PARTO HUMANI ZADO NA PERCEPÇÃO DAS ENFERMEI RAS OBSTÉTRI CAS
ENVOLVI DAS COM A ASSI STÊNCI A AO PARTO
1Jam ile Claro de Cast ro2 Maria José Clapis3
Castro JC, Clapis MJ. Parto hum anizado na percepção das enferm eiras obstétricas envolvidas com a assistência ao part o. Rev Lat ino- am Enferm agem 2005 novem bro- dezem bro; 13( 6) : 960- 7.
O present e est udo, ut ilizando abordagem qualit at iva, obj et ivou ident ificar a percepção das enferm eiras obst ét ricas sobre hum anização da assist ência ao part o, bem com o evidenciar, at ravés dos discursos, as ações desenv olv idas no pr ocesso de nascim ent o e os fat or es dificult ador es da im plem ent ação dessa assist ência. Foram suj eitos deste estudo 16 enferm eiras de um a m aternidade do interior do Estado de São Paulo. Seguindo a proposta do Discurso do Suj eito Coletivo, os dados foram coletados através de entrevistas sem i- estruturadas, m icr ogr avadas, t r anscr it as e or ganizadas par a t abulação e análise. As enfer m eir as ent r evist adas r elat ar am que o processo de hum anização se deu com o um a est rat égia polít ica que obj et iva a m elhoria da assist ência e o resgat e do part o m ais nat ural possível e que acredit am na necessidade de m udança de paradigm a para que o processo se concretize. Os resultados evidenciaram , ainda, que as enferm eiras se apresentam m ais integradas ao part o com o um processo e não com o um event o.
DESCRI TORES: hum anização do part o; enferm agem obst ét rica; enferm agem
HUMANI ZED BI RTH ACCORDI NG TO OBSTETRI C NURSES I NVOLVED I N BI RTH CARE
This qualitative study aim ed at identifying how obstetrical nurses perceive the hum anization of delivery care, as well as evidencing, based on t heir discourse, t he act ions t hey develop during t he birt h process and factors that com plicate the im plem entation of this care. Study participants were 16 nurses from a m aternity in t he int erior of São Paulo, Brazil. Following t he Collect ive Subj ect Discourse fram ework, dat a were collect ed by using sem ist ruct ured int erviews t hat were recorded, t ranscribed and organized for t abulat ion and analysis. The result s show t hat , according t o t hese nurses, t he hum anizat ion process happened as a polit ical st rat egy for im proving care and rescuing norm al birth. They believe there is a need to change the paradigm for the process t o be concr et ized. These r esult s also show ed t hat nur ses ar e m or e int egr at ed w it h hum anized bir t h as a process, and not as an event .
DESCRI PTORS: hum anizing delivery; obst et rical nursing; nursing
HUMANI ZACI ÓN DEL PARTO SEGÚN ENFERMERAS OBSTETRAS
I NVOLUCRADAS CON LA ATENCI ÓN AL PARTO
La finalidad de est e est udio cualit at ivo fue ident ificar la percepción de enferm eras obst et ras sobre la hum anización de la atención al parto, adem ás de evidenciar, a través de sus discursos, las acciones desarrolladas en el proceso de nacim ient o y los fact ores que dificult an la im plem ent ación de esa at ención. Part iciparon de est e est udio 16 enfer m er as de una m at er nidad del int er ior del Est ado de São Paulo, Br asil. Siguiendo la p r o p u est a d el D i scu r so d el Su j et o Co l ect i v o , l o s d a t o s f u er o n r eco l ect a d o s a t r a v és d e en t r ev i st a s sem iest ruct uradas, grabadas, t ranscript as y organizadas para t abulación y análisis. Los result ados dem ost raron que las enferm eras ent ienden que el proceso de hum anización sucedió com o una est rat egia polít ica con obj et o de m ej or ar la at ención y r escat ar el par t o de la m aner a m ás nat ur al posible. Consider an necesar ia una m udanza del paradigm a para que el proceso pueda m aterializarse. Los hallazgos evidenciaron que las enferm eras se present an m ás int egradas al part o hum anizado com o un proceso y no com o un event o.
DESCRI PTORES: hum anización del part o; enferm ería obst ét rica; enferm ería
1 Trabalho extraído da dissertação de m estrado; 2 Enferm eira Obstétrica, Professor da Universidade de Araraquara, e- m ail: castrobussa@uol.com .br; 3 Doutor
I NTRODUÇÃO
C
om o passar dos anos, o ato fisiológico de par ir e nascer passou a ser v ist o com o pat ológico, p r i v i l e g i a n d o a t é cn i ca m e d i ca l i za d a e despersonalizada, em det rim ent o do est ím ulo, apoio e carinho à m ulher que vivencia essa experiência.Não se pode n egar qu e a t ecn ologia e os e st u d o s ci e n t íf i co s t ê m p r o p o r ci o n a d o a v a n ço s inquestionáveis na qualidade da assistência obstétrica. Dent re esses, cabe dest acar a evolução da operação cesariana que, de um procedim ento antes só realizado em m ulheres m ort as para salvar a vida fet al, passou a ser p r oced im en t o q u e, em alg u m as sit u ações, proporciona segurança à vida, t ant o da m ulher com o do fet o. Obser va- se por ém , que esse pr ocedim ent o passou a ser u sado sem j u st if icat iv as obst ét r icas adequadas, gerando m edicalização excessiva de um processo nat ural e fisiológico com o é o part o( 1- 2). O
advent o t ecnológico fez com que o part o deixasse o âm bito dom iciliar e adentrasse no hospitalar, processo esse que acom et eu não só à assist ência obst ét rica, m as em toda a área da saúde( 3).
