• Nenhum resultado encontrado

Braz. j. . vol.83 número4

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Braz. j. . vol.83 número4"

Copied!
4
0
0

Texto

(1)

BrazJOtorhinolaryngol.2017;83(4):490---493

www.bjorl.org

Brazilian

Journal

of

OTORHINOLARYNGOLOGY

RELATO

DE

CASO

Maxillary

sinus

hemangioma:

usefulness

of

embolization

according

to

classification

Hemangioma

de

seio

maxilar:

utilidade

da

embolizac

¸ão

de

acordo

com

a

classificac

¸ão

Hisashi

Hasegawa

a

,

Hiroumi

Matsuzaki

a,∗

,

Tohru

Furusaka

a

,

Takeshi

Oshima

a

,

Shinobu

Masuda

b

,

Toshiyuki

Unno

c

e

Osamu

Abe

c

aNihonUniversitySchoolofMedicine,DeparmentofOtorhinolaryngology,HeadandNeckSurgery,Tóquio,Japão bNihonUniversitySchoolofMedicine,DepartmentofPathology,Tóquio,Japão

cNihonUniversitySchoolofMedicine,DepartmentofRadiology,Tóquio,Japão

Recebidoem19dejunhode2015;aceitoem12desetembrode2015 DisponívelnaInternetem31demarçode2017

Introduc

¸ão

Os hemangiomas da cavidade do nariz e dos seios para-nasais são raros,1 especialmente os de seio maxilar.2 A

diferenciac¸ão entre hemangiomas e tumores malignos é importante,porqueambospodemestaracompanhadospor destruic¸ãoóssea.Quantoaohemangiomagigante,eletem umrico suprimentosanguíneo e seu tratamento cirúrgico requeratenc¸ãoespecialdevidoaoaltoriscodehemorragia macic¸aeobstruc¸ãodavisãodocampocirúrgico.Emboraos hemangiomasdeseiomaxilarsejamesporadicamente rela-tados,poucosdescreveramcasosdessetipo,diagnosticados deacordocomaclassificac¸ãode1996daSociedade Inter-nacional para o Estudo de Anomalias Vasculares (ISSVA) e tratadoscomembolizac¸ão.

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2015.09.002

Comocitaresteartigo:HasegawaH,MatsuzakiH,FurusakaT,

OshimaT, MasudaS,Unno T,et al.Maxillary sinushemangioma:

usefulnessofembolizationaccordingtoclassification.BrazJ

Otorhi-nolaryngol.2017;83:490---3.

Autorparacorrespondência.

E-mail:matuzaki.hiroumi@nihon-u.ac.jp(H.Matsuzaki).

A revisão por pares é da responsabilidade da Associac¸ão

BrasileiradeOtorrinolaringologiaeCirurgiaCérvico-Facial.

Relatamos aqui três casos de hemangioma macic¸o de seiosnasaisressecadosapósaembolizac¸ãoarterial.

Relato

de

caso

Umavisãogeraldostrêscasoséapresentadanatabela1.

Caso1

Paciente do sexo masculino, 43 anos, apresentou-se com hemorragiapelanarinadireitaeobstruc¸ãonasal recorren-tesporseismeses.Edemadamucosafoiobservadodesde o seio maxilar ao septo nasal, nos meatos nasais inferior e médio direitos. Atomografia computadorizada (TC) dos seios revelou umaimagem dedensidade de tecido mole, realc¸adoporcontrasteemumpadrãodispersoeque aumen-tavagradualmente(fig.1).Nãofoiobservadacalcificac¸ão. O exame de ressonância magnética (RM) com contraste à base de gadolínio revelou que o interior da imagem estavaacentuadamenterealc¸adopelocontraste,sugeriaum tumor vascular.Arteriografia da esfenopalatinamostrou a colorac¸ão do tumor com umacolec¸ão de artérias finase sinuosasqueseestendiamapartirdaartériaalveolar supe-riorposterioreartériapalatinadescendente.Otumor,que foirealc¸adoporcontrasteduranteafasearterial,erauma lesão vascularde fluxolento daqualo meiodecontraste

2530-0539/©2015Associac¸˜aoBrasileiradeOtorrinolaringologiaeCirurgiaC´ervico-Facial.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum

(2)

