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Relatório de Estágio Profissional - A construção de um objetivo de vida

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Academic year: 2021

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A construção de um Objetivo de Vida...

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Relatório de Estágio Profissional apresentado com vista à obtenção do 2º Ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundário ao abrigo do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e do Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro.

Orientador: Prof.a Doutora Elisa Marques

Vasco António Barbosa da Costa Porto, Setembro de 2014

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Ficha de Catalogação

Costa, V. (2014). A construção de um Objetivo de Vida. Relatório de Estágio Profissional para obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, DESPORTO ESCOLAR, MOTIVAÇÃO, APTIDÃO FÍSICA.

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Dedicatória

Dedico este relatório a toda a minha família e amigos, que sempre me apoiaram durante esta árdua caminhada. Com destaque, e de forma muito especial, à minha namorada Flávia, aos meus pais António e Salete, ao meu irmão João, e às minhas avós Rosa e Conceição.

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Agradecimentos

Um obrigado especial à Flávia, por todo o Carinho, compreensão e apoio prestado.

Um enorme bem-haja aos meus pais António e Salete que foram incansáveis ao longo destes anos. Agradeço todo o apoio, incentivo e carinho, só assim foi possível concretizar um dos grandes objetivos da minha vida, ser professor.

De igual modo, um muito obrigado ao meu irmão João, às minha queridas avós Rosa e Conceição e aos avôs José e João, que olham por mim lá do céu.

Um agradecimento especial ao meu colega estagiário Filipe Chaves, um bem-haja!

Um agradecimento à professora orientadora da Faculdade, Elisa Marques, pela disponibilidade, apoio e compreensão em todos os momentos.

Um agradecimento muito especial à professora cooperante, Luísa Brandão, pelo apoio, incentivo, compreensão, amizade e pela grande disponibilidade que sempre demonstrou ao logo de todo o percurso. Obrigado por toda a amizade demonstrada!

Um agradecimento aos meus alunos, por todos os momentos que passamos, pois sem eles, nada faria sentido.

Agradeço à escola D. Maria II, e comunidade pertencente (grupo de EF, professores, funcionários) pela forma como me receberam e me integraram, bem-haja a todos!

Agradeço à FADEUP por toda a formação e tradição académica proporcionada ao longo desta árdua caminhada.

Por último, um obrigado a todos, que de uma forma ou de outra, tornaram este sonho possível.

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Índice

Dedicatória ... III Agradecimentos ... V Índice de Tabelas ... IX RESUMO ... XI ABSTRACT ... XIII Lista de Abreviaturas ... XV 1 Introdução ... 17 2 Dimensão pessoal ... 21 2.1 Reflexão autobiográfica ... 21

2.2 Estágio Profissional: o antes e o depois… ... 23

3 Enquadramento da prática profissional ... 27

3.1 O meu sonho: Ser Professor! ... 27

3.2 Enquadramento Institucional do EP ... 31

3.2.1 Escola como instituição ... 31

3.2.2 Função da Professora Cooperante e da Orientadora de Estágio ... 32

3.2.3 Ser Estagiário ... 34

3.2.4 Como é a escola onde realizei o estágio? ... 37

3.2.5 Núcleo de Estágio ... 41

3.2.6 Turma: 10ºano ... 42

3.2.7 Desporto Escolar ... 44

4 Realização da prática profissional... 47

4.1 Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem ... 47

4.1.1 A Concepção ... 47

4.1.2 O Planeamento ... 48

4.1.3 A Realização ... 56

4.1.3.1 Ensinar Educação Física ... 57

4.1.3.2 Modelos de instrução ... 59

4.1.3.3 A Gestão do espaço de ação ... 61

4.1.3.4 A instrução e o feedback: qual a sua importância? ... 63

4.1.3.5 Capacidade de observação ... 67

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4.1.4.1 Avaliação Diagnóstica ... 70

4.1.4.2 Avaliação Formativa ... 72

4.1.4.3 Avaliação Sumativa ... 74

4.2 Participação na Escola e Relações com a Comunidade ... 79

4.2.1 A paixão que nasceu: o Desporto Escolar! ... 79

4.2.2 As atividades escolares com o grupo de Educação Física ... 85

4.2.2.1 Torneio de Voleibol ... 85 4.2.2.2 Torneio de Andebol ... 87 4.2.3 O Diretor de Turma ... 88 4.3 Desenvolvimento Profissional ... 91 4.3.1 A importância da reflexão ... 91 4.3.2 Portfólio Reflexivo ... 94

4.3.3 Estudo “Motivação dos alunos para o treino da aptidão física: comparação entre o treino tradicional e o treino funcional” ... 99

4.3.3.1 Resumo ... 99 4.3.3.2 Introdução ... 100 4.3.3.3 Metodologia ... 103 Amostra ... 103 Instrumento ... 103 Análise de dados ... 104

4.3.3.4 Apresentação dos resultados ... 104

4.3.3.5 Discussão ... 111

4.3.3.6 Conclusão ... 112

5 Considerações finais ... 113

6 Referências bibliográficas ... 117

7 Anexos ... 123

Anexo I – Inquérito aplicado para a caraterização do alunos ... 125

Anexo II – Questionário BREQ2 ... 127

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Índice de Tabelas

Tabela 1. Análise descritiva (Média ± DP) sobre os sentimentos relativos à prática de exercício físico (TT * TF) ... 104 Tabela 2. Análise descritiva da experiência prévia em treino de condição física ... 105 Tabela 3. Análise descritiva da continuação da prática em treino de condição física ... 106 Tabela 4. Análise descritiva da realização em treino de condição física fora da aula de EF... 106 Tabela 5. Análise descritiva do benefício do treino de condição física ... 107 Tabela 6. Análise descritiva da afinidade com o treino de condição física .. 108 Tabela 7. Análise descritiva do entretimento em treino de condição física . 108 Tabela 8. Análise descritiva da motivação em treino de condição física ... 109 Tabela 9. Análise descritiva da preferência do formato de treino ... 109 Tabela 10. Análise descritiva da motivação para a presença na aula de EF devido ao treino de condição física ... 110 Tabela 11. Análise descritiva da motivação para a continuação na aula de EF devido ao treino de condição física ... 110

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RESUMO

A finalidade deste relatório é descrever as experiências vivenciadas ao longo do estágio profissional, a nível profissional e pessoal, através de uma reflexão crítica e fundamentada. O trabalho engloba quatro capítulos: (1) Dimensão Pessoal; (2) Enquadramento da Prática Profissional; (3) Realização da Prática Profissional e (4) Considerações finais. Na introdução são expostas várias visões do estágio profissional, os objetivos do relatório de estágio profissional e a sua contextualização geral. Na Dimensão Pessoal é dada a conhecer a história pessoal do autor e as suas expectativas em relação ao estágio profissional, facilitando assim a compreensão do autor e o modo como surgiu o sonho de ”Ser Professor”. No Enquadramento da Prática Profissional é realizado, de forma detalhada, o enquadramento da prática no contexto do estágio profissional e ainda é descrito o que é “Ser Professor”. A Realização da Prática Profissional está estruturada segundo as três áreas de desempenho: Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem; Participação na Escola e Relação com a Comunidade, onde é descrita, detalhadamente, a experiência do autor no Desporto Escolar; e Desenvolvimento Profissional, onde se insere o estudo “Motivação dos alunos para o treino da aptidão física: comparação entre o treino tradicional e o treino funcional” que possibilitou analisar os níveis de motivação dos alunos para os diferentes tipos de treino – Tradicional e Funcional. Nas Considerações Finais são apresentadas algumas conclusões sobre o contributo deste experiência para a minha vida profissional enquanto professor e a forma como vejo o futuro.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA,

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ABSTRACT

The purpose of this report is to describe the experiences at a personal and professional level throughout the internship, through a critical and reasoned reflection. The work encompasses four chapters: (1) Personal Dimension; (2) Framework of Professional Practice; (3) Fulfillment of Professional Practice and (4) Final considerations. Through the introduction several views of the professional internship are presented as well as the internship report aims and its overall context. On Personal Dimension is given to know the author and his expectations with the internship that will help us to understand the author and how the dream of "Being Teacher" arose. In the Framework of Professional Practice is held, in detail, the framework for professional practice in the context of the professional internship and is further described what is "Being Teacher". The Fulfillment of Professional Practice is structured according three performance areas: Organization and Management of Teaching/Learning; School involvement and School Community Relationship which describes in detail the author's experience in ports in school, and Professional Development, which includes the study “Students motivations for the training of physical fitness: comparison between traditional training and functional training” which allowed studying the levels of motivation of students to the different types of training - Traditional and functional. In Final Considerations are presented some conclusions regarding the contribution of this report to the author's professional life as a teacher and how he sees its future.

