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Formação de professores do campo em tecnologias digitais por meio do letramento digital, coletividade e emancipação no ensino fundamental

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Academic year: 2021

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE HUMANIDADES MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE HUMANIDADES

SABRINA STEIN

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO CAMPO EM TECNOLOGIAS DIGITAIS POR MEIO DO LETRAMENTO DIGITAL, COLETIVIDADE E EMANCIPAÇÃO NO

ENSINO FUNDAMENTAL

Vitória 2019

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SABRINA STEIN

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO CAMPO EM TECNOLOGIAS DIGITAIS POR MEIO DO LETRAMENTO DIGITAL, COLETIVIDADE E EMANCIPAÇÃO NO

ENSINO FUNDAMENTAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Humanidades do Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ensino de Humanidades.

Orientador: Prof. Dr. Charles Moreto

Vitória 2019

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Nilo Peçanha do Instituto Federal do Espírito Santo) S819f Stein, Sabrina.

Formação de professores do campo em tecnologia digitais por meio do letramento digital, coletividade e emancipação no ensino

fundamental / Sabrina Stein. – 2019. 183 f. : il. ; 30 cm

Orientador: Charles Moreto.

Dissertação (mestrado) – Instituto Federal do Espírito Santo, Programa de Pós-graduação em Ensino de Humanidades, Vitória, 2019.

1. Professores – Formação. 2. Educação - Inovações tecnológicas. 3. Letramento – Educação. 4. Educação - Aprendizagem. 6. Ensino fundamental. I. Moreto, Charles. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III. Título.

CDD: 370.71 Elaborada por Luciana A. M. Carvalho – CRB-6/ES - 665

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Dedico esse trabalho a todos os professores e professoras das escolas do campo que, com seu trabalho, buscam construir uma educação emancipadora.

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AGRADECIMENTOS

Muito tenho a agradecer, por isso agradeço primeiramente a Deus, autor da vida, pois sem ele eu não poderia ter percorrido todo esse caminho de lutas e muitas aprendizagens. Graças a ele tive fôlego e muita fé para superar todos os desafios.

À Nossa Senhora Aparecida, minha mãezinha do céu, que intercedeu por mim durante todo esse percurso formativo.

Ao meu orientador, professor Doutor Charles Moreto que aceitou compartilhar comigo suas aprendizagens, que me ouviu com atenção, me ensinando saberes valiosos que levarei por toda a vida. Muito obrigada!

Ao professor Dr. Erineu Foerste, que participou da banca de qualificação, agradeço por compartilhar sua sabedoria conosco. Minha gratidão também aos professores Dr. Eliéser Toretta Zen, Dra. Jaqueline Maissiat e a Dra. Janinha Gerke pela participação na banca de defesa e pelas maravilhosas contribuições.

Aos meus queridos professores e professoras do Mestrado em Ensino de Humanidades do Ifes pelas ricas reflexões que ampliaram o meu horizonte de aprendizagens, contribuindo para minha formação pessoal e profissional.

Aos meus queridos amigos da terceira turma do Mestrado em Ensino de Humanidades do Ifes pela amizade e companheirismo, pela força quando tudo parecia desesperar... pela amizade de cada um, meu carinho e gratidão, pois vocês me ajudaram a ver a vida com outros olhos.

Em especial agradeço a minha amiga Marcela Fraga Gonçalves Campos que sempre esteve ao meu lado, me ouvindo com atenção, me aconselhando, me ajudando para que eu me tornasse uma pessoa melhor! Obrigada por sua amizade e companheirismo nessa etapa da minha vida.

Em especial as professoras Dilceia Martins Amorim Guarnier, Franceleide Maria Zeferino Monhol e Simone dos Santos Trabach, juntamente com a diretora Lidiane

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de Fátima Uliana e a pedagoga Adriana Avanci Gomes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Aracê que aceitaram a proposta da formação continuada, compartilhando comigo seus saberes, ampliando nossos estudos. Minha eterna gratidão!

Aos meus pais, Marlene e Sebastião, que me ensinaram a ir em busca de meus sonhos, me ensinado a ser corajosa e humilde, jamais medindo esforços para que eu estudasse e cumprisse com meus objetivos e minha irmã Daiani, que sempre esteve presente, ao meu lado. A vocês dedico esse trabalho de Mestrado!

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Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor não importa o que. Não posso ser professor a favor simplesmente do homem ou da humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza. Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa, mas não desiste. Boniteza que se esvai de minha prática se, cheio de mim mesmo, arrogante e desdenhoso dos alunos, não canso de me admirar.

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RESUMO

Este trabalho apresenta uma pesquisa vinculada à linha de investigação “Formação de professores” do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Humanidades, do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Humanidades, do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), campus Vitória. Ele se justifica pela necessidade de trabalhar com professores das escolas do campo, numa perspectiva de aproximar os saberes campesinos que norteiam a escola com algumas ferramentas disponíveis através das tecnologias digitais para o ensino numa perspectiva de letramento digital. Dessa forma compreende-se que os espaços campesinos são potencialmente educativos e por meio do diálogo, é possível uma formação que contribua para essa interação, trazendo nesse entremeio práticas que visam o uso da tecnologia digital na constituição do saber. Essa pesquisa está pautada nos princípios da Pedagogia Libertadora de Paulo Freire que defende que a formação do professor acontece de modo coletivo, por meio de partilhas de experiências mediadas pelo diálogo, de modo a promover uma reflexão sobre a práxis. Alinhada a esses pressupostos, a opção metodológica está pautada na pesquisa qualitativa, com foco na pesquisa colaborativa de acordo com Ibiapina (2008), que presume a coprodução de saberes mediante a colaboração e ao diálogo. Assim, busca-se responder: Como as tecnologias digitais podem contribuir para a formação do professor do campo de modo a potencializar o seu trabalho pedagógico com os alunos campesinos da EMEF Aracê? Para tanto, essa formação foi construída aos pares, no diálogo entre os professores campesinos para que puderam experimentar a oportunidade de partilhar suas experiências pedagógicas quanto ao uso e aplicabilidade das tecnologias digitais no processo de ensino e de aprendizagem. O foco da pesquisa é o desenvolvimento de uma formação continuada por meio de grupos de estudos presenciais e atividades não presencias para complementação da formação, visando à promoção de diálogos e reflexões para que se crie um ambiente favorável, na qual os professores fizeram o entrelaçamento entre a educação do campo e as tecnologias digitais para o ensino numa perspectiva de letramento digital. A pesquisa traz como principais teóricos Freire (1991, 1996, 2016); Arroyo (2009, 2012), Kenski (2012) e Moran (2013). Como forma de sistematizar todo esse percorrer formativo, construiu-se coletivamente um Caderno de Formação em formato de e-book, contento o percurso formativo e as contribuições das professoras campesinas por meio de sugestões de atividades que foram realizadas com o uso do software Cmap Tools e editores de vídeos.