Maxillarysinushemangioma:usefulnessofembolizationaccordingtoclassification 491

Tabela1 Umavisãogeraldostrêscasos

Caso 1 2 3

Idadegênero 41homens 43mulheres 74homens

Biópsiapré-operatória Hematoma Polipoidenecrótica Mucosanasal

Origem Paredelateral Paredesuperior Desconhecido

Artéria Alveolarsuperiorposterior

Palatinadescendente

Infraorbitaldorsalnasal EsfenopalatinaTemporal profunda

Agentesdeembolizac¸ão Micromolaseesponjadegelatina

Técnica Endoscopiaeoperac¸ãodeWatsuji-Denker

Classificac¸ãoISSVA Malformac¸ãovenosadefluxolento

Sangramento(g) 60 30 100

Diagnóstico Hemangiomasinusoidal Hemangiomacavernoso Hemangiomacavernoso

Figura 1 TC comcontraste do Caso 1. Imagemaxial (A) ecoronal (B). Uma forte propagac¸ão eo efeito do contrasteque gradualmenteaumentasãoobservadosduranteafasearterial.

foiparcialmenteextraídonafasetardiaefoidiagnosticado como malformac¸ão venosa, deacordocom a classificac¸ão daISSVA. Ambas as artériasforamembolizadas. Três dias depois,opacientefoisubmetidoacirurgiacombinadacom procedimentoendoscópicoeoperac¸ãodeWatsuji-Denker.A perdadesanguenointraoperatóriofoide30mL.Oexame histopatológicoreveloutratar-sedeumhemangioma sinu-soidal,umavariantedohemangiomacavernoso(fig.2A).Em

24mesesdeacompanhamento,feitoacadatrêsmeses,no entanto,aindanãodetectamosrecorrência.

Caso2

Paciente do sexo feminino, 41 anos, apresentou-se com hemorragia nasal esquerda e obstruc¸ão nasal recorrentes por ummês. A mucosa do meato nasal comum esquerdo

(3)

492 HasegawaHetal.

Figura3 RMcomcontrasteàbasedegadolíniodoCaso2.Imagemaxial(A)ecoronal(B).Suspeitou-sedeumtumorvascular heterogeneamenterealc¸ado.

dapaciente encontrava-setoda edemaciada.TC dosseios revelouumamassa dedensidadenotecidomoleque ocu-pavaoseiomaxilaresquerdo,seioetmoidal,seiofrontale cavidadenasal,comumdefeitoósseonaparedemedialdo seiomaxilar esquerdo. Além disso, a TCmostrou imagem comdensidadeemtecidomole,inclusiveretenc¸ãode san-guequeenchiaoseiomaxilaresquerdo.Aparedemedialdo seiomaxilarencontrava-se parcialmentedestruídae cada vezmaisrealc¸adapelocontraste.Suspeitamostratar-sede um tumor vascular heterogêneo de 30mm, baseados no realcecom gadolíniona RM (fig. 3).A arteriografia facial mostrouimagemtumoralapartirdaartériainfraorbitalna parede superior do seio maxilar esquerdo e a artéria foi embolizada.Além disso,aartérianasaldorsaltambémfoi embolizada.Otumoreraumalesãovasculardefluxolento e foidiagnosticado como malformac¸ão venosa, deacordo com a classificac¸ão da ISSVA. Quatro dias depois, a paci-entefoisubmetidaàcirurgiacombinadacomprocedimento endoscópico e operac¸ão de Watsuji-Denker e a lesão foi completamente ressecada. A perda de sangue no intrao-peratório foi de 30mL. O diagnóstico histopatológico no pós-operatóriofoiodehemangiomacavernoso.Em18meses deacompanhamento,feitoacadatrêsmeses,noentanto, aindanãodetectamosrecorrência.

Caso3

Paciente do sexo masculino, 74 anos, apresentou-se com hemorragianasaldireitaeobstruc¸ãonasal.Doisanosantes, tinha apresentado sangramento nasal direito, que durou algumashoras.Síndromemielodisplásicafoidiagnosticada. Umpólipo edematosoque ocupava o meatonasal comum direito foi observado. TC dos seios mostrou uma imagem com densidadede tecido mole que ocupava o seio maxi-lar direito, seio etmoidal e seio frontal à cavidadenasal esquerda,comdestruic¸ãoósseadaparedemedialdoseio maxilardireito.TCcomcontrastemostrouumalesão tumo-rallobulada,gradualmenterealc¸adapelocontrastedesdeo seiomaxilaratéomeato nasalcomum, bemcomo desen-volvimentomicrovascular no tumor. RM com contrastede gadolíniomostrouumalesãoheterogênearealc¸ada, levan-toua suspeita de umtumor vascular.A biópsia dotecido mostrou apenas mucosa nasal. Arteriografia da carótida