KEY WORDS: INTERSHIP, PHYSICAL EDUCATION, SPORTS IN SCHOOL, MOTIVATION, PHYSICAL APTITUDE.

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Lista de Abreviaturas

EP – Estágio Profissional RE – Relatório de Estágio EE – Estudantes Estagiários

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto PC – Professora Cooperante

OE – Orientadora de Estágio DE – Desporto Escolar EF – Educação Física DT – Diretor de Turma

PEE – Projeto Educativo Escolar PCE – Projeto Curricular da Escola PCT – Projeto Curricular da Turma UBI – Universidade Beira Interior PD1 – Polidesportivo 1

PD2 – Polidesportivo 2

PE1/2 – Polidesportivo exterior 1/2

CLDE – Coordenação Local Desporto Escolar MEC – Modelo de Estrutura de Conhecimento UT – Unidade Temática

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1 Introdução

O Relatório de Estágio (RE) tem como principal finalidade descrever as experiências vivenciadas ao longo do Estágio Profissional (EP), a nível profissional e pessoal. Desta forma, o RE surge como um documento de reflexão e de relato da minha formação/percurso e evolução enquanto Estudante Estagiário (EE)/ Professor. Este documento é uma mais valia para a minha formação, pois é uma reflexão de todas as experiências que vivi ao longo do EP. Batista e Queirós (2013, p.36) referem que o EP no contexto da formação inicial de professores é considerado “um espaço privilegiado de

socialização na profissão que a investigação tem encarado com perspetivas diferentes”.

O EP na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) está organizado conforme os requisitos legais, institucionais e funcionais. A junção destes influencia o modo como são estabelecidas as condições, indiretas ou imediatas, nas quais as experiências em contexto real de ensino são vivenciadas pelos EE. Do ponto de vista legal, o EP, guia-se pelos princípios presentes na legislação constante do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro, que possui como princípio a intenção de habilitação profissional para a docência e para o grau de Mestre. Em termos institucionais, é uma unidade curricular do segundo ciclo de estudos conducente à obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, no segundo ano, integrando duas componentes: a prática de ensino supervisionada, efetuada numa escola cooperante com protocolo com a FADEUP e o relatório de estágio, orientado por um professor da FADEUP, o responsável da instituição de ensino superior pela supervisão do estudante estagiário no contexto da prática de ensino supervisionada (Batista & Queirós, 2013).

De acordo com as Normas Orientadoras do EP1, este “entende-se

como um projeto de formação do estudante com a integração do

1 Normas orientadoras do Estágio Profissional é um documento interno do 2º ciclo de estudos em Ensino de Educação Física nos ensinos Básico e Secundário da FADEUP, elaborado originalmente por Zélia Matos e adaptado para o ano letivo 2013-2014.

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conhecimento proposicional e prático necessário ao professor, numa interpretação atual da relação teoria prática e contextualizando o conhecimento no espaço escolar. O projeto de formação tem como objetivo a formação do professor profissional, promotor de um ensino de qualidade. Um professor reflexivo que analisa, reflete e sabe justificar o que faz em consonância com os critérios do profissionalismo docente e o conjunto das funções docentes entre as quais sobressaem funções letivas, de organização e gestão, investigativas e de cooperação”.

De uma forma geral, o EP pode ser caraterizado como um projeto de formação do estudante, onde a finalidade principal é o desenvolvimento do professor, praticando um ensino de qualidade. Desta maneira, a formação inicial não deve consistir num treino de técnicas e métodos, mas na ajuda aos futuros professores no seu desenvolvimento e autonomia profissional. O EP pode ser visto como a integração do EE no contexto da vida profissional de forma progressiva e orientada, através da supervisão em contexto real, melhorando as capacidades profissionais que desenvolvam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de atender aos desafios e exigências da profissão (Normas Orientadoras do EP1). Ainda, Fazenda et al. (1991, p. 64) referem que o estágio supervisionado “deve ser considerado um instrumento fundamental no processo de formação do professor”. Os autores consideram que ajuda os alunos estagiários a compreender e encarar o mundo do trabalho, contribuindo para a sua formação, unindo assim a teoria à prática. No entanto, para que isso aconteça, “o estágio não pode ser

encarado como uma tarefa burocrática a ser cumprida formalmente, muitas vezes desvalorizado nas escolas onde os estagiários buscam o espaço”.

Deve, então, “assumir a sua função prática, revisada numa dimensão mais

dinâmica, profissional, produtora, de troca serviços e de possibilidades de abertura para mudanças”.

O presente relatório está dividido em quatro grandes capítulos: Dimensão Pessoal, Enquadramento da Prática Profissional, Realização da Prática Profissional e Considerações Finais.

No primeiro capítulo é dada a conhecer a minha história pessoal, o meu percurso no desporto e o modo como surgiu o sonho de ”Ser Professor”.

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mas também em relação à turma, núcleo de estágio, Professora Cooperante (PC), Orientadora de Estágio (OE) e escola.

Na segunda parte é enquadrada a prática profissional, onde é descrito o que é “Ser Professor” e é realizado o enquadramento institucional do EP. Este capítulo é essencialmente concebido para enquadrar a prática no contexto, caraterizando a escola como instituição, a função da PC e OE, a escola onde realizei o EP, o “Ser Estagiário”, a turma, o núcleo de estágio e por fim, o Desporto Escolar (DE).

O terceiro capítulo corresponde às atividades que englobam a prática de ensino supervisionado, onde são analisadas todas as áreas de desempenho: organização e gestão do ensino e aprendizagem, participação na escola e relação com a comunidade e desenvolvimento profissional.

A organização e gestão do ensino e aprendizagem engloba a conceção de Educação Física (EF) e de ensinar EF; o planeamento abrange o planeamento anual, o modelo de estrutura de conhecimento e o plano de aula; a realização reúne a gestão de aula, a importância da instrução e do

feedback e a capacidade de observação; e a avaliação contempla a

avaliação diagnóstica, formativa, sumativa e autoavaliação.

A participação na escola e relação com a comunidade engloba todas as atividades extracurriculares, onde são relatadas as minhas experiências dentro destas atividades e o acompanhamento ao Diretor de Turma (DT). É de referir que as atividades não-letivas realizadas na escola respeitam as orientações da escola cooperante, nomeadamente o Projeto Educativo de Escola (PEE), o Projeto Curricular da Escola (PCE), o Projeto do Departamento em que se insere o Grupo de EF, o Projeto Curricular de EF e Projeto do DE e o Projeto Curricular da Turma (PCT).

