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A contabilidade aplicada nas indústrias da contrução civil: estudo de caso em uma empresa de pequeno porte

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JOSEANE ZANGIROLAMI SCHÄFFEL

A CONTABILIDADE APLICADA NAS INDÚSTRIAS DA CONTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

Trabalho de conclusão do curso

IJUÍ (RS) 2017

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JOSEANE ZANGIROLAMI SCHÄFFEL

A CONTABILIDADE APLICADA NAS INDÚSTRIAS DA CONTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: ROSELAINE FILIPIN, Me.

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RESUMO

O processo de harmonização contábil teve inicio com a aprovação da Lei 11.937/07 e se estendeu a todas as empresas. Assim, o estudo teve como objetivo verificar como ocorreram os procedimentos contábeis no processo de harmonização contábil considerando a NBC TG 17 (R4) (2012) e a NBC TG 1000 (2009), em uma empresa de pequeno porte do setor da construção civil. Para isto, a pesquisa se classificou como aplicada quanto à sua natureza, qualitativa quanto à abordagem do problema, descritiva frente aos objetivos e documental, bibliográfica e estudo de caso quanto aos procedimentos técnicos. Os dados necessários foram coletados, analisados e interpretados frente às Normas Brasileiras de Contabilidade e então, reestruturados de acordo com as exigências das Normas e das práticas contábeis aplicadas ao porte da entidade, ao setor em que atua e à tributação que está enquadrada. Também foram evidenciadas as obrigações acessórias pertinentes e obrigatórias à entidade objeto deste estudo. Observando que os demonstrativos da entidade não foram adequados pelo processo de harmonização contábil, este estudo os adequou e os reelaborou, enfatizando o processo de harmonização contábil e as Normas Brasileiras de Contabilidade pertinentes e especificas a cada caso, considerando que a empresa deve revisar a sua contabilidade e adequá-la a NBC TG 17 e a NBCT 1000.

Palavras chave: Demonstrações Contábeis. Normas Brasileiras de Contabilidade.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Balanço Patrimonial da empresa Alfa (2016). ... 57

Quadro 2: BP da empresa Alfa (2016): contas a receber e créditos de tributos a recuperar. ... 59

Quadro 3: Como deveria estar apresentada a conta clientes e outros créditos no BP da empresa Alfa de 2016. ... 60

Quadro 4: BP empresa Alfa (2016): conta estoque. ... 62

Quadro 5: BP empresa Alfa (2016): conta imobilizado. ... 63

Quadro 6: Depreciação dos veículos da empresa Alfa de 2016... 66

Quadro 7: Depreciação do ativo imobilizado da empresa Alfa do BP de 2016. ... 66

Quadro 8: Como deveria estar apresentada a conta imobilizado no BP da empresa Alfa de 2016. ... 67

Quadro 9: BP empresa Alfa (2016): conta intangível. ... 68

Quadro 10: Como deveria estar apresentado o intangível no BP da empresa Alfa de 2016. ... 69

Quadro 11: BP empresa Alfa (2016): conta empréstimos e financiamentos. ... 70

Quadro 12: Como deveriam estar apresentadas as contas de empréstimos no BP da empresa Alfa de 2016. ... 70

Quadro 13: Extrato do empréstimo junto a Caixa Econômica Federal. ... 71

Quadro 14: Como deveria estar apresentada o contas a pagar no BP da empresa Alfa de 2016. ... 72

Quadro 15: BP da empresa Alfa (2016): conta adiantamento de clientes. ... 72

Quadro 16: BP da empresa Alfa (2016): conta fornecedores. ... 73

Quadro 17: BP da empresa Alfa (2016): conta obrigações tributárias. ... 74

Quadro 18: BP da empresa Alfa (2016): conta obrigações trabalhistas e previdenciárias. ... 74

Quadro 19: Cálculos das provisões de férias do período de 2016. ... 76

Quadro 20: Número de funcionários e resumo do valor bruto da folha de pagamento da empresa Alfa do ano de 2016. ... 76