Palavras–chave: Formação de professores do campo. Tecnologias Digitais para o

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ABSTRACT

This paper presents a research linked to the research line “Teacher Training” of the Graduate Program in Humanities Teaching, of the Professional Master Course in Humanities Teaching, of the Federal Institute of Espírito Santo (IFES), Vitória campus. It is justified by the need to work with teachers from rural schools, in order to bring the peasant knowledge that guides the school closer together with some tools available through digital technologies for teaching in a digital literacy perspective. Thus it is understood that the peasants' spaces are potentially educational and through dialogue, it is possible a formation that contributes to this interaction, bringing in between practices that aim the use of digital technology in the constitution of knowledge. This research is based on the principles of Paulo Freire's Liberating Pedagogy, which argues that teacher education happens collectively, through sharing experiences mediated by dialogue, in order to promote a reflection on praxis. In line with these assumptions, the methodological option is based on qualitative research, focusing on collaborative research according to Ibiapina (2008), which assumes the co-production of knowledge through collaboration and dialogue. Thus, we seek to answer: How can digital technologies contribute to the training of rural teachers in order to enhance their pedagogical work with EMEF Aracê peasant students? Therefore, this training was built in pairs, in the dialogue between the peasant teachers so that they could experience the opportunity to share their pedagogical experiences regarding the use and applicability of digital technologies in the teaching and learning process. The focus of the research is the development of a continuous formation through face study groups and non-presence activities to complement the formation, aiming at the promotion of dialogues and reflections in order to create a favorable environment, in which the teachers intertwined between rural education and digital technologies for teaching from a digital literacy perspective. The research brings as main theorists Freire (1991, 1996, 2016); Arroyo (2009, 2012), Kenski (2012) and Moran (2013). As a way to systematize all this formative course, we have collectively built a Training Book in e-book format, containing the formative path and the contributions of the peasant teachers through suggestions of activities that were performed using the Cmap Tools software and video editors.

Keywords: Teacher training in the field. Digital Technologies for Teaching. Education

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa físico do município de Domingos Martins – ES ... 59

Figura 2 - Fachada da EMEF Aracê ... 100

Figura 3 - Vista aérea da EMEF Aracê e de seu entorno ... 101

Figura 4 - Etapas do plantio do girassol apresentado às professoras ... 115

Figura 5 - Professoras construindo as respostas das perguntas disparadoras ... 117

Figura 6 - Produção do cartaz com as respostas ... 118

Figura 7 - Momento de discussão e troca de experiências na produção do Plano de Estudos ... 120

Figura 8 - Momento de discussão e troca de experiências na produção da Colocação em Comum ... 125

Figura 9 - Momento de troca de experiências a partir do relato da prática docente da professora Rosania Kalk Plaster ... 136

Figura 10 - Professoras participando da oficina de Stop Motion ... 136

Figura 11 - Professoras participantes do curso de extensão, junto com a pesquisadora e seu orientador ... 141

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Descritor: Formação de professores do campo ... 28

Quadro 2 - Descritor: Tecnologias digitais para o ensino ... 30

Quadro 3 - Etapas da pesquisa ... 95

Quadro 4 - Carga horária da formação de professores ... 107

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estética e organização do material educativo – Parte A (objetiva) ... 147

Tabela 2 - Análise dos capítulos do material educativo – Parte B (objetiva) ... 147

Tabela 3 - Estilo de escrita apresentado no material educativo – Parte C ... 148

Tabela 4 - Conteúdo – Parte D (objetiva) ... 148

Tabela 5 - Criticidade apresentada no material educativo – Parte E (objetiva) ... 149

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LISTA DE SIGLAS

AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem.

BTDT – Biblioteca Nacional Brasileira de Dissertações e Teses.

CAPES – Portal l de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

CEE – Conselho Estadual de Educação. CNE – Conselho Nacional de Educação. CENINFOR – Centro de Informática do MEC.

CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

CONSED – Conselho Nacional de Secretarias Estaduais de Educação. DVD – Digital Video Disc.

EDUCOM – Projeto Educação em Computadores. EDUFES – Editora da UFES.

EFAs – Escolas Famílias Agrícolas.

EMEF – Escola Municipal de Ensino Fundamental. ES – Espírito Santo.

FAESA – Faculdades Integradas Espírito-Santenses.

FAFI – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Madre Gertrudes de São José. FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Finep – Financiamento de Inovação e Pesquisa. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

IFES – Instituto Federal do Espírito Santo.

ITERRA – Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária. LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

MEC – Ministério da Educação e Cultura.

MEPES – Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo. MST – Movimento dos Sem-Terra.

NTE – Núcleos de Tecnologia Educacional. OEB – Câmara de Educação Básica.

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PROCAMPO – Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo.

ProInfo – Programa Nacional de Tecnologia Educacional. PRONACAMPO – Programa Nacional de Educação do Campo. PRONERA – Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária. PRONINFE – Programa Nacional de Informática Educativa.

PUC-PR – Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

PUC-RS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. PUC-SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

SECADI – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão.

SECEDU – Secretaria de Educação e Esporte de Domingos Martins. SEED – Secretaria de Educação à Distância.

SEI – Secretaria Especial de Informática. TV – Televisão.

UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. UFBA – Universidade Federal da Bahia.

UFES – Universidade Federal do Espírito Santo. UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais.

UFRS – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. UFS – Universidade Federal de Sergipe.

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. UnB – Universidade de Brasília.

UNEMAT – Universidade do Estado do Mato Grosso.

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância.

UNIJUI – Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul. UNIUBE – Universidade de Uberaba.

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SUMÁRIO

1 NARRANDO A MINHA TRAVESSIA: DO CAMPO PARA O CAMPO ... 18 2 DIÁLOGO COM AS PESQUISAS NA ÁREA ... 27

2.1 PESQUISAS: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS ... 31

2.1.1 Pesquisa 1 - “Formação continuada de professores da Educação do campo no município de Domingos Martins – ES” ... 31 2.1.2 Pesquisa 2 - “Sentidos da formação docente para a profissionalização

– Na voz do professor do Campo” ... 32 2.1.3 Pesquisa 3 - “A formação de professores para a Educação do Campo:

um estudo epistemológico sobre a produção de conhecimento na área”

... 34

2.1.4 Pesquisa 4 - Formação continuada de professores da escola do campo em Cáceres - Mato Grosso: identidades em construção ... 34 2.1.5 Pesquisa 5 - “Escola do campo em comunidades de fronteiras” ... 35 2.1.6 Pesquisa 6 - “Produção escrita e educação do campo: um estudo de

caso em uma escola de ensino fundamental do município de Domingos Martins – ES” ... 36 2.1.7 Pesquisa 7 - “A formação de professores do campo: um estudo na

serra catarinense” ... 36 2.1.8 Pesquisa 8: “Pedagogia da Terra e formação de professores para a

educação do campo na UFS e UFRN” ... 37 2.1.9 Pesquisa 9 - “O imaginário do professor sobre o uso das tecnologias

educativas: pressupostos para o desenvolvimento de uma proposta de formação” ... 38 2.1.10 Pesquisa 10 - “Uso do ambiente de apoio à aprendizagem na educação

básica em escolas públicas: ganhos e dificuldades” ... 39 2.1.11 Pesquisa 11 - “O real conceito de nativos e imigrantes digitais nas

redes sociais digitais: conceitos, vivências e comportamento” ... 39 2.1.12 Pesquisa 12 - “A formação continuada de professores e o uso das

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2.1.13 Pesquisa 13: “Formação de educadores do campo e tecnologias

digitais: relações e desafios na licenciatura em educação do campo da

UnB” ... 41

2.1 SÍNTESE DAS APROXIMAÇÕES ... 41

3 FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO CAMPO: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA ... 43