No desenvolvimento profissional é desenvolvida a competência profissional, numa constante procura do saber, através da reflexão, investigação e ação.

No último capítulo são apresentadas algumas conclusões no que diz respeito ao contributo deste relatório para a vida profissional enquanto professor e a forma como é visto o futuro enquanto profissional.

Segundo Pimenta e Lima (2004), o EP “é o eixo central na formação

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indispensáveis para a formação da construção da identidade e de seus saberes do dia-a-dia”. O principal objetivo do EP é fazer com que o estagiário

se consciencialize do mundo do trabalho com o qual se vai deparar, unindo a teoria à prática, através de situações simuladas ou reais. Deste modo, considera-se o EP como essencial na construção da identidade profissional, uma vez que este proporciona a inclusão entre conhecimentos teóricos e práticos. Assim, os estagiários conseguem refletir sobre a sua prática como professores, conseguindo assim fazer uma aproximação à realidade na qual irão atuar.

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2 Dimensão pessoal

2.1 Reflexão autobiográfica

“Vasco significa “corvo” ou “bascos”. Teve origem no nome espanhol medieval Valasco, Velasco, que possivelmente significa “corvo”. Foi nome do explorador português Vasco da Gama, conhecido por ter levado pela primeira vez uma frota da Europa até a Índia, contornando a África. É nome também de um

clube brasileiro, situado na cidade do Rio de Janeiro”.

Eu sou eu... “sou sempre eu mesmo, mas com certeza não serei o

mesmo para sempre...” (Clarice Lispector). Chamo-me Vasco, nasci em

Viana do Castelo a 08/08/1991 e vivo em Ponte de Lima.

Desde que me lembro da minha existência, o meu percurso sempre passou pelo desporto. Desde pequeno sempre fui uma criança muito ativa, nunca fui de ficar em casa a jogar videojogos. Sempre pratiquei atividade física. Iniciei-me na canoagem, mas logo percebi que não era a minha vocação, mas sim o futebol, a minha grande paixão. Ainda hoje pratico futebol, sou federado na equipa Associação Desportiva os “Limianos” que está inserida no campeonato nacional de seniores, integrado na antiga 2ª divisão B nacional. No entanto, o meu grande sonho sempre foi ser jogador profissional de futebol. Luto por este sonho todos os dias e dou sempre o meu melhor a cada jogo que faço. A sensação de poder ajudar a equipa, de poder marcar um golo, de sentir a sabor da vitória, de sentir o espírito de equipa é algo que me faz ficar apaixonado. Só quem pratica desporto é que consegue entender estas sensações. Com isto pretendo transmitir este espírito aos meus alunos. Desde criança sempre gostei de futebol, comecei por jogar na rua, algo que se perdeu na atualidade, cada vez os jovens praticam menos atividade física. Penso que é daqui que vem a minha paixão pelo desporto.

Recentemente, descobri outra paixão no desporto, o ciclismo, mas nada equivalente ao futebol. Também é uma atividade que não consigo conciliar com a minha paixão, visto que tenho treinos todos os dias e jogo ao fim de semana.

O gosto pelo desporto levou-me a entrar para o curso de ciências de desporto na Universidade Beira Interior (UBI), no qual cumpri o primeiro ano

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do curso. No segundo ano e muito devido ao futebol, consegui a transferência para a FADEUP e aqui conclui a licenciatura e ingressei no mestrado em ensino, na mesma faculdade.

Durante o segundo semestre do 1º ano do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, tive a minha primeira experiência como professor nas unidades curriculares de didática de dança, ginástica, andebol, basquetebol, voleibol e natação. A experiência foi bastante preparatória para o ano de estágio, uma vez que já convivemos um pouco com a realidade, apesar de ser de uma forma mais indireta. As aulas eram lecionadas em grupos e com um número reduzido de alunos o que facilitava a atuação com os alunos e no controle dos mesmos. A modalidade que mais gostei de lecionar foi basquetebol, uma vez que tinha alunos com necessidades especiais educativas, o que tornou o desafio ainda mais enriquecedor.

Ainda durante o período em que frequentei a FADEUP desenvolvi paralelamente o trabalho de treinador de futebol. Nos dois primeiros anos como uma espécie de estágio para a universidade, e até hoje por opção. Treino os petizes da Associação Desportiva os “Limianos”, o que também contribui muito para a minha formação, uma vez que a minha profissão passa muito por lidar com crianças/jovens.

Atualmente, por falta de tempo, não consigo realizar algumas coisas que ambiciono, das quais um curso de personal trainer, mas ainda não desisti e provavelmente irei realizá-lo no próximo ano. O mundo dos ginásios é uma atividade que gosto e que ambiciono aperfeiçoar, neste momento sou frequentador assíduo, mas futuramente também tenciono ser professor ou instrutor como vulgarmente se designam os profissionais nesta área.

Por todo o meu percurso, ser professor sempre foi um sonho, o facto de poder lidar com crianças é algo fascinante e inexplicável. Não será uma profissão fácil, mas desde o início sabia que à partida os sonhos não são fáceis de concretizar. Agora, estou cada vez mais perto.

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2.2 Estágio Profissional: o antes e o depois…

As expectativas para o EP foram bastantes elevadas. Desde que comecei o mestrado, foi por este momento que mais aguardei, uma vez que era nesta etapa que tínhamos a verdadeira noção do que realmente é ser professor. Apesar de no primeiro ano já ter lidado com alunos de várias escolas, não é a mesma sensação, uma vez que estamos a lecionar uma aula em grupo.

Este ano foi totalmente diferente sob várias perspetivas, foi neste momento que surgiram todas as dúvidas. Na minha cabeça existiram várias questões: “Será que é isto que eu quero?”, “Será que vale a pena continuar esta luta?”, “Será que vou conseguir finalizar o estágio?”, “Será que vou conseguir conciliar o estágio com o futebol?”.

Na primeira semana de estágio o que mais pensei era se valia a pena continuar e se realmente era isto que queria para o meu futuro. Outro fator muito importante foi sem dúvida, a modalidade que pratico, uma vez que ainda não estava definido o clube que iria representar, o que poderia colidir com horários de treino. O estágio foi um dos fatores que contribuiu para decidir continuar no mesmo clube. A situação do país também me deixou reticente, visto que esta profissão de professor está cada vez mais difícil/impossível de exercer, sei que acabando este mestrado terei de procurar novas alternativas. No entanto, apesar de todas estas adversidades, o sonho falou mais alto, uma vez que ser professor de EF sempre foi uma ambição. Não podia deixar que a situação do país me fizesse desistir e deixar de sonhar, porque se apenas pensasse no país, provavelmente não tiraria nenhuma formação superior. A esperança é sempre a última a morrer, todos nós pensamos que um dia a situação do país vai melhorar.

Neste momento, as dúvidas estão todas esclarecidas e não estou arrependido de ter continuado. Sei que foi difícil conciliar o estágio com o futebol, uma vez que o estágio foi bastante trabalhoso. Lutei para conseguir e fiz de tudo para o fazer, visto que sempre lutei para acabar o curso que sempre ambicionei.

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Em relação à turma, no início do ano letivo as expectativas iniciais eram elevadas, uma vez que nos inquéritos iniciais encontrei dois fatores interligados, cujas respostas não diferiam muito. Relativamente ao gosto pela EF, o inquérito mostrou que apenas um aluno não gostava. O facto de os alunos gostarem da disciplina, significava, à partida, que iria ter alunos motivados nas aulas, o que me deixou com expectativas elevadas. Da mesma forma, sobre a prática de desporto fora da escola, cerca de 45% da turma deu uma resposta positiva. No entanto, nas avaliações inicias de cada modalidade as expectativas baixaram bastante, uma vez que os alunos em geral apresentavam um nível de desempenho baixo. Porém, ao longo do ano letivo mostraram uma evolução notória.

