRÊA, 1993:1995; PIRES, 1995:1997; CONTEL,

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2007:2009; VIDEIRA, 2009; IAMONT, 2016; OLIVEIRA, 2016). Nossa intensão é, a partir destas importantes contribuições, avançar na análise sobre o desenvolvimento técnico bancário atual e as repercussões em suas lógicas espaciais, buscando elucidar os impactos do fenômeno técnico atual na ação das maiores instituições bancárias do país.

Admitimos que a atividade bancária depende, sobretudo no contexto atual, da articulação entre finanças e informação, de modo que toda sua estrutura de funcionamento está articulada às redes de fluxos e combinada a uma rede de fixos que permitem a realização de suas atividades sobre o território. Assim, no contexto do atual paradigma técnico bancário, incrementa-se a interpenetração entre material e informacional a medida em que os bancos passam a combinar sua rede de fixos a um renovado sistema informacional, constituindo uma rede de atendimento híbrida.

Este trabalho busca investigar, portanto, as articulações entre transformações impostas pela modernização contemporânea e a trajetória de desenvolvimento técnico bancário recente, avaliando de que maneira a crescente introdução das tecnologias da informação na consecução da atividade bancária, notoriamente o aumento do uso e dos investimentos nos canais digitais de autoatendimento (internet banking e mobile banking), repercute nas lógicas e estratégias espaciais dos bancos no território, tendo em conta seus ritmos de expansão e a topologia de suas redes de atendimento (agências, PAE e PAB).

Destacamos algumas dimensões de análise necessárias a construção dos caminhos que nos levam à compreensão de nosso objeto de estudo:

i. as articulações entre modernização contemporânea e desenvolvimento técnico bancário, sendo os processos inovativos o nexo fundamental de união entre estas duas dimensões.

ii. as interdependências entre desenvolvimento técnico bancário e tecnificação do território, sendo a constituição das redes o elo de união entre estes dois processos. iii. o paradigma técnico bancário atual e as transformações nas lógicas e estratégias espaciais dos bancos, ou seja, a combinação complexa entre estágio da técnica e as topologias dos bancos no território.

iv. desenvolvimento técnico bancário e as estratégias espaciais dos bancos em Campinas/SP entre 1980 e 2018, considerando a combinação entre espaços luminosos e opacos que orientam a topologia desigual da rede de fixos na cidade, sobretudo frente ao atual paradigma técnico bancário.

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Considerando estas dimensões destacamos que nosso objeto de estudo exige um recorte temporal específico em função dos objetivos que nos orientam, sendo o século XXI o foco principal de nossas análises sobre as especificidades do novo paradigma técnico bancário e suas implicações para as lógicas e estratégias espaciais dos bancos no território brasileiro. Além desta outras orientações analíticas do trabalho requerem a ampliação do recorte afim de compreender melhor o transcurso das transformações, tanto na trajetória técnica dos bancos como das transformações nas densidades técnicas do território, inclusive considerando os processos de estruturação e reestruturação na cidade de Campinas/SP, de modo que também nos centraremos em algumas das transformações ocorridas a partir dos anos de 1960 no território brasileiro.

Ressaltamos, também, a importância da delimitação dos recortes espaciais necessários à compreensão da multiescalaridade das ações espaciais dos bancos e que nos guiarão nas análises das complexidades envolvidas na topologia das redes de fixos bancários no território. Assim, nossas investigações sobre as lógicas espaciais, fundadas em princípios mais gerais de funcionamento e orientação dos objetivos econômicos dessas empresas, e sobre as estratégias espaciais, práticas específicas adaptadas aos diferentes contextos espaço-temporais, expressam esta preocupação com o movimento complexo das ações bancárias que se realizam em diferentes escalas espaciais.

Ao analisarmos os ritmos de expansão de fixos bancários na escala da rede urbana nos deparamos com as variáveis relevantes para a compreensão de suas lógicas espaciais, contudo, é na escala da cidade que somos capazes de identificar as particularidades de suas estratégias espaciais, ou seja, compreender de que forma suas lógicas se materializam segundo as dinâmicas próprias dos lugares, e é com base neste princípio de método que justificamos a relevância das análises a serem desenvolvidas na cidade de Campinas/SP. Elencamos, portanto, a análise do espaço como diretriz metodológica central deste trabalho, para tanto, as categorias propostas por Santos (1985) – forma, função, processo e estrutura – instrumentalizarão nossas discussões em cada uma das sessões propostas neste trabalho. Estas categorias constituem uma totalidade concreta (MORRIN, 1997) e buscam refletir, ao articular-se às categorias de tempo e escala, o movimento do real (SANTOS, 2003). Neste sentido,

O processo nada mais é do que um vetor evanescente cuja vida é efêmera; é um breve momento, a fração de tempo necessária à realização da estrutura, que deve ser geografizada, ou melhor, espacializada, através de uma função, isto é, através de uma atividade mais ou menos duradoura e a sua indispensável união a uma forma. (SANTOS, 2003, p.199).