3.1 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO CAMPO: UM CAMINHAR ENTRE OS ASPECTOS CONCEITUAIS E LEGAIS QUE A PERMEIAM ... 45

3.2 CONTEXTUALIZANDO O MUNICÍPIO DE DOMINGOS MARTINS/ES ... 58

3.3 FORMAÇÃO CONTINUADA EM DOMINGOS MARTINS/ES ... 60

4 TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA O ENSINO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM CAMINHAR EM BUSCA DO LETRAMENTO DIGITAL ... 69

4.1 ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE OS PRINCIPAIS PROGRAMAS VOLTADOS PARA A IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA NAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES ... 69

4.2 NATIVOS DIGITAIS E IMIGRANTES DIGITAIS: UM DESAFIO NA ERA ATUAL ... 75

4.3 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES CAMPESINOS: O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NUMA PERSPECTIVA DE LETRAMENTO DIGITAL ... 77

5 A CONSTRUÇÃO DA EMANCIPAÇÃO NOS ESPAÇOS CAMPESINOS PELA VIA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO ... 84

5.1 EMANCIPAÇÃO HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR CAMPESINO ... 85

6 METODOLOGIA DE PESQUISA ... 95

6.1 PESQUISA COLABORATIVA: UMA PARCERIA REALIZADA NO COLETIVO ... 96

6.2 O LÓCUS DA PESQUISA ... 99

6.3 SUJEITOS DA INVESTIGAÇÃO ... 102

6.4 FORMAÇÃO DE PROFESSORES ... 104

6.5 ANÁLISE DOS DADOS ... 112

6.5.1 Descrição da formação continuada e análise por triangulação de métodos ... 114

(19)

6.5.3 Análise do material educativo ... 145

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 151

REFERÊNCIAS...155

APÊNDICES ... 164

Apêndice A – Parecer Consubstanciado do CEP ... 165

Apêndice B – Termo de Intenções – Parceiros Externos ... 169

Apêndice C – Carta de Apresentação (SECEDU) ... 170

Apêndice D – Carta de Apresentação (DIRETORA) ... 171

Apêndice E – Termo de Anuência (SECEDU) ... 172

Apêndice F – Termo de Anuência (DIRETORA) ... 174

Apêndice G – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE .. 176

Apêndice H - Termo de Cessão de Imagem e Voz para Fins Educacionais...178

Apêndice I – Entrevista Semiestruturada/Questionário de Identificação dos Participantes da Pesquisa “Tecnologias Digitais para o Ensino na Educação Básica do Campo” ... 179

Apêndice J - Avaliação do Material Educativo ... 180

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1 NARRANDO A MINHA TRAVESSIA: DO CAMPO PARA O CAMPO

Maior 1

Eu sou maior do que era antes Estou melhor do que era ontem Eu sou filho do mistério e do silêncio Somente o tempo vai me revelar quem sou As cores mudam As mudas crescem Quando se desnudam Quando não se esquecem Daquelas dores que deixamos para trás Sem saber que aquele choro valia ouro Estamos existindo entre mistérios e silêncios Evoluindo a cada lua, a cada sol Se era certo ou se errei Se sou súdito se sou rei Somente atento à voz do tempo saberei

O exercício de escrever sobre nós mesmos nos permite um (re) encontro com nossa história, com nossa essência e com elementos que foram fundamentais para nossa constituição enquanto sujeitos, nos permitindo olhar a nossa vida com um lócus diferente, pois, revivendo o passado, nos humanizamos no presente.

Procuro aqui justificar o título que compõe esse capítulo, porque a vida é uma grande travessia, em que vamos vivendo e deixando nossas marcas em cada lugar,

em cada relação com o outro, pois, como nos diz o educador Paulo Freire (2016, p. 20) “Não há um sem os outros, mas ambos em permanente

integração”, sem o outro eu não me estabeleço, a minha travessia se torna fria, é necessário o “outro” para que seja “eu”.

Em meio a essas vivências trago aqui a frase da música escrita por Dani Black Somente o tempo vai me revelar quem sou, pois ao escrever os fatos que remontam a minha história de vida, observo que somente o tempo é capaz de me fazer rememorar o que realmente sou, minha travessia nessa vida que fez sair do campo, mas que foi para lá que eu voltei e me fiz professora2.

1

Composição: Dani Black (2015). Intérpretes: Dani Black e Milton Nascimento.

2

Nesse trabalho usaremos o termo professor (a) tendo como referência o trabalho de Gerke de Jesus (2018) que em seu livro “Formação e profissão docente no campo”, traz para nós que aquele que leciona no Ensino Fundamental e Médio é chamado de professor; aquele que leciona nas Escolas

(21)

Sempre morei no campo, na comunidade rural de Victor Hugo, pertencente ao município de Marechal Floriano-ES. A roça era o local onde meus pais escolheram para a criação de minha irmã e eu. Eles não tinham no campo a fonte de renda, pois minha mãe era professora e meu pai funcionário público. Como saíam para trabalhar, ficávamos sobre os cuidados de nossos avós maternos e nossos tios que, como agricultores cultivavam a terra.

Acompanhei até meus 15 anos o trabalho de meus tios nas lavouras de café, feijão e até tomate. Minha tarefa era levar café da manhã para eles (sempre às 9h), pois no período da tarde estava na escola. Lembro com carinho de como era gostoso esse tempo... que saudade que tenho das conversas embaixo dos pés de café, daquele café delicioso que vovó fazia questão de colocar um pedaço de brote3 a mais para que eu também partilhasse daquele momento, era minha recompensa por tamanho esforço (pois subia um morro a pique!).

Em muitas vezes me recordo de ver todos ali, ansiosos para a minha chegada. Não era fácil subir aquele morro, estando sujeita a encontrar qualquer tipo de animal pelo caminho, escorregar, podendo até me machucar. Por muitas vezes queria sair logo dali, pois lavrar a terra não era meu sonho, mas quando lá chegava, era gostoso ouvir as brincadeiras, as risadas que dávamos, vendo lá do alto nossas casas e as vacas no pasto. Aquele momento era agradável e feliz! Mas não era para mim, queria mesmo era estudar...

Via que, mesmo meus tios sendo os donos da terra, não era fácil a vida ali, quando a colheita dava lucros era algo gratificante, recompensador, pois era possível adquirir alguns bens materiais e investir mais no plantio, mas quando o preço das mercadorias produzidas não era satisfatório, pouco sobrava. Isso foi criando em mim, a imagem de um local de trabalho árduo e de poucas oportunidades, me dando a certeza que ali eu não queria ficar.

Nessa travessia da minha vida, entremeando os caminhos, cheguei ao Ensino Superior e tive que sair do campo, pois naquele local não havia possibilidades de cursar a graduação que desejava e fui morar na cidade de Venda Nova do

Famílias Agrícolas é chamado de monitor e aquele que leciona em Escolas de Assentamentos

educador. Como nossa pesquisa está pautada numa escola do ensino fundamental, optamos pelo

uso da palavra professor (a).

3

Brote é um pão de milho tradicionalmente preparado por descendentes de imigrantes pomeranos e alemães.

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Imigrante/ES. Não consegui ser aprovada no curso de Licenciatura em História, como era meu desejo, mas, para não ficar sem estudar, por incentivo dos meus pais, comecei a cursar Pedagogia4 e foi esse curso que me fez relembrar a infância no campo e resgatar os valores da terra.