Quadro 21: Como deveria estar apresentada a conta Obrigações trabalhistas no BP da empresa Alfa de 2016. ... 77

Quadro 22: BP da empresa Alfa (2016): conta capital social. ... 78

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Quadro 24: Como deveria estar apresentada a conta Lucros ou prejuízos acumulados no BP da empresa Alfa de 2016. ... 79 Quadro 25: Reserva legal que deveria constar no BP de 2016 da empresa Alfa. ... 79 Quadro 26: Ajuste de avaliações patrimoniais a constar no BP da empresa Alfa de 2016. ... 80 Quadro 27: Balanço Patrimonial da empresa Alfa de 2016 reestruturado. ... 81 Quadro 28: Demonstração do Resultado do Exercício de 31 de dezembro de 2016 da empresa Alfa. ... 83 Quadro 29: DRE de 31 de dezembro de 2016 da empresa Alfa: receita bruta. ... 84 Quadro 30: Como deveria estar apresentada a conta receita bruta da DRE da empresa Alfa de 2016. ... 85 Quadro 31: DRE de 31 de dezembro de 2016 da empresa Alfa: deduções. ... 86 Quadro 32: Como deveria estar estruturado a DRE de 2016 da empresa Alfa: deduções. ... 86 Quadro 33: DRE de 31 de dezembro de 2016 da empresa Alfa: CMV. ... 87 Quadro 34: Alocação de Custos e despesas da empresa Alfa de 2016. ... 89 Quadro 35: DRE de 31 de dezembro de 2016 da empresa Alfa: despesas operacionais. ... 92 Quadro 36: Como deveria estar estruturado a DRE de 2016 da empresa Alfa: despesas operacionais. ... 93 Quadro 37: DRE de 31 de dezembro de 2016 da empresa Alfa: receita não operacional. ... 95 Quadro 38: Como deveria estar estruturado a DRE de 2016 da empresa Alfa: Outras receitas e despesas. ... 96 Quadro 39: DRE da empresa Alfa de 2016 reestruturado. ... 96 Quadro 40: Obrigação acessórias da área de departamento pessoal. ... 114

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Portal e-CAC Simples Nacional. ... 109

Figura 2: Aplicativo Nota Fiscal Gaúcha. ... 111

Figura 3: Programa SEDIF-SN. ... 112

Figura 4: Programa DCTF mensal versão 3.4. ... 113

Figura 5: Tela principal do programa CAGED. ... 115

Figura 6:Preenchimento da RAIS ... 116

Figura 7: SEFIP. ... 117

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LISTA DE SIGLAS

A Ativo

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AC Ativo Circulante

ACI Aplicativo do CAGED Informatizado ANC Ativo Não-circulante

BP Balanço Patrimonial BS Balanço Social

CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CFC Conselho Federal de Contabilidade

CLT Consolidação das Leis do Trabalho CMV Custo das Mercadorias Vendidas

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis

CPF Cadastro de Pessoa Física

CPMF Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira CPRB Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta

CPSS Contribuição do Plano de Seguridade Social do Servidor CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

CSP Custo dos Serviços Prestados

CT-e Conhecimento de Transporte Eletrônico CVM Comissão de Valores Mobiliários

DAS Documento de Arrecadação do Simples Nacional

DCTF Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DEFIS Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais

DeSTDA Declaração de Substituição Tributária, Diferencial de Alíquota e Antecipação

DFC Demonstração dos Fluxos de Caixa

DLPA Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados DMPL Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DOAR Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos DRA Demonstração do Resultado Abrangente

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DSR Descanso Semanal Remunerado DVA Demonstração do Valor Adicionado ECD Escrituração Contábil Digital

ECF Escrituração Contábil Fiscal ELP Exigível a Longo Prazo

EPI Equipamento de Proteção Individual EPP Empresa de Pequeno Porte

e-CAC Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte

e-SOCIAL Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas

FGTS Fundo de garantia do Tempo de Serviço

GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GIA Guia de Informação e Arrecadação

