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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA

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Academic year: 2021

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ESTRESSE E SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES DE

UMA ESCOLA CLASSE EM CEILÂNDIA-DF

ANA PAULA PEREIRA DA SILVA

Orientador Prof. Fabiane Muniz

Brasília 2014

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ESTRESSE E SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES DE

UMA ESCOLA CLASSE EM CEILÂNDIA-DF

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos.

Por: Ana Paula Pereira da Silva Orientadora: Fabiane Muniz

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AGRADECIMENTOS

Quero começar primeiramente agradecendo a Deus porque sem Deus não somos nada, prova disso essa monografia tive muitas dificuldades mas para Deus nada é impossível. À todos professores que contribuíram, Tutora Narcisa, Orientadora Fabiane. À toda minha família.

À todos que direta ou indiretamente me auxiliaram, principalmente minha amiga Ana Lucia que deu maior força. À todos , muito obrigada!

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais que me deram a oportunidade de estudar, aos meus amigo, que torceu pela minha conquista, ao meu esposo, meu filho e a todos os profissionais de Educação que tenha adoecido pelo trabalho.

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RESUMO

O presente estudo tem como objetivo de analisar as praticas que provocam o Estresse e o Burnout nos professores de uma Escola Classe em Ceilândia-DF.

Os professores é uma categoria diferenciada dos trabalhadores, que vem perdendo prestígio e tem seu ambiente de trabalho poluído com o acumulo de tarefas dentro e fora da escola sem o devido reconhecimento.

Pela consciência que o trabalho é um grande gerador de estresse muita pesquisas tem sido feita e discutida.

Há pouco tempo que os professores passaram a ser alvo de interesse dos pesquisadores. A ênfase das pesquisas centravam em outras profissões, assim como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais entre outros.

Hoje a severidade de burnout entre os profissionais de ensino já é vista como superior à dos profissionais de saúde, o que coloca o magistério como um das profissões de alto risco.

Mais do que resposta a esse mal estar, é necessário que atitudes sejam tomadas, tanto, pelo professor, quanto pelo sistema social e governamental para que os professores não seja tão maltratados e desrespeitados no exercício de sua função.

Ao abordar este tema numa abordagem terapêutica diz que o ideal é a prevenção.

O tratamento da síndrome de burnout é psicoterapêutico com psicólogo. Para os caso que apresenta problemas biofisiológicos, é necessário ser acompanhado da administração de medicamento.

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METODOLOGIA

Essa pesquisa propôs avaliar se há possíveis índices de burnout em professores de uma Escola Classe em Ceilândia - DF. E relacionar possíveis fatores desencadeantes , na origem do desenvolvimento da Síndrome de Burnout, além de conhecer e divulgar melhor o assunto, contribuindo para a sua prevenção.

Para a efetivação deste trabalho, foi necessário a consulta bibliográfica de teóricos, revistas eletrônica, sites, pesquisa de campo sendo aplicado um inventário de sintomas questionário constituído por 30 perguntas relacionadas ao cotidiano do profissional e um questionário da Maslach Burnout Inventory (MBI) afim de obter materiais apropriados para melhor explanação desta pesquisa.

Foi distribuído um questionário denominado Inventário de Sintomas e um questionário denominado Maslach Burnout Invetory (MBI) para 21 profissionais de uma escola classe em Ceilândia-DF.Com duração de 15 minutos para ser respondido pelos professores.

O MBI (Maslach Burnout Inventory ) é composto de 22 questões, auto-aplicáveis, desenvolvidas em três eixos, a saber: Exaustão Emocional; Despersonalização; Realização Profissional. Segundo Benevides-Pereira 2002), o MBI é um questionário aplicável, também denominado de auto-preenchimento. É o mais utilizado internacionalmente, traduzido e adaptado para diferentes idiomas

O Inventário de Sintomas é um questionário constituído por 30 perguntas relacionadas ao cotidiano profissional, as respostas variam (1) nunca ( 2) uma vez ao ano (3) uma vez ao mês (4) alguma vez ao mês (5) uma vez por semana (6) alguma vez por semana (7) todos os dias. O questionário Maslach Burnout Inventory (MBI) é analisado através de cálculos realizados levando em consideração alguns pontos. A Exaustão Emocional se refere às questões 1, 2, 3, 6, 8, 13, 14, 16, 20; a Despersonalização as questões 5, 10, 11, 15, 22; e a Realização Profissional as questões 4, 7, 9, 12, 17, 18, 19 e 21.

A indicação para Burnout (MBI) se dá quando o resultado se enquadra como alta para EE e DE e baixa para RP. Alto risco para Burnout (AR) quando alto grau de EE, as pontuações consideradas no limite para a classificação alta, RP com pontuações próximas ao limite considerado alto. E baixo risco de burnout (BR) quando pontuações contrárias as apresentadas pelo GEPEB.

Cada um dos componentes deve ser analisado separadamente como uma variável contínua com níveis alto, moderado e baixo e não como uma variável dicotômica, onde existe ou não existe a presença do sintoma. Pela combinação do nível de cada um dos três componentes se obtém o nível do Burnout do indivíduo ou categoria. Deve-se observar que um nível moderado de Burnout já é preocupante do ponto de vista epidemiológico, sendo passível de intervenção, uma vez que o processo já se encontra em curso.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO 1: ESTRESSE 11 1.1 Conceito do Estresse 11 1.2 Estresse X Burnout 12 CAPÍTULO 2: BURNOUT 16

2.1 As principais características do Burnout 17

2.2 Sintomatologia do Burnout 18 2.3 Causas do Burnout 18 2.4 Conseqüências do Burnout 19 2.5 Prevenção e Intervenção 20 2.6 Tratamento 22 CAPÍTULO 3: DOCENTE 24

3.1 Condições e Organização do Trabalho Docente 26

3 .2 O Gestor de RH Trabalhando a Síndrome de Burnout em uma Escola 28

CONCLUSÃO 39

ANEXOS 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

ÍNDICE 50

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INTRODUÇÃO

O bom desempenho das atividades dos professores depende das suas condições emocionais favoráveis, sendo que o professor é para seus alunos uma referência, um exemplo nas suas atitudes e no seu caráter.

Segundo Carlotto (2002b), no trabalho docente alguns estressores são típicos da natureza da função e outros ocasionados onde o mesmo o realiza. Esses estressores psicossociais, se persistentes, podem levar à Síndrome de Burnout.

Para facilitar a compreensão do leitor no primeiro Capitulo será tratado sobre Estresse , O estresse é um estado intermediário entre a saúde e a doença podendo ser um possível indicador das conseqüências do meio organizacional com que o trabalhador se depara, pois este pode estar sofrendo em decorrência das condições de trabalho e das características das atividades que desenvolve.

No, Capitulo 2, falaremos sobre Burnout:

Burnout é um tipo de estresse ocupacional que se caracteriza por profundo sentimento de frustração e exaustão ou relação ao trabalho desempenhado, sentimento que aos poucos podem estender-se a todos as áreas da vida de uma pessoa. É uma doença que afeta especialmente aqueles profissionais que trabalham em profissões de ajuda obrigados a manter contato próximo com outros indivíduos e das quais se espera uma atitude no mínimo, solidária com a causa alheia, como acontece com os professores. Sendo caracterizado por um conjunto de sinais de exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização profissional em decorrência de uma má adaptação do individuo a um trabalho prolongado altamente estressante e com grande carga tensional.

Dando continuidade abordaremos as características, as sintomatologia, as causas, as conseqüências, prevenção, intervenção e tratamento do burnout.