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No que diz respeito às dimensões elencadas para a investigação nossa orientação de método define as seguintes categorias de análise:

a) Forma - a topologia das redes bancárias, fazendo referência à materialização de suas lógicas e também de suas estratégias espaciais na cidade de Campinas.

b) Processo - consideraremos o processo de desenvolvimento técnico bancário, tendo em vista a evolução da norma e da técnica como variáveis que o constituem. c) Função - a intermediação financeira por meio da captação de renda, considerando

a lógica estritamente econômica que move as ações deste setor – mais-valia como motor único – (Santos, 1994).

d) Estrutura - refere-se à modernização atual, sendo a conformação do meio técnico científico-informacional o que redefine os arranjos espaciais e os usos do território adaptando-os aos interesses da grandes empresas, inclusive dos bancos.

Vale ressaltar que é em articulação que essas categorias conformam o quadro de análise geográfica que nos norteará, sendo cada um dos itens deste trabalho estruturado com base em uma composição específica destas categorias, tendo em vista as dimensões de análise privilegiadas.

Destacamos ainda que a concepção da existência de espaços luminosos e espaços opacos na estruturação do território (SANTOS & SILVEIRA, 2001) também instruí o método tanto na compreensão do processo de modernização seletiva e conservadora em um país como o Brasil, como pelo potencial analítico que empresta à análise da dinâmica urbana atual, constituindo fundamento teórico e de método para o estudo das estratégias espaciais recentes dos bancos na cidade de Campinas/SP.

A análise destas estratégias, por sua vez, revelam duas dimensões complementares: a) a da topologia bancária desigual na cidade, que se transforma e se materializa seletivamente segundo as dinâmicas próprias de estruturação dos espaços luminosos e opacos em Campinas; b) a das desigualdades no acesso as novas tecnologias bancárias, que são orientadas tanto pelas densidades técnicas do espaço quanto pelos patamares de renda, o que contribuí a consolidação de uma cidade marcadamente desigual.

Ressaltamos que esta pesquisa objetiva trabalhar com dois conjuntos de variáveis, o primeiro refere-se aos fixos: agências, PAB, PAE e, com menor ênfase, correspondentes bancários; O segundo diz respeito aos canais digitais de autoatendimento: mobile banking e internet banking. Portanto, buscaremos investigar de que forma esses conjuntos de variáveis

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se interelacionam e quais os tipos de correlações que os mantêm articulados na orientação das lógicas e estratégias espaciais do setor bancário no contexto de consolidação de uma rede de atendimento híbrida.

Isto é, em meio a seu atual paradigma técnico os bancos estruturam uma rede de atendimento híbrida que combina o atendimento presencial, constituído pelos fixos bancários – com tendências crescentes à redução das capacidades instaladas –, à uma densa rede técnica que dá suporte aos canais digitais de autoatendimento – com tendências à ampliação –, de modo que estas duas dimensões do macrossistema técnico bancário se articulam e reestruturam as lógicas e estratégias espaciais dos bancos produzindo uma redefinição da seletividade das redes de fixos, assim como alterações em seus ritmos de expansão pelo território

Essas variáveis, por sua vez, devem ser analisadas dialeticamente buscando elucidar “[...] a contradição dinâmica do fato observado (...)as oposições contraditórias entre o todo e parte.” (MORRIN, 1997, p.80). Como forma de recompor, em cada uma das dimensões, a relação dialética entre estas variáveis nos apoiaremos na orientação de método do materialismo histórico-geográfico (HARVEY, 1992) como um método de pesquisa aberto e dialético que busca

Um reconhecimento de que as dimensões do espaço e do tempo são relevante, e de que há geografias reais de ação social, territórios e espaços de poder reais e metafóricos que se tornam vitais como forças organizadoras na geopolítica do capitalismo [...] (HARVEY, 1992, p.321).