Relativamente ao estágio em si, foi com a turma que fiquei responsável que ambicionei transmitir todos os conhecimentos que me foram transmitidos durante a minha formação. No entanto, surgiram certas dificuldades que tentei combater com estratégias adequadas e com a ajuda da PC. Tentei passar-lhes o meu gosto pela atividade física, relatando algumas das minhas experiencias no desporto e lecionar aulas em que os alunos se sentissem motivados. Foi com os alunos que consegui adquirir conhecimentos, uma vez que cada um possui comportamentos diferentes. Acredito que este tipo de interação me ajudará a lidar melhor com os alunos/turmas com que me vou deparar no futuro.

Quanto ao núcleo de estágio, no momento da candidatura não tinha noção com quem iria partilhar esta etapa, o que me deixou algo apreensivo. No entanto, quando saíram as colocações fiquei satisfeito e com as expectativas elevadas, visto que já tinha tido contacto com dois dos colegas. O núcleo de estágio no início era constituído por quatro elementos, contudo dois deles decidiram mudar de escola, visto que seria mais perto das suas residências. Esta decisão veio influenciar um pouco tudo o que tínhamos planeado, nomeadamente a divisão de trabalhos e turmas. Fiquei triste com a saída deles, pois era com eles que tinha uma maior ligação. Na minha opinião era um grupo fantástico, mas mesmo assim não deixou de o ser, só que naquele momento passamos a ser dois. Este colega era o único com o qual nunca tinha tido contacto, mas fomo-nos conhecendo com o tempo. E

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Quando fiquei colocado na escola onde realizei o EP não tinha conhecimento de quem seria a PC, como era e como funcionava o seu método de trabalho. Na minha cabeça, tinha a ideia de que um PC era, à partida, uma pessoa exigente, sábia e com um grande espírito de entreajuda, seria a pessoa que iria auxiliar em todos os campos necessários em relação ao estágio. No primeiro impacto, senti que a PC era uma pessoa apaixonada pelo desporto e sobretudo pela profissão, o que aumentou ainda mais as minhas expectativas para a realização do EP. Desde o inicio, o seu grande objetivo sempre passou por transmitir esta sua paixão, não é que não a possui-se, mas conviver com uma pessoa assim faz com que a paixão aumente. Ao incutir estes valores, a PC pretendia que o EP não fosse apenas o concluir de um percurso, mas sim um momento inesquecível da minha vida. E agora que terminou esta etapa, sinto que a PC foi o grande pilar deste grupo sendo fundamental e imprescindível no meu acompanhamento. Foi a pessoa que me corrigiu diariamente e que me aconselhou de modo a conseguir um bom funcionamento durante as minhas aulas. Foi sempre bastante atenciosa sendo sempre a primeira pessoa a ajudar. Mais do que PC, foi uma grande amiga.

Relativamente à OE, inicialmente não tinha expectativas, visto que era uma pessoa com a qual nunca tinha tido contacto, na primeira vez que nos cruzamos fiquei expectante, uma vez que aparentava ser uma pessoa bastante correta, trabalhadora e prestável. Durante o EP, pude comprovar tudo isto, mostrou-se atenta ao meu trabalho para retificar as dificuldades que surgiram.

Em relação à escolha da escola para estagiar, o meu primeiro requisito foi ficar o mais perto de casa possível, de modo a conciliar as restantes atividades. O mais perto era Braga e conversando com algumas pessoas conhecidas, deram-me boas indicações da Escola, a qual foi a minha primeira opção e felizmente consegui ocupar uma vaga.

Fui previamente informado que as instalações e o material desportivo que a escola dispunha eram realmente muito boas, mesmo assim fiquei impressionado na primeira visita à escola, superando todas as minhas expectativas.

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Concluindo, posso dizer que me senti integrado na escola, na turma e com os restantes professores de EF. Relativamente à turma que lecionei, fiquei muito agradado com o modo que nos relacionamos.

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3 Enquadramento da prática profissional

3.1 O meu sonho: Ser Professor!

“Os Pais sempre se preocuparam com a escola onde colocam os filhos. Mas a escola não interessa tanto quanto o adulto que está a frente das crianças” (Obama, Resposta à pergunta “Afinal o que é que

faz um bom professor?” para a revista The Atlantic).

Ser Professor significa, antes de tudo, Ser Pessoa!

Quando se pensa nesta profissão, surge a ideia, pelo menos para mim, que ser professor é extremamente difícil e de uma importância extrema para a sociedade, uma vez que os alunos de hoje, serão a sociedade do amanhã. Assim sendo, formar homens cultos a todos os níveis, é formar uma sociedade culta, onde a cultura e educação estará presente em cada pessoa. Penso que este último ponto é a meta a atingir, ou seja, formar homens com aprendizagens específicas da disciplina/curso, mas não descurando a vertente humana e social.

Para Farias, Folle e Both (2012, p.36), a formação profissional é “um

processo contínuo e dinâmico, que envolve interesses sociais, políticos e económicos, não somente daqueles que buscam essa formação, mas

também de toda a macroestrutura integrante desse processo”.

Aprender a ser professor é uma tarefa complexa e contínua. A formação superior na profissão é um ponto fundamental, deve-se investir numa formação rica e nas melhores instituições. Além disto, ser professor é um caminho longo, onde a vontade e a disponibilidade são aspetos importantes para se ser um bom profissional. Por muito que se deseje ser professor, por muito boa que seja a formação superior, se não existir um espírito de disponibilidade para aprender, um espírito critico e um espírito aberto à inovação, nunca será possível.

Ser reflexivo é ter a aptidão de utilizar o pensamento, de uma forma situada, sobre a sua ação, no que diz respeito a interação entre professor/aluno, instituição/escola e a sociedade em particular. No entanto, este conceito não se esgota no imediato da sua ação docente. O professor reflexivo detém uma função mais dinâmica na educação do aluno e não um

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papel somente técnico que se resuma à utilização de fórmulas ou à aplicação de teorias (Alcatrão, 1996).

Ser professor implica conhecer-se a si mesmo, conhecer as razões do que faz e ter consciência do espaço que ocupa na sociedade. O autor refere que os professores têm “de ser agentes ativos do seu próprio desenvolvimento e do funcionamento das escolas como organização ao serviço do grande projeto social que é a formação dos educandos”.

De acordo com o estudo de Costa e Nascimento (2009, p.22) sobre as possibilidades para a competência profissional na EF, as caraterísticas consideradas essenciais para que o professor possa ser considerado um “bom professor”, são: “o gosto pela profissão, a escolha da profissão docente,

a pesquisa da própria prática pedagógica, os bons exemplos de professores que podem servir de modelo, a missão de educar, estar aberto às mudanças, estabelecer metas pessoais a curto e longo prazo, trocar experiências com os pares, planear adequadamente e trabalhar coletivamente”. Desta forma, é

possível identificar o “perfil de competências” do professor e suas principais características.

A minha experiência como professor foi bastante saudável, vivi esta etapa com enorme felicidade. Esta fase exigiu enorme responsabilidade da minha parte, ensinar e educar alunos não foi tarefa fácil, muitas vezes surgiram dúvidas sobre o melhor método de ensino ou de controlo da turma. Ser estagiário muitas vezes é uma vantagem, mas outras é uma desvantagem. Talvez pela proximidade de idades com os alunos, estes aparentam ter menos respeito e são mais desatentos. Foi um grande desafio conseguir lidar com tantos alunos com feitios diferentes, uns mais barulhentos, outros mais sossegados, porque, na verdade, lidar com alunos demasiado tímidos também requer sabedoria. Motivar os alunos foi um dos meus grandes objetivos, incutir-lhes o gosto pelo desporto, não só pela EF, mas também pela sua própria saúde.