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E o Capitulo 3 vamos abordar Docente e 3.1 suas Condições e Organização do Trabalho Docente, 3.2 O Gestor de RH Trabalhando a Síndrome de Burnout em uma Escola. .

Esteve (1999) salienta que:

“A expressão ‘mal-estar docente’ é intencionalmente ambígua. O termo ‘mal-estar’ refere-se, segundo o Dicionário da Academia Real da Língua, a um ‘desolamento ou incômodo indefinível’. A dor é algo determinado e que podemos localizar. A doença tem sintomas manifestos. Quando o usamos o termo ‘mal-estar’ sabemos que algo não vai bem, mas não somos capazes de definir o que não funciona e por quê” (p.12).

Objetivo Geral:

Esta pesquisa se propôs a analisar as práticas que provocaram o Estresse e o Burnout nos professores de uma escola classe em Ceilândia-DF. Objetivos Especificos:

Pesquisar as principais características da síndrome de Burnout. Por sua característica silenciosa e valendo do desconhecimento da grande maioria profissional, não há reconhecimento do seu caráter patogênico sendo que muitas vezes estas evidencias de manifestação do processo em andamento são atribuído a outras doenças.

Investigar os sintomas as causas e as conseqüências uma vez que sabemos que algo não vai bem, mas não somos capazes de definir o que não funciona e por que.

Apresentar tratamento, intervenção e prevenção tendo como objetivo clarificar o campo de investigação da pesquisa.

Embora Burnout tende a ser mais prevalentes em profissões de assistência ou serviço, tem sido observada em todas os tipos de ocupações. Visto que na síndrome uma das principais manifestações é o esgotamento emocional/exaustão, além da redução da realização pessoal no trabalho e despersonalização do outro.

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O resultado da pesquisa constatou-se um que há risco da Síndrome de Burnout nos professores da instituição pesquisada; Ela é insidiosa e muitos nem se dão conta que estão sofrendo. É necessário que os professores se juntam busquem um espaço de convivência, para discussões sobre seu próprio bem estar físico, psicológico, qualidade do ambiente de trabalho e sobre as políticas de saúde do trabalhador que apóiem ações preventivas.

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CAPÍTULO I

ESTRESSE

O termo stress, segundo Oliveira (2001), foi introduzido no âmbito da saúde pelo médico austríaco Hans Selye, na década de 1930, e logo se converteu numa palavra de uso corrente, tanto pelos profissionais das diferentes áreas da saúde, quanto pela população e geral. Hans definiu áreas da saúde, quanto pela população e geral. Hans definiu o estresse como um estado manifesto por uma síndrome específica, constituída por todas as alterações não específicas produzidas num sistema biológico. O estresse se manifesta através da síndrome Geral da Adaptação considerada um conjunto de respostas não-específicas a uma lesão e desenvolve-se em três fases:

1) a fase de alarme, caracterizada por manifestações agudas; 2) a fase da resistência, quando as manifestações agudas

desaparecem e,

3) a fase da exaustão, quando há a volta das reações da primeira fase e pode levar ao colapso do organismo. O autor afirma ainda que o estresse pode ser encontrado em qualquer uma das fases, embora suas manifestações sejam diferentes ao longo do tempo.

1.1 Conceito do Estresse

:

O conceito de estresse foi primeiramente descrito por Selye, em 1936 (Helman, 1994; Gasparini & Rodrigues, 1992). Selye (1959) definiu estresse como sendo, essencialmente, o grau de desgaste total causado pela vida. Contudo, no século XVII, o termo foi utilizado por Robert Hooke, no campo da Física, para designar uma pesada carga que afeta uma determinada estrutura física (Lazarus, 1993). Etimologicamente, estresse deriva do latim stringere, significando apertar, cerrar, comprimir (Houaiss, Villar, & Franco, 2001).

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Não há um consenso sobre o termo estresse. Alguns autores entendem que representa uma adaptação inadequada à mudança imposta pela situação externa, uma tentativa frustrada de lidar com os problemas (Helman, 1994), mas estresse também pode ser definido como um referente, tanto para descrever uma situação de muita tensão quanto para definir a tensão a tal situação (Lipp & Rocha, 1994).

O estresse é um estado intermediário entre a saúde e a doença, podendo ser um possível indicador das conseqüências do meio organizacional com que o trabalhador se depara, pois este pode estar sofrendo em decorrência das condições de trabalho e das características das atividades que desenvolve.

Para França (2002) o estresse por si só não é suficiente para desencadear uma enfermidade orgânica ou para provocar uma disfunção significativa na vida de uma pessoa. Para que isto ocorra é necessária a interferência de outras condições, como, por exemplo, uma forma inadequada de avaliar e enfrentar a situação estressante. Por isso, para o correto diagnóstico do estresse é preciso levar em consideração as características individuais e o tipo de ambiente em que a pessoa está inserida. A autora ainda comenta que o estresse pode ser entendido como uma relação particular entre uma pessoa, seu ambiente e as circunstancias às quais está submetida, sendo as mesmas avaliadas pela pessoa como uma ameaça ou algo que exige mais que suas habilidades podem suportar e que coloca em perigo seu bem-estar ou sua sobrevivência.

1.2 Estresse X Burnout

O que diferencia ESTRESSE de BURNOUT ou (SEP) está nas conseqüências de um e de outro. Enquanto o estresse afeta quase sempre somente a pessoa envolvida, burnout vai mais além, afetando também o resultado do seu trabalho e as pessoas que estão diretamente envolvidas no ambiente onde o fenômeno é constatado.

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Como questão relevante, Farber (1984) afirma que o estresse tem efeitos positivos e negativos para a vida, enquanto a SEP é sempre negativa. É importante ressaltar que, para Corsi (2002), as diferenças entre estresse e a SEP é que o estresse pode desaparecer após um período adequado de descanso e repouso, enquanto que a SEP não regride com as férias e nem com outras formas de descanso.

Segundo Lipp (2003), o estresse é um processo e não uma reação única, pois a partir do momento que uma pessoa é submetida a uma fonte de estresse, um longo processo bioquímico se instala e provocam sintomas como taquicardia, sudorese excessiva, tensão muscular, boca seca e sensação de estar em alerta.

Considerando as diferentes definições da palavra estresse, Lazarus (1993) descreve quatro pressupostos essenciais que devem ser observados: 1) um agente causal interno ou externo que pode ser denominado de estressor; 2) uma avaliação que diferencia tipos de estresse (dano, ameaça e desafio); 3) os processos de coping1 utilizados para lidar com os estressores e 4) um padrão complexo de efeitos na mente ou no corpo, freqüentemente referido como reação de estresse.

Apesar do estudo dos eventos estressores contar com um considerável desenvolvimento histórico, a maior parte da literatura empiricamente validada surgiu somente nas últimas duas décadas (Briere, 1997). Nas formulações iniciais preponderava o foco sobre o evento estressor per se, mas atualmente existe grande consideração nas diferenças individuais e nas variáveis cognitivas e motivacionais (Lazarus, 1993). Sendo assim, é importante considerar não só a imensa quantidade de fatores potencializadores de estresse mas, também, os aspectos individuais, a maneira como cada um reage às pressões cotidianas, bem como os aspectos culturais e sociais aos quais os sujeitos estão submetidos. Fatos como problemas familiares, acidentes, doenças, mortes, conflitos pessoais, dificuldade financeira, desemprego, aposentadoria, problemas no ambiente de trabalho, guerras e inúmeros outros podem ser experienciados de maneira diversa por dois

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indivíduos diferentes, em um mesmo contexto histórico, cultural e social, por exemplo, assim como problemas críticos na ordem social de um país podem potencializar o estresse patológico em diversos indivíduos (Helman, 1994; Ladeira, 1996).