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IFRS International Financial Reporting Standards

INSS Instituto Nacional do Seguro Social IOF Imposto sobre Operações Financeiras IPI Imposto sobre Produtos Industrializados IR Imposto de Renda

IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte ISS Imposto sobre Serviços

LALUR Livro de Apuração do Lucro Real

ME Microempresa

MEI Microempreendedor Individual

NBC TG Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral NF-e Nota Fiscal Eletrônica

NFG Nota Fiscal Gaúcha

P Passivo

PAC Programa de Aceleração do Crescimento do Governo federal PC Passivo Circulante

PGDAS-D Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional

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PIS Programa de integração Social PL Patrimônio líquido

PNC Passivo não circulante

PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário R2 Segunda Revisão/Alteração

R3 Terceira Revisão/Alteração R4 Quarta Revisão/Alteração

RAIS Relação Anual de Informações Sociais RCP Realizável a Curto Prazo

RFB Receita Federal Brasileira RLP Realizável a Longo Prazo SA Sociedades Anônimas

SEDIF-SN Sistema Eletrônico de Dados e Informações Fiscais do Simples Nacional

SEFAZ RS Secretaria do Estado e da Fazendo do Rio Grande do Sul

SEFIP Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social

SPED Sistema Público de Escrituração Digital ST Substituição Tributária

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 16 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 17 1.4 OBJETIVOS ... 19 1.4.1 Objetivo geral ... 19 1.4.2 Objetivos Específicos ... 20 1.5 JUSTIFICATIVA ... 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 22 2.1 CONTABILIDADE... 22 2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ... 24 2.2.1 Balanço Patrimonial ... 25 2.2.1.1 Ativo ... 26 2.2.1.2 Passivo ... 28 2.2.1.3 Patrimônio Líquido... 30

2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício ... 31

2.2.3 Demonstração do Resultado Abrangente ... 32

2.2.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa ... 33

2.2.5 Demonstração do Valor Adicionado ... 35

2.2.6 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ... 36

2.2.7 Notas Explicativas ... 37

2.3 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA ... 39

2.3.1 Simples Nacional ... 41

2.3.2 Obrigações tributárias acessórias ... 42

2.4 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ... 45

2.4.1 Norma Brasileira de Contabilidade – NBC TG 17 (R4) (2012) – Contratos de Construção ... 46

2.4.2 Norma Brasileira de Contabilidade – NBC TG 1000 (2009) – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas ... 49

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 52

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 52

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3.1.2 Quanto à abordagem ... 52

3.1.3 Quanto aos objetivos ... 53

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos... 54

3.2 PLANO DE COLETA DE DADOS ... 55

3.3 PLANO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 56

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 57

4.1 BALANÇO PATRIMONIAL ... 57

4.1.1 Ativo ... 58

4.1.1.1 Disponível, Banco conta movimento e Aplicações Financeiras ... 59

4.1.1.2 Contas a receber – clientes e outros créditos ... 59

4.1.1.3 Estoque ... 62

4.1.1.4 Imobilizado ... 63

4.1.1.5 Intangível ... 68

4.1.2 Passivo ... 69

4.1.2.1 Empréstimos e financiamentos ... 69

4.1.2.2 Contas a pagar – clientes ... 71

4.1.2.3 Adiantamento de clientes ... 72

4.1.2.4 Fornecedores ... 73

4.1.2.5 Obrigações tributárias ... 74

4.1.2.6 Obrigações trabalhistas e previdenciárias ... 74

4.1.3 Patrimônio Líquido ... 77

4.1.3.1 Capital Social ... 77

4.1.3.2 Lucros ou prejuízos acumulados ... 78

4.1.3.3 Reservas ... 79

4.1.3.4 Ajuste de Avaliações Patrimoniais ... 80

4.1.4 Balanço Patrimonial de 2016 da empresa Alfa reestruturado ... 80

4.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ... 82

4.2.1 Receita Bruta ... 84

4.2.2 Deduções ... 85

4.2.3 Custo da Mercadoria Vendida / Custo do Serviço Prestado ... 87

4.2.4 Despesas operacionais ... 92

4.2.5 Receitas não operacionais ... 95

4.2.6 Demonstração do Resultado do Exercício de 2016 da empresa Alfa reestruturado ... 96

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4.3 NOTAS EXPLICATIVAS ... 98