No meu ponto de vista, ser professor é conseguir manter uma boa relação com os alunos, ser um “amigo”, ou seja, é manter uma relação saudável, onde não existam situações de confronto, mas sim, de respeito. E isso, acho que consegui, conquistei-os com a minha amizade e dedicação, e

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professor e o aluno devem ser como uma família, onde existe o chefe, o professor, e os filhos, os alunos, que vêm o professor como um exemplo a seguir, respeitando-o em todas as situações. Sinto que a minha relação com os alunos foi esta, consegui manter a barreira professor/aluno, cumprindo todos os objetivos, ensinei, eduquei e fui feliz com eles. Sinto que estão preparados para o futuro e que os marquei de alguma forma.

Por tudo isto e muito mais. Ser Professor é Especial!

Exercer a profissão é um grande desejo neste momento, no entanto, como em tudo da vida, do querer, ao poder, vai uma grande distância, e infelizmente essa vontade em Portugal está a tornar-se impossível.

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3.2 Enquadramento Institucional do EP

No presente capítulo serão abordadas as variáveis primárias mais próximas de mim e do espaço de realização do EP, sendo elas: a Escola, a minha turma, o núcleo de estágio a PC, a OE, o DE (de forma geral) e finalmente a análise do que é “Ser Estagiário”.

3.2.1 Escola como instituição

O termo escola deriva do latim schola e refere-se ao estabelecimento onde se dá qualquer género de instrução

De acordo com Canário (2005, p. 62), a escola é “uma instituição que,

a partir de um conjunto de valores estáveis e intrínsecos, funciona como uma fábrica de cidadãos, desempenhando um papel central na integração social, (...)”. Na perspetiva do autor, a escola como instituição desempenha “ um

papel fundamental de unificação cultural, linguística e política, afirmando-se como um instrumento fundamental da construção dos modernos estados-nação”.

Segundo a Lei de Bases do Sistema Educativo2 a educação "promove

o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista, respeitador dos outros e das suas ideias, aberto ao diálogo e à livre troca de opiniões, formando cidadãos capazes de julgarem com espírito crítico e criativo no meio social em que se integram e de se empenharem na sua transformação progressiva".

Desta forma, a função da escola baseia-se na preparação intelectual e moral dos alunos, em que as matérias lecionadas não são apenas de carácter educacional, mas também de preparação para a vida.

Em suma, a escola é uma instituição onde se realiza o direito à educação sob a direção de professores, definindo-se pela ação formativa orientada para favorecer o desenvolvimento global da personalidade, o progresso social e a democratização da sociedade.

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3.2.2 Função da Professora Cooperante e da Orientadora de Estágio

Segundo Albuquerque, Graça e Januário (2005, p.35), “os primeiros

passos dos professores na profissão fazem-se sob a tutela de orientadores que tem a função de os guiar e de os ajudar”.

A expressão OE é bastante familiar para todos aqueles que estão ligados ao ensino, sendo entendido como alguém que tem responsabilidade em acompanhar, orientar e avaliar o processo de estágio pedagógico dos alunos que estão a terminar a sua formação académica e pretendem ingressar na carreira docente. Por outro lado, o termo “Professor Cooperante” é menos conhecido, no entanto, é alguém cuja tarefa é muito idêntica à anterior (Batista e Queirós, 2013).

De acordo com o Regulamento da unidade curricular EP3 refere que a orientação da prática de Ensino Supervisionada é realizada por um docente da FADEUP, adiante denominado orientador da FADEUP, nomeado pelo órgão competente, ouvido o professor regente da unidade curricular Estágio Profissional e pelo PC, escolhido pela comissão científica, ouvido também pelo professor regente. A realização do RE deve ser orientada pelo orientador da FADEUP designado para supervisionar a prática de ensino supervisionada.

Batista e Queirós (2013, p. 41) afirmam que o PC assume “um papel

decisivo no acompanhamento dos estudantes-estagiários”. As autoras

referem que para se ser PC é necessário ter-se perfil, é um papel de responsabilidade, mas ao mesmo tempo desafiante. O orientador da FADEUP “coordena a sua ação de supervisão com o professor cooperante e

orienta a elaboração do relatório final dos respetivos estagiários”.

As principais tarefas dos Orientadores da FADEUP são: apoiar a concepção e a realização do Projeto de Formação Individual do EE, supervisionar a sua prática educativa, observar as aulas previstas, avaliar e aprovar o desempenho da PES, propor a classificação e finalmente orientar

3 Regulamento da unidade curricular Estágio Profissional é um documento interno do 2º ciclo de estudos em Ensino de Educação Física nos ensinos Básico e Secundário da FADEUP, elaborado originalmente por Zélia Matos e adaptado para o ano letivo 2013-2014.

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na elaboração do Relatório de Estágio, assim como integrar o júri das provas públicas.

De acordo com Alcatrão (1996, p.91), o orientador de estágio é visto como “o promotor de estratégias que irão desenvolver nos futuros

professores o desejo de refletirem e, através da reflexão, a vontade de se desenvolverem em continuum”. O supervisor reflexivo, deverá utilizar a sua

própria formação/experiência para que possa ajudar a formar professores que “sejam capazes de alcançar competência profissional com base nos conhecimentos teóricos e científicos que foram experimentando e adaptando às suas práticas” para que no fim da sua formação possam iniciar uma nova fase que se pretende que não acabe (Alcatrão, 1996).

Segundo Albuquerque, Graça e Januário (2005, p. 36) o OE é “um

profissional que tem de responder a uma multiplicidade de tarefas”. As

tarefas são “complexas, singulares e inesperadas”. O perfil do OE deve ser de “um profissional multifacetado, conhecedor profundo da profissão, tanto

nos aspetos didáticos como técnicos, pedagógicos e identitários”.

Fazenda et al. (1991 p.40), considera o estágio supervisionado como “um momento decisivo no curso, no qual o professor supervisor passa a ter

contacto mais direto e mais marcante com os alunos estagiários”. Segundo

os autores, torna-se importante que OE tenha bem presente o tipo de professor pretende contribuir para formar.

Por outro lado, as principais tarefas do PC são: programar as atividades do núcleo de EP, orientar os estagiários cooperativamente com o orientador da FADEUP e por fim deve apoiar e orientar os estagiários nas atividades do projeto de formação desenvolvidas na Escola.

Em suma, a PC tem um papel muito importante durante esta etapa, permitindo uma fácil e rápida inserção na instituição. Durante todo o processo foi a pessoa que mais contribui para a minha formação enquanto professor, realizando todas as suas funções com profissionalismo. A PC teve sempre o cuidado em nos orientar a nível teórico e prático, partilhando a sua experiência e informações necessárias para o meu crescimento.

Da mesma forma, a OE da FADEUP, ajudou igualmente, com a mesma dedicação e amizade, no entanto, sob um ponto de vista mais teórico, permitindo que esta fase (estágio) se desenrolasse normalmente. Deu

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sempre o seu ponto de vista, referindo aspetos de melhoria essenciais para o meu futuro enquanto professor e a nível do meu crescimento pessoal.

É desta forma que concordo com Albuquerque, Graça e Januário (2005, p.41) que referem que os orientadores “desempenham na sua função

de orientação pedagógica numerosos e variados papéis: guias que orientam, amigas que escutam, leaders e modelos que dirigem, facilitadores e organizadores das experiencias vividas”. Assim, os orientadores assumem

uma multiplicidade de ajudas, desde “um simples apoio emocional até intervenções mais técnicas orientadas para a construção de competência profissional” (Albuquerque, Graça & Januário, 2005, p.41).

