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COMISSÃO DE SAÚDE ACTA NÚMERO 158/XII/ 4.ª SL

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Academic year: 2021

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Aos 16 dias do mês de dezembro de 2014, pelas 16:30 horas, reuniu a Comissão de Saúde, na sala 4 do Palácio de S. Bento, na presença dos Senhores Deputados constantes da folha de presenças que faz parte integrante desta ata, com a seguinte Ordem do Dia:

Audições no âmbito da Resolução AR n.º 87/2014, sobre «Aprofundar a proteção das crianças, das famílias e promover a natalidade»:

16:30 - Associação Portuguesa de Demografia.

17:30 - Ordem dos Médicos.

___________________

Associação Portuguesa de Demografia (a audição foi integralmente gravada)

A Presidente deu as boas vindas à Associação Portuguesa de Demografia (APD), que esteve representada pela sua Presidente, Professora Doutora Maria Filomena Mendes, e pela Professora Doutora Sónia Cardoso Pintassilgo.

Maria Filomena Mendes fez uma apresentação em power point, tendo referido dados sobre a natalidade e fecundidade em Portugal. Chamou a atenção para alguns números, nomeadamente, o facto de Portugal estar abaixo da substituição de gerações desde 1982. Disse que há cerca de 60 anos a média de filhos por mulher era de 3,1 e em 2011 foi apenas de 1,3 filhos, representando um decréscimo de 18% de 2010 a 2013. Os estudos feitos até agora não explicam como se pode reverter a situação em pouco tempo, mas podem-se tomar medidas para atenuar o problema, apesar de ser muito difícil intervir na decisão última e privada do casal. As medidas terão de ser dirigidas aos extratos de população que querem ter filhos, mas que não os podem ter, nomeadamente medidas relacionadas com o rendimento das famílias, a estabilidade do emprego e a promoção da igualdade no trabalho e em casa.

Para tecer considerações e colocar questões intervieram os Deputados Isabel Galriça Neto, Paula Santos, Luísa Salgueiro, Sandra Cardoso e João Prata que cumprimentaram a APD e agradeceram a excelente apresentação e o entusiasmo com que o assunto foi abordado. A Deputada Isabel Galriça Neto perguntou em que medida é que a questão da sensibilização pode ser mais eficaz, assim como campanhas centradas nos valores, por exemplo, a «carga» que se põe num filho único quando os pais são idosos. A Deputada Paula Santos considerou que não há uma medida concreta que consiga inverter a situação, mas um conjunto de medidas em diversas áreas poderiam ser eficazes, e perguntou em que medida é que o Governo pode garantir

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condições às famílias para terem os filhos que desejam. A Deputada Luísa Salgueiro salientou que a maioria dos casais certamente pondera alguns parâmetros quando pensa ter filhos, nomeadamente a manutenção do estado social europeu que assenta em modelos públicos de segurança social, escola e saúde. A Deputada Sandra Cardoso interrogou a APD sobre quais as consequências para a manutenção da segurança social, tal como a conhecemos, visto que desde há 30 anos que não se renovam gerações. O Deputado João Prata perguntou se concordam com a política de proximidade que é feita nas zonas de mais baixa densidade. Na Guarda, por exemplo, já recuperaram o nível de nascimentos do ano anterior.

A Presidente da APD agradeceu as palavras simpáticas que lhe dirigiram. Considerou que houve uma mudança de valores e de comportamentos nos últimos anos e que o número de filhos desejado normalmente não é atingido. Sónia Cardoso Pintassilgo complementou os esclarecimentos e disse que enquanto demógrafa regozija-se com o interesse da parte política em discutir estes assuntos.

A Presidente agradeceu a presença e os contributos da Associação Portuguesa de Demografia e pediu que enviasse a apresentação por escrito.

A gravação integral da audição poderá ser acedida através do link:

http://media.parlamento.pt/site/XIILEG/4SL/COM/09-CS/CS_20141216_1.mp3

Ordem dos Médicos

(a audição foi integralmente gravada)

A Presidente agradeceu a presença do Bastonário da Ordem dos Médicos e dos outros membros e explicou a razão que motivou a realização de um conjunto de audições. Prende-se com a Resolução da AR n.º 87/2014 que pretende aprofundar a proteção das crianças, das famílias e promover a natalidade. Deu então a palavra ao Bastonário da Ordem dos Médicos, Professor Doutor José Manuel Silva, que veio acompanhado pelo Presidente do Conselho Regional do Sul da OM, Dr. Jaime Teixeira Mendes, pelo Coordenador da Subespecialidade de Gastroenterologia Pediátrica, Dr. Jorge Amil Dias, pelo Coordenador da Subespecialidade de Neurologia Pediátrica, Dr. José Carlos Ferreira e pelo Coordenador da Subespecialidade de Neonatologia, Dr. Daniel Virella.

O Bastonário começou por dar conta de que está a decorrer uma petição pública on line intitulada

«Por um concurso digno à Formação Médica Especializada» subscrita pelos médicos que estão a começar a especialidade. Sobre a questão que o trouxe aqui, teceu várias considerações

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sublinhando que as mulheres não engravidam por medo de perderem o emprego, não devendo a inibição de ter filhos acontecer por falta de meios económicos e havendo vários mecanismos que poderiam minimizar os impactos económicos. Propôs que as mulheres tivessem flexibilidade de horário, reduzindo para meio tempo o trabalho e depois, mais tarde, voltariam a ter tempo total no emprego; que houvesse aumento da licença de maternidade e se apoiassem as políticas de natalidade, sobretudo para as famílias mais carenciadas.