No e n t a n t o , m e sm o co m a m u d a n ça d a assist ência ao part o para o âm bit o hospit alar e com t o d a a e v o l u çã o t e cn o l ó g i ca , a i n d a se o b se r v a d i f i cu l d ad e d e acesso ao s ser v i ço s d e saú d e d e qualidade par a t odas as m ulher es, alt os índices de m o r b i m o r t a l i d a d e m a t e r n a e n e o n a t a l , n ív e i s alt íssim os de part o operat ório, na m aioria das vezes sem real indicação, uso abusivo da tecnologia de ponta, abort os clandest inos, est erilização em m assa, baixa adesão das m ulheres ao aleit am ent o m at erno, ent re out ras( 3- 4).
Preocupados com tal situação, a Organização Mundial de Saúde, o Minist ér io da Saúde e out r os órgãos não- governam ent ais, t êm propost o m udanças nessa assistência, incluindo o resgate do parto natural, com est ím ulo da at uação da enferm eira obst et ra na assist ência à gest ação e part o.
Não h á com o n ão p er g u n t ar q u al ser ia o m ot iv o de ch am ar essas ações de “ h u m an ização”. Seria hoj e a assist ência desum anizada?
O conceit o de hum anização do par t o pode ser bast ant e diversificado, porém , há um m ovim ent o d ef en d en d o- o com o u m p r ocesso q u e r esp eit a a in div idu alidade das m u lh er es, v alor izan do- a com o protagonista e perm itindo a adequação da assistência à cult ura, crenças, valores e diversidade de opiniões d essas p essoas( 5 - 8 ). Assim , “ h u m an izar o p ar t o é
r e sp e i t a r e cr i a r co n d i çõ e s p a r a q u e t o d a s a s d i m e n sõ e s d o se r h u m a n o se j a m a t e n d i d a s: espirit uais, psicológicas e biológicas”( 8).
D e v i d o a o m o d e l o a ssi st e n ci a l v i g e n t e , ent r et ant o, a m ulher m uit as vezes não t em sequer noção do que seria o respeito à sua individualidade – satisfaz- se em encontrar o leito obstétrico para acolhê-la quando vai parir( 5). A assist ência à m ulher perdeu
seu pont o básico que é o de ser v olt ada par a ela p r ó p r i a, sen d o essa u m a p esso a co m p l et a, co m princípios, cult ura, vont ades e m edos.
O t er m o h u m a n i za çã o f o i a t r i b u íd o p el o Minist ro da Saúde e sua equipe t écnica ao Program a d e Pr é- n a t a l e Na sci m en t o , co m a p r em i ssa d e m el h o r a r a s co n d i çõ es d o a t en d i m en t o e q u e o profissional privilegie não só o que viu e palpou, m as, t am bém , ou v iu o qu e a gest an t e descr ev eu est ar sent indo para que o t rat am ent o sej a eficient e. Ainda t raz a t odo m om ent o a im port ância da part icipação da fam ília durant e a gest ação, o part o e puerpério( 9-10).
Com o form a de buscar respost a para o fat o dos profissionais não incorporarem atitudes e práticas t ã o i n t e r e ssa n t e s co m o p r o p o st a s p a r a o p a r t o h u m an izado, o pr esen t e est u do est abeleceu com o obj et o de invest igação a percepção das enferm eiras sobre o part o hum anizado.
OBJETI VOS
Tr a ço u - se co m o o b j e t i v o d e st e e st u d o : iden t if icar a per cepção das en f er m eir as obst et r as sobre hum anização da assistência ao parto, buscando e v i d e n ci a r, a t r a v é s d o s d i scu r so s, a s a çõ e s desenvolvidas no processo de nascim ento, com vistas à h u m an ização d a assist ên cia e id en t if icação d e f at or es q u e t êm d if icu lt ad o a im p lem en t ação d a assist ência hum anizada ao part o.
CAMI NHO METODOLÓGI CO
Local do est udo
O est udo foi realizado em um a m at ernidade d o i n t e r i o r d o Est a d o d e Sã o Pa u l o , e n t i d a d e filantrópica, cuj o obj etivo social é a atenção à gestante carent e, m ant endo, para isso, at endim ent o exclusivo às gestantes de baixo risco, provenientes do Sistem a Único de Saúde da cidade e região( 12). A filosofia de
t r abalho dessa ent idade baseia- se na hum anização do parto, através do estím ulo ao parto norm al. Com o resultado positivo dos proj etos desenvolvidos, no ano de 2002, r ecebeu o Pr êm io Qu a lid a d e H osp it a la r
d o Min ist ér io d a Saú d e, m en ção h on r osa n o I I I P r ê m i o P r o f e sso r Ga l b a d e A r a ú j o d a Reg ião Sudeste pela prática e incentivo ao parto hum anizado, e o Tit u lo H o sp i t a l Am i g o d a Cr i a n ça, p or t er cu m p r i d o o s d e z p a sso s p a r a o su ce sso d o aleit am ent o m at erno( 12).