Durante o decorrer do curso, em meio a cada etapa na qual ia Evoluindo a cada lua, a cada sol5 fui conhecendo o universo pedagógico e estagiando em escolas urbanas, localizadas no centro da cidade onde eu morava. Lembro-me das salas amplas, dos quadros brancos, das tecnologias digitais ali presentes como projetores de mídias e laboratórios de informática, que eram ferramentas que auxiliavam o trabalho do professor.

Observar essa realidade me dava uma percepção e me fazia pensar, erroneamente, que todas as escolas eram dessa forma. Falo assim, porque com a evolução da minha travessia, fui vendo que cada escola, cada comunidade tem suas especificidades, que, infelizmente, nem todas possuem os mesmos recursos que a realidade a mim apresentada possuía.

Quando me tornei professora diplomada, logo consegui ser aprovada no concurso público pelo município de Domingos Martins. Recordo-me a alegria sentida naquele momento, era um misto de medo (pelo novo), mas de satisfação, pois poderia trilhar mais uma etapa da minha travessia. Era algo essencial para mim naquele momento: tornar-me professora e por meio do que aprendi compartilhar com aquela comunidade escolar um pouco do que eu sabia. Coloquei-me ali como um aprendiz também, pois entendia que, a partir de uma prática dialógica e reflexiva, a aprendizagem aconteceria, como nos ensina Freire (2016).

Quando fui assumir meu primeiro posto de trabalho junto à Escola Municipal de Ensino Fundamental Aracê, no Distrito de Aracê, Domingos Martins/ES, me deparei com uma escola campesina que nada se assemelhava com aquelas escolas urbanas do meu estágio na graduação, pois os alunos e alunas não tinham uma escola com a estrutura física e material que eu conhecia. Confesso que isso me impactou, pois o acesso à educação de qualidade deveria ser garantido para todos,

4

Realizado na Faculdade Venda Nova do Imigrante – FAVENI, localizada no município de Venda Nova do Imigrante-ES.

5

(23)

não para grupos privilegiados. Aquela comunidade escolar merecia algo melhor, mas seus direitos eram negados devido a uma má gerência das políticas públicas. Ao observar tudo isso me deparei com um misto de sentimentos, pois, mesmo com uma escola bem diferente daquelas em que eu conhecia, pude, aprender com aqueles sujeitos que ali estavam o que era a vontade de ir em busca de novos conhecimentos, pude compartilhar experiências.

Foi o curso de Pedagogia que me vez voltar para o campo, que me fez perceber que havia ali há especificidades e potencialidades que deveriam ser valorizadas. Ao escutar meus alunos e alunas relatarem suas experiências com a terra, fui me interessando em utilizar todos esses saberes para as discussões nas aulas em uma turma da 3ª série do Ensino Fundamental I.

A cada relato que ouvia, a cada dialogar com os pais dos meus alunos, fui revivendo minha própria história de vida, pois, convivi com meus tios e avós que, ainda hoje tem a esperança de dias melhores na agricultura, são pessoas persistentes e corajosas!

Não quero aqui destacar a visão romântica do campo, sem problemas, pois as dificuldades existem, mas aprendi que quando não se valoriza o saber campesino, quando a escola não é de qualidade e não há acesso à saúde e lazer, isso desmotiva o camponês que enxerga ali a falta de oportunidades, o que o obriga a abandonar esse espaço pelas ausências existentes.

Enquanto professora, precisava estudar, pois percebia que era preciso realizar uma prática pedagógica que valorizasse os saberes campesinos. Em meio a isso, por meio de formações continuadas promovidas pela Secretaria de Educação e Esportes do município, todos os professores puderam compreender um pouco mais sobre a Educação do Campo e, por meio dessas aprendizagens, fui estudando e percebendo que, aquela escola tinha especificidades que necessitavam com urgência de serem valorizadas, o saber do camponês precisa estar aliado ao saber pedagógico.

Ao realizar visitas às casas dos alunos, vendo o trabalho da família nas lavouras, por meio de projetos desenvolvidos na escola, através da troca de experiências e muitas, muitas conversas, fomos criando a identidade da escola e tudo isso, uma

(24)

travessia de quase dez anos nessa instituição, foi produzindo a minha identidade camponesa.

Sou apaixonada pelo campo, por suas especificidades, lutas e vivências, resgatei em mim um amor que estava esquecido, devido a outras travessias em minha vida. Essa construção da minha identidade camponesa foi sendo realizada através Daquelas dores que deixamos para trás/ Sem saber que aquele choro valia ouro6, pois todo o esforço da travessia, que não foi fácil, exigiu muito estudo, persistência e determinação.

Tudo isso valeu a pena, porque me permite ser professora em uma comunidade que aprendeu com o tempo a valorizar seus saberes e a perceber, que, em meio às dificuldades, existe produção de conhecimento que gera rentabilidade e oportunidades.

Para completar minha alegria, me tornei aluna do Mestrado Profissional em Ensino de Humanidades, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), o que me possibilitou a realização dessa pesquisa, podendo continuar meus estudos e principalmente, me colocar como aprendiz, porque somente em comunhão com o outro podemos aprender.

Proponho-me a ouvir mais do que falar, pois, será por meio das partilhas de meus colegas professores que iremos, juntos, por meio de um processo colaborativo, aprender novas estratégias para ajudar nossos alunos e alunas campesinas a se emanciparem, pois precisam estar cientes das lutas que precisam enfrentar para que seus direitos não sejam negados e juntos com eles eu estou, pois Estamos existindo entre mistérios e silêncios7, não um silêncio passivo, mas aquele que gera uma reflexão para que atitudes possam ser tomadas, gerando transformações. Assim como Soares (2001, p. 72) afirma

[...] pela comunicação nos formamos, nos afirmamos e nos acrescentamos. Eu construo os outros e os outros me constroem, através de mensagens que trocamos. Quanto mais perfeitas as mensagens, mais perfeita a construção do outro, mais perfeita a construção do eu, e, portanto mais perfeita a construção do mundo.

Minha travessia ainda continua, pois, minha identidade como professora do campo se re(constrói) a cada instante, com cada aluno e aluna, com cada pessoa que

6

Trecho da música Maior de Dani Black (2015).

7

(25)

encontro na caminhada, por meio das relações sociais que me transformam e me fazem ser “eu”.

Diante de todo esse relato, a escolha de um objeto de pesquisa não é uma tarefa fácil, já que demanda do pesquisador um olhar diferenciado sobre a realidade que o mesmo deseja investigar.

Algo que sempre me inquietou em relação à escola campesina em que trabalho, é ouvir de meus colegas professores que os mesmos tem dificuldade para trabalhar com as tecnologias educativas no planejamento das aulas, bem como no uso em sala de aula dessa ferramenta como facilitadora do processo de ensino e aprendizagem.

Mediante a essa questão, procuramos, através dessa pesquisa, colaborar com os professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Aracê, escola na qual trabalho, na busca de novas estratégias educativas para serem utilizadas em sala de aula no que se refere ao uso das tecnologias digitais para o ensino.

Diante disso, ancoramos a seguinte questão de pesquisa: Como as tecnologias digitais podem contribuir para a formação do professor do campo de modo a potencializar o seu trabalho pedagógico com os alunos campesinos da EMEF Aracê?

