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Consumo de benzodiazepinas por trabalhadores de uma empresa privada.

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CONSUMO DE BENZODI AZEPI NAS POR TRABALHADORES DE UMA EMPRESA PRI VADA

Alide Salazar Molina1

Adr iana I nocent i Miasso2

O pr opósit o dest e est u do f oi av aliar as v ar iáv eis associadas ao con su m o de ben zodiazepín icos em

p op u lação t r ab alh ad or a d e u m a in st it u ição p r iv ad a d a VI I I Reg ião, Ch ile. Est e é u m est u d o q u an t it at iv o,

t r ansver sal e cor r elacional. Par t icipar am do est udo 40 t r abalhador es de um a em pr esa pr ivada da VI I I Região,

Ch ile. Par a colet a dos dados u t ilizou - se u m qu est ion ár io com in f or m ações r elacion adas às v ar iáv eis

sócio-d em og r áf icas e Qu est ion ár io sócio-d e b en zosócio-d iazep ín icos. Não f oi isócio-d en t if icasócio-d o con su m o sócio-d e b en zosócio-d iazep ín icos n o

m o m e n t o d o e st u d o . Co n st a t o u - se q u e 2 0 % d o s e n t r e v i st a d o s t i n h a m a n t e ce d e n t e s d e co n su m o d e

b e n z o d i a z e p ín i c o s e , d e s t e s , a m e t a d e ( 1 0 % ) , n o ú l t i m o a n o . A a n á l i s e b i v a r i a d a d o c o n s u m o d e

benzodiazepínicos no últ im o ano com variáveis relacionadas ao t rabalho m ost rou um a relação pouco significat iva

( p= 0,073) com j or nada de t r abalho. Não foi ident ificada associação ent r e o consum o de benzodiazepínicos e

as v ar iáv eis sócio- dem ogr áficas ent r e os par t icipant es dest e est udo.

DESCRI TORES: r ecept or es de GABA- A; t r abalhador es; saúde m ent al

BENZODI AZEPI NE USE AMONG EMPLOYEES OF A PRI VATE COMPANY

This st udy aim ed t o ident ify variables associat ed t o t he consum pt ion of benzodiazepine am ong workers

of a privat e com pany in t he VI I I Region, Chile. This is a cross- sect ional and correlat ive st udy. St udy populat ion:

40 em ployees of a privat e com pany. The inst rum ent s included a quest ionnaire on socio- dem ographic variables

and a benzodiazepine quest ionnair e. Ther e w as no r ecor d of benzodiazepine consum pt ion at t he m om ent of

t he st udy . Tw ent y per cent ( 20% ) of t he int er v iew ees had alr eady used benzodiazepine in t he past , w her eas,

half of t hem ( 10% ) in t he last year. The bivariat e analysis of t he last year consum pt ion of benzodiazepine wit h

work hours variables showed no significant relat ion ( p= 0.073) . No associat ion was found bet ween benzodiazepine

consum pt ion and socio- dem ogr aphic v ar iables am ong t he st udy par t icipant s.

DESCRI PTORS: r ecept or s, GABA- A; w or k er s; m ent al healt h

CONSUMO DE BENZODI AZEPI NAS EN TRABAJADORES DE UNA EMPRESA PRI VADA

El pr opósit o de est e est udio fue ident ificar las v ar iables asociadas al consum o de benzodiazepinas en

población t r abaj ador a de una inst it ución pr iv ada de la VI I I Región, Chile. Diseño cuant it at iv o, t r ansv er sal y

cor r elacion al. Pob lación d el est u d io: 4 0 t r ab aj ad or es d e u n a em p r esa p r iv ad a d e la VI I I Reg ión , Ch ile.