Considerando todos esses pressupostos organizamos este trabalho em duas partes. Na primeira parte privilegiaremos as dimensões teóricas e metodológicas que dão sustentação à construção das análises sobre as lógicas espaciais bancárias frente a um novo paradigma técnico, explorando a multiescalaridade dos processos técnicos, econômicos e sociais que consubstanciam nossas principais dimensões de análise sobre este objeto de estudo, dando destaque à estrutura e ao processo como categorias de análise.

Já na segunda parte exploraremos as articulações entre modernização capitalista, desenvolvimento técnico bancário e as lógicas e estratégias espaciais dos bancos no território brasileiro, com o objetivo central de avaliar a correlação entre processos de inovação bancária e as transformações nas estratégias e nos ritmos de instalação de fixos em Campinas, compondo uma topologia cada vez mais desigual na cidade no contexto de seu atual paradigma técnico.

Em linhas gerais, as articulações entre as dimensões de análise apresentadas e os instrumentos conceituais e de método comporão os grandes eixos de argumentação deste

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trabalho cuja intensão final é a construção de um quadro explicativo, o mais completo possível, acerca das implicações do atual fenômeno técnico nas ações dos bancos no território brasileiro.

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PARTE I – DIMENSÃO DA ESTRUTURA. A ATUAL FASE DE MODERNIZAÇÃO

CAPITALISTA E A CONSTITUIÇÃO DO MEIO

TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL NO BRASIL: UM CONTEXTO PARA ANÁLISE DO

DESENVOLVIMENTO TÉCNICO BANCÁRIO.

Na primeira parte deste trabalho privilegiaremos as dimensões teóricas e metodológicas que dão sustentação à construção das análises sobre as lógicas e estratégias espaciais bancárias frente a um novo paradigma técnico, explorando as multiescalaridade dos processos técnicos, econômicos e sociais que consubstanciam nossas principais dimensões de análise sobre nosso objeto de estudo.

Fundamentando-nos no eixo central de nossa abordagem metodológica, que apoia-se nas categorias de análise do espaço propostas por Santos (1985), privilegiamos a dimensão da estrutura ao discutir as variáveis que compõem a modernização contemporânea em articulação à constituição do meio técnico-científico-informacional no território processos que, analisados em conjunto, imprimem uma nova dinâmica às ações dos bancos no país.

Para tanto, no item 1 discutiremos como a informação e as finanças são variáveis centrais para a constituição das redes em uma nova etapa da modernização capitalista, imprimindo dinâmicas renovadas aos agentes econômicos a nível global. No item 2 analisaremos como os processos de inovação constituem a variável-chave de impulso às modernizações, buscando construir os nexos entre teoria econômica e economia espacial e, de maneira aprofundada no item 2.1, discutiremos brevemente algumas teorias que abordam a modernização conservadora buscando desvelar as contradições entre espaços luminosos e opacos na constituição dos territórios na periferia do sistema. Já no item 3 analisaremos a constituição do meio técnico-científico-informacional e como Campinas se insere como centro de comunicação em uma nova configuração do espaço brasileiro e, de maneira complementar no item 3.1, discutiremos algumas das transformações das funções desempenhadas pela cidade de Campinas sob o ímpeto das lógicas coorporativas.

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1. O alcance espacial das redes sob a hegemonia da informação e das finanças: fundamentos da reorganização do espaço econômico globalizado.

O atual momento de desenvolvimento da sociedade, marcado pela hegemonia da informação e das finanças, é amplamente estudado no âmbito das ciências sociais e exige uma leitura cada vez mais transdisciplinar em função de sua complexidade composta por variáveis que penetram e transformam as dimensões da sociedade, da política e economia. Na composição desta complexidade também articula-se a reorganização do espaço global em rede, cuja configuração é determinada pelas lógicas e estratégias dos agentes hegemônicos da política e da economia, materializando-se como traço de união entre informação e finanças.

Nossas intenções, nesta primeira parte do trabalho, se revelam por meio da discussão da complexidade do período atual que lança as bases e compõe a estrutura (no sentido do método) necessárias à análise das transformações técnicas e espaciais recentes que envolvem o sistema bancário brasileiro, revelando as especificidades e manifestações de um novo paradigma técnico bancário.