O estresse é um estado intermediário entre a saúde e a doença, podendo ser um possível indicador das conseqüências do meio organizacional com que o trabalhador se depara, pois este pode estar sofrendo em decorrência das condições de trabalho e das características das atividades que desenvolve.

Para França (2002) o estresse por si só não é suficiente para desencadear uma enfermidade orgânica ou para provocar uma disfunção significativa na vida de uma pessoa. Para que isto ocorra é necessária a interferência de outras condições, como, por exemplo, uma forma inadequada de avaliar e enfrentar a situação estressante. Por isso, para o correto diagnóstico do estresse é preciso levar em consideração as características individuais e o tipo de ambiente em que a pessoa está inserida. A autora ainda comenta que o estresse pode ser entendido como uma relação particular entre uma pessoa, seu ambiente e as circunstancias às quais está submetida, sendo as mesmas avaliadas pela pessoa como uma ameaça ou algo que exige mais que suas habilidades podem suportar e que coloca em perigo seu bem-estar ou sua sobrevivência.

A ocorrência do estresse se apresenta quando há uma necessidade de adaptação do organismo em decorrência das adversidades do meio em que convive. Esta adaptação manifesta-se em três fases: a reação de alarme diante de um agente estressor – caracterizada como o primeiro contato da pessoa com o agente estressor; a fase de resistência - o corpo busca adaptar-se a situação em que se encontra, procurando restabelecer o equilíbrio interno, abalado pela reação de alarme; e a fase de exaustão - caracterizada pela ausência de energia adaptativa, havendo um maior comprometimento físico na forma de doenças. Contudo, as duas primeiras fases são comuns a todo o ser humano, por se tratar de ajustes as atividades e as necessidades da

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existência, o que demonstra que ninguém pode viver sem nenhum grau de estresse (CORRÊA e MENEZES, 2002).

Devido ao fato de essas síndromes serem ocasionadas a partir de situações relacionadas ao trabalho, há quem desconsidere suas diferenças. No entanto, embora não haja na literatura um consenso em relação à gênese das mesmas, burnout não é o mesmo que estresse ocupacional.

Benevides-Pereira (2001, p.31), concorda que “a síndrome de burnout vai além do estresse, sendo encarada como uma reação ao estresse crônico”; e devido a grande exaustão que sentem percebem que nada mais podem oferecer aos demais em decorrência do desgaste físico e mental, sejam estes seus clientes, pacientes, alunos, colegas de trabalho.

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Burnout

Síndrome Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional

(SEP)

No Brasil, a primeira publicação em que se discorre sobre a síndrome de burnout é de França (1987), que aparece na Revista Brasileira de Medicina.

Na década de 1990 as primeiras teses e o outras publicações começaram a aparecer alertando alguns profissionais sobre este tema a exemplo de Lipp (1996) que já cita o burnout em seus estudos sobre o estresse. Benevides-Pereira (1994, 2001) inclui em suas obras características típicas desta síndrome em um grupo de psicólogos. Mas, provavelmente o aspecto mais preponderante para situar esta síndrome ocorreu em 1996, quando as leis brasileiras contemplam esta síndrome no Decreto 3.048/99, de 6 de maio de 1996 que dispõe da Regulamentação da Previdência Social, em seu Anexo II , que trata agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho, previsto no Art. 20 da Lei 8213/91, ao se referir aos transtornos mentais e do comportamento relacionados com o trabalho (Grupo V do Código Internacional de Doenças, CID-103), no inciso XII aponta a Sensação de Estar Acabado (Síndrome de Bur-nout; Síndrome do Esgotamento Profissional (Z 73.0).

Nesta oportunidade, tal síndrome foi finalmente incluída como um agente patogênico causador de doença profissional. Entretanto, mesmo assim, esta ainda é pouco conhecida por parte dos profissionais, mesmo daqueles que, devido à sua ocupação, deveriam conhecê-la o suficiente para poder orientar, diagnosticar ou encaminhar para uma intervenção. França (1987) alerta que o início do burnout, é insidioso, traiçoeiro. Ele se instala silenciosa e progressivamente e assim, ocorre uma sensação de mal-estar indefinido, físico ou mental, sintomas esses que são atribuídos pela pessoa ao excesso de trabalho que estão realizando, não se dando conta que estão adoecendo.

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Esta síndrome começa a ser estudada na década de 70, nos Estados Unidos, difundindo-se mundialmente nas décadas posteriores. O artigo que provocou maior impacto e difusão do burnout foi o de Freudenberger, em 1974, levando muitos pesquisadores a estudarem seus sintomas, causas e conseqüências. No entanto, a concepção mais aceita é a Christina Maslach e Suzan Jackson (1981; 1986) em que definem esta síndrome como um constructo multidimensional, constituído por exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização pessoal no trabalho.

2.1 As principais características do Burnout

♦ Exaustão Emocional, ocorre quando o indivíduo percebe não possuir mais condições de despender energia que o seu trabalho requer . Algumas das causas apontadas para a exaustão é a sobrecarga de atividades e o conflito pessoal nas relações, entre outras.

♦ A Despersonalização é considerada uma dimensão típica da síndrome de burnout e um elemento que distingue esta síndrome do estresse. Originalmente apresenta-se como uma maneira do profissional se defender da carga emocional derivada do contato direto com o outro. Devido a isso, desencadeiam-se atitudes insensíveis em relação às pessoas nas funções que desempenha, ou seja, o individuo cria uma barreira para não permitir a influencia dos problemas e sofrimentos alheios em sua vida. O profissional em burnout acaba agindo com cinismo, rigidez ou até mesmo ignorando o sentimento da outra pessoa.

♦ Reduzida Realização Profissional, ocorre na sensação de insatisfação que a pessoa passa a ter com ela própria e com a execução de seus trabalhos, derivando daí, sentimentos de incompetência e baixa auto-estima.

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De acordo com Benevides-Pereira (2001), os sintomas mais freqüentemente associados ao burnout são:

psicossomáticos: enxaquecas, dores de cabeça, insônia, gastrites e úlceras; diarréias, crises de asma, palpitações, hipertensão, maior freqüência de infecções, dores musculares e/ou cervicais; alergias, suspensão do ciclo menstrual nas mulheres.

comportamentais: absenteísmo, isolamento, violência, drogadição, incapacidade de relaxar, mudanças bruscas de humor, comportamento de risco.

emocionais: impaciência, distanciamento afetivo, sentimento de solidão, sentimento de alienação, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, sentimento de impotência; desejo de abandonar o emprego; decréscimo do rendimento de trabalho; baixa auto-estima; dúvidas de sua própria capacidade e sentimento de onipotência.

defensivos: negação das emoções, ironia, atenção seletiva, hostilidade, apatia e desconfiança” (p.32-33).

2.3 Causas do Burnout

:

Segundo Carlotto (2002) há uma preocupação em identificar as causas do burnout. Faber (1991 apud CARLOTTO, 2002), considera que as causas podem ser uma combinação entre fatores individuais, organizacionais e sociais, pois esta interação produziria uma percepção de baixa valorização profissional. Benevides-Pereira (2004) ressalta que as causas são multifatoriais, tratando das características pessoais, tipo de função realizada e também da constelação de variáveis advindas da organização/instituição onde o trabalho é desenvolvido. Afirma ainda que esses fatores podem mediar ou facilitar o processo de estresse ocupacional, que futuramente irá dar lugar ao burnout. As variáveis de personalidade, assim como as sociodemográficas, não são em si deflagradoras do burnout, mas diante de uma instituição comprometida, podem facilitar o desencadeamento da mesma.