D ev i d o às car act er íst i cas j á r ef er i d as, o present e est udo foi desenvolvido com as enferm eiras dessa inst it uição, por ser um hospit al conveniado ao SUS, de um m unicípio cadast r ado no Pr ogr am a de Hum anização do Pr é- Nat al e Nascim ent o, e por se apr esent ar env olv ido com o m ov im ent o e incent iv o ao part o hum anizado.
Suj eit os do est udo
Pa r t i ci p a r a m d o e st u d o 1 6 e n f e r m e i r a s, sen d o 7 r esid en t es d e en f er m ag em ob st ét r ica d o prim eiro ano, 5 resident es de enferm agem obst ét rica d o seg u n d o a n o ; 1 en f er m ei r a e 3 en f er m ei r a s obstetras contratadas, as quais realizavam assistência diret a ao part o.
Colet a de dados
A p r o p o st a d e est u d o f o i a p r esen t a d a à Direção da m aternidade com o obj etivo de solicitar a aut orização para sua realização. Após a aut orização assinada, o proj eto foi subm etido ao Com itê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfer m agem de Ribeir ão Pr et o – USP, para análise e apr ovação do m esm o, at endendo assim à Resolução nº 196/ 96, que t rat a de pesquisa envolvendo seres hum anos.
O próxim o passo foi buscar, j unto à instituição, a apr ox im ação com as pessoas com o obj et iv o de ident ificar os suj eit os a serem ent revist ados. A part ir d a í, i n i ci o u - se o a g e n d a m e n t o d a s v i si t a s e a realização das entrevistas no período de m aio a j unho
de 2002. Seguindo os princípios ét icos de pesquisa, o s su j e i t o s, a p ó s o co n h e ci m e n t o d a p e sq u i sa , a ssi n a r a m o Te r m o d e Co n se n t i m e n t o Li v r e e Esclar ecido.
Trat am ent o e Análise dos dados
A o r g a n i za çã o d o s d a d o s co n st o u d a t r a n scr i çã o d o s d i scu r so s m i cr o g r a v a d o s n a s e n t r e v i st a s ( r e su l t a n d o n o t o t a l d e 4 4 p á g i n a s t ranscrit as - Tim es New Rom an, 12 – espaçam ent o sim ples) , e tabulação seguindo a proposta do Discurso d o Su j e i t o Co l e t i v o( 1 3 ). Essa p r o p o st a co n si st e
basicam ente em analisar o m aterial verbal, transcrito d a s e n t r e v i st a s, b u sca n d o a s se g u i n t e s f i g u r a s m et od ol óg i cas: as Ex p r essões Ch av es ( ECH) , as I déias Cent rais ( I C) para a const it uição do Discurso do Suj eit o Colet ivo ( DSC) .
Após a organização, t abulação dos dados e r eflexão acer ca dos DSCs elabor ados os t em as que em er g ir am n o est u d o f or am : - “Hu m an ização d o parto: é um a política de saúde que busca m elhorar a assistência à m ulher” ; “Parto hum anizado: é o resgate do part o o m ais nat ural possível” ; “Hum anização do par t o: é a desm edicalização da assist ência” ; “Part o h u m a n i za d o : é u m a m u d a n ça d e p a r a d i g m a n a a ssi st ê n ci a à m u l h e r” ; “Na h u m a n i za çã o a enferm agem contribui com que pode, porém tem seus lim it es” ; “A pior barreira são os m édicos”.
RESULTADOS
Os result ados serão apresent ados de acordo com os t em as, ut ilizando- se alguns discursos ( DSC) e as idéias cent r ais ( I C) que for am a base par a a análise dos dados.
Hum anização do part o: é um a polít ica de saúde que busca m elhorar a assist ência à m ulher
DSC1: a hum anização do part o com eçou com o um a
iniciativa do Ministério da Saúde para redução do núm ero de
cesáreas; e da m ortalidade m aterna e infantil. Em bora se tenha
concepções e práticas diferentes, dependendo do contexto local, é
um processo que vem se intensificando com o aum ento do núm ero
de enferm eiras, com o incent ivo à form ação de enferm eiras
obstétricas; e através dos cursos de especialização financiados
pelo Ministério da Saúde. Assim , tem se m udado a concepção a
idéia de que parto hum anizado é um parto sem dor, parto com
analgesia, então não é m uito certo o consenso de parto entre as
pessoas. Então não é m uito certo o consenso de parto hum anizado
entre as pessoas. Mas os profissionais têm percebido a m elhora
da assistência tanto para a puérpera quanto para o recém -nascido,
quando há possibilidade de ter tudo natural e de perm anecerem
j unt os ( enferm eiras cont rat adas) .