Por meio dessa problemática definida, resolvemos que essa proposta de investigação se dará em torno de três hipóteses: a) o professor campesino necessita de formação continuada para aprimoramento de sua prática docente; b) aprender a usar as tecnologias digitais para o ensino é uma necessidade, pois, vivemos diante da era digital e devemos utilizá-las como ferramentas mediadoras do processo ensino-aprendizagem; c) por meio de uma formação que faça o entrelaçamento entre tecnologias digitais para o ensino e educação do campo, o docente pode criar estratégias de ensino para mediar o trabalho pedagógico em sala de aula;

Tento em vista essa problemática, formulamos o objetivo geral:

- Promover, por meio de uma formação colaborativa e dialógica, tendo por base a perspectiva freiriana, o entrelaçamento entre a tecnologia digital para o ensino e a educação do campo de modo a auxiliar o trabalho pedagógico dos professores campesinos EMEF Aracê;

(26)

Para aprofundar esse objetivo, trazemos os seguintes objetivos específicos:

- Dialogar com as principais políticas públicas voltadas para a Educação do campo observando as contradições e possibilidades dessa para a formação de professores campesinos;

- Planejar, acompanhar e executar uma formação continuada com os professores do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) da EMEF Aracê sobre tecnologias digitais para o ensino e educação do campo;

- Construir e sistematizar um Caderno de Formação, em formato de e-book, produzido de forma colaborativa, contendo todo o percorrer de estudo da formação e as contribuições dos professores campesinos por meio de sugestões de atividades a serem realizadas com o uso do software Cmap Tools8 e editores de vídeos com licença livre;

Diante desses objetivos elencados, é importante frisar que este trabalho nasce a partir do diálogo, que proporciona troca de saberes a formação de sujeitos para uma prática libertária (FREIRE, 2016), com alguns professores que relatam a existência de dificuldades quanto ao acesso e até mesmo a necessidade de uma formação que seja voltada para o uso das tecnologias inserindo-as na educação.

Essa pesquisa se justifica porque objetiva contribuir com o professor que precisa de formação continuada para que sua prática possa se tornar algo transformador. Assim, como forma de auxiliá-lo, foi realizada uma formação na perspectiva dialógica utilizando para isso uma metodologia colaborativa para auxiliar os professores campesinos a conhecerem com mais profundidade as tecnologias digitais para o ensino associando com a educação do campo.

Essa inquietação nasceu a partir de uma preocupação em ajudar os professores na melhoria de seu trabalho, de modo que a partir de círculos de reflexão proporcionasse condições para mudar práticas educativas convencionais, derrubando as barreiras quanto ao uso das tecnologias digitais para o ensino, reconhecendo esses recursos/ferramentas como aliadas na mediação do ato pedagógico.

8

É um software livre para autoria de mapas conceituais, desenvolvido pelo Institute for Human

Machine Cognition da Universidade de West Florida, sob a supervisão do Dr. Alberto J. Cañas, para

construir, navegar, compartilhar e criticar modelos de conhecimento representados por mapas conceituais (SEED-PR, 2010).

(27)

O trabalho em si, se torna relevante para o ensino de humanidades porque ele veio contribuir para que o professor campesino participasse de uma formação continuada de forma colaborativa, em que o mesmo pode apresentar suas dificuldades e dialogar, junto com o grupo, sobre as tecnologias digitais voltadas para o ensino e alguns aspectos que norteiam a educação do campo.

O intuito é que todas essas aprendizagens contribuissem para a potencialização do planejamento de suas aulas, bem como para a prática pedagógica, impactando positivamente na aprendizagem dos alunos e alunas campesinas.

Ao nos formarmos no coletivo, adquirimos a capacidade de humanização, já que como nos diz Freire (2016 p. 39) “[...] ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”, reforçando que só nos constituímos como sujeitos no coletivo, jamais sozinhos.

Freire (2016), também reforça para nós a importância da práxis docente, pois é necessário unir teoria e prática para que o trabalho pedagógico adquira caráter emancipatório, comungando com Vázquez (1968), que afirma que a práxis é uma atividade material humana transformadora do mundo e do próprio homem.

Isso reforça mais uma vez a importância dessa pesquisa para que, pela formação continuada, o professor valorize os saberes dos alunos e alunas, aprendendo sobre uso das tecnologias digitais para o ensino, associando à educação do campo, incorporando à sua prática pedagógica.

Este trabalho busca trazer ao leitor, por meio de sete capítulos, todo o percorrer dessa pesquisa. Assim, no primeiro capítulo, trago o relato de minhas memórias pessoais e formativas que me orientaram para a escolha dessa produção, apresentando, para tanto, a questão norteadora da pesquisa, os objetivos gerais e específicos, bem como a justificativa do trabalho.

No segundo capítulo trazemos o “Diálogo com as pesquisas na área” com o intuito de apresentar as pesquisas que mais se aproximam de nossos estudos, entrecruzando os descritores formação de professores do campo e tecnologias digitais para o ensino, nas quais fundamentam nosso trabalho.

No terceiro capítulo “A formação de professores do campo: uma construção coletiva” trazemos a importância da formação continuada de professores do campo, bem

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como os aspectos legais e conceituais que a permeiam, trazendo os referenciais teóricos norteadores da pesquisa, bem como a contextualização do município de Domingos Martins, na qual está situada EMEF Aracê que é o lócus de nossa pesquisa e a formação continuada que ele empreende para os professores campesinos.

No quarto capítulo, “Tecnologias digitais para o ensino e formação de professores: um caminhar em busca do letramento digital” discorremos sobre o histórico das tecnologias digitais para o ensino fazendo um entrelaçamento entre a formação de professores do campo trazendo aspectos sobre nativos e imigrantes digitais, bem como a formação continuada de professores no contexto de um letramento digital. No quinto capítulo “A construção da emancipação nos espaços campesinos pela via da educação do campo” buscamos o conceito de emancipação por meio de base teórica relacionando com o contexto campesino e o papel do professor do campo para mediar esse processo.

No capítulo sexto, trazemos a metodologia que norteia a pesquisa, o lócus, os sujeitos, a estrutura da formação de professores, a análise dos dados do curso de extensão que constituiu na formação e também do material educativo. Já no sétimo capítulo finalizamos, trazendo as Considerações finais.

Como forma de nos ajudar a compreender melhor a temática desse trabalho, apresentamos no capítulo seguinte as pesquisas na área que mais se aproximam de nossos estudos, como forma de direcionamento teórico e metodológico.

(29)

2 DIÁLOGO COM AS PESQUISAS NA ÁREA

O objeto de pesquisa foi construído a partir de diálogos com os professores da EMEF Aracê, na qual atuo como professora nos anos iniciais, em relação às dificuldades que alguns professores relatam quanto ao uso das tecnologias digitais para o ensino em uma escola campesina.

Assim, o intuito deste capítulo é analisar alguns trabalhos já realizados que se aproximem de nosso eixo temático de modo a nos possibilitar um maior entendimento sobre a pesquisa aqui elencada.

Sabemos que existem muitas produções nessa área de tecnologias educacionais e formação de professores do campo. Em detrimento a isso, estabelecemos como ponto de partida a implantação do Programa Nacional de Tecnologia na Educação (ProInfo) que ocorreu em 2007, programa que veio com o objetivo de proporcionar melhorias na educação pública, implementando o uso de tecnologias para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem.

