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Academic year: 2021

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(1)

Eco-eficiência na Indústria de Celulose e Papel - Estudo de Caso

Tese apresentada à Escola

Politécnica da Universidade de São

Paulo para obtenção do Título de

Doutor em Engenharia, junto ao

Departamento de Engenharia

Hidráulica e Sanitária.

(Volumes 1 e 2)

São Paulo

2003

(2)

Zeila Chittolina Piotto

Eco-eficiência na Indústria de Celulose e Papel - Estudo de Caso

Tese apresentada à Escola

Politécnica da Universidade de São

Paulo para obtenção do Título de

Doutor em Engenharia.

Área de Concentração:

Engenharia Hidráulica e Sanitária.

Orientadora:

Dra. Dione Mari Morita

São Paulo

2003

(3)

Este exemplar foi revisado e alterado em relação à versão original, sob responsabilidade única do autor e com a anuência de seu orientador.

São Paulo, 30 de abril 2003.

Assinatura do autor ____________________________

Assinatura do orientador _______________________

FICHA CATALOGRÁFICA

FICHA CATALOGRÁFICA

Piotto, Zeila Chittolina

Eco-eficiência na indústria de celulose e papel – estudo de caso / Zeila Chittolina Piotto. – São Paulo, 2003.

379 p.

Tese (Doutorado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária.

1.Eco-eficiência 2.Indústrias de celulose e papel 3.Estudo de caso I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica.

(4)

A minha família pelo carinho, estímulo e compreensão pelos momentos

de ausência

.

(5)

AGRADECIMENTOS

A professora Dione pelo incansável apoio, incentivo e competente orientação durante a execução deste trabalho.

A Votorantim Celulose e Papel -VCP pelo patrocínio, em especial à Francisco Valério, José Arno Schappo, Marcelo Castelli, José Eduardo Patelli e Carlos R. Paiva Monteiro.

Ao colega Luiz Alberto Banci pela competente revisão do texto.

A todos os colegas da VCP que contribuiram com informações, dados e suporte técnico, em especial a José Carlos Kling, Paulo Gaia, David Meissner, Marcelo Rodrigues e Alessandro Bolsoni.

Aos colegas Ernesto Lima, Celso Foekel e Ricardo Mastroti pela valiosa contribuição com dados e informações do setor de celulose e papel.

(6)

RESUMO

O presente trabalho apresenta, discute e avalia as principais ferramentas viabilizadoras da eco-eficiência no segmento industrial, com destaque para o setor de celulose e papel. São apresentados os conceitos de eco-eficiência, de produção mais limpa, de contabilização ambiental, de avaliação de desempenho ambiental, de indicadores de desempenho, de análise de ciclo de vida e de melhores tecnologias disponíveis para a produção de celulose e papel. No estudo de caso, é apresentada e discutida a implementação de tais ferramentas na Votorantim Celulose e Papel - Unidade Jacareí, realizada no período de 1992 a 2002. Da análise dos resultados obtidos, pode-se concluir que o uso destas ferramentas foi decisivo para a melhoria ambiental da indústria e para a sua competitividade no mercado mundial de celulose.

(7)

ABSTRACT

The following paper presents, discusses and evaluates the main eco-efficiency enabling tools, on the industry segment, emphasizing the paper and cellulose field. It presents the concepts for eco-efficiency, cleaner production, environmental accounting, environmental performance evaluation, performance indicators, life cycle assessment and the best available technology for the production of paper and cellulose. In the case study, the implementation of these tools at Votorantim Celulose e Papel – Jacareí Facility, made between 1992 and 2002, is presented and discussed. From the analysis of the results obtained, we may conclude that that the use of these tools was decisive for the industry’s environmental improvement, and for its competition at the worldwide cellulose market.

(8)

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

1 INTRODUÇÃO ... 1

2 OBJETIVOS... 3

3 A QUESTÃO AMBIENTAL... 4

3.1 HISTÓRICO RECENTE... 4

3.2 MEIO AMBIENTE – VISÃO GERAL SOBRE A GOVERNANÇA INTERNACIONAL... 10

3.3 A INDÚSTRIA; GOVERNO, MERCADO, SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE... 11

3.4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ECO-EFICIÊNCIA... 18

3.4.1 Evolução histórica ... 18

3.4.2 Elementos–chave para viabilizar a eco-eficiência... 20

3.4.3 Dimensões da eco-eficiência ... 21

3.4.4 Ferramentas da eco-eficiência ... 24

3.4.4.1 Produção mais limpa/prevenção à poluição ... 25

3.4.4.1.1 Visão histórica ... 27

3.4.4.1.2 Produção mais limpa e as melhores técnicas disponíveis (BAT - Best Avaliable Technologies)... 30

3.4.4.1.3 Implementação da produção mais limpa ... 31

3.4.4.1.4 Barreiras para implementação da produção mais limpa na perspectiva da indústria ... 38

3.4.4.1.5 Experiências e programas de implementação de produção mais limpa ... 39

3.4.4.2 Análise do ciclo de vida - ACV... 42

3.4.4.2.1 Metodologia da ACV... 44

3.4.4.2.2 Principais aplicações da Análise de Ciclo de Vida (ACV) ... 58

3.4.4.2.3 Limitações e perspectivas para a ACV... 68

3.4.4.3 Avaliação de desempenho ambiental ... 69

3.4.4.3.1 Indicadores de eco-eficiência ... 70

3.4.4.3.2 Indicadores ambientais segundo as normas IS0 14031 e EMAS ... 78

3.4.4.3.3 Considerações relativas à implementação de um sistema de avaliação de desempenho ambiental ... 82

(9)

3.4.4.3.4 Tendências ... 84

3.4.4.4 Relatórios de desempenho ambiental ... 84

3.4.4.4.1 Definições e principais tipos de relatórios de desempenho ambiental e de sustentabilidade. ... 87

3.4.4.4.2 Elaboração do relatório... 89

3.4.4.4.3 Principais iniciativas... 90

3.4.4.4.4 Tendências ... 95

3.4.4.5 Sistemas de gestão ambiental ... 97

3.4.4.5.1 Normas da série ISO 14000... 102

3.4.4.5.2 Sistema Europeu de Certificação – EMAS (European Eco-Management and Audit Scheme) ... 109

3.4.4.5.3 Especificação para um sistema de gestão ambiental - norma BS 7750. 110 3.4.4.5.4 Programa "Atuação Responsável®" (Responsible Care) ... 111

3.4.4.5.5 Integração dos sistemas de gestão (meio ambiente, segurança e qualidade) ... 114

3.4.4.6 Contabilidade ambiental ... 115

3.4.4.6.1 Contabilidade ambiental como ferramenta de gestão nas empresas... 117

3.4.4.6.2 Custos ambientais ... 118

3.4.4.6.3 Análise financeira dos investimentos ... 123

3.4.4.6.4 Contabilidade ambiental financeira - relatórios de prestação de contas. 126 3.4.4.6.5 Publicação das informações financeiras ... 134

4 PRODUÇÃO DE CELULOSE E PAPEL ... 139

4.1 CELULOSE... 139

4.2 FLORESTAS... 141

4.2.1 FSC - Forest Stewardship Council ... 142

4.2.2 Pan European Forest Certification – PEFC... 143

4.2.3 Programa nacional de certificação florestal -CERFLOR ... 143

4.3 PROCESSOS PARA PREPARAÇÃO DA CELULOSE... 144

4.3.1 Processo Mecânico – MP ... 144

4.3.2 Processo Termomecânico – TMP ... 145

4.3.3 Processo Semiquímico ... 145

(10)

4.3.5 Processo Químico – Sulfito... 146

4.3.6 Processo Químico – Sulfato ... 147

4.4 BRANQUEAMENTO DA POLPA CELULÓSICA... 147

4.5 FABRICAÇÃO DE PAPEL... 148

4.5.1 Matérias-primas não fibrosas ... 148

4.5.2 Descritivo da produção de papel ... 151

4.5.2.1 Preparação de massa... 151

4.5.2.2 Máquina de papel ... 152

4.6 A INDÚSTRIA DE CELULOSE E PAPEL NO BRASIL E NO MUNDO. ... 155

4.6.1 Dados gerais sobre produção de papel e de polpa... 155

4.6.2 Produção de celulose branqueada ... 158

5 PREVENÇÃO À POLUIÇÃO EM INDÚSTRIAS DE CELULOSE E PAPEL - USO DAS MELHORES TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS (BATS)... 161