3.2.3 Ser Estagiário

“Ser Estagiário” é muito mais do que inicialmente imaginava! Tornou-se numa experiência muito enriquecedora, mas onde existe uma barreira, a dualidade “ser aluno” e “ser professor”. De acordo com Sousa (2010), o EE inicia o seu percurso com bastantes expectativas. Porém, o grande objetivo do EE, durante o EP, é adquirir conhecimentos de conteúdo, perspicácia pedagógica e desenvolvimento do conforto dentro da sala de aula, através da sua experiência no seu ensino.

Inicialmente, deparei-me com uma nova realidade, um ambiente completamente diferente ao que estava habituado na FADEUP. Os nossos primeiros passos incluem conhecer tudo o que envolve o estágio, desde o OE, o PC , os colegas de estágio, o grupo de EF, o diretor de turma, os professores das outras disciplinas, os órgãos dirigentes, os funcionários, os materiais e os espaços.

Quando penso no que é “Ser Estagiário” recuo no tempo alguns meses e penso na reunião geral do agrupamento. A primeira frase que o presidente proferiu foi uma célebre, do cantor Sérgio Godinho: “Hoje foi o primeiro dia do resto da minha vida”.

“Frase que me marcou e me deixou a pensar. Tem toda a lógica, visto que

“ser professor” é a profissão que desejo exercer para o resto da minha vida e aquele era realmente o primeiro dia desta longa caminhada. Hoje, ainda me sinto muito pequeno ao lado de todos os presentes na reunião, que ainda me veem como um

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aluno, sim é verdade sou aluno ainda, mas cada vez mais perto de tornar este sonho realizado” (Diário de Bordo, 09/09/2013).

Ser Estagiário por vezes não é fácil, é necessário estar preparado para as adversidades que ocorrem no dia-a-dia. Recordo a reunião de departamento...

“Durante esta reunião senti-me muito pequenino pois não percebia tudo o

que estavam a falar, mas sempre atento de modo a que no futuro, enquanto professor, saiba o que fazer na hora certa e indicada, uma vez que estou a viver algo novo, nunca vivido” (Diário de Bordo, 10/09”/2013).

Todas as reuniões em que estive presente, vão ficar para sempre na minha memória. Todas foram uma novidade, todas elas foram diferentes, mas de elevada importância. Através dos diferentes tipos de reuniões em que estive presente, fiquei a conhecer o seu funcionamento, algo que pode ser bastante útil no futuro quando tiver que orientar uma reunião deste tipo.

Nos primeiros dias de estágio, “Ser Estagiário” é viver em constante insegurança, sempre com receio. O receio de enfrentar os alunos, manifesta-se nas perguntas que surgem na nossa cabeça “será que vou conseguir controlar a turma?”, “Será que os alunos me vão respeitar?”, “Será que vou conseguir ensinar de forma correta?”, “Será que os alunos vão estar motivados nas minhas aulas?”, enfim “Será que vou ser uma referência para os alunos?”.

O dia em que se leciona a primeira aula é um dos mais importantes do EP, é a primeira vez que se enfrenta os alunos, é neste dia que ficamos com primeira impressão sobre eles, podendo, no entanto, não corresponder à realidade. Relativamente à minha experiência, recorro ao meu diário de bordo para relatar esse dia:

“A caminho da escola sentia-me bastante nervoso, uma vez que não sabia qual iria ser a reação dos alunos, bem como a minha reação para com eles. Quanto mais o tempo se aproximava mais nervoso ficava. (...) Penso que a aula correu bem, consegui transmitir o que pretendia, conseguindo manter uma relação professor/aluno, visto que ainda há pouco tempo era considerado um deles. Esta era uma das barreiras que tinha que enfrentar e que me causava alguma preocupação. (...) Durante a aula tive varias sensações, quer nervosismo quer felicidade pois já comecei a sentir-me como um professor, algo que ainda não tinha sentido de verdade. Ver os alunos todos sentados a minha frente calados e atentos ao que eu

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estava a dizer foi uma das boas sensações que tive (...)” (Diário de Bordo,

17/09/213).

Posso dizer que, inicialmente, as minhas principais dificuldades foram, de facto, o controlo à distância dos alunos. O controlo da turma é um fator que na aula de EF se pode tornar uma tortura. Enquanto que nas outras disciplinas, os alunos estão sentados na nossa frente, onde possuímos um contacto visual com todos, na EF, por vezes, não é possível ter este contacto. As aulas são realizadas em espaços maiores, onde o espaço é completamente rentabilizado e o professor deve encontrar o melhor lugar para se posicionar ou como se deslocar pelo espaço, o que nem sempre foi fácil.

Na minha opinião, o EE tem de ser reflexivo, ao fim de cada aula tem de refletir sobre os seus erros e os aspetos positivos, para que a cada dia consiga conquistar a constante evolução. Ser reflexivo é uma mais valia para o EE e uma fonte de evolução.

Ser EE é vivenciar tudo o que um professor realiza dentro de uma escola, com menos autonomia e, de certa forma menos responsabilidade, porque nem sempre o EE pode tomar decisões importantes. Apesar da PC me ter dado total liberdade, algumas decisões não eram apenas da minha responsabilidade, o que acontece quando existe a necessidade de aplicar uma falta disciplinar. Neste caso, a responsabilidade recaia sobre a PC, e não sobre os EE. Porque o EE é um professor inexperiente, necessita, inicialmente, de muito apoio do PC para a organização e estruturação das aulas. No entanto, no decorrer do estágio o EE começa a conquistar a sua autonomia, passa a planear as suas próprias estratégias, que podem até ser diferentes das sugeridas pelo núcleo de estágio, e consegue obter resultados positivos.

Sousa (2010) refere que no final do EP, verificam-se mudanças na maneira de pensar do EE, devido às interações contínuas com a OE, a PC, os colegas de estágio e com toda a comunidade educativa. As interações proporcionam aos EE oportunidades para analisarem, auxiliarem, interrogarem e refletirem em conjunto, o que possibilita a construção do conhecimento.

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É neste ano que se consegue adquirir novos conhecimentos e consolidar os adquiridos, e onde realmente nos apercebemos o que esta profissão nos pode proporcionar. Pelo que vivi, posso garantir que é muito fascinante e gratificante poder estar em constante contacto com os alunos.

3.2.4 Como é a escola onde realizei o estágio?

A escola onde realizei o EP está desde o ano letivo passado (2012/2013) inserida num agrupamento de Escolas. Encontra-se localizada na freguesia de S. Lázaro da cidade de Braga.

A história da escola está ligada à história dos últimos cinquenta anos do sistema educativo português, contemplando três etapas: a primeira, marcada pelo Estado Novo, onde a referência era o “Liceu”; a segunda, acompanhando toda a evolução da transformação democrática aberta em abril de 1974, abrindo-se a novos públicos e a novas ofertas; a terceira, que coincide com a entrada em funcionamento das novas instalações, em consequência da profunda requalificação levada a cabo pelo parque escolar e a recente integração no mega agrupamento.

A escola é a sede do mega agrupamento no qual está inserido. Este mega agrupamento e constituído por 10 escolas, desde a pré-primária até ao ensino secundário.