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2.4 Conseqüências do Burnout

:

Segundo Carlotto & Gobbi (1999)

“O que já se conhece hoje sobre as possíveis conseqüências de burnout, indicam que estas merecem registro importante por seu número, severidade potencial, domínios afetados, e, em muitas situações, pela irreversibilidade de suas conseqüências” (p.108).

Conforme apontam Maslach & Jackson (1986), os trabalhadores acometidos pela síndrome apresentam sintomas de esgotamento emocional, físico e psíquico muito acentuado, além de despersonalização e baixa realização profissional.

Soares e Cunha (2007) destacam que as conseqüências da síndrome de burnout podem ser graves, como por exemplo, a desmotivação, frustração, depressão e até a dependência de drogas, refletindo nas relações interpessoais e familiares do indivíduo.

As conseqüências do burnout em professores não se manifestam somente no campo pessoal-profissional, mas também trazem repercussões sobre a organização escolar e na relação com os alunos. A adoção de atitudes negativas por parte dos professores na relação com os receptores de seus serviços deflagra um processo de deterioração da qualidade da relação e de seu papel profissional (Farber, 1991; Rudow,1999). Professores com altos níveis de burnout pensam com freqüência em abandonar a profissão. Esta situação ocasiona sérios transtornos no âmbito da instituição escolar e também no sistema educacional mais amplo.

Embora muitas pessoas possam deixar o trabalho em conseqüência de burnout, outras podem ficar. Entretanto, a produtividade fica muito abaixo do real potencial, ocasionando problemas na qualidade do trabalho (Maslach, & Goldberg, 1998). Geralmente, altos níveis de burnout fazem com que os profissionais fiquem contando as horas para o dia de trabalho terminar, pensem freqüentemente nas próximas férias e se utilizem de inúmeros atestados

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médicos para aliviar o estresse e a tensão do trabalho (Wisniewski &Gargiulo, 1997).

2.5 Prevenção e Intervenção

:

Para Capilla Pueyo (2002), não existe nenhuma estratégia simples capaz de prevenir ou tratar a síndrome. Utilizam-se modelos complementares que tratam o indivíduo, o grupo social e a administração. Os programas de intervenção se desenvolvem em três níveis estratégicos: a) individual: considerando estratégias de enfrentamento ao estresse; b) interpessoal: potencializando a formação* de habilidades sociais e as estratégias relacionadas com o apoio social no trabalho; e c) organizacional.

Em nível individual, as estratégias são centralizadas na aquisição e melhoria de estilos de enfrentamento. Localizam-se as técnicas de resolução de problemas, manejo do tempo de forma eficaz, otimização da comunicação, mudanças do estilo de vida. O autor recomenda, ainda, aumentar a competência profissional, propiciando a investigação; redesenhar a execução fazendo as coisas de forma diferente; distrações extra laborais, praticando exercícios físicos, esportes, relaxamento, tendo um hobby particular; fazer pequenos momentos de descanso (pausas) durante o trabalho; estabelecer metas reais e factíveis de alcançar e, como último recurso para não abandonar a profissão, mudar de posto dentro e fora do sistema de ensino.

No âmbito pessoal, têm-se utilizado técnicas de enfrentamento do estresse e ensaio de condutas. O autor acredita ser fundamental a orientação aos novos profissionais que iniciam a carreira, pois podem apresentam uma negação parcial do risco que sofrem devido à inexperiência e ao otimismo de controlar a situação. Para enfrentar a síndrome é imprescindível fortalecer os vínculos sociais entre os trabalhadores.

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Por último, no âmbito organizacional dever-se-ia estimular-se o suporte real ao profissional afetado, constituindo-se grupos de especialistas capazes de oferecer a ajuda necessária.

Ao tratar este tema, França e Rodrigues (1997), numa abordagem terapêutica diz que o ideal é a prevenção. A síndrome é evitável e passível de cura, mas sua prevenção e tratamento são difíceis. É preciso mudar conceitos a respeito de valores, do que é desejável, do que é bom para o indivíduo; é necessário vencer pressões do meio social, profissional e familiar; há problemas econômicos e vivenciais.

É preciso, muitas vezes, mudar toda uma filosofia de vida. Uma vez estudada a presença da SEP em professores, Esteve (1994) distingue duas diferentes possibilidades de solução:

1. Em primeiro lugar, é preciso fazer uma prevenção, que, a partir das deficiências e lacunas constatadas no período de formação inicial dos professores, estabeleça mecanismos seletivos adequados para o acesso da profissão baseada não somente pela sua qualificação intelectual, mas, também, em critérios de personalidade, e se busque maior adequação dos conteúdos da formação inicial a realidade prática de ensino, permitindo ao futuro professor tanto a compreensão e o domínio técnico dos principais elementos que modificam a dinâmica de seus grupos de alunos, quanto a dos elementos sociais cuja ação contextual acaba influenciando a relação educativa;

2. Em segundo lugar, no âmbito da administração educacional, convém articular estruturas de ajuda para os professores em exercício. Pode-se compreender, comparativamente, que o processo de formação permanente tem menor importância que a prevenção do processo de formação inicial para evitar o esgotamento profissional. Se o professor iniciante superar o choque com a realidade, apesar de que, com o método custoso e prejudicial de aprendizado por ensaio e erro, as tensões iniciais se reduzam, conforme se sente aceito pelos alunos, pais e colegas, inicia, então, a possibilidade de

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auto-realização com o trabalho profissional com inovações que permitem uma expressão mais pessoal do papel que desempenha na instituição.

No Brasil, embora com um avanço significativo nas pesquisas, necessita-se, por parte de estudiosos da área, e dos novos pesquisadores, de um maior aprofundamento sobre o tema. Crê-se que, à medida que se entender melhor como a síndrome inicia e como evolui com o passar do tempo, sua reação no organismo e suas conseqüências, criando mecanismos que permitam o seu diagnóstico precoce ter-se-á maiores condições para interferir em ações de prevenção.

Concorda-se com Carlotto e Gobbi (2000) quando destacam a importância da mudança na revisão de valores que regem a instituição, resgatando os valores humanos no trabalho, e que, para garantir a saúde física, mental e a segurança social do sujeito, isso não depende de uma só parte, mas, sim, simultaneamente do próprio trabalhador e da organização. Faz-se necessário traçar programas de melhoria do ambiente e no clima organizacional, através de políticas de trabalho eficazes, com o intuito de aumentar a motivação, evitando sentimentos de desilusão, solidão e frustração que tomam conta de muitos profissionais do ensino, aumentando, assim, a qualidade de vida do professor e, conseqüentemente, dando respostas positivas à organização e à sociedade.

Maslach e Leiter (1999) relatam que seria mais interessante investir na prevenção do que precisar, mais tarde, arcar com seus custos. Para tanto os autores propõem não apenas a redução deste desgaste físico, mental e emocional, mas principalmente, o aumento das chances de que os empregados continuem comprometidos e satisfeitos com o trabalho.