5.1 DESCRIÇÃO DO PROCESSO KRAFT... 161

5.1.1 Estocagem e preparação da madeira ... 163

5.1.2 Cozimento e deslignificação ... 163

5.1.3 Lavagem e depuração... 165

5.1.4 Deslignificação com oxigênio ... 166

5.1.5 Branqueamento... 167

5.1.6 Depuração da polpa branqueada e secagem (extração)... 170

5.1.7 Sistema de recuperação química ... 170

5.2 PRINCIPAIS CONSUMOS E EMISSÕES DO PROCESSO KRAFT... 173

5.2.1. Consumo de madeira... 174

5.2.2 Consumo de água e geração de águas residuárias... 175

5.2.3 Emissões atmosféricas... 183

5.2.4 Geração de resíduos sólidos ... 190

5.2.5 Consumo de produtos químicos ... 191

5.2.6 Consumo de energia ... 192

5.2.7 Geração de ruído ... 194

5.3 BAT PARA O PROCESSO KRAFT... 194

(11)

5.3.2 Cozimento modificado estendido para obter celulose com baixo número

kappa (em batelada ou contínuo) ... 200

5.3.3 Fechamento do circuito de filtrados na lavagem e depuração marrom... 203

5.3.4 Deslignificação com oxigênio ... 203

5.3.5 Branqueamento com ozônio... 205

5.3.6 Branqueamento ECF ... 206

5.3.7 Branqueamento TCF ... 208

5.3.8 Fechamento parcial da unidade de branqueamento... 209

5.3.9 Coleta de derrames ... 212

5.3.10 Controle de processo e lavagem eficiente ... 213

5.3.11 Arraste com vapor (“stripping”) e reúso dos condensados ... 214

5.3.12 Utilização de tanques com capacidade suficiente para armazenar fluidos de processo quentes ou concentrados... 215

5.3.13 Tratamento aeróbio das águas residuárias... 216

5.3.14 Tratamento terciário ... 219

5.3.15 Aumento do teor de sólidos no licor negro ... 220

5.3.16 Instalação de lavador de gases na caldeira de recuperação ... 221

5.3.17 Coleta de gases não condensáveis diluídos para incineração na caldeira de recuperação... 222

5.3.18 Coleta de GNC concentrados e diluídos para incineração no forno de cal .. 223

5.3.19 Incineração de gases de enxofre reduzido em queimador específico equipado com lavador para SO2 ... 224

5.3.20 Instalação de tecnologia de baixa emissão de NOx em caldeiras auxiliares e forno de cal... 224

5.3.21 Tecnologia SNCR (Selective Non Catalytic Reduction) em caldeiras de biomassa ... 225

5.3.22 Tecnologia OFA (Over Fire Air Technique) em caldeiras de recuperação . 227 5.3.23 Instalação de lavadores de lama mais eficientes na caustificação ... 227

5.3.24 Precipitadores eletrostáticos para reduzir emissões de particulados na caldeira de biomassa e no forno de cal ... 228

5.4 BAT PARA CALDEIRAS AUXILIARES... 229

(12)

5.5.1 Gaseificação do licor negro... 231

5.5.2 Uso de SNCR na caldeira de recuperação... 232

5.5.3 Remoção dos agentes de quelação presentes em águas residuárias de indústrias kraft por tratamento biológico e sistemas avançados - “kidneys”234 5.5.4 Aumento do fechamento do circuito combinado com a recuperação de quelantes... 235

5.5.5 Polpas produzidas com solventes orgânicos como álcool e formaldeído – “Organosolv Pulping” ... 235

5.6 BAT PARA PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE PAPEL... 237

6 MATERIAIS E MÉTODOS ... 243

6.1 A INDÚSTRIA ESTUDADA: VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL-VCP ... 243

6.2 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO E DA PREVENÇÃO E CONTROLE DA POLUIÇÃO NA UNIDADE JACAREÍ... 244

6.2.1 Projeto P-600... 245

6.2.1.1 Descrição do processo produtivo antes da implementação do Projeto P600 ... 246

6.2.1.2 Descrição do projeto P-600 ... 250

6.2.1.3 Investimentos... 250

6.2.2 Projeto ECF ... 251

6.2.2.1 Descrição do projeto ECF ... 252

6.2.2.2 Investimentos do Projeto ECF... 263

6.2.3 Projeto P 1.200 ... 265 6.2.3.1 Descrição do Projeto P 1.200 ... 265 6.2.3.1.1 Linha de fibras A ... 266 6.2.3.1.2 Linha de fibras B ... 266 6.2.3.1.3 Evaporação ... 267 6.2.3.1.4 Caldeira de biomassa ... 267

6.2.3.1.5 Nova estação de tratamento de águas residuárias (ESTAR) ... 268

6.2.3.1.6 Fechamento de circuitos ... 272

6.2.3.2 Investimentos do P 1.200 ... 289

6.3 EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL NA UNIDADE JACAREÍ... 290

(13)

7 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS... 293

7.1 RESULTADOS DO PROJETO P 600 ... 293

7.1.1 Emissões hídricas ... 293

7.1.2 Emissões atmosféricas... 297

7.2 RESULTADOS DO PROJETO ECF... 299

7.2.1 Rendimento do cozimento... 300

7.2.2 Carreamento de matéria orgânica nos filtrados e eficiência do branqueamento ... 302

7.2.3 Consumo de água ... 308

7.2.4 Geração de águas residuárias. ... 309

7.2.5 Emissões atmosféricas... 315

7.2.6 Geração de resíduos sólidos ... 316

7.2.7 Consumo e cogeração de energia ... 317

7.3 RESULTADOS DO PROJETO P 1.200 ... 318

7.3.1 Emissões hídricas e captação de água ... 318

7.3.2 Emissões atmosféricas... 322

7.3.3 Matriz energética... 323

7.4 ESTIMATIVA DE REDUÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO DEVIDO ÀS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS... 324

7.5 RESULTADOS DOS PROJETOS RELACIONADOS À GESTÃO... 325

7.5.1 Gestão ambiental na Unidade... 325

7.5.2 Elaboração de relatórios de desempenho ambiental do Grupo VCP... 325

8 PROJETOS FUTUROS ... 327

9 CONCLUSÕES ... 329

10 ANEXOS ... 332

(14)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Novo modelo de regulação e controle ambiental ... 13

Figura 2 - Matriz de sustentabilidade para empresas do setor florestal e celulose e papel. ... 14

Figura 3 - Indicadores ambientais de empresas de celulose e papel segundo levantamento do Banco Sarasin. ... 15

Figura 4 - Perfil ambiental de empresas produtoras de celulose e papel, segundo critérios do WBCSD. ... 16

Figura 5 - Perfil social de empresas produtoras de celulose e papel, segundo critérios do WBCSD... 17

Figura 6 - Síntese da sustentabilidade segundo o WBCSD. ... 23

Figura 7 - Métodos e ferramentas para melhoria de desempenho ambiental... 25

Figura 8 - Visão geral de produção mais limpa ou prevenção à poluição. ... 26

Figura 9 - O balanço entre o efeito econômico e ambiental. ... 29

Figura 10 - Evolução da abordagem tecnológica... 29

Figura 11 - Etapas para implementação de um programa de produção mais limpa. . 32

Figura 12 - Avaliação do processo –principais alternativas... 34

Figura 13 - Ciclo de vida de um produto. ... 43

Figura 14 - Protocolo da ACV. ... 45

Figura 15 - Duas formas de limites do sistema, considerando-se fronteiras estreitas (a) e amplas (b)... 47

Figura 16 - Principais categorias dos dados do inventário... 48

Figura 17 - Procedimento para cálculo dos ecoindicadores... 55

Figura 18 - Exemplo de apresentação dos resultados de um estudo comparativo hipotético, após estabelecimento de pesos para os impactos avaliados. . 56

Figura 19 - Representação gráfica de uma análise de ciclo de vida utilizando-se a metodologia “Ecoindicador 99”. ... 57