I n st r u m en t o s r eco l ect o r es d e d a t o s. Cu est i o n ar i o d e v a r i ab l es b i o so ci o d em o g r á f i ca s y Cu est i o n a r i o d e

benzodiazepinas. No se regist ró consum o de benzodiazepinas al m om ent o del est udio. 20% de los ent revist ados

t enía ant ecedent es de consum o de benzodiazepinas en el pasado, de ellos la m it ad ( 10% ) en el últ im o año. El

análisis bivar iado del consum o de benzodiazepinas en el últ im o año con var iables del t r abaj o sólo m ost r ó una

r elación débilm en t e sign if icat iv a ( p= 0 , 0 7 3 ) con la j or n ada de t r abaj o. No se en con t r ó asociación en t r e el

consum o de benzodiazepines y las v ar iables sociodem ogr áficas ent r e los par t icipant es del est udio.

DESCRI PTORES: r ecept or es GABA- A; t r abaj ador es; salu d m en t al

1 Enferm eira Obst ét rica, Mest re em Enferm agem , Professora Assist ent e, Depart am ent o de Enferm agem , Universidade de Concepción, Chile, e- m ail

alisalaz@udec.cl; 2 Enferm eira, Professora Dout ora, Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador para o

(2)

I NTRODUÇÃO

O

r elat ór io sob r e o u so d e d r og as en t r e

população t rabalhist a no Chile indica que, dent re as drogas de uso m édico, especificam ente tranqüilizantes e calm antes, as taxas de consum o são m ais altas na população t rabalhist a do que na população em geral ( 3,59 versus 3,29 para t ranqüilizant es e 0,04 versus 0,03 para calm antes) , segundo a prevalência do últim o ano( 1).

Na cat egoria “ drogas de uso m édico” est ão ag r u p ad as as su b st ân cias cu j o con su m o se t or n a indevido sem um a prescrição m édica. Ent re elas se e n co n t r a m o s t r a n q ü i l i za n t e s b e n zo d i a ze p ín i co s ( Clonazepam , Rivot ril ou Valpax; Alprazolam , Zot rán o u At i v á n ; Lo r a ze p a m o u Am p a r a x ; Va l i u m o u D i a ze p a m ; Cl o r o d i a ce p ó x i d o ; Br o m a ce p a m ; Dor m on it ou Mid azolam ; Z op iclon a; Z olp id em ou So m n o e Ro h y p n o l )( 1 ). Est e s f á r m a co s, q u e a p a r e ce r a m n o m e r ca d o n a d é ca d a d o s 6 0 , caract erizam - se por seu efeit o ansiolít ico ( em baixas doses) , e sedativo hipnótico em altas doses, além de p o ssu i r p r o p r i e d a d e s m i o r r e l a x a n t e s e a n t i co n v u l si v a n t e s( 2 - 3 ). At u a l m e n t e , e st e s se encont r am ent r e os fár m acos m ais consum idos no m undo( 4).

No âm bit o int er nacional, o est udo sobr e o consum o de benzodiazepinas no local de trabalho não é algo novo. Ao longo das últ im as décadas, diversos est u d o s en f o car am a asso ci ação en t r e o u so d e d r og as p sicot r óp icas e su a r elação com alg u m as variáveis do trabalho. I nfelizm ente, os resultados nem sem p r e m ost r ar am - se con sist en t es, f eit o q u e se at r ibuiu às difer enças na m et odologia aplicada, em geral, e à m aneira com que as variáveis do t rabalho eram m edidas, em part icular( 5).

No Chile, o problem a das drogas no m undo do t rabalho ainda não adquiriu visibilidade suficient e nem foi abor dado de for m a am pla e sist em át ica( 1). Assim sendo, ainda não for am r epor t ados est udos qu e in v est igu em ex t en sam en t e algu m as v ar iáv eis associadas ao consum o de dr ogas, par t icular m ent e ao consum o de benzodiazepinas ent re t rabalhadores. O r elat ór io sob r e o u so d e d r og as n a p op u lação t r abalhist a do Chile( 1) indica que o uso indevido de tranqüilizantes em m eio à população trabalhista ocorre em t odas as idades, sendo est e drast icam ent e m ais alt o no nível socioeconôm ico alt o ( 5,22% ) .