De maneira introdutória destacamos que as tentativas de compreensão desta complexidade estruturante se expressam por meio de uma variedade de termos e conceitos que, entendidos de modo complementar, contribuem ao entendimento do período atual no sentido de sua totalidade. Dentre estas denominações destacam-se: o “meio técnico científico-informacional” (SANTOS, 2000a), “Sociedade da informação” (COHN, 2000; MALIN, 1994), “Mundialização do capital” (CHESNAIS, 1996); “Sociedade em rede” (CASTELLS, 2001), “Pós-modernidade” (HARVEY, 1992), dentre tantos outros. Assim, apoiando-se nestes e outros autores, buscaremos construir uma discussão acerca da estrutura do período atual destacando variáveis centrais que impulsionam a atual fase de desenvolvimento técnico dos bancos, com destaque à conformação das redes como fundamento e resultado da hegemonia da informação e das finanças.

Para entendermos as profundas transformações que fundam este “novo período” é necessário compreender, em primeiro lugar, quais os pressupostos teóricos e de método que possibilitam esta delimitação. Para Santos (2004),

Cada período é caracterizado pela existência de um conjunto coerente de elementos de ordem econômica, social, política e moral, que constituem um verdadeiro sistema. Cada um desses períodos representa uma modernização, isto é, a generalização de uma inovação vinda de um período anterior ou fase imediatamente precedente. (Santos, 2004)

Portanto, a apreensão das rupturas que permitem a delimitação de diferentes períodos expressam um movimento cuja dinâmica denominamos aqui de “modernização”. A

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abordagem do conceito de modernização é polissêmica, entretanto, de alguma maneira todas as suas definições referem-se a passagem do tempo, ou seja, “Através do adjetivo moderno, assinalamos um novo regime, uma aceleração, uma ruptura, uma revolução do tempo” (LATOUR, 1994).

Neste sentido, nossa compreensão dos processos de modernização – que são diversos e heterogêneos – não pode isolar as dimensões do tempo e do espaço geográfico, ou seja, compreender adequadamente as diferentes etapas e dimensões deste processo implica a consideração das dimensões temporais da organização do espaço e as disrupções perpétuas de seus ritmos (HARVEY, 1992). Trata-se, portanto, de diferentes períodos da história em que as forças de modernização impulsionaram a reestruturação da sociedade, sendo as transformações na divisão social e técnica do trabalho os princípios fundantes da dinâmica de modernização em cada momento da história do desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo (HARVEY, 1992 apud MARX, 1969).

Para Santos (2004) essas diferentes etapas do processo de modernização, no contexto do modo capitalista de produção, podem ser divididas em três grandes períodos: 1. Fim do século XV e início do século XVIII, marcado pela revolução dos transportes marítimos; 2. Meados do século XIX a meados do século XX, impulsionado pela revolução industrial e seus suportes cujos efeitos se fazem sentir, principalmente, após 1970; 3. E o período atual, iniciado após a Segunda Guerra Mundial, fundado pela revolução tecnológica cujas variáveis chaves são as finanças e a informação. Desta maneira,

Durante las últimas tres décadas, bajo los efectos combinados de la formación de un nuevo sistema tecnológico y de la aplicación de un nuevo enfoque de política económica, comenzó a ganar impulso en casi todo el mundo un proceso de reestructuración productiva que ha desembocado en lo que lato-sensu puede considerarse como una nueva fase de modernización capitalista, de la que constituyen aspectos medulares la globalización y la informacionalización de la economía mundial.” (MATTOS, 2006, p.13).

Assim, é fundamental a compreensão de que “As características da sociedade e do espaço geográfico, em um dado momento de sua evolução, estão em relação com um determinado estado das técnicas” (SANTOS, 2002), deste modo, a constituição do meio-técnico-científico-informacional que caracteriza a dimensão espacial do processo de modernização no período atual, ou da “pós-modernidade” (HARVEY, 1992), é marcada pela construção – ou reconstrução – do espaço a partir de um crescente conteúdo de ciência, de técnica e de informação (SANTOS, 2002).

O “casamento” entre técnica, ciência e informação, por sua vez, é a base material e ideológica em que se funda o discurso e a prática da globalização – processo capaz de

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sintetizar a dinâmica do período atual – fundada em três unicidades: unicidade do tempo – convergência dos momentos –, unicidade técnica e mais-valia como motor único. Estes são os fenômenos que dão base às transformações contemporâneas do espaço geográfico, “Podemos então falar de uma cientificização e de uma tecnicização da paisagem (...) A informação é o vetor fundamental do processo social e os territórios são, desse modo, equipados para facilitar a sua circulação” (SANTOS, 2000a, p.160).