Figura 20 - Fases do desenvolvimento de um produto. ... 62

Figura 21 - Estratégias relacionadas ao desempenho ambiental e ao potencial de mercado. ... 67

(15)

Figura 22 - Aspectos relevantes para as diferentes categorias de indicadores de

eco-eficiência. ... 71

Figura 23 - Indicadores ambientais segundo a OECD. ... 73

Figura 24 - Escolha dos indicadores-chave segundo metodologia OECD. ... 74

Figura 25 - Avaliação de desempenho ambiental e seus indicadores segundo a norma ISO 14031. ... 79

Figura 26 - Indicadores de desempenho ambiental operacional – indústria. ... 80

Figura 27 - Indicadores de desempenho ambiental operacional – serviços. ... 80

Figura 28 - Indicadores de desempenho de gestão ambiental... 81

Figura 29 - Implementação da avaliação de desempenho ambiental segundo GEMI. ... 83

Figura 30 - O papel das instituições financeiras na gestão dos recursos com relação à eco-eficiência. ... 86

Figura 31 - Principais etapas para elaboração de um relatório ... 89

Figura 32 - Resumo geral de avaliação do desempenho ambiental, social e econômico segundo GRI ... 92

Figura 33 - Abordagem das empresas para a questão ambiental. ... 101

Figura 34 - Número de certificados ISO 14001 emitidos no mundo até 2001. ... 104

Figura 35 - Distribuição dos certificados ISO 14001 emitidos até 2001. ... 104

Figura 36 - Classificação dos custos e sua mensuração... 121

Figura 37 - Custos privados e sociais... 122

Figura 38 - Etapas para avaliação financeira de investimentos. ... 125

Figura 39 - Componentes da madeira. ... 139

Figura 40 - Produção de polpa no mundo. ... 156

Figura 41 - Produção de polpa no Brasil em 2001... 157

Figura 42 - Produção de papel no Brasil em 2001. ... 157

Figura 43 - Evolução da produção de polpa branqueada no mundo. ... 159

Figura 44 - Evolução da produção de polpa branqueada no mundo. ... 160

Figura 45 - Visão geral do processo kraft de produção de celulose... 162

Figura 46 - Representação esquemática de um digestor contínuo utilizado para o cozimento da madeira. ... 164

(16)

Figura 48 - Representação esquemática do ciclo de licor e circuito de sólidos... 172

Figura 49 - Representação esquemática do processo kraft – matérias-primas, insumos e resíduos gerados ... 174

Figura 50 - Águas residuárias típicas geradas no processo kraft. ... 176

Figura 51 - Principais reações que ocorrem na caldeira de recuperação. ... 184

Figura 52 – Processos de tratamento de águas residuárias normalmente empregados em indústrias de celulose e papel. ... 217

Figura 53 – Evolução da produção anual de celulose e papel e período de implantação dos projetos na Unidade Jacareí da VCP. ... 245

Figura 54 – Representação esquemática da linha de fibras... 247

Figura 55 – Representação esquemática do sistema de recuperação de produtos químicos. ... 248

Figura 56 – Representação do sistema de caustificação. ... 248

Figura 57 – Representação esquemática da fabricação de papel. ... 249

Figura 58 – Novo sistema de evaporação (P-600). ... 250

Figura 59 – Linhas de produção de celulose e Projeto ECF. ... 252

Figura 60 – Fluxograma do branqueamento - Linhas A (existente) e B (nova). .... 252

Figura 61 – Representação esquemática do digestor Lo-solids®. ... 255

Figura 62 – Representação esquemática da linha de fibras ECF e TCF (linha B).. 258

Figura 63 – Representação esquemática do sistema de lavagem de massa – Linha B. ... 258

Figura 64 – Máquina extratora de celulose – JE2. ... 260

Figura 65 – Representação esquemática do sistema de caustificação do licor. ... 261

Figura 66 – Análise da competitividade da Unidade Jacareí no mercado mundial. 265 Figura 67 – Representação esquemática da linha de fibras A... 266

Figura 68 – Representação esquemática da modificação do branqueamento B... 267

Figura 69 – Representação esquemática da nova estação de tratamento de águas residuárias. ... 271

Figura 70 – Principais consumos e geração de águas residuárias da máquina de papel (J1)... 276

Figura 71 – Proposta para otimização do consumo de água e da geração de águas resísuárias na máquina de papel (J1)... 277

(17)

Figura 72 – Balanço do consumo de água – valores reais e projetados (em litros por

minuto). ... 287

Figura 73 – Balanço da geração de águas residuárias – valores reais e projetados (em litros por minuto)... 288

Figura 74 – Evolução da vazão específica de águas residuárias ao longo do tempo. ... 295

Figura 75 – Evolução da DQO específica nos afluentes e efluentes da ESTAR. .... 295

Figura 76 – Evolução da carga específica de DBO5,20 nos afluentes e efluentes a ESTAR. ... 296

Figura 77 – Evolução da cor específica do efluente industrial. ... 296

Figura 78 – Evolução da emissão específica de MP. ... 298

Figura 79 – Evolução da emissão de TRS. ... 298

Figura 80 – Evolução da emissão específica de SO2. ... 298

Figura 81 – Evolução tecnológica da produção de celulose versus o número kappa. ... 301

Figura 82 – Principais tecnologias e sua correlação com os aspectos ambientais. . 303

Figura 83 – Produção diária de celulose. ... 304

Figura 84 – Representação esquemática do branqueamento após modificações. .... 305

Figura 85 – Número kappa na linha B do processo ECF com e sem modificações. 306 Figura 86 – Consumo de produtos químicos na linha B, projetado, obtido no processo ECF sem e com as modificações... 306

Figura 87 – Representação esquemática do branqueamento a partir de setembro de 2000... 307

Figura 88 - Evolução da vazão específica de água captada ao longo do tempo. ... 308

Figura 89 - Evolução da vazão de águas residuárias... 309

Figura 90 - Evolução temporal da carga específica de DBO5,20 no afluente e no efluente da ESTAR. ... 311

Figura 91 - Evolução temporal da DQO no afluente e efluente da ESTAR. ... 311

Figura 92 - Comparação da evolução da vazão e da DBO antes e depois do projeto ECF com os valores de projeto. ... 312

Figura 93 - Evolução da cor específica da água residuária ao longo do tempo. ... 313

(18)

Figura 95 - Evolução da cogeração de energia em relação ao consumo de energia

elétrica total. ... 317

Figura 96 - Evolução do consumo total de energia... 317

Figura 97 - Evolução temporal da vazão de água captada no rio Paraíba do Sul. .. 318

Figura 98 - Evolução da vazão do efluente industrial ao longo do tempo. ... 319

Figura 99 - Evolução da carga específica de DBO no efluente industrial na entrada e saída da ESTAR. ... 319

Figura 100- Evolução da DQO específica no afluente e efluente da ESTAR. ... 320

Figura 101 - Evolução da DQO solúvel no afluente e efluente da ESTAR. ... 321

Figura 102 - Evolução remoção da DBO na ESTAR. ... 321

Figura 103 - Evolução da emissão de material particulado. ... 322

Figura 104 - Evolução da emissão de dióxido de enxofre (incluindo caldeira auxiliar). ... 323

Figura 105 - Evolução da emissão de TRS. ... 323

(19)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Cronologia dos eventos relevantes relacionados às questões ambientais... 4

Tabela 2 - Setores nos quais foram implementados programas de Produção Mais Limpa. ... 40

Tabela 3 - Categorias de impacto ambiental segundo diferentes organismos. ... 52

Tabela 4 - Nível de detalhamento. ... 59

Tabela 5 - Fases do desenvolvimento de um produto. ... 65

Tabela 6 - Indicadores para diferentes categorias e aspectos... 75

Tabela 7 - Normas da série ISO e sua abrangência... 102

Tabela 8 - Comparação entre contabilidade ambiental gerencial e financeira... 117

Tabela 9 - Uso das ferramentas de gestão ambiental pelas empresas. ... 118

Tabela 10 - Custos ambientais. ... 120

Tabela 11 - Quadro comparativo dos métodos de análise de investimentos... 124

Tabela 12 - Tipos de fibras... 141

Tabela 13 - Produção de papel no mundo... 155

Tabela 14 - Produção de celulose no mundo. ... 156

Tabela 15 - Número kappa para diferentes tipos de cozimento e madeira. ... 167

Tabela 16 - Características típicas das águas residuárias geradas no descascamentoda madeira. ... 177