É n ecessár io con sider ar algu n s f at or es de r isco ao analisar as var iáveis associadas ao uso de dr ogas no t r abalho, dent r e os quais se encont r am fat ores pessoais ( físicos, psicológicos, psicossociais) e fatores sociais de risco que afetam os trabalhadores ( est ilo de v ida m oder n a, m icr ogr áf ico, f at or es ou

co n d i çõ es so ci ai s e cu l t u r ai s d e r i sco , v ar i áv ei s r e l a ci o n a d a s a o t r a b a l h o e m si e v a r i á v e i s o r g a n i za ci o n a i s, d e cl i m a o u d e cu l t u r a or ganizacional)( 1).

Os fatores pessoais físicos requerem atenção especial, dentre os quais se encontram características com o o sex o. A est e r espeit o, ex ist em ev idên cias su f i ci en t es em est u d o s r ea l i za d o s n a p o p u l a çã o t r abalhador a de que ex ist e um padr ão difer enciado d e co n su m o d e p si co f á r m a co s e n t r e h o m e n s e m ulheres, em favor das m ulheres( 1, 5- 6).

Com relação a out ras variáveis que incidem no consum o, encont r am - se os nív eis de educação, ocupação e a condição de viver só ou acom panhado( 5). Po r o u t r o l a d o , o e st u d o d a s v a r i á v e i s associadas ao trabalho é particularm ente interessante, j á que é inegáv el o fat o de que o t r abalho ex er ce u m a i n f l u ê n ci a n o t á v e l so b r e o co m p o r t a m e n t o h u m an o , f ei t o q u e t em p r o v o cad o u m i n t er esse crescente nos últim os anos pela influência que exerce na saúde e bem - est ar dos t rabalhadores( 7- 10). Assim sendo, a análise de consum o de dr ogas segundo o tipo de trabalho na população trabalhista chilena, por exem plo, indica que a taxa m ais alta é registrada por quem t rabalha com um fam iliar sem receber salário ( 16,94% ) , seguido por em pregados ou operários do set or p r iv ad o ( 6 , 5 2 % )( 1 ). Qu an t o à r elação en t r e aspectos trabalhistas e o consum o de benzodiazepinas, as horas de t rabalho se associaram com o consum o de ant idepressivos e benzodiazepinas( 11).

Out ros fat ores relacionados ao consum o de benzodiazepinas ent r e t r abalhador es ser iam r azões de ordem predom inant em ent e em ocional: problem as f a m i l i a r e s, d o e n ça s m e n t a i s e d o e n ça s psicossom át icas( 12).

Fin alm en t e, o in t er esse em ab or d ar est a t em át ica se fundam ent a ainda m ais no fat o de que e st a s d r o g a s sã o u sa d a s cr o n i ca m e n t e se m a vigilância profissional adequada, conform e relat órios recebidos freqüentem ente( 2,5). O uso inapropriado das benzodiazepinas se relaciona a quadros de abuso e d ep en d ên cia, t al com o são d escr it os p ar a ou t r as subst âncias que ger am dependência. Há o r isco de que, com um a indicação inadequada, os pacient es usuár ios dest as subst âncias aum ent em a dose sem co m u n i ca r o m é d i co , e n t r e o u t r a s r a zõ e s, p e l a t olerância que est as geram( 13).

(3)

É por isso que o est udo dest a t em át ica se f u n d a m e n t a a o co n si d e r a r a i m p o r t â n ci a d e d e t e r m i n a r o co n su m o d e b e n zo d i a ze p i n a s n a população t rabalhadora. Dado o possível im pact o do u so cr ô n i co d e b e n zo d i a ze p i n a s n a sa ú d e d o s trabalhadores, na produtividade do trabalho e no risco de acident es de t r abalho, é necessár io av aliar sua m agnit ude e algum as variáveis biosociodem ográficas que se associam a seu consum o.