At r av és do DSC1, pode- se per ceber que as e n f e r m e i r a s a cr e d i t a m q u e , e m b o r a n ã o h a j a consenso sobre o que sej a a hum anização do part o, t r a t a - se d e p r o ce sso q u e é f r u t o d e p o l ít i ca s m i n i st e r i a i s d e sa ú d e q u e b u sca m m e l h o r a r a assist ência à m ulher e ao recém - nascido, at ravés da r e d u çã o d a s t a x a s d e ce sa r i a n a e m o r t a l i d a d e m aterno e infantil e que im plicam no envolvim ento e m elh or a da for m ação das en fer m eir as obst et r as e das concepções e práticas onde ele é feito. No entanto, r ef er i r am p o u co acer ca d o s aco n t eci m en t o s q u e i n f l u e n ci a r a m e ssa a ssi st ê n ci a a se t o r n a r desum anizada, com o a inst it ucionalização do par t o, o i n t e r e sse d a m e d i ci n a p e l a á r e a , a f a l t a d e en f er m eir as ob st et r as n os ser v iços d e saú d e e a p r óp r ia f or m ação d os p r of ission ais d e saú d e q u e visam o biológico e o pat ológico.
Parto hum anizado: é o resgate do parto o m ais natural possív el
DSC2: antigam ente, o parto era natural e era feito em
casa pelas parteiras. Depois os obstetras com eçaram a levar tudo
para o hospital, um evento m ais ligado à doença. Agora, algum as
pessoas, principalm ente as enferm eiras obstetras, com eçaram a
resgatar o conceito de que o parto deva ser o m ais natural possível;
ainda que feito no hospital, pois gravidez não é doença. Deve- se
deixar que a m ulher entenda e vivencie o próprio parto, com o um
evento dela, dim inuindo as técnicas invasivas. Tem gente que
acha que hum anizar o parto é só trazer o acom panhante pra sala,
m as hum anizar é todo um trabalho feito com a gestante, que
com eça no pré-natal e adentra o trabalho de parto e o parto (R2 de
enferm agem obstétrica) .
A a n á l i se d o D SC2 d e m o n st r a q u e a s en fer m eir as r esiden t es do 2 º an o de en fer m agem o b st é t r i ca e n t e n d e m q u e o m o v i m e n t o d a hum anização do par t o t em acont ecido na busca de derrubar a idéia de que gravidez sej a doença e deva ser t rat ada com o t al. As falas sugerem que um dos r esponsáveis pela desum anização t enha sido o fat o d o p ar t o t er d eix ad o o am b ien t e d om iciliar e se em brenhado no am bient e hospit alar.
Há que se destacar que a partir do século XX a inst it ucionalização da assist ência ao part o fez com que pr edom inasse o par t o hospit alar e, assim , “ os cuidados prestados pelas parteiras enquanto m ulheres co n h e ce d o r a s d o s ‘ m i st é r i o s d o p a r t o ’, e q u e acum ularam ao longo dos séculos um ‘saber em pírico’ sobr e a con t in u idade da v ida, passar am a ser de responsabilidade do profissional de saúde”( 14).
Não se pode n egar qu e a t ecn ologia e os e st u d o s ci e n t íf i co s t ê m p r o p o r ci o n a d o a v a n ço s inquestionáveis na qualidade da assistência obstétrica, porém , observa- se que a instrum entalização do parto gerou sua m edicalização( 1- 2). O parto passa a ser visto
co m o i n e r e n t e m e n t e p r o b l e m á t i co , e x i g i n d o a int er v enção m édica com o for m a de gar ant ir o bom r esult ado.
O pr esent e DSC r essalt a a necessidade de se resgat ar um a form a m ais nat ural do nascim ent o. A co n cep ção d o p r o cesso d e h u m an i zação co m o r e sg a t e d o p a r t o m a i s n a t u r a l f o i a p r e se n t a d a , acr escida da idéia de qu e esse pr ocesso som en t e o co r r e r á q u a n d o a s m u l h e r e s se t o r n a r e m pr ot agonist as do par t o e nascim ent o. Dessa for m a, nos leva a crer que com partilham de um a concepção m ais fundam ent ada do processo da hum anização.
Hu m an ização d o p ar t o: é a d esm ed icalização d a assist ência
DSC3: a gente tem que olhar o ser hum ano com o um ser
que t em seus sent im ent os e, port ant o, cuidar dos aspect os
psicológicos, cuidar de t udo. A hum anização com eça pela
necessidade de dim inuir os índices de cesárea, m elhorar a
assist ência e t am bém por causa da post ura hierárquica dos
profissionais m édicos, enferm agem e out ros funcionários do
h osp it al, q u e con sid er am a m u lh er em p osição in f er ior ,
despersonalizando o seu parto. Ainda ao excesso de intervenções
como medicação, toque, aparelho disso e daquilo; enfim, um monte
de parafernália. Às vezes, as parturientes passam fom e e sede.
Portanto, hum anizar o parto é o resgate da form a m ais natural do
n ascim en t o; com o se f osse em casa ( R1 de en f er m agem
obst ét rica) .
lev am à desper sonalização do seu papel no par t o. Dessa form a, entendem que a assistência precisa ser d esm ed icalizad a p ar a q u e se con sig a alcan çar a h u m an ização.
Em bora não se possa negar que as taxas de cesarianas são a m ais viva evidência do processo de m ed icalização d a v id a d a m u lh er n o p r ocesso d e concepção, dim inuí- las não significa que se est ar á h u m a n i za n d o o p a r t o , u m a v e z q u e a si m p l e s su b st i t u i çã o d a ce sa r i a n a p o r u m p a r t o n o r m a l int ervencionist a ( excesso de exam es vaginais, rot ura a r t i f i ci a l d a s m e m b r a n a s, e p si o t o m i a , p o si çõ e s t r adicionais ent r e out r as) não lev ar á, por si, só à hum anização do part o, haj a vist a que esse processo depende de m udanças de paradigm a.