Jorge Amil Dias disse partilhar as preocupações do Bastonário. Pela sua prática está sensível a que através de campanhas públicas se reforce a proteção contra produtos perigosos, porque ocorrem acidentes infantis com este tipo de produtos. Referiu que devia ser corrigida a discrepância na cobrança de taxas moderadoras associadas às crianças.

José Carlos Ferreira referiu que a doença crónica, sobretudo a doença neurológica crónica, devia ser objeto de discriminação positiva, lembrando que os casais que tenham o primeiro filho deficiente, não ponderam a hipótese de ter mais filhos e é injusto que a isenção das taxas moderadoras seja só até aos 12 anos. Pensa que faz falta haver mulheres a ocupar lugares de decisão, porque nesses assuntos têm mais sensibilidade.

Daniel Virella disse estar preocupado com as repercussões que possam ocorrem com a baixa de natalidade e que devia ser estudada essa realidade. É de opinião que o primeiro filho devia nascer quando a mulher ainda não tivesse idade avançada, porque não é na idade de serem avós que vão ser mães e também porque as crianças filhas de mulheres mais velhas estão sujeitas a mais doenças. Recordou que na área neonatal existem bons indicadores, mas as unidades neonatais não são amigas da família porque os pais que vêm de longe não têm condições para ficar junto das crianças, e as novas instalações deviam prever esse espaço. A terminar, disse que num contexto de crise as instituições de solidariedade são insuficientes.

Jaime Teixeira Mendes entende que o médico tem de saber quais as condições sócio económicas em que o doente vive, e não parece que seja a saúde que vá resolver esses problemas. Em Portugal o estado social começou tarde, ao contrário de outros países europeus, mas se for resolvido o problema socioeconómico dos pais, julga que mais crianças nascerão.

A Presidente agradeceu os contributos que foram esclarecedores e deu a palavra aos Deputados.

A Deputada Isabel Galriça Neto agradeceu as informações dos vários intervenientes e referiu que gostaria de ver mais medidas direcionadas para as doenças crónicas, devendo-se investir na preparação profissional, designadamente de cuidadores.

A Deputada Paula Santos agradeceu a presença da Ordem e os contributos trazidos sobre diversas perspetivas, que são muito úteis. Lembrou que muitas empresas não cumprem o que está

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na lei sobre as questões de maternidade/paternidade e, quanto às taxas moderadoras, o PCP entende que não há razão para existirem. Colocou questões sobre o aumento da natalidade e sobre a alta prematuridade dos nascimentos.

A Deputada Sandra Cardoso agradeceu os excelentes e vastos contributos. Reconhece que os jovens são os mais bem preparados de sempre e que as mulheres não engravidam por medo de perderem o emprego. Perguntou se o receio de desmantelar o SNS tem influência na natalidade.

O Deputado João Prata agradeceu a participação da Ordem dos Médicos neste debate, que é transversal a toda a sociedade. Uma vez que a segurança social, a saúde e a educação estão cada vez mais interligadas, perguntou se deve existir descentralização nessas áreas.

O Bastonário agradeceu as questões, salientando que não são só problemas financeiros que colocam entraves à maternidade, mas essencialmente a estabilidade no emprego. A fixação de médicos no interior seria uma boa medida para não desertificar o interior, assim como a manutenção de escolas. Reconheceu, a terminar, que ainda há um grande trabalho a fazer na coordenação da saúde, segurança social e educação.

A Presidente agradeceu mais uma vez a disponibilidade manifestada pela Ordem dos Médicos para reunir com a Comissão de Saúde e apresentar sugestões.

A gravação da audição está disponível no link:

http://media.parlamento.pt/videos-canal/XII/SL4/02_com/09_cs/20141216cs_om.wmv

A reunião foi encerrada às 20:00 horas, dela se tendo lavrado a presente ata, a qual, depois de lida e aprovada, será devidamente assinada.

Palácio de São Bento, 18 dezembro 2015.

A PRESIDENTE

(MARIA ANTÓNIA DE ALMEIDA SANTOS)

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Folha de Presenças

Estiveram presentes nesta reunião os seguintes Senhores Deputados:

Conceição Bessa Ruão Elsa Cordeiro

Graça Mota

Isabel Galriça Neto João Semedo José Junqueiro Laura Esperança Luísa Salgueiro

Maria Antónia de Almeida Santos Maria Manuela Tender

Paula Santos

Ricardo Baptista Leite Sandra Cardoso Teresa Caeiro João Prata

Faltaram os seguintes Senhores Deputados:

Carla Rodrigues Couto dos Santos Cristóvão Simão Ribeiro Ivo Oliveira

José Luís Ferreira

Estiveram ausentes em Trabalho Parlamentar os seguintes Senhores Deputados:

Filipe Neto Brandão Miguel Santos

Nuno André Figueiredo Nuno Reis

Referências

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