OBJETI VO

O obj et ivo dest a invest igação foi ident ificar a s v a r i á v e i s a sso ci a d a s a o co n su m o d e benzodiazepinas ent r e a população t r abalhador a de um a inst it uição pr ivada da Com una de Concepción, Ch ile.

MÉTODOS

Desenho do est udo: quant it at ivo, t ransversal e cor r elacional.

A am ost ra do est udo foi const it uída por 40 pessoas de um a em presa privada da VI I I Região que cum pr ir am com os cr it ér ios de inclusão: indiv íduos en t r e 1 8 e 6 5 an os, com con t r at o de t r abalh o n a em pr esa ( ex cluír am - se t r abalhador es com cont r at o t em porário) , que não est ivessem em licença m édica n o m om en t o d a ap licação d o in st r u m en t o e q u e t iv essem ou t or gado seu con sen t im en t o in f or m ado para part icipar da invest igação.

I n st r u m e n t o s co l e t o r e s d e d a d o s: q u e st i o n á r i o d e v a r i á v e i s só ci o - d e m o g r á f i ca s, elaborado pelas aut oras a fim de colet ar inform ações a r esp ei t o d as v ar i áv ei s só ci o - d em o g r áf i cas d o s p a r t i ci p a n t e s d o e st u d o q u e p u d e sse m e st a r a sso ci a d a s a o co n su m o d e b e n zo d i a ze p i n a s e quest ionário de benzodiazepinas( 13) adapt ado para os fins dest a invest igação.

Met od olog ia d e t r ab alh o: os d ad os f or am com pilados, t endo obt ido a aut orização da inst it uição e st u d a d a . Ap l i co u - se u m a p r o v a - p i l o t o p a r a det erm inar o grau de com preensão dos inst rum ent os a 10 indiv íduos de difer ent es set or es da em pr esa, que est avam present es e disponíveis para responder o quest ionário no dia est abelecido para a realização da prova- pilot o. Um a vez que os ent revist ados não a p r e se n t a r a m d i f i cu l d a d e s n a co m p r e e n sã o d o s

in st r u m en t os, os d ad os ob t id os d o est u d o- p ilot o int egraram os result ados do est udo.

O p r ocessam en t o d os d ad os f oi r ealizad o através do program a estatístico SPSS 12.0. A análise est at íst ica u t ilizou - se da est at íst ica descr it iv a e a análise bivariada do est at íst ico Chi quadrado. Valores de p< 0,05 foram considerados com o estatisticam ente significat iv os.

RESULTADOS

Os dados sócio- dem ográficos da população est udada se apresent am na Tabela 1.

Tabela 1 - Car act er íst icas sócio- dem ogr áf icas dos t r ab alh ad or es d e u m a in st it u ição p r iv ad a, Oit av a região. Chile 2006

Evidenciou- se que a m aioria dos participantes dest e est u do é do sex o f em in in o ( 8 5 % ) , casados ( 65% ) , com idade ent re 18 e 39 anos ( 70% ) e com escolaridade de 9 a 12 anos de estudo ( 60% ) ( Tabela 1) .

Variáveis

f

N=40 %

Sexo

Feminino 34 85.0

Masculino 06 15.0

Idade χ = 35,4 DT=11.5 Min 18 Max 65

18 - 39 anos 28 70.0

40 - 59 anos 09 22.5

Acima de 60 anos 03 7.5

Educação

≤ 8 anos 06 15.0

9 - 12 anos 24 60.0

≥ 12 anos 10 25.0

Estado Civil

Casado 26 65.0

Solteiro 13 32.5

Divorciado 01 2.5

Condição de casal

Com parceiro 31 77.5

Sem parceiro 09 22.5

Número de pessoas vivendo no lar χ=4,5 DT=1.7

≤ 3 10 25.0

4 a 6 25 62.5

≥ 7 05 12.5

Responsável pelo cuidado de alguma pessoa no lar

Sim 12 30.0

Não 28 70.0

Estado de saúde da pessoa cuidada N=12

Saudável 06 50.0

(4)

A Tabela 2 apresent a os dados relat ivos ao t r abalho desem penhado.