A m e d i ca l i za çã o d o p a r t o e o a b u so t ecnológico foram favorecidos pelo fat o do part o t er se t r ansfor m ado em at o m édico e hospit alizado, a ev olu ção da pr át ica obst ét r ica e a in st au r ação da m edicin a cien t ífica cooper ou par a a apr opr iação e despersonalização do corpo fem inino, assim “ o corpo fem inino passa a ser arena dos m édicos, onde a lógica m ascu lin a p r ed om in a sob r e a p siq u e f em in in a e, assim , o próprio corpo da m ulher é visto com o canal de parto, um invólucro passível de quem tem o poder de curar”( 15).
Visualiza- se at r av és do DSC3, a per cepção de que o m ovim ent o da hum anização est á ligado à polít ica de dim in u ição de cesar ian as e t am bém à m elh or ia d a assist ên cia, d e f or m a a r esg at ar u m nascim ent o m ais nat ur al. Acr edit am que isso pode ser conseguido com a desm edicalização da assistência e com a m udança da postura dos profissionais frente às necessidades da m ulher.
Parto hum anizado: é um a m udança de paradigm a na assist ência à m ulher
DSC2: hum anizar o parto com eça desde o pré- natal,
tratando a gestante de form a diferenciada, preocupando- se não
só com a barriga e o nenê m as com o m eio em que vivem . Agora,
aqui, dent r o do hospit al, no pr é- par t o, além de per m it ir o
acom panhante de sua escolha, que cuide e tranqüilize, é você
estar proporcionando um am biente aconchegante; que lem bre a
casa dela; é deixar ela viver o parto do j eito que ela gostaria que
fosse, buscando dentro dela esse m elhor j eito; é tratá- la bem ,
pois não adianta nada proporcionar um m onte de coisas, com o não
fazer t ricot om ia, dar com ida, deixar deam bular, não colocar
ocitocina e tratá- la m al; é não invadir tanto a privacidade dela;
não há necessidade de ficar fazendo toques repetitivos um a vez
que existem outros m eios de saber se o trabalho de parto está
evoluindo; é utilizar técnicas não m edicam entosas para aliviar
sua dor, com o colocá- la no banho para relaxar, perm it ir que
deam bule e realizar a m assagem . É tam bém hum anizar o processo
do parto, perm itindo o contato im ediato do recém - nascido com a
m ãe e o acom panhante, e depois todas as questões do Hospital
Am igo da Criança, que estim ulam o aleitam ento m aterno. Enfim ,
é perm itir um parto natural ( R2 enferm agem obstétrica) .
DSC3: parto hum anizado não é só ter acom panhante; e
nem parto sem dor. O parto é hum anizado desde que ela entra
aqui na recepção, de atendê- la bem e com respeito; é conversar
direito com ela e sua família; explicando tudo o que está acontecendo
e o que irá acontecer. Ainda é perm itir que o parto aconteça de
acordo com aquilo que ela acredita; com o m ínim o de intervenções;
é reduzir coisas desnecessárias, tipo a tricotom ia, a lavagem
intestinal, o toque vaginal. Tam bém é a presença do acom panhante
se ela quiser e de escolha dela; é ela estar decidindo se quer ou
não analgesia; é a liberdade de m ovim ento, a ingesta de líquidos,
seria respeitar a vontade dela; e suas particularidades; para que
ela se sinta da m elhor form a possível, tornando o m enos difícil
essa experiência ( R1 enferm agem obstétrica) .
Em r e l a çã o a o si g n i f i ca d o d e p a r t o h u m an izad o ob ser v a- se, at r av és d o DSC, q u e as e n f e r m e i r a s e n t e n d e m se r u m a m u d a n ça d e par adigm a, on de o pr ocesso de gest ação, par t o e pós- parto deve respeitar a m ulher e a fam ília, não só n o a sp e ct o b i o l ó g i co , m a s t a m b é m n o a sp e ct o psicológico, social e cult ural.
Se levar em conta os pressupostos filosóficos e ant r opológicos que fundam ent am a hum anização d o p a r t o , p o d e - se co n st a t a r q u e o s D SCs apresent ados pelas enferm eiras, em bora cont em plem asp ect o s i m p o r t an t es d a h u m an i zação , ai n d a se pr endem m ais às pr át icas m enos int er v encionist as, n e ce ssi t a n d o a ssi m d e m a i s r e f l e x ã o so b r e o nascim ent o.
Na hum anização a enfer m agem cont r ibui com que pode, porém , t em seus lim it es
DSC1: apoiar, ouvir, ficar junto na sala, ajudar e orientar.
Além disso eu sou extremamente adepta ao acompanhante, quando
eu vej o que vai aj udar a paciente, eu divido vários quartos e
coloco todo m undo com acom panhante; em bora aqui a autorização
sej a só para aquelas m enores de dezenove anos e as que vieram
no cursinho de gestante. Além de colocar o acom panhante, oriento
sobre a necessidade do apoio dele para a parturiente. Quanto ao
enem a, tricotom ia, dieta e deam bulação a gente tem respeitado,
m as, por outro lado, os ocitócitos e a analgesia têm sido usados
até teria com o resolver, m as não é fácil, a gente contribui com o
que pode ( enferm eiras contratadas) .
