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6 METODOLOGIA DE PESQUISA

6.5 ANÁLISE DOS DADOS

6.5.1 Descrição da formação continuada e análise por triangulação de

A formação continuada é um dos instrumentos utilizados na educação para auxiliar os professores no processo ensino e aprendizagem de seus alunos e alunas, de modo a adquirir conhecimentos teóricos e metodológicos para contribuir na transformação da prática docente.

Diante disso, Militão e Leite afirmam que

[...] a formação contínua cumpre a função articuladora entre a formação inicial e as mudanças tanto no interior da escola, como do próprio sistema escolar. Portanto, os processos de formação continuada precisam estar em consonância com as reais necessidades dos professores com vistas a ‘fazer o bem’ para os alunos (2013, p.3)

Essa citação deixa evidente que a formação continuada não pode estar desvinculada das reais necessidades da escola, por isso, ao empreender a formação “Tecnologias Digitais para o Ensino na Educação Básica do Campo”, procuramos, em consonância com a equipe escolar, planejar um estudo que viesse ao encontro dos docentes para auxiliá-los quanto ao uso das tecnologias digitais entrelaçando-as com a educação do campo, em busca do letramento digital e da emancipação do professor.

No primeiro encontro de formação, discutimos o tema “Ambiente Virtual de Aprendizagem na Formação de Professores do Campo”, o que nos possibilitou conhecer a estrutura do curso, bem como algumas reflexões a respeito da formação continuada dos professores no espaço campesino.

Para iniciarmos, explicamos que o curso terá como base os elementos da terra: solo, semente, germinação, flor (girassol), apresentando que o girassol é o símbolo da educação do campo, porque essa flor está sempre voltada para o sol e o agricultor também, já que o sol irradia luz que contribui para o bem da plantação. O girassol simboliza a resistência, a luz, a força e a persistência.

A opção pelos elementos do solo teve como disparador o plantio de girassóis que realizei na horta de minha casa com meu pai Sebastião, que junto comigo fomos vivenciando cada etapa do plantio: o preparo do solo, o plantio das sementes, os primeiros brotos, o desenvolvimento da planta, as primeiras flores!

Cada etapa foi vivida e pensada para compor a formação e a produção dos capítulos do Caderno de Formação, de modo que representassem o campo, o girassol, já que em nossa vida somos bem semelhantes as plantas, pois vamos crescendo e nos desenvolvendo mediante aos estímulos que recebemos, ao conhecimento que vamos adquirindo no decorrer de nossa vida pessoal, acadêmica e profissional. Como cada etapa foi fotografada, apresentamos ao grupo todas as imagens referentes a germinação do girassol: solo, sementes, germinação e flores, fazendo referência que todos os saberes teóricos que estamos aprendendo são sementes que estamos lançando no solo da EMEF Aracê, cabendo a nós seu cuidado para que germine e produza flores!

Figura 4 - Etapas do plantio do girassol apresentado às professoras

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora (2019).

Após esse primeiro momento, a representante da SECEDU Mônica Nickel, trouxe sua contribuição dizendo que “devemos ser como girassóis, pois, para que haja uma educação de qualidade, é preciso buscar força, persistência e algumas vezes até resistência, porém, com processos colaborativos e dialógicos, conseguimos fazer uma educação de campo que reconhece cada sujeito como único” (Em 06/04/2019), deixando evidente em sua fala uma das categorias de análise, “o diálogo no processo formativo”, pois no coletivo nos formamos (FREIRE, 2016). A partir dessa fala, frisamos o quanto é importante valorizarmos a cultura do estudante campesino e seus saberes.

Em seguida, lemos a mensagem “A escola dos meus sonhos” de Paulo Roberto Padilha, como forma de mostrar que todo professor deve ser um sonhador, que nossos sonhos jamais podem morrer, pelo contrário, devemos sempre sonhar juntos, no coletivo, compartilhando saberes.

A proposta do curso é uma construção coletiva por meio do diálogo. No entanto, devido ao curto espaço de tempo para estudo sabíamos não ser possível aprender tudo sobre tecnologia, mas buscamos evidenciar a importância da construção

coletiva de conhecimento por meio de colaboração, tendo sempre em mente que o que deve nos motivar é o sonho, a vontade de aprender sempre mais, a busca por novos saberes.

