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6 METODOLOGIA DE PESQUISA

6.5 ANÁLISE DOS DADOS

6.5.3 Análise do material educativo

A proposta educativa de elaboração de produtos educacionais é muito importante para os Mestrados Profissionais de Ensino, sendo recomendada pela área 46 da Capes/MEC, na qual está regulamentada pela Portaria da Capes 80/199830.

Assim, apresentamos aqui esse produto educacional que está vinculado a essa pesquisa e é direcionado a professores que atuam em escolas campesinas no Ensino Fundamental I.

Ele objetiva colaborar com as práticas educativas dos professores de modo que possam aliar os saberes que envolvem a educação do campo com as tecnologias digitais para o ensino. Nessa perspectiva, utilizamos o diálogo para direcionar todo esse caminhar, pois somente na coletividade podemos aprender e partilhar o que sabemos.

O produto educacional que é destinado aos professores que atuam em escolas do Ensino Fundamental, visando uma ampliação do conhecimento nesse tema de estudo, de modo que se possa fazer um entrelaçamento com as tecnologias digitais para o ensino. Visa dialogar com os docentes sobre as várias possibilidades e práticas que podemos desenvolver a partir do estudo aqui elencado, de modo a contribuir com aquelas que já realizam com os estudantes, reforçando assim, aspectos que valorizem o saber campesino.

De modo a sistematizá-lo, ele foi apresentado como um Caderno de Formação em formato de e-book, sendo constituído em quatro capítulos, como veremos a seguir. Contará com a participação e com a contribuição das professoras cursistas, que, por meio de questionário, avaliaram, dando sua opinião e trazendo sugestões, pois partimos de uma construção colaborativa. Esse questionário avaliativo, está baseado em Pinto (2018), como vemos no Apêndice H.

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Disponível em: http://ojs.rbpg.capes.gov.br/index.php/rbpg/article/view/88/84. Acesso em: 28/09/2018.

A proposta do material é possibilitar um entendimento acerca da importância de uma formação continuada que faça o entrelaçamento entre o uso das tecnologias digitais para o ensino em práticas educativas nas escolas do campo. O e-book possui cerca de 80 (oitenta) páginas, em formato A4, e está dividido em quatro capítulos, que nos ajudarão a compreender melhor como se deu essa prática.

No capítulo I intitulado “O solo que nos acolhe” trazemos a história de Domingos Martins, município na qual a instituição está situada, bem como a história da EMEF Aracê, que é o lócus dessa pesquisa.

Já no capítulo II “Lançando sementes ao solo” trouxemos parte do referencial teórico que perpassou os estudos sobre a Educação do Campo e a formação de professores campesinos no município de Domingos Martins/ES.

No capítulo III “Em solo fecundo germina a semente” apresentamos as tecnologias digitais para o ensino dentro do percurso formativo do curso realizado com os professores da EMEF Aracê. E no capítulo IV “A semente cresce e produz... flores!” apresentamos as práticas realizadas pelos professores a partir do que aprenderam durante a realização do curso.

Em “Lançando novas sementes” expressamos nossos sentimentos de que esse material não se esgote, seja apenas uma possibilidade para que professores campesinos possam encontrar aqui um encorajamento para acrescentar novas possibilidades de recursos a serem utilizados no processo ensino e aprendizagem, tendo a coragem de lançar as sementes na certeza de que um dia, produzirão frutos! Elencamos que esse material educativo recebeu a contribuição das professoras participantes do curso, que se deu de modo colaborativo, tendo como pressupostos a concepção freiriana de que por meio do diálogo construímos nosso saber.

Finalizando, expressamos aqui que esse material, que tem como formato um Caderno de Formação, não é um manual ou guia, mas sim, uma possibilidade de trabalho com a temática proposta, que pode ser ressignificada pelos professores campesinos em sua prática docente, visando a ampliação de experiências educativas junto aos alunos e alunas campesinos.

Uma novidade que trazemos nesse material educativo e que todos gostaram foi o uso dos QR Code, para acessar os softwares e baixar também músicas e poesias presentes no Caderno de Formação. Muitas professoras não conheciam e

discutimos o uso dessa ferramenta que está sendo utilizada em todas as áreas e pode ser empregada na educação também.