A fluidez proporcionada pela constituição do meio técnico-científico-informacional atua no sentido da compressão do espaço-tempo que repercute na aceleração dos ritmos econômicos à nível global. Assim,

Há toda uma história de inovações técnicas e organizacionais aplicadas à redução dessas barreiras – que envolvem tudo, da produção em linha de montagem (de carros ou de brinquedos de pilha) e da aceleração de processos físicos (fermentação, engenharia genética) à obsolescência programada do consumo (a mobilização da moda e da publicidade para acelerar a mudança), ao sistema creditício, aos bancos eletrônicos, etc. (HARVEY, 1992, p.210).

Neste contexto de profundas transformações podemos afirmar que vivemos uma fase de ruptura histórica em que novos processos emergem modificando o cerne da organização da sociedade (MALIN, 1994) ao produzir uma nova ordem hegemônica. Uma das principais feições deste processo é expressa pela passagem do modelo de acumulação fordista para o modelo de acumulação flexível, o que viabiliza a reestruturação espacial da sociedade inteira ao redefinir o conteúdo ideológico dos espaços estabelecendo uma nova divisão social e espacial do trabalho caracterizada pela segmentação e especialização produtiva, fragmentando e complexificando o tecido produtivo (BENKO, 1999).

A passagem para um novo modelo de acumulação faz intensificar, por sua vez, os fluxos de pessoas, bens materiais e capitais, além de acelerar de forma extraordinária a circulação da informação que viabiliza, em grande medida, o caráter flexível desse novo modelo de acumulação. Neste ritmo, as informações passam a figurar como mercadoria extremamente valorizada dado que “O acesso à informação, bem como o seu controle, aliados a uma forte capacidade de análise instantânea de dados, tornaram-se essenciais à coordenação centralizada de interesses corporativos descentralizados” (HARVEY, 1992, p.158).

A passagem a este novo modelo flexível expande, a nível global, as estruturas produtivas e os mercados financeiros (CHESNAIS, 2000), aprofundando a especialização das atividades e dos territórios que passam a compor, de forma desigual, a trama global dos processos de acumulação aprofundando as diferenças que se materializam no espaço (MASSEY, 1995).

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O movimento acelerado dos capitais por este espaço econômico globalizado não seria possível sem a hegemonia da informação fundada na chamada “Revolução informacional” (LOJKINE, 1995) que inaugura um novo momento no curso do desenvolvimento técnico ao permitir um aumento vertiginoso da circulação de fluxos de toda classe, processando ordens que comandam o espaço global a toda velocidade (CASTELLS, 2001; VARÓ, 2013). Deste modo “Cuando se menciona la reestructuración productiva se tiene presente el papel fundamental que han desempeñado la informática y las telecomunicaciones en la transformación del aparato productivo” (GAMIR, 1997).

A emergência de um novo período, portanto, “[...]trouxe consigo uma nova cultura internacional e se apoiou fortemente em capacidades recém-descobertas de reunir, avaliar e distribuir informação” (HARVEY, 1992, p.140), assim, esta variável constitui-se como o novo motor das transformações a partir das décadas de 1980 e 1990, período marcado pela passagem à “era da informação” que, em sua forma mais atual, é o principal insumo da revolução tecnológica cujo princípio básico consiste na digitalização (COHN, 2000).

Neste contexto, a ideia de “sociedade da informação” nasce de uma vertente de pensadores herdeiros de Marx que priorizam o eixo das “formas de produção e tecnologias empregadas” como principal critério de análise, abordagem esta privilegiada pelas correntes pós-industrialistas (MALIN, 1994). Em uma definição sintética “[...] a sociedade da informação é (tendencialmente) aquela cuja forma é sobredeterminada pela informação” (MALIN, 1994, p.21).

Entretanto é preciso considerar que, mais que a constituição de uma sociedade da informação (no sentido específico em relevo até aqui), evidencia-se a constituição de uma sociedade que gira em torno de uma “economia da informação” (COHN, 2000; HEPWORTH, 1989; MALIN, 1994) marcada pela expressiva ampliação das atividades econômicas cuja informação é matéria-prima fundamental, consolidando o chamado setor quaternário (SILVA, 2012).