4.4 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS ... 107

4.4.1 Declaração de Informações Socioeconômicas - DEFIS ... 108

4.4.2 Nota Fiscal Gaúcha - NFG ... 109

4.4.3 Declaração de Substituição Tributária, Diferencial de Alíquota e Antecipação - DeSTDA... 111

4.4.4 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF ... 112

4.4.5 Obrigações acessórias na área de departamento pessoal ... 113

4.4.5.1 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED ... 114

4.4.5.2 Declaração Anual de Informações Sociais - RAIS ... 115

4.4.5.3 Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP ... 116

4.4.5.4 Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte - DIRF ... 118

5 CONCLUSÃO ... 120

(13)

1 INTRODUÇÃO

No ano de 2007 o Brasil passou a adotar as Normas Internacionais de Contabilidade, mais comumente conhecidas por International Financial Reporting Standards (IFRS), através da promulgação da Lei 11.638/2007, a alteração introduziu importantes modificações quanto às normas e práticas contábeis (ANTUNES et al., 2012).

Com a alteração da Lei 6.404/76, ao final de 2007, o Brasil passa pelo processo de harmonização contábil, de modo a promover o alinhamento mundial às normas internacionais de contabilidade. Nesse cenário, foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), como mecanismo de orientação e determinação das novas práticas contábeis. As alterações ocorreram de forma gradual, tendo o ano de 2010 como marco para a adoção do International Financial Reporting Standards (IFRS). Dentre as diversas alterações contempladas nas novas práticas contábeis, constam os novos métodos de mensuração e reconhecimento de elementos patrimoniais e de resultado, considerando as alterações advindas da adoção dos IFRS e que estas possibilitam melhoria da informação contábil (FILIPIN et al., 2012).

As alterações contábeis atingem todas as empresas, independente do porte. Considerando que as empresas de pequeno porte no Brasil representam grande importância na economia do país por gerar emprego e renda, a nível nacional e regional, nos segmentos de indústria, comércio e serviços, estas empresas são responsáveis pelo fortalecimento destes setores e por proporcionar resultados impactantes na economia como um todo, sendo que compõem a grande parte da atividade total do segmento, em receitas geradas e em trabalhadores empregados (FARIA; SILVA, 2014).

Conforme a redação da Lei Complementar nº 155 de 2016, as empresas de pequeno porte estão enquadradas dentro de um faturamento anual entre R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 de receita bruta pela venda de bens e serviços.

Pelo fato das empresas de pequeno porte (EPP) estarem em desenvolvimento, projeções positivas e contínuas, o reconhecimento da receita, dos custos e das despesas necessitam de apurações reais que assegurem a melhor tomada de decisão. Neste pressuposto entra a Contabilidade, que possui um

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conjunto de conhecimentos próprios, leis científicas, princípios e métodos de evidenciações próprias, para controlar e observar o Patrimônio das entidades (BASSO, 2011).

A contabilidade se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações e as variações da situação econômica e financeira das entidades, controlando, registrando e informando as situações no ambiente onde a empresa está inserida. É responsável pelas orientações quanto à composição da entidade, suas variações e o estado do patrimônio da mesma, buscando gerar respostas às demandas de seus usuários. A contabilidade é a ferramenta mais importante para a tomada de decisão dos gestores e para o futuro próspero de uma organização (BASSO, 2011; MENEZES et al., 2014).

Diante da conjuntura da contabilidade, conforme Basso (2011, p. 26) se “enquadra como uma ciência social que se utiliza de técnicas específicas para se tornar útil à sociedade e cumprir com as finalidades para as quais concebidas”.