A fim de contribuir com a finalização do material educativo, apresentamos as professoras cursistas o material em formato de e-book para a análise e validação. Essa avaliação se deu por meio de um questionário (Apêndice H), na qual tem como escala para avaliação: Atende, Atende parcialmente e Não atende. Ele está dividido em seis blocos de perguntas, na qual temos cinco blocos com perguntas objetivas e um bloco com uma pergunta discursiva. Para melhor apresentar os resultados, iremos apresentar os dados e comentar cada bloco de questões.

Tabela 1 - Estética e organização do material educativo – Parte A (objetiva)

Pergunta At end e At end e P ar . Não aten d e

A1 Promove o diálogo entre o texto verbal e o visual. 5 0 0 A2 Apresenta um texto atrativo e de fácil compreensão. 5 0 0 A3 Promove uma leitura dinâmica com informações técnicas na

mesma proporção com que é didático.

5 0 0

A4 O embasamento teórico do material está em consonância com a forma escolhida para se comunicar com o leitor.

5 0 0

A5 Tem cuidado com a escrita do texto respeitando a diversidade. 5 0 0 A6 O tipo de fonte e o seu tamanho da letra foram adequados para a

boa leitura do material.

4 1 0

Fonte: Adaptado a partir de Pinto (2018).

No primeiro bloco as questões se referem à estética do material educativo e a primeira impressão que as professoras cursistas tiveram. Como se observa, houve uma grande satisfação, pois nos itens abordados, a maioria afirmou que ele atende. Somente uma professora destacou que em algumas páginas o tamanho da letra não está adequado, assim, aumentamos o tamanho da fonte para a impressão e também para a versão digital.

Tabela 2 - Análise dos capítulos do material educativo – Parte B (objetiva) (continua)

Pergunta At end e At end e P ar . Não aten d e

B1 Apresenta capítulos e subcapítulos interligados e coerentes. 5 0 0 B2 Explicita na “Apresentação” do livro a origem, os objetivos e o público

alvo do caderno de formação.

5 0 0

B3 A “Apresentação” também explicita o referencial teórico a ser utilizado, a concepção que embasa o material educativo e as partes que o compõe.

5 0 0

clara a caracterização do local da pesquisa.

B5 No capítulo 2 “Lançando sementes ao solo” consigo entender o que é a Educação do Campo e compreender o processo formativo dos professores em Domingos Martins;

5 0 0

B6 No capítulo 3 “Em solo fecundo germina a semente” consigo compreender o que são tecnologias digitais voltadas para o ensino, bem como todo o percurso da formação continuada dos professores no curso “Tecnologias digitais para o ensino na Educação Básica do Campo”.

5 0 0

B7 No capítulo 4 “A semente cresce e produz... flores!” consigo compreender a prática dos professores a partir da apropriação das tecnologias digitais para o ensino fazendo um entrelaçamento com a educação do campo.

5 0 0

Fonte: Adaptado a partir de Pinto (2018).

Nesse bloco de perguntas objetivas, nos atemos à análise dos capítulos que compõem o material educativo, na qual todas as professoras avaliaram que atende aos aspectos abordados, estando os capítulos distribuídos de forma clara e adequada para o leitor.

Tabela 3 - Estilo de escrita apresentado no material educativo – Parte C

Pergunta At end e At end e P ar . Não aten d e

C1 Apresenta escrita, conceitos e argumentos claros. 5 0 0 C2 Explica os termos técnicos e expressões científicas. 5 0 0 C3 Estrutura as ideias facilitando o entendimento do assunto tratado. 5 0 0 C4 O texto escrito é atrativo e estimula a aprendizagem do leitor. 5 0 0 C5 Tem cuidado com a escrita do texto respeitando a diversidade. 5 0 0 Fonte: Adaptado a partir de Pinto (2018).

No bloco C, abordamos o estilo de escrita apresentado no material educativo, abordando se os conceitos trabalhados estão claros para o leitor. Como vemos, todas afirmaram que atende aos itens abordados.