Após esse momento, apresentamos em detalhes toda a estrutura do curso: os temas de estudo, cronograma e as atividades a serem realizadas.

Nosso objetivo ao apresentar o curso em sua estrutura, foi motivar o processo dialógico empreendido por Freire (2016) quando afirma que o diálogo é uma ação comunicativa entre as pessoas, onde juntos, num processo coletivo de ação- reflexão, aprendemos a ouvir e ser ouvidos, compartilhando nossos saberes e até mesmo as dificuldades nessa caminhada.

Explicamos que a princípio a parte não presencial do curso ficou a cargo do AVA, porém, devido a algumas burocracias da instituição, não foi gerada a senha e login dos cursistas, assim, como uma forma de compartilhar os textos e as atividades do curso com os cursistas, criamos um grupo no Google Groups, para compartilhamento das informações e um grupo no WhatsApp para comunicação mais rápida.

O orientador dessa pesquisa, Charles Moreto explicou que a dinâmica do curso tem como base os princípios de Freire no que se refere ao compartilhamento de saberes, bem como alguns elementos da Pedagogia da alternância, já que realizaremos o Plano de Estudo e a Colocação em Comum, tendo por base os estudos de Gerke de Jesus (2011).

Quando pensamos o curso, organizamos em 5 (cinco) encontros presenciais, mas devido a várias atividades que a escola vem desenvolvendo, o grupo optou por quatro encontros, fazendo a opção de nos encontrarmos no dia 18/05/2019 unindo os estudos sobre “Tecnologias digitais para o ensino – conceituação e práticas docentes” e “O uso de editores de vídeo como um recurso pedagógico: conhecendo essa ferramenta”, na qual realizamos um encontro com 8h (oito) de duração.

O fato da mudança no cronograma deixa evidente que esse curso, procura desenvolver-se por meio do diálogo e da colaboração, onde todos podem opinar e tomar as decisões juntos, evidenciando que nada é imposto e que, por meio do diálogo chegamos a uma decisão comum. Nessa ação, em que os professores

cursistas apresentaram sua realidade, observamos mais uma vez a categoria de análise, “o diálogo no processo formativo”.

Frisamos que o curso vem para auxiliar o trabalho dos professores cursistas de uma forma que venha acrescentar novas estratégias para que possam otimizar as suas aulas, bem como inserir a tecnologia nas atividades docentes e discentes. Na continuação dos estudos, cada cursista recebeu 2 (duas) sementes de girassol desenhadas em uma folha de papel, como vemos na imagem a seguir.

Figura 5 - Professoras construindo as respostas das perguntas disparadoras

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora (2019).

Nessa atividade, elas deveriam responder a duas perguntas, onde a primeira dizia “O que vocês esperam aprender com esse curso?”

Aprender sobre as novas tecnologias e ressignificá-las na prática pedagógica (Lidiane de Fátima Uliana)

Como a tecnologia pode contribuir como uma ferramenta pedagógica na aprendizagem e aprender a usá-la no trabalho pedagógico (Adriana Avanci Gomes)

Aprender a usar os instrumentos tecnológicos para me auxiliar na prática pedagógica (Simone dos Santos Trabach)

Aprimorar meus conhecimentos (Dilceia Martins Amorim Guarnier)

Ampliar as reflexões sobre tecnologia e educação do campo (Mônica Nickel) Conhecimentos para saber lidar com as tecnologias nos processos formativos (Eucinéia Regina Müller)(Em 06/04/2019).

Por meio dessas falas, observamos que o grupo de professoras cursistas quer aprender a fazer uso das tecnologias digitais para o ensino de modo que essas ferramentas venham a se tornar instrumentos potencializadores de seu trabalho pedagógico.

A segunda pergunta dizia “Como essa formação poderá ajudá-los na prática pedagógica?” tendo as seguintes respostas:

Novas orientações para o corpo docente da escola. (Lidiane de Fátima Uliana)

Ressignificar o ensino e aprendizagem nas práticas pedagógicas. (Adriana Avanci Gomes)

Utilização de instrumentos tecnológicos na sala de aula. (Simone dos Santos Trabach)

Explorar esse conhecimento adquirido em sala de aula. (Dilceia Martins Amorim Guarnier)

Pensar em novas possibilidades de formação/parceria para o município. (Mônica Nickel)

Servirá para embasar a formação a nível municipal utilizando as novas tecnologias. (Eucinéia Regina Müller) (Em 06/04/2019)

Reforçando que por meio dessas falas, as professoras desejam que essa formação possa proporcionar saberes, por meio do diálogo e da colaboração coletiva.