DSC2: além desse negócio das rotinas que não se faz
tricotom ia, enteroclism a, ocitocina em todo m undo, eu acho que o
que a gente faz m ais por elas, o que a gente pode fazer m esm o,
tem autonom ia para fazer, é orientar. Durante o pré-natal, a gente
tem liberdade de atender a consulta e depois ir discutir, então a
gente faz o que quer, e se for pensar é nesse m om ento que a
gente consegue hum anizar. No centro obstétrico tam bém é m ais
difícil, porque os m édicos ficam em cim a, se a gente coloca no
banho eles tiram , não perm item que elas andem , então a gente
não tem tanta autonom ia. Na verdade acho que a gente sabe
respeitar m ais o m om ento da m ulher (R2 enferm agem obstétrica).
Fica claro nos discursos que as enferm eiras relat am m uit as barreiras, m as que acredit am fazer o que podem , ou sej a, ofer ecem apoio e or ient am , e q u a n d o p er ceb em q u e p o d e a j u d a r, p er m i t em a pr esença do acom panhant e. É im por t ant e r essalt ar q u e , a p e sa r d e i d e n t i f i ca r e m a i m p o r t â n ci a d o acom panhante, colocam - se m oldadas por um a norm a i n st i t u ci o n a l p r é- est a b el eci d a q u e d et er m i n a a s situações na qual o acom panhante é perm itido, o que parece est ar em desacordo com o que det erm ina a legislação. A m ulher t em dir eit o, por lei, a t er um acom panhant e, não cabendo ao pr ofissional decidir qu em é o acom pan h an t e ideal e m u it o m en os as con dições qu e j u st if iqu em a pr esen ça do m esm o. Além de que j á exist em vários t rabalhos m ost rando a im por t ân cia do acom pan h an t e n a pr ev en ção da ocorrência de problem as e int ervenções.
Qu an t o à of er t a d e m ed id as d e con f or t o, r e f e r i d a p e l a s e n f e r m e i r a s, co m o o b a n h o e o am bient e calm o, m uit o se t em discut ido sobre suas vant agens no t rabalho de part o e sua influência na hum anização do part o.
Mu it as são as est r at ég ias q u e p od em ser ut ilizadas par a fav or ecer o m om ent o do par t o t ais com o: am bient e aconchegant e, m assagens, ofert a de líquidos dur ant e o t r abalho de par t o, deam bulação, alívio da dor e presença do acom panhant e, as quais f a ci l m e n t e p o d e m se r d e se n v o l v i d a s p e l a enferm agem( 7- 8,16).
Dos DSCs das enferm eiras em ergiu um tem a principal que rem ete a um a im portante discussão, de qu e, em bor a as en f er m eir as r econ h eçam pr át icas iner ent es à hum anização, colocam - se im pedidas de execut á- las devido à hegem onia m édica( 17).
A enferm eira obstetra é um dos profissionais m a i s a p r o p r i a d o p a r a o a co m p a n h a m e n t o d a gest ação e par t os nor m ais de baix o r isco. Est udos
r e a l i za d o s n a I n g l a t e r r a e Est a d o s Un i d o s d e m o n st r a r a m q u e o s p a r t o s a ssi st i d o s p e l a s enfer m eir as obst et r as apr esent am m enor es índices de cesarianas, de uso de fórceps, de indução do parto, cont r ole elet r ônico do foco e m enor fr eqüência do uso de m edicação, o que r eflet e no nascim ent o de bebês apresent ando m elhores índices de Apgar( 18).
Hist oricam ent e a m edicina foi t ransform ada num poder pela sociedade capitalista com o estratégia de um cont role social e peça fundam ent al do exist ir dessa sociedade. O saber m édico t ransform ou a art e de curar em poder de curar.
Por outro lado, a enferm agem obstétrica, em desvant agem hist ór ica de gêner o, por m uit o t em po não conseguiu for m ar um a cor por ação pr ofissional ca p a z d e co n q u i st a r u m esp a ço co m a u t o n o m i a respeitada, e que foi enfraquecendo pelo poder político d a m ed icin a. Vid e as f alas d as en f er m eir as q u e, m e sm o n o s cu i d a d o s d e r e sp o n sa b i l i d a d e d a e n f e r m a g e m ( b a n h o , d e a m b u l a çã o ) , o co r r e a int erferência decisória da m edicina.