Admitimos, portanto, que a informação intrinsecamente contém um valor, ou, como apoiado por autores como Hepworth (1989); Lojkine (1995); Dantas (2002); Gorz (2005), dentre outros, a informação constituí uma nova forma de capital que redefine as estratégias das empresas e a dinâmica do próprio capitalismo. Deste modo, a emergência da informação como uma forma particular de capital inaugura

[...] a new phase of economy development, wherein the production of information goods and services dominates wealth and job creation with computers and telecommunications providing the technology potential for product and process innovation. (HEPWORTH, 1989, p.7).

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Nesta nova fase as determinações comandadas pela produção e reprodução do valor passam a ser sobredeterminadas pela informação e pelo conhecimento, variáveis que possuem peso crescente na estruturação do poder, na repartição do emprego, nas dinâmicas de modernização por meio da inovação e na redefinição dos modos de crescimento, produzindo um deslocamento das forças produtivas do “fazer” para o “saber” (COHN, 2000; GORZ, 2005; MALIN, 1994), dinâmica que se evidencia no sistema bancário.

No atual período de desenvolvimento das forças produtivas – caracterizado pela forte e crescente mecanização e automação da produção material – o trabalho vivo passa a se distanciar da produção direta, de forma que o conhecimento agregado neste trabalho incorpora-se na produção como trabalho morto, cristalizado nas formas e movimentos dos sistemas de maquinaria e autômatos, “Desde então o que a maioria das pessoas vêm produzindo em seu trabalho é “informação social” (DANTAS, 2002). Neste sentido, o período atual inaugura uma nova teia complexa de relações entre as forças produtivas materiais (máquina) e as forças produtivas humanas (intelecto) (LOJKINE, 1995).

Neste ritmo a informação torna-se objetivo imediato do trabalho e, em consequência, o capital tende a investir crescentemente na indústria da informação, controlando tanto os fluxos imateriais quanto as bases materiais que dão suporte a produção e circulação da informação, de modo que nesta nova fase do desenvolvimento econômico incrementa-se a interpenetração entre material e informacional intensificando a complexidade da dialética entre forças produtivas e relações sociais de produção, dinâmica esta que se evidencia na trajetória de evolução técnica dos bancos que passam a combinar sua rede de fixos a um renovado sistema informacional, constituindo uma rede de atendimento híbrida.

Vale destacar, neste contexto, a especificidade da informação como valor, já que, diferentemente da produção material em que o valor das mercadorias pode ser equalizado a partir do tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-las, no trabalho com informação o valor é obtido pelo seu uso, ou seja, seu valor se realiza por meio da ação que ela proporciona ao agente receptor, sobretudo na poupança de tempo necessário a esta ação, de modo que seu valor de uso será tanto maior quanto mais rapidamente o dado possa ser recuperado, quanto mais acessível estiver, ou seja, o valor da informação é poupar tempo de trabalho (DANTAS, 2002).

Assim, a constituição de uma fluidez do espaço, a partir da renovação das bases técnicas materiais dos territórios que dão suporte a circulação da informação, joga papel fundamental na estruturação de uma nova dinâmica econômica global. Castells (1999)

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refere-se ao “espaço de fluxos” como expressão da materialização das práticas sociais de tempo compartilhado que funcionam por meio dos mais variados fluxos que são “[...] as sequencias internacionais, repetitivas e programáveis de intercambio e interação entre posições fisicamente desarticuladas, mantidas por atores sociais nas estruturas econômica, política e simbólica da sociedade” (IDEM, 1999, p.436). Parafraseando o autor, o espaço de fluxos organiza o tempo na sociedade em rede.

Assim, os fluxos são a expressão mais bem acabada dos processos que dominam nossa vida econômica, política e simbólica na atualidade redefinindo, portanto, as lógicas dos agentes hegemônicos da economia – notoriamente do circuito financeiro que ocupa posição privilegiada neste contexto – cujos interesses deslizam, inevitavelmente, para a regulação destes fluxos imateriais. Portanto, ao valorizar o meio técnico-científico-informacional [...] as empresas com maior poder político e financeiro tendem a ganhar fluidez (o tempo acelerado é fator chave da competitividade contemporânea) e sobrepõe à formação socioespacial nacional um funcionamento reticular [...] (SILVA, 2001, p.79).