Tabela 2 - Caract eríst icas do t rabalho desem penhado dos t rabalhadores de um a inst it uição privada, Oit ava região. Chile 2006

A m aior ia dos par t icipant es do est udo t em m enos cinco anos de trabalho na instituição ( 52,5% ) , co n t r a t o d e em p r eg o sem p er ío d o f i x o i n d i ca d o ( 8 7 , 5 % ) e ca r g a h o r á r i a se m a n a l d e 4 5 h o r a s ( 70,0% ) . Foi verificada um a porcent agem m aior de t rabalhadores que desem penham at ividades na área da produção ( 40% ) , cuj a m aioria tem m enos de cinco anos de at uação na posição at ual ( 62,5% ) . A t abela acim a m ost r a q u e 8 0 % d os t r ab alh ad or es d est e estudo são os provedores principais do lar e têm um a renda m ensal e fam iliar inferior a $250.000. Em bora a m aioria dos profissionais invest igados sej a do sexo fem inino, 87,5% dos part icipant es dest e est udo não cont avam com um em pregado ou out ra pessoa que lhes aj udassem nas atividades dom ésticas ( Tabela 2) .

A Ta b e l a 3 a p r e se n t a o co n su m o d e benzodiazepinas na população em est udo.

Ta b e l a 3 - Co n su m o d e b e n zo d i a ze p i n a s e m t r ab alh ad or es d e u m a in st it u ição p r iv ad a, Oit av a região. Chile 2006

Nã o se r e g i st r o u n e n h u m co n su m o d e b en zo d i azep i n as p o r p ar t e d o s en t r ev i st ad o s n o m o m e n t o d o e st u d o . En t r e t a n t o , 2 0 % d o s ent r ev ist ados t inham ant ecedent es de consum o de benzodiazepinas no passado. Dent re est es, a m et ade ( 10% ) havia consum ido no últ im o ano.

D e a co r d o co m o r e l a t a d o p e l o s entrevistados, os diagnósticos associados ao consum o de benzodiazepinas foram t ranst orno depressivo ( 3) , t ranst orno de ansiedade ( 2) , insônia ( 2) e est resse ( 1) .

A p r escr ição d o f ár m aco f oi f eit a p or u m m édico clínico geral, ( 3) , m édico psiquiatra ( 1) e outros e sp e ci a l i st a s ( 3 ) . Um i n d i v íd u o m e n ci o n o u t e r consum ido benzodiazepinas sem pr escr ição m édica. O t em po de consum o foi no m ínim o em 1 ocasião e no m áxim o 6 m eses.

As razões para suspender o consum o foram : o m édico t er suspendido a prescrição ( 2) , o pacient e sent ir- se bem ( 4) e não considerá- lo necessário ( 1) . Com r elação à idade ao pr im eir o consum o de benzodiazepinas, o m ínim o foi 13 anos e o m áxim o 61 anos.

Ao relacionar as variáveis sócio- dem ográficas com o consum o de benzodiazepinas no últim o ano na população em est udo, só se encont rou um a relação f r a ca m e n t e si g n i f i ca t i v a e n t r e o co n su m o d e benzodiazepinas no últim o ano e a j ornada de trabalho sem anal superior a 45 horas sem anais ( p= 0, 073) .