Atualmente a escola é frequentada por mais de 1000 alunos e a sua oferta formativa abrange o ensino diurno e o ensino noturno. A oferta é bastante basta, contemplando o 3º ciclo do ensino básico, o ensino profissional e secundário, sendo que a maioria dos nossos alunos estão inscritos em cursos científico-humanísticos. Relativamente ao 3º Ciclo a escola possui 258 alunos distribuídos por 8 turmas, sendo que uma turma corresponde ao 7º ano, três turmas ao 8º ano e quatro turmas ao 9ºano. No ensino secundário a escola conta com 644 alunos, existe 14 turmas relativas ao 10º ano de escolaridade, 8 turmas do 11º ano e 9 turmas do 12º ano. No que diz respeito aos cursos profissionais contabiliza-se 215 alunos distribuídos por 12 turmas. No total são 1117 alunos distribuídos por 43 turmas.

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O pessoal docente da escola é constituído por 137 professores dos quais 96 são do sexo feminino e 41 são do sexo masculino. Em relação ao pessoal não docente das 41 pessoas a trabalharem na Escola, 32 são mulheres e 9 são homens.

A Escola prima por uma educação e um ensino de qualidade. Desta forma surgiu a construção do PEE que teve início em 1998, tendo sido possível, desde então, ir consolidando algumas linhas de atuação estratégica que são a referência da nossa ação educativa. Em 2004, a escola decidiu apostar na modernização e requalificação das instalações, tendo como lema a “promoção de um serviço público de educação e ensino de qualidade, preparando os jovens, de forma inclusiva e pela via do sucesso escolar, quer para o ingresso na vida ativa, quer para o prosseguimento de estudos”. O grande objetivo passava por dotar a escola de mais salas de aula, de novos laboratórios, de novos espaços de educação física, de artes, de salas TIC, e de áreas sociais para alunos e professores. Em 2010 o objetivo foi cumprido com a conclusão das obras de requalificação da escola.

A “nova escola” nasceu a partir de três premissas fundamentais: em primeiro lugar, ganhar dimensão sem perder a identidade; em segundo lugar, garantir uma nova organização pedagógica; por último, garantir melhores condições de trabalho para todos. Os novos espaços educativos, as infraestruturas tecnológicas, o acesso universal à internet, os videoprojectores, os quadros interativos, o livro de ponto digital, a gestão pedagógica, o controle da assiduidade e da pontualidade, a avaliação interna, entre outros, são instrumentos de ação que permitem um avanço qualitativo da relação pedagógica.

A melhoria da qualidade da educação e ensino é a grande prioridade da escola, sendo conseguida através da criação de um ambiente adequado à realização de aprendizagens significativas, com ênfase no trabalho, no rigor, na abertura à comunidade, na construção da autonomia, na valorização da participação de todos os atores educativos e na promoção de uma cultura de avaliação sistemática dos resultados da ação educativa. Para dar resposta ao principal objetivo de melhoria da qualidade da ação educativa, o concelho pedagógico desempenha um papel bastante importante, acompanhando e

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pedagógica: departamentos curriculares, ensino profissional, conselho de diretores de turma, biblioteca escolar/centro de recursos, projetos, avaliação interna, projeto de educação para a saúde, desporto escolar, clubes, entre outros. O órgão completa-se com os alunos e os pais representando o ensino regular de prosseguimento de estudos e profissional e o pessoal não docente, respetivamente.

Atualmente, as condições físicas que apresenta são uma das suas principais caraterísticas. Em relação às instalações desportivas, esta dispõe de um boa variedade de locais para a prática de educação física. Ao todo a escola dispõe de 4 espaços desportivos, o ginásio (local onde se situam de preferência as aulas de ginástica), dois polidesportivos, sendo que um é coberto (PD2) e outro semicoberto (PD1) e um polidesportivo exterior (PE1/2 – Este polidesportivo é divido para dois professores). No PD1 as aulas lecionadas são preferencialmente de andebol, futsal e basquetebol sendo que se pode lecionar qualquer outra modalidade. No que diz respeito ao PD2 efetuam-se aulas de basquetebol, voleibol, badminton e ginástica. No PE1/2 as modalidades que se pode lecionar são voleibol, badminton e basquetebol. Apesar da escola possuir boas instalações, o número de espaços disponíveis para lecionar as aulas é menor que o número de turmas a ter aulas simultaneamente, ou seja, existem quatro espaços desportivos disponíveis para 5 turmas. Este fator condiciona sempre duas turmas, visto que são obrigados a dividir um espaço, mas quando as condições climatéricas não o permitem a situação torna-se mais complicada em relação à utilização do espaço exterior. Durante o inverno alguns espaços destinados à prática de EF não são praticáveis.

Relativamente ao Polidesportivo exterior (PE1/2), espaço dividido por dois professores, em dias de chuva, um dos professores tem que lecionar uma aula teórica e o outro terá de se deslocar para o polidesportivo semicoberto (PD1) onde divide espaço com a turma que estava destinada a ter aula naquele local. O professor que leciona a aula no polidesportivo semicoberto (PD1) também fica condicionado, uma vez que terá que a adaptar em função do espaço, afetando assim a organização da sua aula. Outra limitação deste espaço (PD1) é o facto de não ser possível lecionar

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aulas quando há vento e chuva forte, uma vez que o piso do campo fica húmido e escorregadio, tornando-se demasiado perigoso e propício a lesões.

Com este inverno rigoroso, o frio sentiu-se bastante durante as aulas nestes espaços (PE1/2 e PD1), o que poderia ser prejudicial para os alunos, nomeadamente para constipações, gripes ou até mesmo lesões musculares. Quando lecionava aulas nestes espaços, em dias de muito frio, os tempos de transição entre exercícios tinham que ser bastante reduzidos para que os alunos não arrefecessem, minimizando o risco de lesão.

Devido às más condições climatéricas que surgiram durante este ano letivo apenas foi possível lecionar uma aula da unidade temática de badminton, uma vez que estava planeada para esse local (PE1/2). Estes problemas afetaram a aprendizagem dos alunos, porque não tiveram uma evolução sustentada e contínua no segundo período.

O roulement de instalações é o instrumento pelo qual os professores da escola se guiam para planear as aulas que vão lecionar ao longo de todo o ano. Este é efetuado pelo grupo de EF e ser respeitado é uma regra específica do grupo, não havendo flexibilidade para troca de locais de aula, excepto se dois professores quiserem efetuar a troca. Este instrumento tem a vantagem de permitir que os professores conheçam os locais de aula que estão destinados a cada um ao longo do ano letivo, facilitando assim o planeamento anual das aulas. No entanto, o roulement também possui desvantagens, visto que cada professor passa por um determinado espaço duas vezes por mês, ou seja, o professor leciona as duas aulas seguidas e apenas dali a um mês é que irá voltar àquele espaço novamente. Este é um fator penalizador para os alunos, uma vez que não poderão efetuar todas as modalidades em todos os espaços, por exemplo o andebol é uma modalidade que só pode ser lecionada no PD1. Desta forma, após a realização das duas aulas neste local só irão ter esta modalidade novamente após um mês, o que provoca um distanciamento exagerado entre aulas de uma determinada modalidade.

Quanto à pergunta inicial: “A escola onde estou a realizar o estágio profissional possui um ambiente acolhedor e favorável ao meu desenvolvimento enquanto docente?”. Senti-me acolhido, principalmente pelo

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os funcionários responsáveis pelos espaços desportivos e em particular pelo núcleo de estágio.

3.2.5 Núcleo de Estágio

Batista e Queirós (2013, p. 65) mencionam que o núcleo de estágio é visto como “uma célula jovem, em pleno crescimento e transformação,

composta por um núcleo e um citoplasma”. Os habitantes do núcleo são o

conjunto de estagiários, PC e orientador, que correspondem aos cromossomas, possuindo “capacidade de derivar para o citoplasma e assumir

diversas funções e responsabilidades, mantendo a célula em pleno funcionamento”.