Tabela 17 - Quadro comparativo entre os tipos de cozimento e o número kappa e a DQO. ... 180

Tabela 18 - Valores de AOX em função do tipo de cozimento, deslignificação, branqueamento e carga de dióxido de cloro aplicada. ... 181

Tabela 19 - DQO nas águas residuárias em diferentes etapas do processo. ... 182

Tabela 20 - Emissões hídricas de metais na produção de polpa branqueada e não branqueada. ... 182

Tabela 21 - Emissões atmosféricas típicas da caldeira de recuperação e forno de cal. ... 186

Tabela 22 - Geração de resíduos sólidos em industrias de papel e celulose-processo kraft. ... 191

(20)

Tabela 24 - Características das águas residuárias. ... 196 Tabela 25 - Emissões atmosféricas típicas do processo kraft. ... 198 Tabela 26 - Consumos de energia térmica e elétrica em fábricas kraft eficientes. .. 199 Tabela 27 - Características das águas residuárias oriundas de indústrias que utilizam descascamento úmido e a seco. ... 200 Tabela 28 - Numero kappa e estimativa de DQO filtrada utilizando-se diferentes

tecnologias de deslignificação... 205 Tabela 29 - Características típicas dos efluentes de sistemas de lodos ativados

tratando águas residuárias de indústrias de papel e celulose (processo kraft). ... 219 Tabela 30 - Níveis de emissões BAT para caldeiras auxiliares. ... 230 Tabela 31 - Tecnologias alternativas para a produção de polpa. ... 236 Tabela 32 - Emissões hídricas provenientes da fabricação de papel utilizando as

BATs ... 238 Tabela 33 - Emissões hídricas de fábricas européias de celulose e papel que utilizam as BATs. ... 240 Tabela 34 - Emissões atmosféricas de fábricas de celulose e papel européiais que

utilizam as BATs... 241 Tabela 35 - Geração de resíduos sólidos em fábricas européias... 242 Tabela 36 - Resumo das alternativas propostas para redução do consumo de água e da geração de águas residuárias. ... 283 Tabela 37 - Evolução da produção de celulose e papel e dos indicadores das emissões hídricas. ... 293 Tabela 38 - Emissões atmosféricas e produção... 297 Tabela 39 - Comparação entre as emissões hídricas geradas antes e depois dos

projetos com valores de referência BAT ou Nordic Swan... 314 Tabela 40 - Comparação das emissões atmosféricas antes de após a implantação do Projeto ECF em comparação com valores de referência BAT e Nordic Swan. ... 316

(21)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel ACV - Análise de Ciclo de Vida

ADT -Air dry ton

AOX - Compostos orgânicos halogenados adsorvíveis

BAT - Best Available Technology (Melhores tecnologias disponíveis) Bracelpa - Associação Brasileira de Celulose Papel

CERES - Coalition for Environmentally Responsible Economies CERFLOR - Programa Nacional de Certificação Florestal

CETESB - Companhia de Tecnologia de SaneamentoAmbiental CFC - Cloro fluor carbono

CNTL - Centro Nacional de Tecnologias mais Limpas

COD -Chemical Oxygen Demand (demanda química de oxigênio) CP - Cleaner Production (produção mais limpa)

DBO5,20 - Demanda Bioquímica de Oxigênio

DEFRA - Department For Environment, Food and Rural Affairs-UK DfE - Design for Environment (Design ambiental)

DQO - Demanda Química de Oxigênio

Eac - Environmental Accounting (Contabilidade ambiental)

ECF - Elementary Chlorine Free (Celulose isenta de cloro elementar) EEA - Agência Ambiental Européia

EMAS - Eco-management Audit Scheme

EMS - Environmental Management System (Sistema de gestão ambiental) EPE - Environmental Performance Evaluation (Avaliação de desempenho ambiental)

FSC - Forest Stewardship Council

GEMI - Global Environmental Management Initiative GNC - Gases não condensáveis concentrados

GRI - Global Reporting Initiative

(22)

IPPC - Integrated Pollution Prevention and Control ISO - International Standardization Organization

LCA - Life Cycle Assessment (Análise de ciclo de vida)

NBR - Normas Brasileiras

OECD - Organization for Economics Co-operation and Development OX - Compostos orgânicos halogenados totais

P2 - Pollution Prevention (Prevenção à poluição) PCB - Bifenilas policloradas

PERI - Public Environmental Reporting Initiative SGA - Sistema de gestão ambiental

TCF - Totally Chlorine Free (Celulose isenta de cloro) TRS -Total Reduced Sulphur (enxofre total reduzido) UNEP - United Nations Environmental Program

USEPA - United States Environmental Protection Agency (Agência de proteção ambiental americana)

VCP - Votorantim Celulose e Papel

(23)

1 INTRODUÇÃO

Uma das citações da Carta da Terra apresenta as novas relações na sociedade moderna de forma contundente:

(....) “A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva” (Earth Council, 2000).

É nesse contexto que emergem conceitos extremamente importantes como o da sustentabilidade e o da eco-eficiência - termo criado pelo World Business Council For Sustainable Development (WBCSD) em 1992 e definido como a produção e entrega de bens e serviços a preços competitivos que satisfaçam as necessidades humanas, promovendo qualidade de vida, ao mesmo tempo que progressivamente, são reduzidos os impactos ambientais e a intensidade do consumo de recursos naturais em todo o ciclo de vida, em consonância com a capacidade estimada da terra em prover estes recursos e absorver os impactos (UNEP-DTIE, 2001).

A eco-eficiência pode servir de base para as empresas desenvolverem e implementarem estratégias voltadas à sustentabilidade. Essas estratégias terão o foco em inovações tecnológicas e sociais, na transparência, na contabilização ambiental e na cooperação com os demais segmentos da sociedade.

Eco-eficiência é um conceito de negócios, que pode ser aplicado amplamente nas empresas, desde o desenvolvimento de produtos e serviços até a sua distribuição. A eco-eficiência envolve três objetivos principais: (a) redução do consumo de recursos naturais, incluindo-se a redução do uso de energia, insumos, água e solo por meio do aumento da reciclabilidade e durabilidade dos produtos e da otimização dos

(24)

processos produtivos (reúso); (b) redução dos impactos ao meio ambiente por intermédio da minimização das emissões; redução do uso de produtos perigosos e uso sustentável de recursos renováveis; (c) valorização de produtos ou serviços perante aos consumidores por meio do aumento da sua funcionalidade e flexibilidade, de modo a atender às suas expectativas, permitindo, assim, que o mesmo serviço ou produto possa ser entregue utilizando-se menos recursos naturais.

As empresas, por sua vez, podem acrescentar um quarto objetivo: embutir a gestão da sustentabilidade na gestão do negócio, integrando-a com as demais de forma a fomentar a eco-eficiência. O sistema de gestão ambiental – SGA deve, portanto, permitir a identificação dos riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade, assim como garantir que os mesmos sejam corretamente avaliados e gerenciados. Implementar a eco-eficiência na gestão dos negócios é basicamente buscar as oportunidades de ser mais ecoeficiente em quatro áreas: no projeto e design de produtos; no processo produtivo; na cooperação com as demais empresas e na forma de atender a demanda dos consumidores.

A eco-eficiência também pode ser empregada pelos governantes como estratégia para o desenvolvimento sustentável, fomentando e dando condições para a inovação, estabelecimento de parcerias e difusão de conhecimento para diversos segmentos da sociedade, visando o progresso, o crescimento da economia e à melhoria da qualidade de vida (WBCSD, 2000a).

Na esfera governamental, destacam-se como elementos viabilizadores da sustentabilidade: (a) eliminação de subsídios danosos ao meio ambiente; (b) substituição de taxas sobre o lucro por taxas relacionadas ao uso de recursos naturais e a poluição; (c) implementação de instrumentos econômicos que incentivem a proteção ao meio ambiente e (d) promoção de iniciativas ambientais voluntárias - acordos com múltiplos segmentos.