Por meio dessas perguntas, conseguimos observar, que, as professoras que estão realizando essa formação anseiam por aprender a fazer o uso pedagógico das tecnologias digitais para o ensino, na qual, por meio dessa formação, iremos juntos construir esse caminho de aprendizagem e entrelaçamento com as questões que permeiam a educação do campo.

Figura 6 - Produção do cartaz com as respostas

Fonte: Arquivo pessoal da autora (2019).

Após o compartilhamento dessas respostas, iniciamos a elaboração do Plano de Estudos, na qual explicamos que o Plano de Estudos está dentro da Pedagogia da Alternância e que o tema gerador de nosso curso é “Tecnologias digitais para o ensino na educação básica do campo”, sendo que a partir desse tema iremos

direcionar nossas perguntas e aquelas que foram importantes constituirão esse documento nortear de nossa formação continuada.

Como algumas professoras não conheciam a respeito da Pedagogia da Alternância, explanamos rapidamente seus princípios e a sua metodologia no que se refere à forma de conduzir as atividades em sala de aula com os alunos e alunas.

A partir desse momento, iniciamos a construção do Plano de estudos que consistia na elaboração das perguntas por meio do diálogo e da troca de informações que iriam conduzir toda a nossa formação.

Logo de início, Mônica relatou o seguinte: “algo que está inquietando ela é que nossos alunos e alunas são digitais e dentro de sala de aula, não utilizamos essa tecnologia, por isso, muitas vezes esse estudante fica desmotivado. Então uma questão interessante é como motivar esse sujeito utilizando essas tecnologias disponíveis, de modo que possamos nos apropriar da tecnologia como instrumento de ensino e aprendizagem para os sujeitos que estão inseridos na escola?” (Em 06/04/2019).

A partir dessa fala foram surgindo perguntas e a diretora da escola Lidiane disse: “na EMEF Aracê foi liberado o uso do celular pelo professor para uso em sala de aula, mas devido ao grupo não ter uma consciência sobre o uso dessa ferramenta, usam para as redes sociais e não para fins pedagógicos” (Em 06/04/2019).

Diante dessa afirmação, Mônica disse que “que muitas vezes devemos aprender com os alunos e alunas que dominam a tecnologia muito mais que nós professores, a usá-la. Talvez é preciso pedir a eles que produzam algo para que nós possamos aprender juntos, precisando desafiá-los ao uso de novos instrumentos tecnológicos dentro de nossa prática pedagógica” (Em 06/04/2019).

Essa afirmação evidencia um desejo em busca do letramento digital, pois observamos que, diante de uma geração conhecida como “Nativos Digitais”, é preciso buscar um equilíbrio e por meio do compartilhamento de aprendizagens, esses nativos podem ensinar muitas coisas a muitos professores que são “Imigrantes Digitais” (SOUZA, 2013).

Assim, Eucinéia, também representante da SECEDU, nos apresentou o seguinte “minha filha não aprendeu a usar o editor de apresentações, só as redes sociais, reforçando que nossos estudantes dominam as redes sociais, mas ferramentas

básicas de uso como editores de texto e de apresentações, por exemplo, que podem ser exploradas em sala de aula não estão sendo utilizadas, necessitando assim um repensar em nossa prática. Por que não motivar os alunos e alunas a realizarem um trabalho e apresentarem fazendo uso desses recursos?” (Em 06/04/2019)

Figura 7 - Momento de discussão e troca de experiências na produção do Plano de Estudos

Fonte: Arquivo da pesquisadora, 2019.

A partir dessas falas, o professor Charles citou que o uso das tecnologias tem muito a haver com a concepção de ensino que cada um defende e segue, pois muitos profissionais utilizam os recursos de maneira tradicional, por exemplo, antes se passava a matéria no quadro, hoje se utiliza o projetor multimídia e os alunos e alunas copiam no caderno.

A forma não mudou, o tradicional continua, somente mudou o instrumento, por isso devemos repensar como utilizamos as ferramentas disponíveis, procurando desafiar os estudantes a produzirem vídeos, por exemplo.