2.6 Tratamento

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No entender de Freitas (2002), a SEP é, sem dúvida, uma patologia grave, quer pelo sofrimento que causa a quem dela padece, pela diminuição acentuada do rendimento no trabalho, quer pela perturbação que causa no relacionamento interpessoal, pelo absenteísmo e perturbação que provoca nas instituições

De acordo com Jbeili (2008), o tratamento da síndrome de burnout, é essencialmente psicoterapêutico com psicólogo. Para os casos que o indivíduo apresenta problemas biofisiológicos, é necessário ser acompanhado da administração de medicamentos. Menciona ainda entre os métodos psicoterápicos não há uma abordagem melhor que a outra, deve-se considera a melhor adaptação individual para cada método disponível. Em relação à medicação, também deve ser levado em consideração que cada caso é específico e pode alternar entre analgésicos e complementos minerais até ansiolíticos e antidepressivos.

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CAPÍTULO IlI

DOCENTE

Só há bem pouco tempo os professores passaram a ser “[...] alvo do interesse de pesquisadores que adotam como objeto de estudo as manifestações físicas, mentais e/ou comportamentais vinculadas à vida no trabalho”, segundo Moura (2000, p.90). A ênfase das pesquisas centravam-se em outras profissões, assim como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, entre outros. Como os professores trabalhavam em contato direto e constante com várias pessoas (alunos, pais, administração da instituição), e estavam sujeitos a desenvolverem a síndrome de burnout, foram envolvidos nas pesquisas. Comparativamente Iwanick & Schwab; Farber, (apud Carlotto, 2002, p.21), afirmam que

“[...] a severidade de burnout entre os profissionais de ensino já é, atualmente, superior à dos profissionais de saúde, o que coloca o magistério como uma das profissões de alto risco”.

As pesquisas sobre burnout em professores não são muitas no Brasil, mas em outros países encontramos estudos que nos mantém atualizados sobre esse assunto. Harden (1999), professor e médico em Londres, relata que:

Afirmações alarmantes têm sido publicadas na literatura da educação sobre a crescente permanência do stress e burnout em professores e os efeitos adversos que isto causa no ambiente de aprendizagem e na realização dos objetivos educacionais. Uma maneira que os professores reagem à pressão que recai sobre eles é a síndrome chamada ‘burnout’’ (p.245).

Carlotto (2002), discorrendo sobre relação entre o burnout e as atividades profissionais.

“[...] o professor pode apresentar prejuízos em seu planejamento de aula, tornando-se este menos freqüente e cuidadoso. Apresenta perda de entusiasmo e criatividade, sentindo menos simpatia pelos alunos e menos otimismo quanto à avaliação de seu futuro" (p.24).

(25)

Em seu livro O mal-estar docente, Esteve (1999, p.11-13) explora profundamente a saúde dos professores e a rotina de uma sala de aula. Nesta publicação ele relata que o mal-estar docente é “[...] um fenômeno internacional”, cujos sintomas principiaram a fazer-se “[...] evidentes no início da década de oitenta nos países mais desenvolvidos”, entre eles Suécia, França e Reino Unido. Afirma que dados estatísticos nesta categoria têm comprovado problemas relacionados à saúde, aos recursos materiais e humanos, conflitos em questões típicas da função de professor, além de modificações no contexto social, mudando “significativamente o perfil do professor e as exigências pessoais e do meio em relação à eficácia de sua atividade”

“A acelerada mudança do contexto social, em que exercemos o ensino, apresenta, a cada dia, novas exigências. Nosso sistema educacional, rapidamente massificado nas últimas décadas, ainda não dispõe de uma capacidade de reação para atender às novas demandas sociais. Quando consegue atender a uma exigência reivindicada imperativamente pela sociedade, o faz com tanta lentidão que, então, as demandas sociais já são outras. Portanto, os professores se encontram ante o desconcerto e as dificuldades de demandas mutantes e a contínua crítica social por não chegar a atender essas novas exigências. Às vezes o desconcerto surge do paradoxo de que essa mesma sociedade, que exige novas responsabilidades dos professores, não lhes fornece os meios que eles reivindicam para cumpri-las. Outras vezes, da demanda de exigências opostas e contraditórias” (p.13).

Esteve (1999) salienta que:

“A expressão ‘mal-estar docente’ é intencionalmente ambígua. O termo ‘mal-estar’ refere-se, segundo o Dicionário da Academia Real da Língua, a um ‘desolamento ou incômodo indefinível’. A dor é algo determinado e que podemos localizar. A doença tem sintomas manifestos. Quando o usamos o termo ‘mal-estar’ sabemos que algo não vai bem, mas não somos capazes de definir o que não funciona e por quê” (p.12).

Mais do que respostas a esse mal estar, é necessário que atitudes sejam tomadas, tanto pelo professor, quanto pelo sistema social e governamental para que os professores não sejam tão maltratados e desrespeitados no exercício de sua função. Estes são necessários para que a população venha a ser adequadamente instruída, educada e sabedora de seus direitos e deveres, para que cidadãos sejam formados, para que novos

(26)

profissionais entrem no mercado de trabalho. Por que então esse olhar de desprezo para essa classe trabalhadora tão necessária em nossa constituição profissional e como ser humano?

A respeito deste assunto, Guglielmi e Tatrow (apud Harden, 1999) dizem que:

“O que está possivelmente em jogo, é não somente a saúde e a satisfação ocupacional destes valiosos profissionais, mas, tão importante quanto, sua eficácia em sala de aula, o processo de ensino e aprendizagem e a qualidade em geral da educação em nossas escolas” (p.247).

Alvarez et. al., (apud Moura, 2000) dizem que:

“Todos esses aspectos, combinados, manifestam-se no ambiente de trabalho, através do aumento do nível de absenteísmo, da significativa redução na qualidade dos serviços prestados, da lentidão e ineficácia, do aumento de interações hostis com colegas, de conflitos com autoridade e de comunicações deficientes” (p.91).

Pedrabissi et al. (apud Moura, 2000) atribui como as dez maiores fontes de esgotamento para docentes

“a) desmotivação dos alunos; b) comportamento indisciplinado dos alunos; c) falta de oportunidades de ascensão na carreira profissional; d) baixos salários; e) más condições de trabalho (falta de equipamentos e instalações adequadas); f) turmas excessivamente grandes; g) pressões de tempo e prazos; h) baixo reconhecimento e pouco prestígio social da profissão; i) conflitos com colegas e superiores; j) rápidas mudanças nas exigências de adaptação dos currículos” (p.91-92).

3.1 CONDIÇÕES E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE

O docente como profissional constrói e produz saberes profissional. O trabalho em educação não é somente uma prática técnica, estruturada, com conhecimentos estruturados, mas é além de tudo, a prática de relações, um trabalho que se constrói em um processo dinâmico, de interações entre as pessoas e as condições do meio em que se inserem.

O docente em geral ocupa um lugar especial no processo social e produtivo. Realizam atividades de assistência interpessoal e de dedicação no ensino-aprendizado dos alunos e para isso, tem que se submeter como qualquer outro trabalhador às organizações e condições de trabalho do lugar

(27)

onde leciona e conseqüentemente à carga de trabalho que lhe é atribuída (SCHMIDT , 2004).

Para Cruz & Lemos (2005), os professores são contratados para realizarem atividades prescritas como dar aulas, orientações de pesquisas e leituras e acompanhar o desenvolvimento dos alunos com o objetivo de avaliá-los em momento oportuno. Para isso os professores são obrigados a desenvolverem certas competências que envolvem a crítica, a auto-crítica e a responsabilidades. O trabalho do professor requer habilidades intelectuais e físicas.