Nesta perspectiva, a busca que nos propormos neste trabalho tem como recorte temporal as produções compreendidas entre os anos de 2007 a 2017. Para tanto realizamos essa pesquisa no mês de junho de 2018 para conhecer a safra de produções acadêmicas que estão sendo realizadas nos programas de Pós-Graduação no Brasil.

Diante disso, decidimos usar como suporte de pesquisa o portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Biblioteca Nacional de Teses e Dissertações (BDTD). Como procedimento para escolher os trabalhos selecionados, foi realizada a leitura dos títulos, resumos e sumários, de modo a selecionar aqueles que viriam ao encontro da proposta por nós aqui elencada. Uma vez selecionados, realizamos a leitura das dissertações e teses na íntegra para subsidiar o diálogo com nossa pesquisa.

Na plataforma CAPES e na BDTD, utilizamos os seguintes descritores “formação de professores do campo” e “tecnologias digitais no ensino”. Num primeiro momento, resolvemos usar os descritores separadamente e posteriormente juntos.

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Mediante disso, ao usarmos o descritor “formação de professores do campo” (Quadro 1), no portal da Capes, o filtro nos forneceu um total de dezenove produções, nas quais selecionamos seis delas que foram: “Formação continuada de professores da Educação do campo no município de Domingos Martins – ES” elaborada por Nickel (2016); “Sentidos da formação docente para a profissionalização – Na voz do professor do Campo” de Gerke de Jesus (2014); “A formação de professores para a Educação do Campo: um estudo epistemológico sobre a produção de conhecimento na área” pesquisa realizada por Santos (2016); “Formação continuada de professores da escola do campo em Cáceres - Mato Grosso: identidades em construção” produzida por Lima (2013); “Escola do campo em comunidades de fronteiras” de Peizini (2016) e “Produção escrita e educação do campo: um estudo de caso em uma escola de ensino fundamental do município de Domingos Martins – ES” elaborada por Hehr (2015), que, ao nosso ver, trazem subsídios importantes para nossa pesquisa.

Já na BDTD, fizemos um procedimento parecido com o realizado no portal da Capes e usamos o mesmo descritor “formação de professores do campo”, na qual visualizamos trinta e duas produções, nas quais selecionamos duas a partir do título e do resumo que são elas: “A formação de professores do campo: um estudo na serra catarinense” elaborada por Silva (2012); “Pedagogia da Terra e formação de professores para a educação do campo na UFS e UFRN” produzida por Meneses (2009).

Quadro 1 - Descritor: Formação de professores do campo

(Continua)

Portal Resultados Selecionados Autor(a) Eixo temático Dissertação ou tese Portal da CAPES 19 trabalhos “Formação continuada de professores da Educação do campo no município de Domingos Martins – ES” - UFES NICKEL, 2016. Formação continuada de professores do campo. Dissertação “Sentidos da formação docente para a profissionalização – Na voz do professor do Campo” - UFES GERKE DE JESUS, 2014. Formação continuada de professores do campo. Tese

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Quadro 1 – Descritor: Formação de professores do campo (Conclusão) Portal da CAPES 19 trabalhos “A formação de professores para a Educação do Campo: um estudo epistemológico sobre a produção de conhecimento na área” - UESB SANTOS, 2016. Formação continuada de professores do campo. Dissertação “Formação continuada de professores da escola do campo em Cáceres - Mato Grosso: identidades em construção” - UNEMAT LIMA, 2013. Formação continuada de professores do campo. Dissertação “Escola do campo em comunidades de fronteiras” - UFES PEIZINI, 2016. Formação continuada de professores do campo. Dissertação “Produção escrita e educação do campo: um estudo de caso em uma escola de ensino fundamental do município de Domingos Martins – ES” - UFES HEHR, 2015. Práticas educativas e Formação continuada de professores do campo. Dissertação BDTD 32 trabalhos “A formação de professores do campo: um estudo na serra catarinense” - UFSC SILVA, 2012. Formação de professores do campo e políticas públicas de educação do campo. Dissertação “Pedagogia da Terra e formação de professores para a educação do campo na UFS e UFRN” - UFS MENESES, 2009. Formação de professores do campo. Dissertação

Fonte: Elaboração própria a partir do Banco de dados CAPES/BDTD (2019).

Novamente no Portal da CAPES, a partir do uso do descritor “tecnologias digitais para o ensino” (Quadro 2) , visualizamos cento de vinte e dois trabalhos. Contudo, somente três trabalhos se relacionavam mais diretamente com nossa proposta de pesquisa: “O imaginário do professor sobre o uso das tecnologias educativas:

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pressupostos para o desenvolvimento de uma proposta de formação” produzido por Costa (2010); “Uso do ambiente de apoio à aprendizagem na educação básica em escolas públicas: ganhos e dificuldades” elaborado por Braga (2011) e “O real conceito de nativos e imigrantes digitais nas redes sociais digitais: conceitos, vivências e comportamento”, produzido por Souza (2013).

Posteriormente, usamos na BDTD o mesmo descritor “tecnologias digitais para o ensino” e no resultado da busca apareceram duzentos e dezoito trabalhos, nos quais selecionamos dois trabalhos: “A formação continuada de professores e o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação: um diálogo necessário” produzido por Cardoso (2010) e “Formação de educadores do campo e tecnologias digitais: relações e desafios na licenciatura em educação do campo da UnB”, produzido por Castro (2015).

Quadro 2 - Descritor: Tecnologias digitais para o ensino

(Continua)

Portal Resultados Selecionados Autor(a) Eixo temático Dissertação ou tese Portal da CAPES 122 trabalhos “O imaginário do professor sobre o uso das tecnologias educativas: pressupostos para o desenvolvimento de uma proposta de formação” – PUC-PR COSTA, 2010. Tecnologia educativa e formação de professores. Dissertação “Uso do ambiente de apoio à aprendizagem na educação básica em escolas públicas: ganhos e dificuldades” – PUC-SP BRAGA, 2011. Tecnologia educacional e apoio a aprendizagem escolar. Dissertação

“O real conceito de nativos e imigrantes digitais

nas redes sociais digitais: conceitos, vivências e comportamento” – UENF–RJ SOUZA, 2013. Tecnologia: nativos e imigrantes digitais. Dissertação

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Quadro 2 - Descritor: Tecnologias digitais para o ensino (Conclusão) BDTD 218 trabalhos “A formação continuada de professores e o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação: um diálogo necessário” – PUC-RS CARDOSO, 2010. Tecnologia educacional e formação de professores. Dissertação “Formação de educadores do campo e tecnologias digitais: relações e desafios na licenciatura em educação do campo da UnB” – UnB CASTRO, 2015. Tecnologias digitais e formação de professores. Tese

Fonte: Elaboração própria a partir de Banco de dados CAPES/BDTD (2019).

Por último utilizamos os dois descritores juntos “formação de professores do campo” e “tecnologias digitais para o ensino”, em que no periódico CAPES e na BDTD não conseguimos obter nenhum resultado. Apresentamos a seguir uma síntese das pesquisas escolhidas evidenciando as aproximações e distanciamentos diante da nossa proposta de pesquisa.