externa mostrou imagem tumoral em toda a região do seio maxilar direito. Arteriografia esfenopalatina mostrou que a artéria infraorbital,a artéria palatina descendente e uma série de pequenos ramos nasais posteriores medi-ais/lateraisestavamenvolvidoscomonutrientes.Otronco principal da artéria esfenopalatina e os ramos da artéria temporalprofundaforamembolizados(fig.4).Otumorera umalesãovasculardefluxolentoefoidiagnosticadocomo malformac¸ãovenosa,deacordocomaclassificac¸ãodaISSVA. Quatro dias depois, o paciente foi submetido a cirurgia combinada com procedimentoendoscópicoe operac¸ão de Watsuji-Denker ea lesão foicompletamenteressecada. A perdadesanguenointraoperatóriofoide100mL.O diagnós-tico histopatológicono pós-operatóriofoi de hemangioma cavernoso(fig.2B).Em18mesesdeacompanhamento,feito acadatrêsmeses,noentanto,aindanãodetectamos recor-rência.

Discussão

Emumrelatode281casosdehemangioma,55%ocorreram nafaceenacabec¸a(extracraniano)e5%nopescoc¸o;3essas

lesõesraramenteocorremnonarizounosseiosparanasais.1

Dosqueocorremnonarizenosseiosdaface,cercade80% ocorrem nosepto nasal, na área de Kiesselbach em par-ticular, e 15% na parede lateral da cavidadedo nariz. O hemangioma que ocorre nointerior dacavidadesinusal é aindamaisraro.Ohemangiomacavernosoocorrecommuito menosfrequênciadoqueohemangiomacapilar,geralmente sedesenvolvenoossoconchaleraramentenotecidoósseo daparededoseiomaxilar.4

O hemangioma sinusoidal,5,6 diagnosticado por exame

histopatológiconoCaso1,éumtipohistológicomuitoraro (fig. 4) e relativamente desconhecido entre os patologis-tas. Comoapenas algunscasos de hemangioma sinusoidal foram relatados desde a descric¸ão inicial por Calonje e Fletcherem1991,umreconhecimentoclarodas caracterís-ticasclínico-patológicasdessetipodehemangiomapoderá evitarconfusõesdiagnósticas.Oacompanhamentodo paci-ente nãorevelou qualquer tendênciaderecorrência local oudemetástase.5Noentanto,Ciureaetal.relataramtrês

cirurgias por recorrência.7 Em nossoscasos, a TCno

(4)

Maxillarysinushemangioma:usefulnessofembolizationaccordingtoclassification 493

Figura4 ArteriografiadacarótidaexternadoCaso3.Vistafrontal(A)eperfil(B)mostraacolorac¸ãodotumornaárea corres-pondenteatodooseiomaxilardireito.Artériaesfenopalatina(seta).

hemangioma sinusoidal e à possibilidadede outras lesões neoplásicas vasculares também poderem estar presentes, um altorisco de recorrência e lesões metastáticas locais nesses casoscomachados semelhantesna TCe RM,como hemanioperiocitoma e hemangiossarcoma, não pode ser afastado.

Ohemangiomaécomumentediagnosticado radiologica-mente, deacordo coma classificac¸ão adotadana reunião da ISSVA de 1996. São divididos em tumores vasculares e malformac¸ões vasculares.8 As malformac¸ões vasculares,

convencionalmenteclassificadascomohemangiomas caver-nosos,nãoregridemespontaneamenteeporvezesrequerem tratamento quandoaumentamgradualmente detamanho. Essasmalformac¸õespodemaindasersubdivididasemlesões de fluxo lento e rápido; as lesõesde fluxo rápido podem sertratadascomembolizac¸ãosemipermanenteeconfiável, comocomusodemicromolas.Saberavelocidadedofluxo ajudaadeterminarométododeembolizac¸ãoeéuma refe-rênciaútilparaotratamentointravascular.