Todo trabalho é constituído de cargas, os mesmos autores dividem a carga de trabalho dos docentes em duas vertentes, a saber, cargas físicas e cargas psíquicas. As cargas físicas são definidas como as exigências que têm materialidade externa que se modificam na interação com o corpo, segundo eles, interações ambientais. As cargas psíquicas são as disposições psicológicas que adquirem materialidade no próprio corpo e se expressam por meio dele, chamadas de reações emocionais, que influenciam direta e indiretamente na saúde e na vida dos docentes. A organização do trabalho envolve a distribuição de disciplinas, carga horária, os planejamentos de ensino, semestrais ou anuais, as inter-relações (professor, professor-aluno, professor-diretor, professor-coordenação, professor-pessoal administrativo, etc.), além de reuniões por meio de convocação para tomada de decisões no que se refere o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem (CARLOTTO, 2002). Faz parte das condições de trabalho docente as salas de aula (ergonomia), mobiliários ergonômicos e confortáveis, a infraestrutura do local de trabalho, a conservação dos ambientes de trabalho, local apropriado para descanso e relaxamento dos docentes, material didático e pedagógico (caneta para quadro, giz, apagador, apostilas, etc.), recursos didáticos (retroprojetores, projetor multimídia, quadro, cartazes, banners, etc.), entre outros (OLIVEIRA, 2004).

A docência é uma categoria diferenciada de trabalhadores, que vem perdendo prestígio e tem seu ambiente de trabalho poluído com acúmulo de

(28)

tarefas dentro e fora da escola sem o devido reconhecimento. É um ser humano que tem responsabilidades com a família e o próprio Estado. Deve estar sempre se modernizando para alcançar as mudanças tecnológicas para uso em seu trabalho como internet, computador, etc. O professor, hoje não é mais um simples transmissor de conhecimento, tendo que se adaptar às novas práticas pedagógicas e concorrer com os meios de veiculação de informações, pois os alunos já chegam à sala de aula com um conceito preconcebido e nem sempre as informações adquiridas fora de sala de aula são verdadeiras ou fidedignas (CARLOTTO, 2002). Para a mesma autora, já houve épocas em que se considerava a profissão docente um sacerdócio, uma vocação de abnegação e dedicação quase heróica. O professor trazia consigo um orgulho pela profissão gozando de amplo prestígio social. Na sociedade atual, houve mudança do ensino, a escola mudou e consigo o professor. A escola perdeu seu caráter elitista, houve expansão do ensino, fazendo com que as escolas públicas não dessem conta do grande contingente. Assim o ensino privado passou a ter um importante papel nesse cenário (CARLOTTO, 2003).

3.2 O Gestor de RH Trabalhando a Síndrome de Burnout em uma Escola

Muitos profissionais de RH nem conhecem ou nunca ouviram falar na Síndrome de Burnout. Mas essa doença é um dos fatores que contribuem para que as empresas ou as instituições percam grandes talentos, pelo simples fato do departamento de Recursos Humanos não auxiliar os líderes a identificar e prevenir esse mal.

A identificação dos profissionais que estão desenvolvendo essa síndrome pode ser realizada através da observação; se o colaborador se irrita com facilidade, só reclama da vida, não está com uma boa aparência, desleixado, e está sempre cansado. O líder ou a equipe de apoio que auxilia o RH da escola deve estar atento a estes eventos e acionar o RH, pois, se nada mudar nas próximas semanas, é hora de identificar a causa desta mudança de

(29)

comportamento, pois este é um candidato perfeito para desenvolver a Síndrome.

No ambiente de trabalho, muitas pessoas acreditam que estão mal, por estarem "apenas estressadas". Segundo definição do Dicionário Aurélio: "Estresse é um conjunto de reações do organismo a agressões de diversas origens, capazes de perturbar-lhe o equilíbrio interno". Porém, quando esse estresse não tem fim, nada o faz reagir, a exaustão toma conta de todo o seu ser, oscilações de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, muitas vezes combinados com sintomas físicos, como dor de cabeça ou problemas digestivos, são sinais de que provavelmente este funcionário está no seu limite físico e emocional.

A pressão para obter resultados é uma das principais causas deste transtorno. Na ânsia para obter bons resultados, muitos líderes exageram na cobrança e definem metas na maioria das vezes difíceis de serem alcançadas, fazendo o colaborador se desgastar e se frustrar por um resultado não atingido. Outras vezes, o próprio líder não tem noção do que está cobrando, afinal ele também está sendo cobrado e não concorda, o que acaba transferindo a ineficácia dos resultados para os subordinados.

O profissional termina por não ter controle da sua rotina, vive em função ao trabalho, passa muito tempo longe da sua família e se priva de momentos de lazer, e mesmo depois de tanto trabalho, termina por se achar um incompetente, por não ter feito o suficiente. Mesmo cansado ele nunca irá dizer não se for exigido horas extras, tudo para provar que é capaz e de alguma forma diminuir o sentimento de incompetência.

E o que também colabora para o desenvolvimento do Burnout é deixar o colaborador na mesma função durante muito tempo, sem ter novos desafios e autonomia para fazer uma função diferente, que o estimule, que faça ele se sentir capaz de realizar algo diferente. Quando o trabalho é monótono, repetitivo, que despersonaliza e aliena, contribui para o surgimento de distúrbios mentais.

(30)

É compatível, ao gestor de recursos humanos conscientizar os líderes ou sua equipe de apoio da escola para administrar o trabalho sem agredir o bem estar do funcionário, fazê-lo enxergar que o profissional é mais que uma matrícula, um número em uma planilha.

Um simples bom dia, chamar o funcionário pelo nome, é o básico para desenvolver um bom clima na empresa ou na instituição. Ações simples que determinaram o tipo de funcionário que a empresa terá.

Mas nem tudo depende somente do gestor ou do local de trabalho, é necessário que o profissional também saiba como se ajudar. Ao identificar os primeiros sintomas, cabe ao funcionário dar mais atenção a ações básicas do dia a dia, como ter uma boa alimentação, descansar, parar e fazer algo diferente da atual rotina.

Cabe ao gestor ter uma visão global de todo processo e viabilizar práticas que favoreçam a saúde de seus profissionais. É necessário enxergar o funcionário como peça principal, reconhecendo nele primeiramente o lado humano, suas necessidades de bem-estar e de satisfação pessoal. A opção mais inteligente para evitar que o profissional adoeça, é tratá-lo como único. Um gestor que trata seu colaborador como único, mesmo que possua 500 profissionais, irá com certeza fazê-lo com que se destaque dos demais.

E conciliável ao RH, internalizar no colaborador a sua importância de seu trabalho na organização. Transparência, equilíbrio, criatividade, respeito e diálogo são ações fundamentais para se ter sucesso e evitar o adoecimento do colaborador e consequentemente da empresa ou da instituição.

(31)

RESULTADO DA DISCUSSÃO:

Resumo esquemático da sintomatologia do Burnout. Fonte: B.P, Ana Maria (2002).