2.1 PESQUISAS: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS

2.1.1 Pesquisa 1 - “Formação continuada de professores da Educação do campo no município de Domingos Martins – ES”

O trabalho assinalado faz parte da linha de pesquisa Cultura, Currículo e Formação de Educadores, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) do Centro de Educação (CE) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e está vinculada ao Grupo de Pesquisa (CNPQ) Culturas, Parcerias e Educação do Campo, sendo de autoria de Mônica Nickel que apresentou seu trabalho em 2016 para obtenção do título de mestre em educação.

(34)

Escolhemos esse trabalho porque ele nos possibilitou compreender como acontece a formação continuada dos professores do campo no município de Domingos Martins, ES, deixando claro que esse município reconhece a necessidade de se formar o professor para o trabalho nas escolas campesinas.

Essa dissertação é o relato da pesquisadora que esteve à frente do Centro Pesquisa, Apoio Pedagógico e Formação dos Profissionais da Educação do munícipio. Ela escreve sobre a formação dos professores do campo que se tornou um marco histórico muito importante, já que, pela primeira vez, um município percebe a necessidade de uma formação continuada garantida em lei para que a mesma se constitua como uma práxis docente, aproximando professores e alunos num diálogo constante e permanente (NICKEL, 2016).

A pesquisa traz todo o percorrer que essa formação obteve para se tornar uma prática cotidiana no interior das escolas, destacando o papel do Centro Pesquisa, Apoio Pedagógico e Formação dos Profissionais da Educação do município, que contribuiu muito para a efetivação dessa formação de modo a se tornar uma política pública.

Diante do que foi apresentado, observamos que Domingos Martins se reconhece como município campesino e compreende a necessidade de uma formação que contribua para uma prática humanizadora de respeito à cultura campesina.

Percebemos que a pesquisa de Nickel (2016) se aproxima de nossa proposta, porque o trabalho se torna um referencial muito importante, já que nos ajuda a compreender melhor como se dá a formação continuada para os professores do campo, se tornando uma orientação para a concretude desse trabalho aqui elencado, já que a proposta de formação acontecerá em uma escola da rede municipal de ensino de Domingos Martins, ES.

2.1.2 Pesquisa 2 - “Sentidos da formação docente para a profissionalização – Na voz do professor do Campo”

A tese analisada é de autoria de Janinha Gerke de Jesus, apresentada em 2014 para a obtenção do título em doutora em Educação pela Universidade Federal do

(35)

Espírito Santo (UFES).

Esse trabalho mostra o protagonismo dos professores do campo, que cada vez mais, desenvolvem uma educação que está ganhando um espaço de reconhecimento e aceitação em nossa sociedade.

Mediante a isso, a autora traz as narrativas dos professores a partir da experiência do curso de especialização em Educação do Campo na qual a autora foi tutora presencial, enfatizando que por meio dessas transcrições narrativas, se evidenciou memórias, desejos, saberes e fazeres desses sujeitos (GERKE DE JESUS, 2014). A pesquisa se aproxima de nossa proposta porque ela apresenta que, o professor do campo é um sujeito que precisa ser ouvido, pois o mesmo tem saberes que podem contribuir com a elaboração de uma proposta pedagógica que dê maior reconhecimento para os sujeitos do campo, de modo que esses possam ser ouvidos e que o trabalho educativo ganhe dimensões que sinalizam em práticas de maior reconhecimento desse espaço educativo.

Ao trazer as narrativas dos professores do campo, Gerke de Jesus (2014) evidencia que, através do diálogo, o professor pode falar, se expressar e nesse processo acontece a formação, constitui-se como sujeito, podendo refletir sobre sua prática e assim, traçar novas possibilidades para o trabalho transformador nas escolas do campo.

Essa produção é bastante interessante porque se faz um recorte teórico sobre as pesquisas que existem sobre formação de professores do campo no Brasil e posteriormente um transcorrer sobre o caminho que a profissão docente fez para se conceber o que é hoje, apresentando as lutas diárias dos professores campesinos, de modo que eles se tornem interlocutores no processo formativo.

Diante disso, o trabalho de Gerke de Jesus (2014) contribui para pensarmos na importância do diálogo com os professores do campo, pois, por meio dele acontece a troca de experiências e a partilha de suas vivências, sendo fundamentais para nossa proposta, visto que a formação continuada será organizada a partir de uma roda de conversa onde os professores poderão contribuir com os estudos a respeito das tecnologias digitais para o ensino, bem como sua relação com a educação do campo.

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2.1.3 Pesquisa 3 - “A formação de professores para a Educação do Campo: um estudo epistemológico sobre a produção de conhecimento na área”

A pesquisa desenvolvida por Charlene Araújo Santos nomeada de “A formação de professores para a Educação do Campo: um estudo epistemológico sobre a produção de conhecimento” foi apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, no ano de 2016 para obtenção do título de mestre em educação.

O trabalho faz um estudo epistemológico sobre publicações na área, de modo a observar como essa formação acontece no Brasil e se a mesma realmente contribui para a formação do professor campesino.

A autora analisou seis teses e nove dissertações que apresentam o tema formação de professores do campo, evidenciando que esse tema de pesquisa vem ganhando espaço no meio acadêmico, se constituindo como uma experiência que está sendo partilhada com todos.

Diante disso, o trabalho de Santos (2013) contribui com nossa pesquisa porque ele traz informações sobre o contexto histórico e político que caracterizaram a efetivação e o reconhecimento legal da educação do campo como espaço de saberes e também a respeito dos aspectos que norteiam a formação de professores do campo, sendo uma excelente contribuição para o entendimento de nosso objeto de estudo.

2.1.4 Pesquisa 4 - Formação continuada de professores da escola do campo em Cáceres - Mato Grosso: identidades em construção

Na dissertação de Roseli Ferreira Lima, com o título “Formação continuada de professores da escola do campo em Cáceres - Mato Grosso: identidades em construção”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), em 2013, se apresenta como uma produção que procura analisar como é organizada a formação continuada de professores do campo em Cáceres, em específico numa escola campesina desse

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município, envolvendo onze professores.

A pesquisa se torna uma experiência de suma importância para ajudar na constituição de nosso trabalho, pois ela vem contribuir mostrando por meio de observações e entrevistas como se deu essa formação.

A autora evidencia em seu trabalho que a formação de professores do campo exige além da formação científica, uma formação técnica e política para acompanhar as necessidades de mudança no campo, que é um espaço de muitos saberes, em que a equipe pedagógica da escola precisa trazer a comunidade para a discussão, pois ali existem saberes que precisam ser valorizados.

Depreende-se então, que o trabalho de Lima (2013) contribui para nossa pesquisa porque ela traz uma visão das políticas públicas que norteiam a educação do campo, pois analisa publicações a esse respeito, o que contribui para ampliar nosso entendimento a respeito do assunto elencado.

2.1.5 Pesquisa 5 - “Escola do campo em comunidades de fronteiras”

A pesquisa intitulada de “Escola do campo em comunidades de fronteiras” foi desenvolvida por Angela Maria Leite Peizini no ano de 2016 através do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) – do Centro de Educação (CE) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), por meio da linha de pesquisa Cultura, Currículo e Formação de Educadores.

Em seu trabalho ela traz em evidência a realidade do município de Domingos Martins/ES que possui um trabalho no que se refere à discussão e o estudo sobre a Educação do Campo reconhecendo que o estudante que chega a escola é descendente de alemães, italianos e pomeranos, necessitando observar essas particularidades para o desenvolvimento do trabalho pedagógico.