Consideramos que o nosso método cirúrgico foi efi-caz com base em dois critérios: a taxa de hemorragia baixanoperíodoperioperatórioeosucessodomanejono períodopós-operatório.Conseguimoslimitarosangramento nointraoperatórioa60mL,30mLe100mLparaoscasos1, 2e3,respectivamente.Alémdisso,osangramentono pós--operatório foisuficientementecontrolado pelacolocac¸ão detampões degaze. Em umrelato anterior,umpaciente que nãofoisubmetidoa embolizac¸ãoarterial precisoude doisatendimentosdeemergêncianoquartoemdecorrência de sangramento nopós-operatório.9 Outro estudo relatou

queumhemangiomamacic¸odeseioparanasalpodeser res-secado endoscopicamente, embora com esforc¸o,inclusive embolizac¸ão arterial nopré-operatório e umalargamento do acesso cirúrgico ao tumor, através de um orifício de controle na fossa canina.10 Para os nossos três pacientes,

ao contrário, escolhemos a combinac¸ão de um procedi-mento endoscópico e a operac¸ão de Watsuji-Denker com embolizac¸ão arterial no pré-operatório, o que facilitou a nossainvestigac¸ãoeoscuidadosdalesãonopós-operatório.

Conclusão

Esses três casos foram diagnosticados como malformac¸ão venosa de fluxo lento, de acordo com a classificac¸ão da ISSVA. Angiografia e embolizac¸ão arterial auxiliaram no diagnóstico preciso do local primário e no controle do sangramento. Esses casos muito raros são passíveis de tratamentorelativamenterotineiro,apósumaavaliac¸ão cui-dadosaeadoc¸ãodeumaabordagemplanejada.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.Fu YS,Perzin KH. Non-epithelialtumors of thenasal cavity, paranasalsinuses,andnasopharynx:aclinicopathologicstudy. 3.Cartilaginoustumors(chondroma,chondrosarcoma).Cancer. 1974;34:453---63.

2.BatsakisJG,RiceDH.Thepathologyofheadandnecktumors: vasoformativetumors,part9A.HeadNeckSurg.1981;3:231---9.

3.MacomberW,WangM.Thehemangioma.GP.1953;8:41---9.

4.HellquistHB.Pathologyofthenoseandparanasalsinuses. But-terworthsEditions;1990.

5.CalonjeE,FletcherCD.Sinusoidalhemangioma.Adistinctive benignvascularneoplasmwithinthegroupofcavernous heman-giomas.AmJSurgPathol.1991;15:1130---5.

6.JammalH,BarakatF,HadiU.Maxillarysinuscavernous heman-gioma:arareentity.ActaOtolaryngol.2004;124:331---3.

7.CiureaM,CiureaR,PopaD,ParvanescuH,MarinescuD,Vrabete M.Sinusoidalhemangiomaofthearm:casereportandreview ofliterature.RomJMorpholEmbryol.2011;52:915---8.

8.EnjolrasO,WassefM,ChapotR.Coloratlasofvasculartumors andvascularmalformations.CambridgeUniversityPress;2007.

9.VargasMC,CastilloM.Sinonasalcavernoushaemangioma:acase report.DentomaxillofacRadiol.2012;41:340---1.

Imagem

Figura 1 TC com contraste do Caso 1. Imagem axial (A) e coronal (B). Uma forte propagac ¸ão e o efeito do contraste que gradualmente aumenta são observados durante a fase arterial.
Figura 3 RM com contraste à base de gadolínio do Caso 2. Imagem axial (A) e coronal (B)
Figura 4 Arteriografia da carótida externa do Caso 3. Vista frontal (A) e perfil (B) mostra a colorac ¸ão do tumor na área corres- corres-pondente a todo o seio maxilar direito

Referências

Documentos relacionados

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

beleza, inclusive phi , simetria, proporcionalidade, juven- tude e dimorfismo sexual, ainda podem ser aplicados como diretrizes, mas o cirurgião deve incorporar uma visão mais ampla

Although attractiveness can be agreed upon cross- culturally, each ethnicity has unique features that are factored into its definition of ‘‘averageness.’’ For the facial

Resultados: A altura média do ponto mais alto do teto medial do seio maxilar em relac ¸ão ao assoalho nasal foi medida como 33,83 ± 3,40 mm.. A distância coronal média da

Figure 1 (A) Coronal CT image demonstrating the vertical distance from the nasal floor (NF) to the highest medial maxillary sinus roof (MS) and posterior ethmoid skull base (PE).

Figura 3 Classificac ¸ão de pneumatizac ¸ão do seio esfenoidal de acordo com a linha imaginária que liga o forame redondo ao canal pterigoideo; linhas brancas (direita, recesso

Figure 3 Sphenoid sinus pneumatization classification according to the imaginary line connecting foramen rotundum to vidian canal; white lines (right, lateral recess; left, tangent)

As complicac ¸ões pós-operatórias precoces ocorreram em dois pacientes (6%): um deles, do sexo masculino, apre- sentou hidrocefalia aguda oito horas após a cirurgia, o que