Este trabalho abordará resumidamente a evolução histórica das questões ambientais na sociedade contemporânea, destacando-se a implementação da eco-eficiência sob a ótica empresarial e suas ferramentas.

(25)

2 OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho são:

• Discutir o conceito de desenvolvimento sustentável e de eco-eficiência;

• Aplicar as seguintes ferramentas da eco-eficiência na indústria Votorantim Celulose e Papel – Unidade Jacareí: produção mais limpa, contabilidade ambiental, indicadores de eco-eficiência e de desempenho ambiental, relatórios de desempenho ambiental e sistema de gestão ambiental;

• Avaliar e quantificar os ganhos ambientais e financeiros decorrentes desta aplicação.

(26)

3 A QUESTÃO AMBIENTAL

3.1 H

ISTÓRICO RECENTE

Desde os primórdios do desenvolvimento da civilização humana na Terra, a busca por alimentos, abrigo e bem-estar, causa impactos ao meio ambiente.

No entanto, somente com o crescimento da população é que esses efeitos tornaram-se significativos e com uma abrangência local ou regional. O final do século XX foi marcado pela globalização dos impactos ambientais e pela percepção do seu efeito: a degradação ambiental.

Esta percepção desencadeou uma série de medidas reguladoras, inicialmente, em escala regional, como, por exemplo, legislação ambiental voltada para meios específicos (ar, água e solo), licenciamento de indústrias e mecanismos de controle, entre outros.

No final da década de 60 do século XX, no entanto, ficou clara a necessidade de uma visão integrativa entre diversos segmentos da sociedade e de ações em escala global voltadas para a preservação ambiental.

Na Tabela 1 estão indicados os principais eventos que de certa forma, instigaram uma nova ordem mundial, com reflexos já perceptíveis em vários setores da economia, da sociedade e dos governos.

Tabela 1 - Cronologia dos eventos relevantes relacionados às questões ambientais.

Evento Ano Convenção sobre Pesca no Atlântico Norte e NE - Conservação e uso

racional dos estoques de peixes. 1959

Protocolo 91 – Tratado Antártico: Utilização da Antártica para fins

pacíficos 1959

Convênio sobre Proteção dos Trabalhadores contra Radiações Ionizantes:

(27)

Evento Ano Convenção sobre Responsabilidade de Terceiros no Uso da Energia

Nuclear – Compensação sobre danos causados e garantia do uso pacífico da energia nuclear.

1960

Convenção sobre Proteção de Novas Qualidades de Plantas: Reconhecimento e proteção dos cultivadores de novas variedades de plantas.

1961

Publicação do livro: “Silent Spring”– Rachel Carson – Pesquisa em toxicologia, ecologia e epidemiologia mostrando que a presença de pesticidas estava crescendo e causando problemas em animais e seres humanos.

1962

Convenção de Viena sobre Responsabilidade Civil por Danos Nucleares – Provisão de recursos contra danos resultantes do uso pacífico da energia nuclear.

1963

Tratado proibindo ensaios nucleares na atmosfera, espaço ultraterrestre

(Lua,etc.) – Desincentivar a produção e testes de armas nucleares. 1963

Acordo sobre Poluição do Rio Reno - Cooperação entre países para

prevenir a poluição e manter a qualidade da água. 1963

Convenção sobre Conselho Internacional para Exploração do Mar -

Nova constituição para conselho criado em 1902. 1964

Convenção Fitossanitária Africana - Controle e eliminação de pragas das

plantas. 1967

Conferência intergovernamental para o uso racional e conservação da biosfera (UNESCO) – primeiras discussões sobre o conceito de desenvolvimento sustentável

1968

Publicação do livro: “Population Bomb” – Paul Ehrlich - Faz conexão

entre exploração dos recursos naturais e o meio ambiente 1968

Convenção sobre Conservação dos Recursos Vivos do Atlântico SE:

Cooperação e uso racional de recursos. 1969

Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por Danos Causados por Poluição por Óleo -Visa compensação de danos causados 1969

(28)

Evento Ano por derramamento de óleo.

Convênio Relativo à Intervenção em Alto Mar em caso de acidentes com Óleo: Para tomada de providências em acidentes que afetem o mar e a costa.

Criação do Centro Internacional de pesquisa do desenvolvimento (IDRC) a partir do relatório “Partners in Development”, coordenado pelo primeiro ministro do Canadá, Lester B. Pearson.

1969 1970

Convenção Relativa às Áreas Úmidas de Importância Internacional (RAMSAR) – Proteção das áreas úmidas, reconhecendo seu valor econômico, cultural, científico e recreativo.

1971

Convênio sobre Proteção contra Riscos de Contaminação por Benzeno -

Proteção de trabalhadores na produção, manuseio e uso do benzeno. 1971 Convênio sobre Responsabilidade Civil na Esfera do Transporte

Marítimo de Materiais Nucleares - Responsabiliza o operador da instalação nuclear por danos causados em incidente nuclear no transporte marítimo de material nuclear.

1971

Princípio do poluidor pagador – no qual a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) determina que aqueles que causam poluição devem pagar por isso.

1971

O Clube de Roma publica: “Limites do crescimento” – Relatório controverso e pessimista, prevendo sérias conseqüências caso o crescimento não fosse reduzido.

1972

Conferência das Nações Unidas para o meio ambiente, em Estocolmo, com foco em chuva ácida e outros temas relativos à poluição nos países nórdicos. Esta conferência deu origem à formação de uma série de agências nacionais de controle e a UNEP - Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas.

1972

Nasce o movimento: “Chipko” na Índia, em resposta à devastação das florestas e degradação ambiental, engajando as mulheres em questões ambientais.

1973

(29)

Evento Ano Publicação do estatuto para proteção de espécies ameaçadas nos Estados

Unidos, visando à preservação da fauna e flora. 1973

Publicação na Revista técnica “Nature” do trabalho de Rowland and Molina, sobre CFCs, alertando para a destruição da camada de ozônio 1974 Apresentação do Modelo Latino-americano para desenvolvimento, elaborado pela Fundação Bariloche, em resposta à proposta “Limites do Crescimento”. Ressalta para o crescimento e desigualdade no terceiro mundo

1974

Primeiro Encontro Internacional sobre Habitação e sua interligação com o

meio ambiente 1976

Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação 1977

Inicia-se o Movimento “Cinturão Verde” no Quênia para evitar a desertificação, com envolvimento da comunidade para o plantio de árvores. 1977 È adotada a convenção sobre poluição atmosférica transfronteiriça 1979

Acidente na usina nuclear ”Three Mile Island” – USA 1979

Publicado o relatório das Nações Unidas sobre a natureza no qual é adotado o princípio de que cada ser vivo é único e deve ser respeitado e ressalta a interdependência humana dos recursos naturais e a necessidade de controle da sua exploração

1982

Convenção sobre Direito do Mar - Estabelece o regime jurídico para os mares e oceanos, bem como padrões de proteção e sanções contra a poluição.

1982

Vazamento tóxico em Bhopal na Índia deixa 10.000 mortos e 300.000

feridos 1984

Mais de 250.000 pessoas morrem de fome na Etiópia 1984

È criado o programa “Responsible Care” - atuação responsável, por iniciativa da indústria química do Canadá. Estabelece um código de conduta para as indústrias químicas, que é expandido para outros países

1985

È descoberto por cientistas britânicos e americanos o buraco na camada de

ozônio na Antártida 1985

(30)

Evento Ano aumento da concentração de CO2 e outros gases estufa e prevê o

aquecimento global

Acidente nuclear de Chernobyl gerando uma grande contaminação

radioativa 1986

Publicado o Relatório “Brundtland Report”, Nosso Futuro Comum, no qual são abordados, de forma integrada, aspectos econômicos, sociais e ambientais para uma nova ordem global.

1987

Adotado o Protocolo de Montreal - voltado para a restrição do uso e da

fabricação de substâncias que causam depleção da camada de ozônio 1987 É criado o painel intergovernamental de mudanças climáticas como um

fórum de discussão técnico, econômico e científico. 1988

O acidente com o navio Exxon Valdez resulta no vazamento de cerca de

385.000 m3 de óleo na costa do Alasca 1989

Convenção sobre Controle de Movimentos Transfronteiços de Resíduos Perigosos (Convenção da Basiléia) - Comercialização internacional e depósitos de substâncias tóxicas.