Assinale com um X a frequência com que sente esses sintomas em sua vida diária. Marque com um X n u n c a R a ra s v e z e s M o d e r a da m e n te F re q u e n te m e n te a s s id u a m e n te 1 – Dores no ombro ou na nunca 3 14% 7 33% 7 33% 2 9% 1 4% 2 – Irritabilidade 0 0% 8 38% 10 47% 2 9% 1 4% 3- Perda ou excesso de apetite 1 4% 9 42% 8 38% 3 14% 0 0% 4 – Sentir-se sem vontade de começar nada 5 23% 11 52% 2 9% 2 9% 0 0% 5 – Dor de cabeça 0 0% 9 42% 5 23% 5 23% 2 9% 6 – Pouca vontade de comunicar-se 2 9% 14 66% 4 19% 0 0% 1 4% 7 – Dor no peito 8 38% 10 47% 2 9% 1 4% 0 0% 8- Dificuldade de adptação 7 33% 11 52% 2 9% 1 4% 0 0% 9 – Dificuldade com o sono 8 38% 5 23% 5 23% 0 0% 3 14% 10 – Sentimento de cansao mental 0 0% 7 33% 9 42% 4 19% 1 4% 11 Dificuldade sexual 4 19% 11 52% 5 23% 1 4% 0 0%

12-Pouco tempo para si mesmo

0 0% 3 14% 8 38% 8 38% 2 9%

13 – Erupções na pele

(32)

14 Fadiga generalizada 6 28% 6 28% 5 23% 4 19% 0 0% 15 Pequenas infecções 5 23% 12 57% 3 14% 1 4% 0 0% 16 – Sentimento de baixa estima 3 14% 9 42% 9 42% 0 0% 0 0% 17 – Aumento de consumos de bebida ou cigarros 18 85% 3 14% 0 0% 0 0% 0 0% 18 – Dificuldade de memória ou concentração 2 9% 7 33% 6 28% 4 19% 2 9% 19 Problemas gastrointestinais 4 19% 10 47% 6 28% 1 4% 0 0% 20 – Necessidade de isolar-se 5 23% 11 52% 5 23% 0 0% 0 0% 21 Problemas alérgicos 9 42% 5 23% 3 14% 3 14% 1 4% 22 Estado de aceleração continua 4 19% 8 38% 5 23% 2 9% 1 4% 23 – Pressão arterial alta 12 57% 7 33% 2 9% 0 0% 0 0% 24 – Perda de senso de humor 3 14% 14 66% 3 14% 1 4% 0 0% 25 Gripes e resfriado 2 9% 9 42% 6 28% 4 19% 0 0% 26 – Perda do desejo sexual 7 33% 7 33% 6 28% 1 4% 0 0% 27 – Problema na voz 3 14% 5 23% 11 2 9% 0 0% 28 Poucas satisfações na realização sociais 1 4% 14 66% 6 28% 0 0% 0 0% 29 – Dificuldade em controlar a agressividade 3 14% 9 42% 8 38% 1 4% 0 0% 30 – Cansaço rápido 0 0% 7 33% 12 57% 2 9% 0 0%

(33)

Pode-se demonstrar de acordo com a tabela 1 (Inventário de Sintomas) que a maioria nunca apresentou dores no peito (14%), dificuldade de adaptação (33%), erupções na pele (47%), aumento de consumo de bebidas alcoólicas (85%), pressão arterial alta (57%), fadiga generalizada (28%), problemas gastrointestinais (19%) e problemas alérgicos (42%). Ainda na análise da tabela 1 metade dos entrevistados relataram que nunca sentiram sentimentos de baixa estima (14%) e dificuldade em controlar a agressividade (14%) e estado de aceleração continua (19%).

Os entrevistados raras vezes apresentaram os seguintes sintomas: Sentir-se vontade de começar nada (33%), pouca vontade de comunicar-se (66%), perda do senso de humor (66%), cansaço rápido (33%), necessidade de isolar-se (52%), dificuldade de sono (23%) e dificuldade de memória ou concentração (33%).

A freqüência com que os sintomas se manifestaram moderadamente foram: Dores no ombro ou nunca (33%), irritabilidade (47%), perda ou excesso de apetite (38%), gripes e resfriados (42%), sentimento de cansaço mental (42%), e cansaço rápido (57%).

Os sintomas que se apresentaram freqüentemente foram: pouco tempo para si mesmo com (38%), dor de cabeça (23%).

A frequência assiduidade laboral foi a menos relatada, ficando entre 0% a 14%, mostrando assim que os professores se ausentam pouco no trabalho.

O questionário Maslach Burnout Inventory (MBI) é analisado através de cálculos realizados levando em consideração alguns pontos. A Exaustão Emocional se refere às questões 1, 2, 3, 6, 8, 13, 14, 16, 20; a Despersonalização as questões 5, 10, 11, 15, 22; e a Realização Profissional as questões 4, 7, 9, 12, 17, 18, 19 e 21,como podemos verificar na tabela .

Cada um dos componentes deve ser analisado separadamente como uma variável contínua com níveis alto, moderado e baixo e não como uma variável dicotômica, onde existe ou não existe a presença do sintoma. Pela combinação do

(34)

nível de cada um dos três componentes se obtém o nível do Burnout do indivíduo ou categoria. Deve-se observar que um nível moderado de Burnout já é preocupante do ponto de vista epidemiológico, sendo passível de intervenção, uma vez que o processo já se encontra em curso.

A indicação para Burnout( MBI) se dá quando o resultado se enquadra como alta para EE e DE e baixa para RP. Alto risco para Burnout (AR) quando alto grau de EE, as pontuações consideradas no limite para a classificação alta, RP com pontuações próximas ao limite considerado alto. E baixo risco de burnout (BR) quando pontuações contrárias as apresentadas pelo GEPEB.

Questionário MBI

Responder: (1) nunca ( 2) uma vez ao ano (3) uma vez ao mês (4) alguma

vez ao mês (5) uma vez por semana (6) alguma vez por semana (7) todos os dias.

Tabela 1.

DIMENSÃO ITENS

(35)

EXAUSTÃO EMOCIONAL

1 - Sinto-me emocionalmente esgotado (a) com o meu trabalho.

2. Sinto-me esgotado (a) no final de um dia de trabalho.

3. Sinto-me cansado (a) quando me levanto pela manhã e preciso encarar outro dia de trabalho; 6. Trabalhar com pessoas o dia todo me exige um grande esforço.

8. Meu trabalho deixa-me exausto (a). 13. Sinto-me frustrado (a) com meu trabalho. 14. Creio que estou trabalhando em demasia 16.Trabalhar diretamente com as pessoas causa-me estresse.

20. Sinto-me no limite de minhas possibilidades.

DESPERSONALIZAÇÃO

5. Creio que trato algumas pessoas como se fossem objetos.

10. Tenho me tornado mais insensível com as pessoas.

11. Preocupa-me o fato de que este trabalho esteja me endurecendo emocionalmente.

15. Não me preocupo realmente com o que ocorre às pessoas a que atendo.

SB22. Sinto que as pessoas culpam-me de algum modo pelos seus problemas

REALIZAÇÃO PROFISSIONAL 4 - Posso entender com facilidade o que sentem as

pessoas.

7. Lido eficazmente com o problema das pessoas. 9. Sinto que através do meu trabalho influencio positivamente na vida dos outros.

12. Sinto-me com muita vitalidade.

17. Posso criar facilmente uma atmosfera relaxada para as pessoas.

18. Sinto-me estimulado (a) depois de trabalhar em contato com as pessoas.

19. Tenho conseguido muitas realizações em minha profissão.

20. Sinto-me no limite de minhas possibilidades .21. Sinto que sei tratar de forma adequada os

problemas emocionais no meu trabalho.