Diante disso, traz para o debate o trabalho do professor que transita na fronteira, que se desloca, muitas vezes de outras comunidades ou até mesmo de outros municípios para trabalhar em escolas do campo de Domingos Martins/ES, trazendo para a discussão as implicações que isso pode trazer e a importância de perceber que esses deslocamentos trazem experiências culturas marcantes entre

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professores.

Essa pesquisa contribui com nosso trabalho porque ela nos faz refletir sobre algo muito importante que é a questão da “escola de fronteira”, citada pela pesquisadora, pois a EMEF Aracê, que é o lócus dessa pesquisa, recebe professores de outros municípios, que trazem consigo experiências que proporcionam diálogos essenciais para a construção do saber.

2.1.6 Pesquisa 6 - “Produção escrita e educação do campo: um estudo de caso em uma escola de ensino fundamental do município de Domingos Martins – ES”

Na dissertação de Roseli Gonoring Hehr, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) do Centro de Educação (CE) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) em 2015, com o título “Produção escrita e educação do campo: um estudo de caso em uma escola de ensino fundamental do município de Domingos Martins – ES” se constitui como uma produção que busca descrever a analisar práticas de produção de linguagem escrita em uma turma dos Anos Finais do Ensino Fundamental em uma escola campesina do município de Domingos Martins/ES.

Essa pesquisa vem ao encontro de nosso trabalho porque ela dedica um capítulo específico para descrever o movimento de formação continuada para professores em Domingos Martins/ES, tendo como pauta de estudo a Educação do Campo e as questões que a norteiam, contribuindo para nosso entendimento sobre a dinâmica da formação que é realizada.

2.1.7 Pesquisa 7 - “A formação de professores do campo: um estudo na serra catarinense”

O trabalho analisado intitulado de “A formação de professores do campo: um estudo na serra catarinense” é de autoria de Sadi José Rodrigues da Silva e foi apresentado em 2012 para a obtenção do título de mestre pelo Programa de Pós-graduação em

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Educação da Universidade Federal de Santa Catarina.

O objetivo desse trabalho é apresentar como estão sendo formados os professores que atuam em escolas públicas do campo na serra catarinense. Para isso, o autor dialoga com alguns autores que são referência para o estudo sobre a educação do campo e realiza uma pesquisa para diagnosticar qual a verdadeira realidade que norteia essa formação de professores do campo nesse lócus de pesquisa.

Para isso o autor diferencia os conceitos de educação do campo e educação rural que são fundamentais para o entendimento do leitor, bem como apresenta a formação de professores do campo no Brasil e em Santa Catarina, apresentando como essa ocorre no estado em pesquisa, finalizando sua pesquisa apresentando os principais desafios da formação docente no campo.

Diante disso, o trabalho de Silva (2012) traz contribuições teóricas muito importantes para a constituição de nossa pesquisa, pois ele traz autores que escrevem sobre educação do campo, bem como apresenta como essa formação acontece no Brasil, nos dando uma maior amplitude no conhecimento sobre o assunto.

2.1.8 Pesquisa 8: “Pedagogia da Terra e formação de professores para a educação do campo na UFS e UFRN”

A dissertação intitulada de “Pedagogia da Terra e formação de professores para a educação do campo na UFS e UFRN” foi desenvolvida por Maria Adeilma Meneses, apresentada em 2009, para a obtenção do título de mestre em educação pelo Núcleo de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Sergipe.

A autora da dissertação apresenta a caminhada histórica da formação de professores no Brasil e faz um estudo sobre a formação do professor do campo posteriormente, abordando características e especificidades dentro do processo de reconhecimento do campo como um espaço diferenciado e não inferiorizado em relação ao meio urbano.

O trabalho em si analisa os projetos dos cursos de Pedagogia da Terra na Universidade de Sergipe e da Universidade do Rio Grande do Norte, analisando como esses foram constituídos e como acontece essa formação inicial para os

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professores do campo.

A pesquisa de Meneses (2009) se aproxima de nosso trabalho porque ela traz um olhar sobre a formação do professor no Brasil e apresenta como acontece a formação do professor campesino. Por outro lado, ela se distancia porque faz uma análise dos cursos de Pedagogia da Terra na UFS e UFRN, já que não é nosso objetivo analisar cursos superiores voltados para a formação de professores do campo em nossa pesquisa.

2.1.9 Pesquisa 9 - “O imaginário do professor sobre o uso das tecnologias educativas: pressupostos para o desenvolvimento de uma proposta de formação”

O trabalho elaborado por Sirley Terezinha Golemba Costa intitulado de “O imaginário do professor sobre o uso das tecnologias educativas: pressupostos para o desenvolvimento de uma proposta de formação” foi apresentado em 2010 ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná para obtenção do título de mestre.

Essa dissertação é uma produção riquíssima, pois se faz um estudo a partir de uma formação dirigida aos professores da rede municipal de Curitiba em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) para que os mesmos pudessem aprender a integrar as tecnologias educativas existentes à prática pedagógica, observando que alguns as utilizavam e outros, por receio, não faziam uso, surgindo diante disso a formação com o intuito de trazer segurança e desenvolver novas habilidades nos participantes do curso.

O trabalho em si vem contribuir com nossa pesquisa, pois ele nos dá a dimensão de como foi estruturada a formação, que convidava os professores que se sentiam mais confortáveis no uso das tecnologias para serem os professores-mentores. Todo o estudo acontecia nos Laboratórios de Informática das escolas pelo Ambiente de Educação à Distância (TELEDUC).

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2.1.10 Pesquisa 10 - “Uso do ambiente de apoio à aprendizagem na educação básica em escolas públicas: ganhos e dificuldades”

A dissertação analisada é de autoria de Marilda Massucatto Braga, apresentada em 2011 para obtenção do título de mestre em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

A autora resolveu proporcionar a duas escolas municipais de São Paulo a oportunidade de participar de uma formação em serviço para que esses, pelo uso da Plataforma Moodle, pudessem aprender um pouco mais sobre o uso da tecnologia na escola, mesclando a formação em encontros presenciais e via ambiente virtual de aprendizagem, de modo que os participantes do curso fossem interagindo, apresentando suas experiências em sala de aula com o uso da tecnologia, bem como sugerindo temas para estudo.

O trabalho de Braga (2011) se aproxima muito de nossa pesquisa porque a formação que ela desenvolveu com os professores das escolas participantes se deu de modo colaborativo, em parceria, acontecendo encontros presenciais e se entendendo para a plataforma Moodle.

2.1.11 Pesquisa 11 - “O real conceito de nativos e imigrantes digitais nas redes sociais digitais: conceitos, vivências e comportamento”

A dissertação produzida por Marcos de Souza intitulada de “O real conceito de nativos e imigrantes digitais nas redes sociais digitais: conceitos, vivências e comportamento” foi apresentada em 2013 no Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem do Centro de Ciências do Homem, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

Essa pesquisa vem tratar dos conceitos sobre nativos digitais e imigrantes digitais que estão muito presentes hoje quando nos referimos à tecnologia.

O trabalho traz uma contribuição muito significativa para nossa pesquisa, pois sentimos a necessidade de definir esses dois conceitos para melhor nortear o nosso trabalho, como forma de mostrar ao leitor que o uso da tecnologia sofre grande

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