A pior barreira são os m édicos
DSC1: o conceito (de m edicalização) que as pessoas da
equipe trazem antes do conceito de parto hum anizado torna- se
um a bar r eir a, ou sej a, são m uit o v olt adas par a a t écnica,
procedim ento, terapêutica, descartando a parte natural de todo
processo, é com o se o conhecim ento que as pessoas têm de si
próprias, de sua natureza, fossem m enores do que o que a ciência
trouxe ao longo da história. Na equipe, a pior barreira são os
m édicos, se t iv esse n o pr é- par t o en fer m eir as obst ét r icas
trabalhando, a gente conseguiria im plantar a hum anização. Agora,
da part e adm inist rat iva, a barreira com eça no corpo clínico,
questões conceituais e de form ação; porque a própria diretoria
não aceita parto norm al, tiram até sarro, não acreditam m esm o,
porque parto norm al é cesárea para eles. Só acabam fazendo parto
norm al por ser um a exigência da Prefeitura e para ganhar o título
de Hospital Am igo da Criança. A I nstituição tam bém tem que
entender que não é fazendo anestesia de parto em todas as
pacient es que se hum aniza; e nem dim inuindo o núm ero de
cesáreas com o aum ent o de fórceps; m uit o m enos som ent e
pregando que o aleitam ento tem que ser exclusivo; e sim um a
reestruturação educacional com os profissionais; em cim a de
em basam ento científico. Agora não sei dizer se a com unidade
está preparada para este tipo de parto, porque teve um tem po que
o parto era em casa com as parteiras e com toda a m edicalização
os m édicos tornaram -se deuses para com unidade, m as ao m esm o
tem po que ela ficou acostum ada com a sabedoria do profissional,
atendim ento de dez m inutos não atinge o que precisam . Seria
este o m om ento de levar a com unidade a acreditar no parto
hum anizado com ciência e tecnologia, diferente do antigo parto
dom iciliar ( enferm eiras contratadas) .
DSC2: existem m uitas barreiras, a com eçar por nós, eu
acho que a gente às vezes tem m edo de ousar, m edo do que os
outros vão pensar, de não estar realm ente certo, assim precisam os
saber sem pre o que estam os fazendo, que vai ser o m elhor para
elas e ter coragem para dar a cara para bater. Outro fato é o de se
ter instituído rotinas, de se ter institucionalizado o parto, de
vê-lo com o doença que necessit a de int er v enção; enfim um a
construção social de que o parto é um a coisa dolorida e sofrida.
Por exem plo, o que acontece com a analgesia; eles acham que
esse negócio de banho, m assagem , do contato físico, do carinho,
é m uito de enferm eira; e se querem fazer analgesia eles vão e
fazem , orientando ou não a paciente. O fato de barrar o parto da
enferm eira por causa de pagam ento, de não querer credenciar,
tudo resistência m édica, questões burocráticas. Além de que,
m uitos da equipe acham que esse negócio de hum anizar dá m ais
trabalho com o o pessoal fala, tem que ficar ali do lado, cuidando,
tem que dar atenção, é m uito m ais prático colocar a m ulher na
cam a e deixar lá quieta, colocar soro e fazer nascer logo. Claro que
j á m elhorou m uito, m as com o trabalho de form iguinha; de
boca-a- boca, de pouquinho e vai indo ( R2 enferm agem obstétrica) .
Ao se analisar os DSC ev idencia- se que as enferm eiras, sej am as cont rat adas ou as resident es de enferm agem obstétrica, referem ser a pior barreira a p r á t i ca m éd i ca , u m a v ez q u e é ca r r eg a d a d e conceit os e prát icas m edicalizados.
Há que se r essalt ar, com o apont ado pelas enferm eiras, que m uit as vezes a própria enferm eira t em m edo de ou sar, sen t in do- se in segu r a n a su a a t u a çã o e t e m e n d o j u l g a m e n t o d o s o u t r o s p r o f i ssi o n a i s. Au t o n o m i a é u m a ca r a ct e r íst i ca co n q u i st a d a e n ã o d a d a e , n e sse se n t i d o , a s e n f e r m e i r a s p r e ci sa m se co l o ca r e m co m o p r ot ag on ist as d o p r ocesso, acr ed it an d o n as su as capacidades de hum anizar a assist ência.
Fi n a l i za n d o , o s D SCs m o st r a m q u e a s enfer m eir as, em bor a t enham um conceit o bast ant e
h o m o g ê n e o e co n d i ze n t e co m a s p r o p o st a s d e h u m an ização, ain da t êm su a at u ação lim it ada por fat ores sociocult urais e inst it ucionais, reconhecendo co m o b a r r e i r a s a m e d i ca l i za çã o d o p a r t o , a h e g e m o n i a m é d i ca e a f a l t a d e a u t o n o m i a d a en f er m eir a.
CONSI DERAÇÕES FI NAI S
Os dados em píricos obtidos nos Discursos do Suj eit o Colet iv o do pr esent e est udo dem onst r ar am que m uit o j á se avançou na busca da hum anização, por ém , ainda ex ist em dist or ções sobr e o pr ocesso da hum anização.
Os r e su l t a d o s e v i d e n ci a r a m q u e a s e n f e r m e i r a s e n t e n d e m q u e o p r o ce sso d e h u m a n i za çã o se d e u p o r i m p o si çã o d a p o l ít i ca governam ental, a qual obj etiva a dim inuição das taxas de cesarianas e a m elhoria da assist ência à m ulher. Acredit am que, para que isso ocorra, há necessidade de m udança de paradigm a, na qual incluam a m ulher com o prot agonist a do processo.
Na p r á t i ca co t i d i a n a o q u e m a i s a s e n f e r m e i r a s co n se g u e m r e a l i za r é o a p o i o e or ien t ação at r av és d os cu r sos d e g est an t e, m as p r o cu r a m o f e r e ce r m e d i d a s d e co n f o r t o co m o am bient e calm o e banho, per m it ir acom panhant e e evit ar int ervenções com o a t ricot om ia, enem a e uso de ocit ocina.