Dentre as empresas de pequeno porte, destacam-se as empresas da construção civil, que, segundo Ferreira e Theophilo (2007, p. 50), “o Ministério da Previdência Social considera obra de construção civil a construção, demolição, a reforma ou a ampliação de edificações, de instalações ou de qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo”.

As empresas da construção civil atuam como instrumento de desenvolvimento do país, tanto no enfoque social com a melhoria da qualidade de vida das pessoas, quanto econômico, dispondo de oportunidades de trabalho e alavancando a economia brasileira. Suas atividades movimentam diversos outros setores, como o industrial, com a produção de matéria prima, produção de ferramentas e implementos de trabalho (VIEIRA, 2013).

Considerando o contexto do segmento das pequenas empresas e do setor da construção civil, essas empresas passam a aderir no seu processo de contabilização as alterações da contabilidade no processo de harmonização às normas internacionais, e assim, a contabilidade segue os preceitos determinados pelos CPCs, que foram transformados em Normas Brasileiras de Contabilidade pelo Conselho Federal de Contabilidade.

Assim, o estudo apresenta no primeiro capítulo a introdução, a definição do tema do estudo, à caracterização da organização a ser analisada, o problema do estudo, os objetivos gerais e específicos e a justificativa deste trabalho.

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No segundo capítulo é abordado o referencial teórico que norteará o estudo, sendo composto por aspectos gerais de contabilidade e os demonstrativos contábeis: Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração do Resultado Abrangente; Demonstração dos Fluxos de Caixa; Demonstração do Valor Adicionado; Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e as Notas Explicativas. Neste mesmo capítulo está apresentado um apanhado teórico sobre um dos ramos da contabilidade, a contabilidade tributária com sua forma de tributação pelo Simples Nacional, bem como as obrigações tributárias acessórias.

Em continuidade no segundo capítulo, há um levantamento teórico referente às Normas Brasileiras de Contabilidade, sendo destacadas as Normas: NBC TG 17 (R4) (2012), contratos de construção e a NBC TG 1000 (2009) contabilidade para pequenas e médias empresas. Na sequência, o terceiro capítulo aponta a metodologia do estudo com a classificação da pesquisa, o plano de coleta de dados e o plano de análise e interpretação dos dados.

Após, o quarto capítulo explana a apresentação e análise dos dados, com os demonstrativos contábeis elaborados e divulgados pela empresa objeto de estudo no ano de 2016, sendo eles o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, com as análises, interpretações e reestruturação dos mesmos.

No quinto capítulo encontra-se a conclusão deste estudo e por fim as referências consultadas.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

A construção civil é uma atividade complexa e inserida numa economia globalizada onde a competência e a competitividade fazem a diferença, necessitam gerir bem seus recursos para assim sobreviverem no mercado, sabendo onde e quando será o melhor momento para aplicar seus investimentos e quais os retornos que obterão (FARIA, SILVA, 2014; SPECK, 2011).

Para obter tal conhecimento, as empresas dispõem da contabilidade, setor onde todos os documentos dos atos e fatos que provocaram variação nos elementos patrimoniais estão canalizados. É a contabilidade que controla a variação dos elementos patrimoniais da mesma, apura os resultados destas variações, evidencia a situação patrimonial, econômica e financeira e lança suas tendências. Além disso,

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a contabilidade fornece informações aos usuários interessados, ponderando o cumprimento das normas, da legislação e demais métodos que regem sobre os negócios da entidade (BASSO, 2011).

A contabilidade, enquanto ciência, evoluiu concomitantemente com as mudanças sociais e econômicas que exigem conhecimentos. A NBC TG 17 (R4) (2012) surgiu com base nos padrões internacionais de contabilidade a partir da crescente importância da internacionalização das normas contábeis que levou o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) a criar o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), com o objetivo de emitir Pronunciamentos Técnicos visando à convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. Este Processo teve início com as empresas de capital aberto expandindo-se para as pequenas e médias empresas e posterior, às demais sociedades (MENEZES et al., 2014; SPECK, 2011).