O núcleo de estágio no qual fiquei inserido foi constituído por 4 elementos, a saber: OE, PC, e 2 EE, incluindo o autor do presente documento. A PC contribuiu para estabelecer uma relação entre a escola e a FADEUP. Desta forma, os EE foram sempre acompanhados pela PC, existindo duas reuniões de núcleo semanais, que decorreram à quarta-feira e quinta-feira. As reuniões eram essencialmente para refletir sobre as aulas que tinham sido lecionadas na semana anterior para melhor compreensão dos erros cometidos por forma a arranjar estratégias para combater esses erros. Eram ainda discutidas as aulas que iriam ser lecionadas na semana seguinte e correção de trabalhos. De cada reunião resultou uma ata, realizada pelos EE.

De acordo com as suas funções, a PC organizou e orientou um conjunto de aulas de observação em que todos os EE marcavam presença. As sessões proporcionavam situações de reflexão, discussão e aprendizagem entre o núcleo de estágio.

Segundo o previsto nas normas orientadoras do EP1, o papel da OE neste processo reviu-se nas aulas observadas, que aconteceram três vezes para cada EE, sendo uma em cada período escolar, resultando um feedback das aulas e uma avaliação das mesmas. A OE desempenhou ainda um papel ativo na construção do estudo de investigação-ação, cuja apresentação do projeto se realizou em Janeiro de 2014.

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A relação entre os EE foi de grande cumplicidade e amizade, onde existiu uma boa organização o que proporcionou momentos de reflexão e trabalho em conjunto, sendo notória a entreajuda. Gostei bastante da convivência com o meu colega de estágio. É certamente um amigo que vai ficar para o resta da vida. Lecionamos os mesmos anos (10º) e as mesmas modalidades ao longo de todo o ano, o que possibilitou a uma boa reflexão e discussão acerca das aulas/problemas.

3.2.6 Turma: 10ºano

A turma atribuída foi o 10º ano de escolaridade do curso de ciências e tecnologias. Inicialmente foi constituída por 26 alunos, sendo que 8 eram do sexo masculino e 18 do feminino, no final do primeiro período um aluno mudou de escola e a turma ficou reduzida a 25 alunos.

Uma das alunas da turma não realizou nenhuma prática ao nível do domínio motor, devido ao seu problema das rótulas desviadas, apresentando para o efeito um atestado medico no início do ano letivo.

Das informações retiradas do inquérito (Anexo I) preenchido pelos alunos, conclui-se que: 25 alunos são de nacionalidade Portuguesa, sendo apenas uma aluna de nacionalidade Espanhola; 18 alunos frequentaram pela primeira vez a escola; 24 alunos frequentaram pela primeira vez o 10º ano e respetivamente o curso de ciências e tecnologias; 24 alunos estão matriculados a todas as disciplinas, apenas uma aluna não esta matriculada a EF; as idades dos alunos encontravam-se entre os 14 e os 16 anos, sendo que a media das idades era de 14.83 anos; 9 alunos são subsidiados pelo SASE, dos quais 6 possuíam o escalão A e os restantes escalão B.

Relativamente à EF, o inquérito revelou que apenas 1 aluno não possuía o gosto pela disciplina. No que diz respeito às modalidades favoritas, o andebol, badminton e futebol foram as escolhidas. Os alunos revelaram ainda que a modalidade com mais dificuldades é a ginástica. No entanto, nas modalidades com menor dificuldade, as escolhas recaíram no badminton, no futebol, no andebol e na dança.

Em relação à atividade física fora da escola: 10 alunos praticavam atividade física fora da escola, sendo que a maior parte dos jovens não

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praticavam qualquer desporto além do que faziam na EF, o que mostra o sedentarismo das gerações das sociedades atuais. Dos 10 alunos que praticavam atividade física fora da escola, 9 são federados nas modalidades de karaté, futebol, taekwondo, voleibol e andebol.

No que diz respeito à saúde e aos problemas que dificultem a prática da EF, verificou-se que apenas 3 alunos possuíam problemas que dificultavam a prática nas aulas, rotulas desviadas, asma e respiratórios.

Em suma, através da análise das informações recolhidas através do inquérito pode-se afirmar que uma parte destes alunos parece viver com algumas dificuldades económicas visto que 9 possuem o apoio do serviço de ação social. Na minha opinião esta informação pode tornar-se relevante para a prática de EF, visto que as dificuldades económicas podem causar carência alimentar e desta forma começa a ter algum impacto no desempenho físico. Estes alunos merecem ainda especial atenção, porque podem sofrer de alguma diferenciação por parte dos colegas, levando assim ao isolamento. Também as oportunidades de realizarem algum desporto fora da escola pode ser mais reduzida nestes alunos.

A turma apresentava-se relativamente uniforme quanto às idades, o que acaba por ser um fator positivo para o desenrolar das aulas, visto que se encontravam no mesmo escalão etário e possuem um nível idêntico de desenvolvimento motor e cognitivo, o que proporciona uma boa cumplicidade entre os mesmos e um acompanhamento em simultâneo entre professor/aluno.

Quantos aos novos alunos da escola, penso que é um fator importante a ter em conta pelo professor, uma vez que estes se encontram desenquadrados com a escola e possivelmente com os colegas de turma. No início do ano letivo o professor deve integrar os novos alunos na escola e na turma, de forma a que estes se sintam integrados na comunidade escolar.

A minha intervenção neste sentido foi arranjar estratégias, de forma a integrar os novos alunos, sem que estes se sentissem a parte alguma maneira. No início do ano letivo, transmiti o regulamento das aulas de EF, uma ferramenta bastante útil para a integração dos alunos na escola e o

roulement, documento que mostra o espaço e os balneários disponíveis para

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forma a conhecerem todos os espaços desportivos da escola. Nas primeiras aulas, tive atento aos alunos que vieram de escolas diferentes, misturando-os com alunos que já frequentavam a escola e lhes eram desconhecidos, de forma a melhorar a relação e interação entre eles. Foi ainda pedido aos alunos que já frequentavam a escola, que nos primeiros dias de aulas, acompanhassem os alunos que vinham de outras escolas, de forma a integra-los a criar laços de amizade. Todos estes fatores que relatei anteriormente serviram para integrar os alunos na turma e na escola, nomeadamente nos espaços relativamente às aulas de EF.

3.2.7 Desporto Escolar

O DE é “(...) o conjunto de práticas lúdico-desportivas e de formação

com objecto desportivo, desenvolvidas como complemento curricular e ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integrados no plano de atividade da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo”4

Segundo Sousa e Magalhães (2006, p.12), o DE é “o ensino do

Desporto através da realização de competições e dos processos que antecedem a sua preparação (atividades recreativas e treinos, com objeto desportivo)”.

Relativamente ao DE, ao longo dos anos a escola tem vindo a obter resultados muito positivos, levando assim a um investimento maior neste sector.

As modalidades de voleibol, badminton e corta-mato, têm alcançado resultados relevantes a nível nacional. No entanto, não são apenas estas modalidades que tem vindo a ser reconhecidas, visto que ultimamente, a natação vem ocupando igualmente um lugar de destaque. Desta forma, a escola procura agora consolidar as modalidades de andebol e xadrez.

4DECRETO-LEI n.º 95/91 de 26 de Fevereiro. Artigo 5.º - “Definição”, Secção II – “Desporto

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O clube de xadrez está filiado na Associação de Xadrez de Braga, sendo responsável pela organização e promoção de quatro provas anuais, de que se deve destacar a “Taça Rainha”, evento anual e aberto ao exterior.

No presente documento, mais adiante, irei relatar a minha aventura enquanto docente no DE.

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Referências

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