As m ulheres precisam ser educadas, dando a elas est ím ulo par a ser em pr ot agonist as de suas v i d as, i n cl u i n d o n ão só a v i d a r ep r od u t i v a, m as t am bém seu em poder am ent o, par a se defender da discrim inação e da violência( 19).
I ndiv íduos r espeit ados no seu pr ocesso de n a scer ( a co l h i d o s) sã o , p o t en ci a l m en t e, f u t u r o s cidadãos r esolv idos, com m en or pot en cial par a se envolverem com a droga e a violência. “ Para m udar a vida é preciso prim eiro m udar a form a de nascer”( 16).
REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS
1 . Ch av es I MM, Per eir a RI C, Bast os CO, Per eir a RR. O anest esiologist a no part o hum anizado. [ Acesso 16 Jan 2002] . D i sp o n ív e l e m : URL: h t t p : / / w w w . cl a sa - a n e st e si a . o r g / apendice/ o_anest esiologist a_no_par t o_hum anizado. ht m 2. Cecat t i JG, Pires HMB, Goldenberg P. Cesáreas no Brasil: um dir eit o de opção? I n: Galv ão L, Díaz J, or ganizador es. Saú d e Sex u al e Rep r od u t iv a n o Br asil. São Pau lo ( SP) : Hu cit ec/ Popu lat ion Cou n cil; 1 9 9 9 .
3. Osava RH. Assist ência ao part o no Brasil: o lugar do não-m édico. [ Tese] . São Paulo ( SP) : Faculdade de Saúde Pública/ USP; 1 9 9 7 .
4. Tanak a ACd’A. Mat er nidade: dilem a ent r e nascim ent o e m or t e. São Paulo ( SP) : Hucit ec/ Abr asco; 1995.
6. Miyake K. O fut uro da obst et rícia no m undo. I n: Relat ório Con f er ên cia Nacion al sobr e or gan ização de ser v iços par a m at ernidade segura à luz da hum anização; 1998. Fort aleza; 1 9 9 8 .
7 . Jon es RH. Hu m an ização d o p ar t o: q u al o v er d ad eir o si g n i f i ca d o ? [ Ace sso 1 6 Ja n 2 0 0 2 ] . D i sp o n ív e l e m : URL: ht t p: / / w w w .am igasdopar t o.com .br / ac015.ht m l. 8 . Lar g u r a M. Assi st ên ci a ao p ar t o n o Br asi l : asp ect o s espir it uais, psicológicos, biológicos e sociais. Um a análise cr ít ica. Por um par t o m ais hum ano e solidár io. 2ª ed. São Paulo ( SP) : Sarvier; 2000.
9. Minist ério da Saúde ( BR) . Assist ência pré- nat al: m anual t écnico. Br asília: MS; 2000.
10. Minist ério da Saúde ( BR) . Port aria MS/ GM nº 569, 01 de j u n h o d e 2 0 0 0 . [ Acesso em 2 2 Ag o 2 0 0 0 ] . D i sp o n ív el em : URL: ht t p: / / www.saude.gov.br/ Program as/ m ulher/ hum an. 1 1 . Min ay o MCS. O d esaf io d o con h ecim en t o: p esq u isa qualit at iva. 7ª ed. São Paulo ( SP) : Hucit ec/ Abrasco; 2000. 1 2 . Ma t e r ( RP) . Re l a t ó r i o Té cn i co d a Ma t e r n i d a d e d o Com plexo Aeroport o. Ribeirão Pret o: Fundação Mat ernidade Sinhá Junqueira; 2002.
1 3 . Lef èv r e F, Lef èv r e AMC, Teix eir a JJV. O d iscu r so d o suj eit o colet ivo: um a abordagem m et odológica em pesquisa qualit at iv a. Cax ias do Sul: EDUSCS; 2000.
14. Nascim ent o MGP, Sant os OMB, Souza ML. Vivenciando o processo do nascim ent o. Text o & Cont ext o Enferm agem 1997 j aneir o/ abr il; 6( 1) : 157- 67.
15. Tanaka ACd’A, Alvarenga AT. Tecnologia e m edicalização n a co n ce p çã o e a n t i co n ce p çã o . I n : Ga l v ã o L, D ía z J, or ganizador es. Saúde Sex ual e Repr odut iv a no Br asil. São Paulo ( SP) : Hucit ec/ Populat ion Council; 1999.
16. Odent M. O renascim ent o do part o. Florianópolis: Saint Ger m ain; 2002.
17. Foucault M. Micr ofísica do poder. 3ª ed. Rio de Janeir o ( RJ) : Graal; 1982.
18. Merighi MAB, Gualda DMR. Anat om ia de um a conciliação: a enferm eira obst et ra e as t endências de assist ência à m ulher no pr oicesso de n ascim ent o. Rev Diagn Tr at am en t o 2 0 0 2 abril/ m aio/ j unho; 7( 2) : 6- 10.
1 9 . Br ü g g em an n OM. Bu scan d o co n h ecer as d i f er en t es par t it ur as da hum anização. I n: Oliv eir a ME, Zam pier i FM, Brüggem ann OM. A m elodia da hum anização: reflexões sobre o cuidado no processo do nascim ent o. Florianópolis: Cidade Fut ur a; 2001.