Diante do exposto é que se define o tema proposto para este estudo, voltado para a contabilidade aplicada, de maneira a buscar a aplicação da mesma por meio das Normas Brasileiras de Contabilidade em empresas de pequeno porte, no ramo da construção civil.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

Para viabilizar o estudo, realizou-se em uma empresa de pequeno porte do setor da construção civil, uma análise da contabilidade atual apresentada pelos demonstrativos contábeis existentes, verificando de que forma estão aplicadas as Normas Brasileiras de Contabilidade, com enfoque para a NBC TG 17 (R4) (2012), que trata dos contratos da construção civil.

Para efeitos deste estudo, o nome da empresa será Empresa Alfa. Esta é uma sociedade limitada constituída por dois sócios, enquadrada no regime de tributação do Simples Nacional. Possui um faturamento médio anual de R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais).

Iniciou suas atividades em 04 (quatro) de agosto de 2009 (dois mil e nove) num município da região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e atua em todo este estado. É especializada na construção de postos de recebimento e armazenamento de grãos, dos mais variados tipos, utiliza técnicas de construção inovadoras, disponibiliza soluções que acompanham o mercado da construção,

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oferece aos clientes o máximo de qualidade, agilidade e infraestrutura que promovam o resultando na qualidade e satisfação do cliente.

Suas principais atividades são:

✓ Serviços de projeto de engenharia civil ✓ Perfuração de estacas

✓ Construção de silos ✓ Construção de moegas ✓ Casa de máquinas ✓ Galpão pré-fabricado

✓ Construção de bases de balanças ✓ Serviços de retroescavadeira

✓ Fabricação de pré-moldados de concreto: galerias, vigas, pilares e postes

A empresa dispõe de equipe técnica especializada que oferecem aos clientes desde o projeto, contando com Engenheiro Civil próprio e também sócio da empresa; execução, com colaboradores treinados e qualificados; acompanhamento por quem possui mais de quarenta anos de experiência no ramo da construção civil; e finalização da obra, conforme acordado com o cliente, quanto à legalização da mesma. A organização está expandindo e se ramificando, no momento está implantando uma fábrica para pré-moldados de concreto como galerias, vigas, pilares e postes.

A entidade possui vinte funcionários em atividade, mais seus dois sócios que desempenham atividades: um deles é Engenheiro Civil, a outra sócia é Advogada e Administradora da empresa. Com a expansão, pretende-se dobrar o quadro de colaboradores, bem como o faturamento.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Com a aprovação da Lei no 11.638/07, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a exigir das empresas de capital aberto a adequação de algumas normas IFRS para o exercício de 2008, determinando a convergência completa para o exercício de 2010, por meio da Instrução Normativa no 457/2007 da CVM. Esta instrução dispõe que a partir do ano findo de 2010, todas as companhias brasileiras de capital aberto publiquem suas demonstrações contábeis consolidadas de acordo

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com os padrões internacionais de contabilidade, conforme os pronunciamentos emitidos pelo International Accounting Standards Board (IASB). Essas duas fases de transição resultaram em três conjuntos normativos: as antigas normas contábeis brasileiras (Lei no 6.404/76); as normas da primeira fase de transição para IFRS (Lei nº 11.638/07, Lei nº 11.941/09 e pronunciamentos do CPC 01 a 14) e a adoção completa das normas (Full IFRS) (FILIPIN et al., 2012).

A orientação das entidades para o processo de migração às normas internacionais segue o procedimento inicial, por meio da aplicação da IFRS 1 “que é feita uma única vez, produzindo demonstrações em conformidade com as IFRS e que contenha declaração explícita dessa conformidade” (ERNEST & YOUNG; FIPECAFI, 2010, P. 89).