1989

Convenção Africana sobre o Banimento da Importação e Controle do Movimento e Gerenciamento de Perigosos Transfronteiriços (Bamako) - Proibição da importação para a África de Resíduos Perigosos.

1991

Convenção sobre Cooperação Pesqueira entre Países Africanos beirando o Oceano Atântico: Cooperação nas atividades pesqueiras visando auto-suficiência alimentícia através do uso racional e integrado dos recursos pesqueiros.

1991

Protocolo ao Tratado Antártico sobre Proteção Ambiental - Designa a Antártica como Reserva Natural, destinada à paz e à ciência; determina princípios de proteção ambiental da região; estabelece a cooperação no planejamento e condução das atividades na região.

1991

Convenção sobre Avaliação de Impacto Ambiental em Contextos Transfronteiriços - Assegurar a execução de AIA antes da tomada de decisão sobre uma dada atividade que pode causar significativo impacto ambiental.

(31)

Evento Ano Conferência denominada Cúpula da Terra promovida pelas Nações Unidas

no Rio de Janeiro, deu origem à carta de intenções denominada Agenda 21, a Convenção sobre diversidade biológica e as bases para a Convenção das Mudanças Climáticas.

1992

Convenção para Proteção do Meio Ambiente do Atlântico Nordeste - Prevenção e eliminação de poluição por fontes terrestres; eliminação e prevenção de poluição por despejo ou incineração; proibição de despejos por fontes extra-costeiras. Inclui os princípios da precaução do poluidor-pagador.

1992

Convenção para Proteção do Mar Negro contra Poluição - Prevenir,reduzir e controlar a poluição para proteção e preservação do meio ambiente do Mar Negro.

1992

Convenção para Proteção do Mar Báltico - Prevenção e eliminação de poluição; inclui os princípios do poluidor-pagador e da precaução e exige o uso da melhor tecnologia prática disponível.

1992

Convenção sobre os Efeitos Transfronteiriços de Acidentes Industriais -

Prevenção de acidentes industriais e mitigação de seus efeitos. 1992 Convenção sobre Responsabilidade Civil por Danos Resultantes de Atividades Perigosas ao Meio Ambiente (Conselho da Europa, CEE, outros países) – Assegurar compensação adequada por danos resultantes de atividades perigosas ao meio ambiente e meios de prevenção e recuperação.

1993

Primeiro encontro da Comissão de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas para acompanhar o que foi preconizado na Agenda 21, estimular a cooperação internacional e racionalizar as tomadas de decisão.

1993

Convenção de Londres sobre Banimento de Despejo de Resíduos de Baixo Índice de Radiação nos Oceanos: Impõe banimento permanente do despejo de resíduos de baixo índice de radiação nos oceanos.

1993

Convenção Internacional de Combate à Desertificação nos Países afetados por Desertificação e/ou Seca - Reconhece a importância do combate à pobreza, da melhor distribuição dos benefícios do desenvolvimento e do

(32)

Evento Ano atendimento às necessidades de saúde e bem-estar das populações afetadas

pela desertificação.

Cúpula das Américas sobre o desenvolvimento sustentável – Santa Cruz, Bolívia: reforça a necessidade de esforços conjuntos para o desenvolvimento sustentável.

1996

Sistema voluntário de certificação ambiental – ISO 14001 é formalmente

adotado para sistemas de gestão ambiental 1996

Têm início as discussões sobre organismos geneticamente modificados 1998 Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10): avaliação

dos progressos conseguidos desde a Rio 92 e definição de metas para acesso ao saneamento, restauração de pesqueiros para produção sustentável, eliminação de práticas pesqueiras destrutivas, estabelecimento de rede representativa de áreas de proteção marinha, redução de perda de biodiversidade e uso de produtos químicos ambientalmente adequados.

2002

3.2 M

EIO

A

MBIENTE

– V

ISÃO GERAL SOBRE A GOVERNANÇA INTERNACIONAL

A busca pelo desenvolvimento sustentável em uma escala global é o desafio deste novo século.

Embora muito esforço já tenha sido feito com inúmeros tratados e acordos internacionais a partir do consenso de que a questão ambiental não pode estar dissociada das questões econômicas e sociais, os mecanismos institucionais criados são fragmentados e não estão suficientemente coordenados, segundo os interlocutores do United Nations Environmental Program (UNEP, 2001a).

O novo modelo de governança internacional deve ser instituído de forma a possibilitar a obtenção do desenvolvimento sustentável considerando-se a sua estreita interdependência de inúmeros fatores como demanda social, pressões demográficas e

(33)

pobreza nos países em desenvolvimento, contrapondo-se com o consumo excessivo e o desperdício nos países desenvolvidos.

O relatório executivo do encontro internacional sobre governança e meio ambiente, promovido pela UNEP em abril de 2001, apresenta uma visão geral desta questão, analisando de forma abrangente os acordos existentes, discutindo, inclusive, a complexa questão do financiamento para a implementação e viabilização dos acordos assumidos (UNEP, 2001a).

Com o objetivo de estabelecer um organismo de coordenação para estas questões, foi recomendada a criação do Global Ministerial Environment Forum (GMEF). Este fórum se reuniu pela primeira vez em maio de 2001 em Malmo-Suécia.

Parte destas considerações sobre governança ambiental faz parte da “Declaração de Malmo”; na qual são abordados os principais desafios ambientais para o século XXI (UNEP, 2001b).

Segundo essa declaração, o setor privado emerge como um importante ator no cenário de preservação ambiental, especialmente com relação ao uso da tecnologia e investimentos, incorporando a variável ambiental na tomada de decisões. Nesse aspecto, as ações do governo são fundamentais para induzir mudanças na criação de uma nova cultura no setor privado. Princípios como o do “poluidor-pagador” e o da precaução, associados ao uso de ferramentas de gestão como: contabilidade ambiental, indicadores e relatórios de desempenho ambientais, eco-eficiência devem ser estimulados pelos governos e agências reguladoras.

3.3 A I

NDÚSTRIA

;

GOVERNO

,

MERCADO

,

SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE

.

A percepção atual das questões ambientais em países de terceiro mundo pode ser associada com idéias pre-concebidas, como por exemplo, de que é difícil reverter a

(34)

poluição ambiental nestes países uma vez que não foi atingido um patamar de riqueza e desenvolvimento similar ao existente no primeiro mundo e que a globalização tem tendência a encorajar o deslocamento de indústrias poluidoras para países do terceiro mundo. O Banco Mundial, em um recente trabalho denominado: “Greening Industry - New Roles for Communities, Markets and Goverments” (World Bank, 1999), reporta que essa visão está equivocada e apresenta experiências de sucesso em diversos países do terceiro mundo para controle e prevenção da poluição.

As agências e órgãos de controle ambiental dos países em desenvolvimento perceberam que a abordagem regulatória tradicional, importada do primeiro mundo, era inapropriada para países do terceiro mundo, e a partir desta percepção, desenvolveram sistemas eficientes e flexíveis que estimulam os poluidores a reduzir e a prevenir a poluição. Incentivos econômicos, como, por exemplo, as taxações de emissões, proporcionaram estímulo às empresas para reduzir seus níveis de emissão, como foi observado nos programas adotados na Colômbia, China e Filipinas. A taxação, ao mesmo tempo em que induz a redução das emissões, permite a geração de recursos que podem ser utilizados pelos governos locais para controle da poluição (World Bank, 1999).

Outra experiência de sucesso foi o programa de redução de poluição adotado pela Indonésia, denominado “PROPER” - Programa para Controle, Classificação e Avaliação da Poluição; conduzido pela agência ambiental da Indonésia (BADEPAL). Este programa inovador teve início em 1995 e fundamentou-se basicamente na melhora do desempenho ambiental e redução das emissões a partir do levantamento e classificação das principais indústrias poluidoras. As empresas analisadas tiveram um prazo de seis meses para reverter a sua classificação, adotando medidas de controle de poluição, antes da divulgação dos resultados para a sociedade. O desempenho ambiental foi classificado em 05 categorias, identificadas por cores: preto (pior desempenho), vermelho, azul, verde e dourado (melhor desempenho). Este programa mostrou ser eficaz onde os instrumentos reguladores não obtiveram sucesso, quer seja por sua inexistência, quer seja por falta de recursos para monitoramento e controle.