(36)

Tabela 2. Exaustão Emocional ( 1, 2, 3, 6, 8, 13, 14, 16, 20 ) EE Nu n c a U m a v e z a o a n o U m a v e z a o m ê s A lg u m a v e z a o m ê s U m a v e z p o r s e m a n a A lg u m a v e z p o r s e m a n a T o d o s o s d ia s 1 2 2 2 9 2 3 1 2 0 0 2 4 6 6 2 3 2 1 1 8 2 6 0 6 5 1 3 4 1 4 2 8 2 2 1 5 3 6 1 13 8 4 2 3 1 2 0 14 2 3 3 7 2 2 2 16 7 4 2 3 2 2 0 20 5 6 1 4 1 4 0 33% 23% 17% 47% 20% 35% 8% 871% Despersonalização ( 5, 10, 11, 15, 22) D E N u n c a U m a v e z a o a n o U m a v e z a o m ê s A lg u m a v e z a o m ê s U m a v e z p o r s e m a n a A lg u m a v e z p o r s e m a n a T o d o s o s d ia s 5 14 4 1 1 0 0 0 10 7 4 3 0 4 1 1 11 9 3 2 0 2 1 3 15 14 3 1 0 1 0 1

(37)

22 11 2 5 1 0 0 1 55% 16% 12% 2% 7% 2% 6% 476% Realização Pessoal (4, 7, 9, 12, 17, 18, 19, 21) R P N u n c a U m a v e z a o a n o U m a v e z a o m ê s A lg u m a v e z a o m ê s U m a v e z p o r s e m a n a A lg u m a v e z p o r s e m a n a T o d o s o s d ia s 4 1 0 0 1 2 13 3 7 1 1 3 5 5 4 2 9 0 0 0 1 1 9 10 12 2 0 0 5 1 9 2 17 3 1 1 9 1 4 2 18 1 0 1 8 1 8 4 19 0 0 0 4 4 6 7 21 0 2 1 6 2 6 3 6% 4% 6% 39% 17% 55% 33% 761%

(38)

Fonte: Maslach Burnou As soma total do Emocional - EE (871), D - RP (761), mostrou com mostrou a tabela1 e a O predomínio risco de Burnout nos do do MBI, aponta-se a pre em EE e DE e grau ba nível de EE.

Apartir dos dados a um tipo de estres profissionais que mantê As próprias característi relação com a principal

0%

100%

200%

300%

400%

500%

600%

700%

800%

900%

EE

DE

RP

urnout Inventory

tal dos pontos respondidos pelos professores 1), Despersonalização - DE (476) e Realiza ou como risco alto para EE e DE e médio par

e a 2.

do nível Alta e Média nas dimensões os docentes da instituição estuda. Como suge e a presença da síndrome quando o individuo

au baixo em RP, sendo DE uma forma de def

dados estudados pode se observar que a Sín stresse ocupacional e institucional com p mantêm uma relação constante e direta com terísticas envolvidas no desenvolvimento do b ncipal função da profissão.

CONCLUSÃO

871%

476%

761%

sores foram Exaustão ealização Profissional io para RP, conforme

sões indicou que há o sugerido no manual viduo obtém grau alto de defesa ao elevado

Síndrome se refere om predileção para

com outras pessoas. do burnout mantém

EE DE RP

(39)

Constatou-se nesta investigação que há risco de burnout nos docentes da instituição estudada e que os trabalhadores freqüentemente não tiram um tempo para si mesmo, mostrando assim que os professores se ausentam muito pouco no trabalho, muitas vezes encontra trabalhando até doente.

É necessário que os professores busquem em seu espaço de convivência, momentos para a discussão sobre seu próprio bem-estar físico, psicológicos, qualidade do ambiente de trabalho e sobre as políticas de saúde do trabalhador que apóiem ações preventivas

De acordo com Maslach e Leiter (1999), para que se resolva o desequilíbrio entre o indivíduo e o trabalho, se faz necessário enfocar tanto o funcionário como o ambiente em que este desenvolve suas atividades. Contudo, como as fontes de desgaste se encontram mais em questões situacionais do que pessoais, é importante buscar soluções no contexto social do local de trabalho.

Ressalta-se que o estudo é de uso informativo e não substitui o diagnóstico realizado por um médico ou psicoterapeuta.

Ao se constatar que o estresse ocupacional e, especialmente, a síndrome de burnout podem afetar a prestação do serviço e a qualidade do cuidado oferecido, julga-se necessário pesquisar essas síndromes.

No Brasil embora com um avanço significativo nas pesquisas, necessita-se por parte de estudiosos na área de novos pesquisadores de um maior aprofundamento sobre o tema . Pois a Síndrome de burnout ainda é novidade para a grande maioria dos profissionais por esse motivo faz necessário continuar com pesquisas para melhor compreensão e prevenção.

(40)

ANEXOS:

ANEXO 1

Questionário (MBI)

Responder: (1) nunca ( 2) uma vez ao ano (3) uma vez ao mês (4) alguma vez ao mês (5) uma vez por

semana (6) algumavez por semana (7) todos os dias

( ) SB1. Sinto-me emocionalmente esgotado (a) com o meu trabalho. ( ) SB2. Sinto-me esgotado (a) no final de um dia de trabalho.

( ) SB3. Sinto-me cansado (a) quando melevanto pela manhã e preciso encarar outro dia de trabalho. ( ) SB4. Posso entender com facilidade o que sentem as pessoas.

( ) SB5. Creio que trato algumas pessoas como se fossem objetos. ( ) SB6. Trabalhar com pessoas o dia todo me exige um grande esforço. ( ) SB7. Lido eficazmente com o problema das pessoas.

( ) SB8. Meu trabalho deixa-me exausto (a).

( ) SB9. Sinto que através do meu trabalho influencio positivamente na vida dos outros. ( ) SB10. Tenho me tornado mais insensível com as pessoas.

( ) SB11. Preocupa-me o fato de que este trabalho esteja me endurecendo emocionalmente. ( ) SB12. Sinto-me com muita vitalidade.

( ) SB13. Sinto-me frustrado (a) com meu trabalho. ( ) SB14. Creio que estou trabalhando em demasia.

( )SB15. Não me preocupo realmente com o que ocorre às pessoas a que atendo. ( ) SB16.Trabalhar diretamente com as pessoas causa-me estresse.

( ) SB17. Posso criar facilmente uma atmosfera relaxada para as pessoas. ( ) SB18. Sinto-me estimulado (a) depois de trabalhar em contato com as pessoas. ( ) SB19. Tenho conseguido muitas realizações em minha profissão.

( ) SB20. Sinto-me no limite de minhas possibilidades.

( ) SB21. Sinto que sei tratar de forma adequada os problemas emocionais no meu trabalho. ( ) SB22. Sinto que as pessoas culpam-me de algum modo pelos seus problemas.

Fonte: Maslach Burnout Inventory

ANEXO 2

Resumo esquemático da sintomalogia do burnout

(41)

Assinale com um X a freqüência com que sente esses sintomas em sua vida diária.

1 – Dores no ombro ou na nunca nunca Raras vezes Modera damente Frequen temente assiduamente 2 – Irritabilidade

3- Perda ou excesso de apetite

4 – Sentir-se sem vontade de começar nada

5 – Dor de cabeça

6 – Pouca vontade de comunicar-se 7 – Dor no peito

8- Dificuldade de adaptação 9 – Dificuldade com o sono

10 – Sentimento de cansaço mental 11 – Dificuldade sexual

12-Pouco tempo para si mesmo 13 – Erupções na pele

14 – Fadiga generalizada 15 – Pequenas infecções 16 – Sentimento de baixa estima 17 – Aumento de consumos de bebida ou cigarros 18 – Dificuldade de memória ou concentração 19 – Problemas gastrointestinais 20 – Necessidade de isolar-se 21 – Problemas alérgicos

22 – Estado de aceleração continua 23 – Pressão arterial alta

24 – Perda de senso de humor 25 – Gripes e resfriado

26 – Perda do desejo sexual 27 – Problema na voz

28 – Poucas satisfações na realização sociais

29 – Dificuldade em controlar a agressividade

(42)

30 – Cansaço rápido

Fonte: B.P, Ana Maria (2002)

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