Discutimos que é possível fazer uso das ferramentas tecnológicas de forma positiva, podendo fazer uso do celular para registro de fotos e montagem de vídeos, exposição de fotos, refletindo sobre a realidade, enfim, são muitas possibilidades que devemos explorar, porém é preciso formação.

Lidiane disse que quando falamos em alguma tecnologia, muitos professores não conhecem todas as ferramentas, por isso precisam de formação, pois muitos de nós não estamos preparados e por isso é preciso conhecer e amadurecer, aprender o uso de forma correta.

Por meio da afirmação acima, observamos que a formação continuada é muito necessária, pois atualmente o professor necessita de participar de cursos que promovam o letramento digital, para poderem aprender a usar as diferentes ferramentas tecnológicas que estão disponíveis.

Somente com formação o docente poderá adquirir conhecimento para poder orientar e desenvolver novas habilidades em seus alunos e alunas, desafiando-os quanto ao uso correto e empreendedor da tecnologia.

A esse respeito temos que

Hoje, o papel da escola é ensinar a pensar, preparando o aluno para lidar com situações novas, problematizando, discutindo e tomando decisões. Sobretudo, cabe à educação resgatar o homem de sua pequenez, ampliando os horizontes, buscando outras opções, tornando as pessoas mais sensíveis e comunicativas (RIBEIRO, 2017, p. 94).

Esse excerto nos mostra que como docentes devemos estar em busca de uma educação que capacite para a vida, por isso, utilizar as tecnologias na prática educativa se faz muito necessária, já que convivemos com a era tecnológica diariamente. É preciso incluir aqueles que ainda não tem acesso para poder minimizar a exclusão social e orientar a todos quanto ao uso correto na sociedade. Para complementar, Mônica reforçou que o uso da tecnologia deve ter como meta a dimensão humana, pois cada estudante é diferente do outro, por isso, mesmo fazendo uso das tecnologias, precisamos levar em consideração o aspecto humano, pois nem todos tem acesso, mas todos podem ter por meio do direcionamento do professor.

Ao final, depois das discussões e compartilhamento de saberes, o Plano de Estudos ficou assim:

1- O que é tecnologia para mim?

2- O que ainda preciso aprender sobre tecnologia?

3- Qual a função da tecnologia e como utilizá-la em sala de aula?

4- Faço uso de ferramentas tecnológicas na minha prática pedagógica? Em caso afirmativo, quais ferramentas utilizo?

5- Faço uso da tecnologia na sala de aula de modo a considerar os saberes dos alunos e alunas na prática pedagógica? Em caso afirmativo, como?

6- Qual (is) desafio (s) encontro em relação ao uso da tecnologia em sala de aula? 7- Tenho possibilitado o contato do aluno com a tecnologia? Como?

Essas perguntas foram encaminhadas para cada professora cursista por meio do Google Groups para que pudessem, nesses dias de atividade não presencial, respondê-las para no próximo encontro presencial realizarmos a Colocação em Comum.

Ao propormos pensar perguntas que iriam constituir nosso Plano de Estudos, observamos que as professoras cursistas foram apresentando suas inquietações sobre as tecnologias de ensino e sua aplicabilidade na prática docente, nos permitindo conhecer a realidade na qual estamos envoltos.

Vemos claramente a categoria de análise “o diálogo no processo formativo”, pois em todo momento o grupo apresentou as perguntas e nesse entremeio surgiram as discussões, evidenciando a realidade na qual a escola está inserida e suas práticas docentes quanto ao uso da tecnologia.

Assim, justificamos com a seguinte citação:

Eu me ponho diante do diálogo, como quem, pensando em torno do pensar, percebe que o pensar não se dá na solidão do sujeito pensante, porque, inclusive, o pensar se faz na medida em que ele se faz comunicante. E a dimensão comunicante do pensar demanda necessariamente o diálogo, sem o qual o pensar não é comunicante. Por isso mesmo é que, então, o pensar não acaba no pensante, mas se dá em torno de um objeto que mediatiza a extensão do primeiro pensante a um segundo pensante. É exatamente essa mediação que faz o diálogo. No fundo, então, o diálogo sela o ato de conhecer e de comunicar-se. É a comunicação já. (FREIRE, 1982, p. 132).

Sem o diálogo, essas perguntas não teriam surgido, pois graças a ele todos compartilhamos um pouco do que sabemos e aprendemos com essas partilhas. Em meio a toda essa troca de experiências, também observamos que o grupo sente a necessidade de uma formação que busque um letramento digital, que aprofunde mais os saberes de modo que os professores possam aprender a fazer o uso das ferramentas tecnológicas disponíveis.