Tabela 4 - Conteúdo – Parte D (objetiva) (continua)

Pergunta At end e At end e P ar . Não aten d e

D1 O texto promove a leitura dinâmica, com informações técnicas na mesma proporção com o que é didático.

5 0 0

D2 Pode ser usado em processos de formação de professores. 5 0 0 D3 O conteúdo aprendido no curso pode ser adaptado para o Ensino

Fundamental.

4 1 0

D4 O conteúdo aprendido no curso pode ser adaptado para o Ensino Médio.

D5 O conteúdo aprendido no curso pode ser adaptado para a Educação de Jovens e Adultos.

5 0 0

Fonte: Adaptado a partir de Pinto (2018).

Nessa parte focamos no conteúdo do material educativo, pois, como nossa proposta se baseia na construção por meio colaborativo de um Caderno de Formação em formato de e-book, esse bloco se torna muito importante, porque, através do conteúdo apresentado, o mesmo pode ser adaptado a qualquer modalidade de ensino. Como vemos, a maioria das professoras afirmaram que nos itens apresentados, ele atende e no item D3, uma professora relatou que atende parcialmente, na qual se justificou porque em alguns momentos a instituição não possui os recursos adequados para o uso de alguns softwares como computadores disponíveis e acesso a internet.

Tabela 5 - Criticidade apresentada no material educativo – Parte E (objetiva)

Pergunta At end e At end e P ar . Não aten d e

E1 O texto é atrativo e estimula a curiosidade e a aprendizagem no leitor. 5 0 0 E2 O leitor precisa ter algum conhecimento prévio para compreender o

assunto abordado.

4 1 0

E3 O texto utiliza diferentes linguagens, contemplando a diversidade linguística (fotografias, poesia, letras de música, etc).

5 0 0

E4 O material educativo possibilita a ampliação de suas práticas pedagógicas como professora.

5 0 0

Fonte: Adaptado a partir de Pinto (2018).

Em relação ao bloco de perguntas referentes a parte E, nosso intuito era analisar a criticidade do material educativo, se a proposta atingia o objetivo de romper com o modelo tradicional e por meio da leitura, provocar a criticidade no leitor, assim a maioria destacou que atende a esse objetivo, promovendo novas possibilidades para que se amplie as aprendizagens e as estratégias de ensino, porém, uma afirmou que atende parcialmente, sem justificar o motivo.

Tabela 6 - Criticidade apresentada no material educativo – Parte F (discursiva)

Pergunta Não Parc. Sim

F1 Você proporia modificações ou alterações o material educativo? 4 0 1 Fonte: Adaptado a partir de Pinto (2018).

Ao final, no bloco F, apresentamos uma pergunta discursiva na qual pedimos as professoras cursistas sugestões para modificações e alterações no material

educativo, onde a maioria das participantes optaram pela opção “não”, dizendo que o material educativo está de acordo e apenas uma optou pelo “sim”, pois se reafirmou a necessidade do cuidado com o tamanho da fonte.

No espaço destinado para a pergunta “Escreva aqui a sua opinião, fazendo sugestões, críticas ou melhorias a respeito do material educativo”, tivemos os seguintes relatos:

“Em minha opinião, é necessário rever as imagens que se apresentam ao longo dos capítulos. Sugiro que essas tenham relação com os títulos apresentados”.

“Gostei muito do material educativo, está completo”. “Parabéns, excelente trabalho”.

“Está de acordo com o que se propõe, gera muitas reflexões e nos faz pensar a nossa prática docente”.

“É bom ver que construímos isso no diálogo e na colaboração, o que aprendi foi muito significativo para mim”.

Ao observarmos esses relatos, notamos o grau de satisfação das professoras cursistas, que foram criteriosas na avaliação e ao mesmo tempo teceram elogios, além de que, observamos que esse material gera reflexões e foi construído por meio de muito diálogo.

Diante dessa sugestão, fizemos de modo coletivo, uma análise de todo o material, na qual, por meio do processo colaborativo, fomos revendo as imagens e selecionando as que tinham relação com os capítulos, modificando e realizando as alterações.

Terminamos agradecendo a todos pela participação e pela receptividade, pois aprendemos juntos e toda essa validação foi de fundamental importância para melhorarmos o que nos propomos aqui.