Com a constituição de um mercado global as formas mais concentradas de capital, destacadamente a órbita do capital financeiro, se beneficiam amplamente de um campo de operações e de um espaço reticulado de dominação que se estende por grande parte do globo, desta forma, as finanças passam a situar-se como uma grande potência que se "autonomiza" frente à sociedade, fundando um “regime de acumulação predominantemente financeiro” (CHESNAIS, 2000), marcado por dois fenômenos:

O primeiro é a reaparição maciça, junto ao salário e ao lucro e, ao mesmo tempo, fazendo pagar acréscimo de impostos, das receitas resultantes da propriedade de títulos de dívidas e de ações. O segundo é o papel representado pelos mercados financeiros na determinação das principais grandezas macroeconômicas (consumo, investimento e emprego). (CHESNAIS, 2000, p. 12).

A utilização das redes técnicas, portanto, não se dá de forma homogênea entre todos os setores da sociedade, tampouco entre os setores privados da economia, sendo que o circuito financeiro é, de longe, seu maior usuário (DIAS, 2007). Assim “A esfera financeira assume uma posição de comando no destino social da riqueza, em cooperação ou em contradição com outras esferas” (CATAIA, 2003, p.2). Neste ritmo, as finanças passam a comandar não apenas a tomada de decisão dos agentes hegemônicos da economia, senão, se infiltra no cotidiano dos cidadãos sobre a forma dos mais variados instrumentos de crédito, aprofundando as contradições expressas pelo endividamento e ampliação da dependência deste sistema financeiro globalizado (BAUMAN, 2008).

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Na escala do lugar é possível observar um incremento crescente das densidades dos nexos financeiros, constituídos pelo crédito e pelo consumo (SILVEIRA, 2016), sendo que os bancos ocupam uma posição central na composição desta articulação entre os grandes mercados de capitais e a realização cotidiana da vida nas cidades. Portanto, a atividade bancária está envolvida tanto na dinâmica da financeirização quanto nos processos de informatização necessários ao correto funcionamento desta economia globalizada. Por exemplo, como assevera Corrêa (1993)

A circulação de capital no espaço financeiro está vinculada ao processo de acumulação do capital e à reprodução social geral. No processo de circulação as sedes de bancos desempenham importante papel, alçando as cidades em que se localizam em importantes centros de gestão da atividade econômica e do território. (CORRÊA, 1993, p. 26).

Neste sentido, as dinâmicas financeiras em articulação às redes que permitem a circulação das informações constituem duas variáveis fundantes da atual fase de modernização capitalista, o que podemos denominar de modernização contemporânea (SILVEIRA, 2015). Para Santos (2004), na perspectiva geográfica, deve-se tratar o processo de modernização a partir da distinção estre diferentes modernizações, dado que

Cada período é caracterizado pela existência de um conjunto coerente de elementos de ordem econômica, social, política e moral, que constituem um verdadeiro sistema. Cada um desses períodos representa uma modernização, isto é, a generalização de uma inovação vinda de um período anterior ou fase imediatamente precedente. (SANTOS, 2004, p.89).

Portanto, admitimos que o processo de modernização não é linear nem homogêneo, pelo contrário, é temporalmente descontínuo e espacialmente desigual, já que a lógica de difusão das modernizações é orientada pelo poder estruturante das regiões “polarizadoras”, ou centros de dispersão, que detém uma certa energia potencial para colocar os elementos de modernização em movimento, sendo que a cada nova modernização desdobram-se energias aos subsistemas subordinados (SANTOS, 2004), dinâmica também se materializa na estrutura complexa dos espaços luminosos e opacos na composição dos territórios. Deste modo é imprescindível reconhecer a dimensão política do processo de modernização capitalista que se difunde seletivamente, dos centros do sistema para os espaços periféricos, estabelecendo, de forma estrutural, relações de subordinação e dependência

Esta seletividade, por sua vez, guarda relação intrínseca com a localização das redes que são elementos estratégicos para as escolhas espaciais das empresas e dos grandes agentes econômicos (CASTELLS, 2001) ao estruturarem o movimento da mais-valia como motor único (SANTOS, 2000b), ou seja:

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Os fluxos, de todo tipo – das mercadorias às informações pressupõem a existência de redes. A primeira propriedade das redes é a conexidade – qualidade de conexo - que tem ou em que há conexão, ligação. Os nós das redes são assim lugares de conexão, lugares de poder e de referência. (DIAS, 2007, p.148)

Portanto, a estrutura espacial destas redes, sobretudo das redes de suporte à circulação da informação, têm o poder de conectar e desconectar lugares a esta dinâmica econômica global, ou seja “As redes de informação, produtos técnicos e científicos por excelência, portam o atributo da regulação e, por isso mesmo, constituem um híbrido de ciência e política: são redes sócio-técnicas” (LATOUR, 1994 apud SILVA, 2001, p.50).