(35)

Este é um excelente exemplo da mudança no perfil das forças indutoras que estão atuando sobre as empresas, em que, por um lado, o papel regulador do Estado está mais voltado para mediação, estímulo à prevenção e à redução da poluição do que simplesmente para a fiscalização e autuação. Por outro lado, emergem nesse cenário duas outras forças indutoras: o mercado e a comunidade.

Esse novo modelo está amostrado na figura a seguir:

Figura 1 - Novo modelo de regulação e controle ambiental

Fonte: World Bank (1999)

Em uma economia globalizada, a influência do mercado pode ser decisiva para estimular as empresas a adotar padrões mais rigorosos de desempenho ambiental e social. Despontam iniciativas como as dos Fundos de Investimentos Socialmente Responsáveis, SRI (Socially Responsible Investment), nos quais os aspectos sociais, ambientais e financeiros são considerados nos investimentos. Estima-se que em 1999 cerca de US$ 2 trilhões de ativos foram geridos seguindo critérios sociais e ambientais nos Estados Unidos (Ecofinanças, 2001).

Um dos exemplos de elaboração de perfis de grandes empresas com vistas a recomendação para esses fundos foi publicada em julho/00, pelo banco europeu -

Governo M erc ad o Co mu nid ad e A questão do crédito e financiamento Fundos de investimentos Passivos e sustentabilidade Acordos

Pressão por informações e transparência

Políticas públicas de incentivos a prevenção à poluição Taxas e subsídios Governo M erc ad o Co mu nid ad e A questão do crédito e financiamento Fundos de investimentos Passivos e sustentabilidade Acordos

Pressão por informações e transparência

Políticas públicas de incentivos a prevenção à poluição Taxas e subsídios Governo M erc ad o Co mu nid ad e Governo M erc ad o Co mu nid ad e A questão do crédito e financiamento Fundos de investimentos Passivos e sustentabilidade Acordos

Pressão por informações e transparência

Políticas públicas de incentivos a prevenção à poluição Taxas e subsídios

(36)

Bank Sarasin & Co., no relatório: “Are the founders of sustainability true to their roots? – An overview of the forestry and paper industry”.

Neste trabalho, são avaliadas do ponto de vista ambiental e social as doze mais importantes empresas do setor florestal e de celulose e papel do mundo. A metodologia utilizada para a dimensão ambiental segue critérios do World Business For Sustainable Development (WBCSD) para as principais etapas da cadeia produtiva.

Os aspectos ambientais analisados estão alinhados com as sete dimensões da eco-eficiência (ver item 4.2 deste trabalho).

É apresentada também, uma matriz na qual a sustentabilidade do setor é comparada com a dos demais, ao mesmo tempo em que é feita uma comparação entre as empresas, conforme apresentado na Figura 2.

Figura 2 - Matriz de sustentabilidade para empresas do setor florestal e celulose e papel. Fonte: Sarasin (2000) Su st en t a bilida de da in dú st r ia (ext r a set or ia l) S u st e n ta b il ida de da i n dú st ri a ( in tr a ) Baixa Abaixo

da média Média da médiaAcima Alta Baixa Abaixo da média Média Acima da média Alta Stora Enso SCA AssiDoman Holmen Metsa Serla Aracruz International Paper Abitibi-Consolidated Norske Skog UPM-Kymmene Korsnas Weyerhauser Su st en t a bilida de da in dú st r ia (ext r a set or ia l) S u st e n ta b il ida de da i n dú st ri a ( in tr a ) Baixa Abaixo

da média Média da médiaAcima Alta Baixa Abaixo da média Média Acima da média Alta Stora Enso SCA AssiDoman Holmen Metsa Serla Aracruz International Paper Abitibi-Consolidated Norske Skog UPM-Kymmene Korsnas Weyerhauser

(37)

Os indicadores do consumo de energia e emissões, por exemplo, são apresentados por unidade de valor adicionado (VA) - diferença entre o custo de produção e o valor de venda do produto, que é uma forma inovadora e ainda não muito utilizada pelas empresas, mas que está alinhada com o conceito de eco-eficiência. Esta forma de apresentação dos indicadores ambientais está representada na Figura 3.

Figura 3 - Indicadores ambientais de empresas de celulose e papel segundo levantamento do Banco Sarasin.

Fonte: Sarasin (2000)

SO2 – dióxido de enxofre

COD – Chemical Oxygen Demand (demanda química de oxigênio) AOX – compostos orgânicos halogenados adsorvíveis

O perfil ambiental de cada empresa com relação à estratégia, gestão e aos aspectos ambientais relacionados aos insumos, fabricação, produtos e serviços são comparados com a média do universo amostrado. Do mesmo modo, são comparados

0 10 20 30 40 50 60 70 80 Inte rnat iona l Pa per Wey erha euse r Abiti bi-C ons. SC A Hol men UPM -Kym men e Met sa-Se rla Assi Dom an Nor ske Skog Arac ruz Kors nas Stor a En so

SO2 (t/ US$ milhões VA) COD (t/ US$ milhões VA) AOX (t/ US$ milhões VA)

(38)

os indicadores de desempenho social, conforme mostrado nas Figuras 4 e 5. (Sarasin, 2000)

SGA – Sistema de Gestão Ambiental

Figura 4 - Perfil ambiental de empresas produtoras de celulose e papel, segundo critérios do WBCSD.

Fonte: Modificado do relatório do Banco Sarasin-Sarasin (2000)

Perfil ambiental -Abitibi-Cons. (%)

0 20 40 60 80 100 Estratégia SGA Insumos Produção Produtos e serviços Média da indústria Média da empresa

(39)

Figura 5 - Perfil social de empresas produtoras de celulose e papel, segundo critérios do WBCSD.

Fonte: Modificado do relatório do Banco Sarasin. Sarasin (2000)

Uma das conclusões deste trabalho, segundo a metodologia utilizada pelos pesquisadores, é que as representantes nórdicas apresentaram desempenho ambiental superior às demais, destacando-se nos itens relativos à estratégia e gestão ambiental.

No Brasil, uma das iniciativas pioneiras foi a do Unibanco, por meio de sua carteira de investimentos, que elaborou o perfil de algumas empresas brasileiras, afim de orientar aqueles que desejam investir naquelas com responsabilidade social e ambiental (Ethos, 2001). 0 20 40 60 80 100 Estratégia Gestão Saúde e Segurança Governo e sociedade Investidores Fornecedores Empregados Clientes Competidores Média da indústria Média da empresa Perfil Social - Abitidi-Cons.(%)

(40)

Em países como o Japão, Reino Unido e Alemanha crescem as pressões para que os fundos de pensão incluam, além de critérios financeiros, critérios ambientais e sociais para a escolha dos investimentos (Ecofinanças, 2001).

A sociedade civil também desponta como um importante agente de mudanças no comportamento das empresas, por meio de associações de bairro, organizações não-governamentais, sindicatos, etc.

A empresa moderna não pode estar dissociada da realidade local, das comunidades vizinhas e dos anseios da população. Há necessidade cada vez maior de transparência das empresas, discutindo com a comunidade problemas ambientais e sociais, visando a uma solução conjunta.

3.4 D

ESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ECO

-

EFICIÊNCIA

3.4.1 Evolução histórica

O desenvolvimento sustentável, segundo definição do Dr. John R. Ehrenfeld, criador do conceito “Industrial Ecology” da Universidade da Noruega é:

“O desenvolvimento conduzido responsavelmente por indivíduos, empresas, governos e outras instituições, cuidando do futuro como se ele lhes pertencesse, dividindo e partilhando eqüitativamente os recursos naturais dos quais os seres humanos e as demais espécies dependem, de forma a garantir que aqueles que hoje existem estejam presentes também no futuro para satisfazer as necessidades e aspirações humanas” (Ehrenfeld, 2001).

A sustentabilidade traz no seu bojo o confronto com o paradigma da modernidade, que norteou a sociedade até bem pouco tempo atrás.