DI SCUSSÃO

Em relação ao consum o de benzodiazepinas, não se r egist r ou nenhum consum o at ual. Enquant o 2 0 % dos t r abalhador es disser am t er ant ecedent es d e co n su m o , 1 0 % d e st e s e n t r e v i st a d o s t i n h a m

Consumo de Benzodiazepina

Geral Com receita Sem receita

f % f % f %

Nunca 32 80.0 33 82.5 39 97.5

Último ano 04 10.0 03 7.5 01 2.5

Há mais de um ano 04 10.0 04 10.0 00 00

Variáveis f

N=40 %

Tempo de trabalho na Instituição

< 5 anos 21 52.5

5 a 10 anos 09 22.5

11 anos ou mais 10 25.0

Cargo desempenhado atualmente

Produção 16 40.0

Despacho e entrega 08 20.0

Vendas 10 25.0

Administração 04 10.0

Outros 02 5,0

Tempo de atuação no cargo

< 5 anos 25 62.5

5 a 10 anos 08 20.0

11 anos u mais 07 17.5

Tipo de contrato trabalhista

Indefinido 35 87.5

Prazo fixo 05 12.5

Jornada trabalho semanal

45 horas 28 70.0

Mais de 45 horas 12 30.0

Renda mensal χ=$170.631

Menos de $250.000 35 87.5

Mais de $250,001 05 12.5

Renda mensal familiar χ=$291684 N=38

Menos de $250.000 21 52.5

Mais de $250.001 17 42.5

Provedor principal do lar

Sim 32 80.0

Não 08 20.0

Jornada trabalho semanal

Sim 05 12.5

Não 35 87.5

Previdência de Saúde

(5)

an t eced en t es d e con su m o d e b en zod iazep in as n o últim o ano. Esta cifra é sim ilar ao que outros estudos no Chile indicam com relação a este consum o no m eio t r a b a l h i st a( 1 1 ). Ci f r a s u m p o u co a ci m a d a s m encionadas foram report adas para a Confederação d e Tr a b a l h a d o r e s d o Co m é r ci o [ CORSAPS] e m 1997( 12), que m ostrou que dois a cada dez em pregados tinha consum ido tranqüilizantes durante o últim o ano, a m aior ia d eles au t om ed icad os. Os en t r ev ist ad os ar gum ent ar am que sua ingest ão obedece a r azões de ordem predom inant em ent e em ocional: problem as f a m i l i a r e s, d o e n ça s m e n t a i s, d o e n ça s psicossom át icas.

Um a consideração im portante a realizar neste p on t o é q u e, n a op in ião d as au t or as, ex ist e u m pr ov áv el desv io de infor m ação quant o ao consum o d e b e n zo d i a ze p i n a s, d e v i d o a o f a t o d e q u e o s in d iv íd u os p od er iam t er ocu lt ad o in f or m ações ao ser em consult ados quant o à ingest ão dest e t ipo de m e d i ca m e n t o , j á q u e , e m g e r a l , a co n d u t a d e con su m o d e t r an q ü ilizan t es t em u m v alor social negat ivo no m undo t rabalhist a( 1).

Tent ou- se cont rolar est e aspect o explicando aos part icipant es que a inform ação seria anônim a e confidencial, ut ilizada exclusivam ent e para cont ribuir com a im plem ent ação de program as de prom oção e p r ev en ção d a saú d e n o con t ex t o t r ab alh ist a. No ent ant o, não se pode descart ar que inform ações de consum o, especialm ent e sem receit a m édica, t enham sido om itidas pelos indivíduos. Por outro lado, alguns i n d i v íd u o s t i v e r a m p r o b l e m a s n o m o m e n t o d e i d e n t i f i ca r se a l g u m d o s m e d i ca m e n t o s q u e consum iam eram benzodiazepinas ou t ranqüilizant es, pr ov av elm en t e dev ido ao baix o n ív el de in st r u ção dest es indivíduos.

Neste estudo, de acordo com o descrito pelos ent revist ados, os diagnóst icos que originaram o uso d e b en zod iazep in as f or am t r an st or n o d ep r essiv o, t r anst or no de ansiedade, insônia e est r esse. Est es coincidem com o report ado em out ros est udos com r e l a çã o à s co n d i çõ e s d e sa ú d e a sso ci a d a s à s prescrições de benzodiazepinas( 11, 13).