Assim, não basta saber superficialmente, é preciso compreender e refletir para poder utilizar com segurança e responsabilidade os recursos disponíveis para facilitar o processo de ensino e aprendizagem. A tecnologia é uma aliada, não um objeto de dominação (RIBEIRO, 2017).

Fazer o movimento de pensarmos coletivamente o Plano de Estudos foi muito interessante, pois o grupo de professoras não conhecia esse instrumento

pedagógico, bem como não sabiam que este está dentro da Pedagogia da Alternância.

Assim, puderam conhecer mais um recurso pedagógico para poderem utilizar em sala de aula, já que é importante envolver os estudantes no processo de ensino e aprendizagem por meio do diálogo, observando o que eles já sabem e o que desejam aprender por meio de perguntas que são respondidas por eles.

Para o próximo encontro, foi solicitado que as participantes respondessem as questões do Plano de Estudos, pois, elas se tornaram a base para a produção da Colocação em Comum.

No segundo dia da formação, contamos com a participação das 5 (cinco) professoras cursistas, pois as representantes da SECEDU não se fizeram presentes. Iniciamos nossa discussão explicando que a atividade que seria realizada compreendia na Colocação em Comum, que seria um texto síntese, produzido de forma coletiva, a partir das respostas do Plano de Ensino que produzimos no encontro anterior.

Esse texto teve como objetivo compartilhar as experiências da prática pedagógica, nos fazendo conhecer a realidade na qual estamos inseridos, nosso “solo” que é a EMEF Aracê.

Explicamos que o objetivo da Colocação em Comum é perceber quais assuntos necessitam ser desenvolvidos no decorrer do curso, de modo a trazer ao grupo mais conhecimento, sendo assim um direcionamento, pois ele nos trará uma percepção do que sabemos e do que ainda precisamos aprender.

Nesse momento, começamos lendo a primeira pergunta e cada professora leu sua resposta, que foram devidamente registradas no programa editor de textos para que todos nós pudéssemos ler as respostas do outro. Com as respostas devidamente registradas, fomos elaborando os parágrafos do texto “Colocação em Comum”.

A partir da primeira pergunta após, todos complementarem e produzirem o primeiro parágrafo, motivamos o grupo a pensar que a tecnologia é muito mais que simplesmente uma compreensão tecnológica que envolve a internet, softwares. Diante dessa colocação, a professora Franceleide relatou: “quando eu pensei a respeito da tecnologia, logo me veio à imagem da geladeira, porque ela também foi

uma criação que surgiu a partir de uma necessidade, foi uma grande inovação, não se limita apenas a computadores e smartphones, por exemplo”. (Em 27/04/2019), evidenciando nessa fala que o conceito de tecnologia vai muito além, não se limita só as tecnologias digitais para o ensino.

Por meio dessa exposição, o grupo caracterizou que quando utilizamos a palavra “inovação”, compreendemos todas essas nuanças que envolvem os diferentes objetos.

Através das respostas que estavam sendo lidas e da produção do texto, o grupo expôs que possuem o desejo de aprender sobre edição de vídeos, recursos do editor de textos, de apresentação e de cálculos, bem como a construção de mapas conceituais, indo muito além do que esse curso poderá oferecer.

Diante dessa percepção, é possível notar que as professoras cursistas sentem a necessidade de aprender a utilizar as tecnologias digitais para o ensino na prática pedagógica, observando aqui o desejo pelo letramento digital.

A partir dessa diagnóstica, Lidiane relatou:

Hoje muitos profissionais da educação querem um laboratório de informática para o trabalho com os alunos e alunas, mas na maioria das vezes os professores não sabem como trabalhar adequadamente, não explicam a função do software utilizado, se tornando algo que na maioria das vezes não apresenta significado, já que, se cumpre a atividade, mas não se problematiza, não se instrumentaliza para que o estudante se interesse em continuar utilizando esse saber em outras atividades. (Diretora Lidiane em 27/04/2019)

A professora Franceleide acrescentou “muitos alunos e alunas tem conhecimento das redes sociais e seu uso, mas outras ferramentas ficam em segundo plano e quando precisam utilizar, não sabem” (Em 27/04/2019).