Tornar real esse conceito é um colossal desafio para o novo século que se inicia. Muito esforço está sendo feito por diversos países e organismos internacionais para estabelecer indicadores que permitam tornar mensurável a sustentabilidade, para

(41)

então, estabelecer estratégias adequadas (EEA,1998). Vários fóruns internacionais têm discutido a questão da contabilidade ambiental, como, por exemplo, European Environmental Agency (EEA).

Um exemplo interessante é o modelo desenvolvido pelo Prof. Mathis Warckrnagel, coordenador do Centro de Estudos para a Sustentabilidade da Universidade Anáhuac de Xalapa no México, denominado “Ecological Footprints” - pegadas ecológicas- no qual a “quantidade” de recursos naturais utilizados para manter os hábitos de consumo do Homem é “medida” em equivalentes de área produtiva. Em 1996, esse modelo foi utilizado para estimar as “pegadas ecológicas” de 140 países e os resultados indicaram que países industrializados apresentam um déficit de recursos naturais - conforme era de se esperar. Cada cidadão americano, por exemplo, precisa, em média, do equivalente a 9,6 ha (96.000 m2) para manter seus hábitos de consumo. Segundo esse modelo, atualmente, a quantidade de recursos naturais disponíveis é o equivalente a 1,8 ha por habitante, considerando-se que 12% das áreas produtivas e oceanos sejam mantidos para preservação. A média dos 140 países analisados foi 2,9 ha por habitante, indicando, portanto, que a capacidade da terra estaria sendo ultrapassada em cerca de 38% (Wackernagel et al. 1996).

A sustentabilidade requer o uso mais eficiente dos recursos naturais, menor geração de resíduos, fontes alternativas de energia, mudanças dos hábitos de consumo, reutilização e reciclagem de produtos, entre outros. Há que se dissociar a relação quase que direta de crescimento econômico com uso de recursos naturais, e uma das ferramentas para isso é a eco-eficiência, termo criado pelo World Business Council For Sustainable Development (WBCSD) em 1992 e definido como a produção e entrega de bens e serviços a preços competitivos, que satisfaçam as necessidades humanas, promovendo qualidade de vida, enquanto que, progressivamente, são reduzidos os impactos ambientais e a intensidade do consumo de recursos naturais em todo o ciclo de vida, em consonância com a capacidade estimada da terra em prover estes recursos e absorver os impactos (UNEP-DTIE, 2001a).

(42)

3.4.2 Elementos–chave para viabilizar a eco-eficiência

Segundo o World Business For Sustainable Development – WBCSD, todos os segmentos da sociedade são responsáveis pelo progresso. As empresas exercem um papel fundamental incorporando as mudanças e aceitando os desafios. Da mesma forma, os governos e a sociedade civil também têm um importante papel a representar. Essa composição de atores e seus papéis rumo a sustentabilidade, está mostrada a seguir, como os 12 elementos-chave para um futuro sustentável (WBCSD, 2000a).

Líderes de governo e de trabalhadores:

i. Estabelecer objetivos associados à macroeconomia que possam ser traduzidos como critérios para o desenvolvimento sustentável;

ii. Integrar políticas públicas e medidas que visem o fomento da eco-eficiência, como por exemplo, eliminando subsídios e tornando mais efetivas as taxas para as empresas ambientalmente inadequadas ;

iii. Fortalecer e estimular os acordos, as políticas internacionais, os mercados, os sistemas financeiros, visando a otimização no uso de recursos naturais, a minimização das emissões e a redução nas desigualdades;

Líderes da sociedade civil e de associação de consumidores:

iv. Estimular os consumidores a escolher produtos e serviços que sejam produzidos de forma sustentável e ecoeficiente;

v. Suportar medidas políticas que visem criar condições para privilegiar a eco-eficiência;

Educadores:

vi. Incluir os conceitos de sustentabilidade e da eco-eficiência nas escolas secundárias e nas universidades, fomentando a pesquisa e projetos;

Investidores a analistas de mercado:

vii. Reconhecer e estimular a sustentabilidade e a eco-eficiência por meio de critérios específicos de financiamento;

viii. Ajudar a divulgar para o mercado financeiro as empresas líderes que se destacam pelo seu desempenho ambiental;

(43)

ix. Promover o desenvolvimento de ferramentas de avaliação de sustentabilidade visando sua disseminação no mercado financeiro, bem como promover os benefícios da eco-eficiência;

Líderes de negócios:

x. Integrar a eco-eficiência nas suas estratégias de negócios (parte operacional, inovação de produtos e marketing);

xi. Reportar e divulgar de forma transparente os resultados relativos à sustentabilidade e à eco-eficiência da empresa para as partes interessadas; xii. Suportar o estabelecimento de políticas que visem premiar e estimular a

eco-eficiência.

3.4.3 Dimensões da eco-eficiência

Considerando-se a estreita relação entre sustentabilidade e economia, as sete dimensões da eco-eficiência aplicáveis para toda empresa que forneça produtos e serviços, modifique processos ou qualquer outra ação que tenha correlação com o meio ambiente são as seguintes:

a) Reduzir a intensidade do consumo de materiais em produtos e serviços; b) Reduzir a intensidade do consumo de energia em produtos e serviços; c) Reduzir a dispersão de compostos tóxicos;

d) Promover a reciclagem;

e) Maximizar o uso de recursos renováveis; f) Estender a durabilidade dos produtos; e

g) Aumentar a intensidade do uso de produtos e serviços (por exemplo, como no programa suíço de locação e compartilhamento de carros, que permitiu o uso mais racional do transporte, aumentou o uso do transporte público e reduziu o consumo de combustíveis).

Desta forma, assumindo que os produtos e serviços fornecidos permitam o desenvolvimento econômico, eles serão mais eficientes do ponto de vista ambiental

(44)

à medida que utilizem mais dimensões da eco-eficiência e/ou sejam mais efetivos na sua utilização individualmente (WBCSD, 2000b).

Atualmente, a forma de “fazer negócios” é profundamente diferente daquela utilizada há cerca de 30 anos. A gestão ambiental nas empresas não pode mais enfocar somente o controle local dos impactos ambientais associados ao processo produtivo, mas, ser estendida a toda a cadeia produtiva, desde matérias primas até o descarte e disposição final dos produtos.

Também passa a ser importante na gestão ambiental das empresas modernas o relacionamento com a sociedade, que cada vez mais está envolvida nas questões ambientais (IGC, 2001).

Empresas ecopioneiras, que se destacam dos seus competidores por meio de um comportamento proativo, incorporando nos seus negócios os conceitos da eco-eficiência, são ainda em número reduzido, e representam menos de 20% do total das empresas americanas e européias (IGC, 2001).

A maior parte das empresas ainda está voltada para o atendimento às exigências legais e à gestão reativa.

Empresas como a 3M, que a partir de 1975 utilizou ferramentas como o design ambiental para redução de emissões, economizando cerca de US$ 750 milhões desde então, e a empresa Proctor & Gamble, que desenvolveu em 1989 os “ultradetergentes”, reduzindo emissões e o consumo de matérias-primas e energia, são exemplos de empresas ecopioneiras.

Os avanços tecnológicos permitiram que a eficiência do uso da energia fosse aumentada à razão de 2% ao ano no período de 1970-1990. No entanto, esse crescimento praticamente estagnou nos países industrializados desde então. Acelerar esse processo é também um dos desafios da eco-eficiência.

(45)

Figura 6 - Síntese da sustentabilidade segundo o WBCSD.

Fonte: WBCSD (2000a).

A Figura 6 apresenta uma síntese da sustentabilidade e suas inter-relações temporais com a eco-eficiência e demais mecanismos.

Atualmente, especialmente nos países europeus, existe um grande esforço dos governantes em estabelecer novos instrumentos e políticas voltadas para a responsabilização dos fabricantes pelos produtos, durante todo o seu ciclo de vida. Como exemplos dessas medidas tem-se as taxas ambientais, o estabelecimento de meta de reciclagem e as exigências para que os produtores coletem e se responsabilizem pela destinação final de seus produtos pós-consumo – política “take-back”.

A política “take-back” induziu fabricantes a alterar os processos produtivos e o design dos seus produtos, visando reduzir o uso de compostos tóxicos, aumentar a reciclagem, reduzir o tamanho e quantidade das embalagens, entre outros.

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