Desta dinâmica não escapa o território brasileiro, já que, como pontua Dias (2007), a constituição da rede urbana brasileira, sobretudo no período da globalização, é fortemente marcada pela articulação entre o processo de urbanização e a constituição das redes que consolidam as bases da integração do mercado nacional, “Há, assim, uma indissociabilidade entre a atual configuração global do capitalismo, a história da formação socioespacial brasileira e as dinâmicas e formas urbanas (SILVEIRA, 2011)” (MONTENEGRO; CONTEL, 2017, p.116).

Os bancos são também um elemento-chave de integração do território e de sua articulação à economia internacional, constituindo os elos entre a integração da economia nacional, as dinâmicas de mundialização do capital e os processos de tecnificação do território ao orientar o estabelecimento das redes, de modo que o curso da evolução técnica bancária confunde-se com a estruturação do meio técnico científico-informacional no Brasil, constituindo e sendo constituído por um conjunto de inovações que integraram o processo de modernização capitalista, no qual o Brasil esteve e está envolvido ainda que de forma subordinada.

Em suma, o período atual é marcado por uma reestruturação radical do espaço geográfico sob a hegemonia das redes, das finanças e da informação, redefinindo as lógicas e estratégias de diferentes agentes e compondo um novo momento de modernização capitalista que, por sua vez, é impulsionado por um conjunto dinâmico de inovações em diferentes campos, e é em torno desse fator chave – a inovação – que estruturaremos nossas discussões no item seguinte.

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2. Inovação como variável-chave das sucessivas modernizações e sua difusão espacialmente seletiva: uma abordagem da teoria econômica à economia espacial.

Como vimos anteriormente, as modernizações capitalistas são postas em movimento por um conjunto dinâmico de inovações em diferentes campos, assim, considerando esta articulação dialética entre inovação e modernização neste item nos dedicaremos à discussão das diferentes perspectivas sobre o conceito de inovação, tanto em sua abordagem enquanto mecanismo central para o desenvolvimento capitalista – a partir do enfoque da teoria econômica – quanto na perspectiva de sua difusão desigual e espacialmente seletiva – por meio da abordagem da economia espacial – buscando, em última análise, compreender o papel da inovação no desenvolvimento técnico bancário e suas repercussões no território.

A discussão da inovação, a partir da teoria econômica, nos permite compreendê-la como mecanismo fundamental no processo de concorrência e dinamização da economia, de modo que esta variável teria capacidade de transformar tanto as ações dos agente econômicos quanto as dinâmicas mais gerais de funcionamento da economia, sobretudo no modo capitalista de produção, sistema econômico em que os processos de inovação ganham protagonismo em função das capacidades de elevação das taxas de lucro. Neste sentido,

O principal mecanismo que libera a inovação da repressão e do controle regulatório é, portanto, a concorrência. Em geral, isso produz um fluxo permanente de inovações em tecnologias e formas de organização simplesmente porque os capitalistas com os processos de trabalho mais eficientes, eficazes e produtivos obtêm lucros mais elevados do que o resto (HARVEY, 2011, P. 79)

Entretanto, o conjunto da literatura que trata da inovação no bojo da teoria econômica apresenta grandes divergências nos marcos conceituais, metodológicos e ideológicos, desta forma, pontuamos três correntes que nortearão nossas discussões: a clássica e da organização industrial – com menor ênfase – e a evolucionista – mais detidamente –, sendo que, a partir desta última, buscaremos aprofundar nossa compreensão sobre o papel da inovação nas dinâmicas econômicas, sobretudo no período atual.

A partir destas abordagens a análise da inovação é estudada, por excelência, por meio das formas de organização e desenvolvimento da firma e é este enfoque que daremos nas discussões a partir da economia, sobretudo, porque esta perspectiva de análise nos permite uma maior aproximação das dinâmicas e contextos que compõem a evolução técnica e normativa dos bancos.

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