Ao r e l a ci o n a r a s v a r i á v e i s biosociodem ográficas ao consum o de benzodiazepinas n o ú l t i m o a n o n a p o p u l a çã o e m e st u d o , só se encont rou um a relação fracam ent e significat iva ( p= 0,073) entre o consum o de benzodiazepinas no últim o ano e um a j ornada de t rabalho sem anal superior a

45 horas. Cabe m encionar neste ponto que, de acordo com a legislação t rabalhist a chilena, vigent e a part ir do ano 2005, a j ornada ordinária de trabalho é de 45 h or as sem an ais( 1 6 ). Ap esar d est a r elação n ão t er result ados significat ivos na present e pesquisa, out ros estudos deram fim a ela. A pesquisa do Chile sobre a saú d e m en t al d e p r of essor es d em on st r ou q u e os docen t es qu e t r abalh am m ais h or as in dicar am t er consum ido ant idepr essiv os e benzodiazepinas m ais freqüentem ente nos dois últim os anos, ter consultado u m psiqu iat r a n os dois ú lt im os an os e r ecebido o diagnóst ico de t ranst orno depressivo algum a vez em suas vidas( 11).

Da m esm a form a, um a das variáveis que se associou m ais freqüentem ente à deterioração da saúde física e m ental é a j ornada de trabalho extensa. Um a publicação que revisou a evidência que relaciona os efeit os pot enciais sobr e a saúde e desem penho de ext ensões a um dia de t rabalho norm al concluiu que há evidências suficientes para sustentar preocupações sobre os riscos à saúde e segurança que os longos hor ár ios de t r abalho im plicam( 8). Assim t am bém os result ados de um a revisão de est udos quant it at ivos e qualit at ivos com relação aos efeit os das horas de t r a b a l h o so b r e a sa ú d e i n d i co u co r r e l a çõ e s sign ificat iv as en t r e os sin t om as de saú de globais, sint om as de saúde fisiológicos e psicológicos e horas de t rabalho( 7).

Os a n t e ce d e n t e s a ssi n a l a d o s q u a n t o à r elação en t r e o con su m o d e b en zod iazep in as e a r eal i zação d e u m a j o r n ad a d e t r ab al h o sem an al superior à est ipulada, segundo a norm at iva vigent e, n ã o p o d e d e i x a r d e ch a m a r a a t e n çã o . Se r i a necessário explorar est a relação com m aior at enção em est udos post er ior es com um a população m aior de indivíduos part icipant es, o que cont ribuiria para a superação do problem a dos cálculos de Chi- quadrado, exist ent e ao t rabalhar com um núm ero pequeno de suj eit os.

(6)

est r ut ur a de r elações ent r e duas ou m ais v ar iáv eis qualit at ivas est udadas( 17).

AGRADECI MENTOS

Ag r ad ecem os a Com issão I n t er am er ican a p a r a o Co n t r o l e d o Ab u so d e D r o g a s/ CI CAD d a Su b secr et ar ia d e Seg u r an ça Mu lt id im en sion al d a Or g a n i za çã o d o s Est a d o s Am e r i ca n o s/ OEA, a Secret aria Nacional Ant idrogas/ SENAD, aos docent es

d a Esco l a d e En f er m a g em d e Ri b ei r ã o Pr et o d a Univ er sidade de São Paulo, Cent r o Colabor ador da OMS p a r a o d e se n v o l v i m e n t o d a p e sq u i sa e m enferm agem , a população da am ost ra dos est udos e aos represent ant es dos oit o países Lat inoam ericanos que participaram do I e I I Program a de Especialização On - l i n e d e Ca p a ci t a çã o e I n v e st i g a çã o so b r e o Fen ôm en o d as Dr og as - PREI NVEST of er ecid o n o b iên io 2 0 0 5 / 2 0 0 6 p ela Escola d e En f er m ag em d e Ribeir ão Pr et o, da Un iv er sidade de São Pau lo, n a m odalidade de ensino a dist ância.

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