Conforme Antunes, Antunes e Penteado (2011, p. 5), aplicação dos IFRS pela primeira vez tem como prioridade “[...] reconhecer todos os ativos e passivos os quais o IFRS permite que sejam reconhecidos; baixar aqueles ativos, passivos e patrimônio líquido cujo reconhecimento não é permitido pelo IFRS; reclassificar os itens reconhecidos de acordo com os princípios contábeis anteriores, mas que são classificados de forma distinta segundo o IFRS; e mensurar todos os ativos e passivos de acordo com as normas internacionais”.

Tendo em vista o cenário econômico empresarial, entende-se que a gestão da informação é primordial para qualquer tipo de empresa, especialmente para as de pequeno e médio porte, devido às dificuldades existentes como ausência de planejamentos, pouco acesso ao crédito, escasso capital de giro e entre outros, a falta de controles gerenciais (FERREIRA, 2016).

Assim, cabe a contabilidade gerar informações úteis e imprescindíveis, necessárias para a tomada de decisão de seus usuários de forma segura. Para isto a contabilidade segue padrões normativos regidos por órgãos como o Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Dentre as diversas normas vigentes, há a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral (NBC TG) 17 (R4) (2012) que é aplicada na contabilização dos contratos de construção, além da NBC TG 1000 (2009), aplicada as empresas de pequeno porte.

Dentro do processo de harmonização contábil, a necessidade de observar as obrigações acessórias pertinentes às empresas, que são exigidas pela Receita Federal do Brasil – RFB, a qual participou do processo de convergência das normas

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Brasileiras às Normas Internacionais, é de responsabilidade do contador o seu envio, sendo essas passíveis de autuação.

Speck (2011) realizou uma pesquisa com o objetivo de estudar os aspectos contábeis e tributários mais relevantes que concernem a atividade da construção civil e suas adequações às Normas Internacionais da Contabilidade fundamentando-a no Pronuncifundamentando-amento Técnico CPC 17, contrfundamentando-atos de construção. O fundamentando-autor evidenciou que o CPC 17 é utilizado apenas para fins societários não gerando efeitos fiscais quanto à apuração dos tributos. Também constatou que as receitas e os custos são reconhecidos na contabilidade proporcionalmente à execução da obra e não no ato do pagamento realizado pelo cliente.

Vieira (2013) em seu estudo verificou nas empresas da construção civil se as receitas e os custos realizados pela organização estavam reconhecidos e mensurados de acordo com as normas legais contábeis e tributárias aplicadas a este setor, e concluiu que algumas possuem algumas divergências.

Desta forma, a questão problema que norteará este estudo é: como ocorreu os procedimentos contábeis no processo de harmonização contábil considerando a NBC TG 17 (R4) (2012) e a NBC TG 1000 (2009), em uma empresa de pequeno porte do setor da construção civil?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos buscam definir o que se quer alcançar com a realização deste estudo, ou seja, trilham a busca pela resposta da questão problema deste estudo, dividindo-se em objetivo geral e objetivos específicos.

1.4.1Objetivo geral

O objetivo desta pesquisa é a elaboração de um estudo que tem como objetivo geral, descrever como ocorreram os procedimentos contábeis no processo de harmonização contábil, considerando a NBC TG 17 (R4) (2012) e a NBC TG 1000 (2009), em uma empresa de pequeno porte do setor da construção civil.

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1.4.2 Objetivos Específicos

Para alcançar o objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos:

✓ Realizar uma revisão bibliográfica que embasa o tema proposto;

✓ Comparar a contabilidade apresentada pela empresa frente às normas Brasileiras de Contabilidade, com atenção para a NBC TG 17 (R4) (2012) e a NBC TG 1000 (2009);

✓ Descrever os processos das obrigações fiscais acessórias inerentes a empresa utilizada para análise.

1.5 JUSTIFICATIVA

Tratando-se de um Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, nada mais plausível do que aprofundar os conhecimentos sobre as Normas que regem a contabilidade como um todo. Busca-se entender suas funcionalidades e aplicabilidades dentro de uma empresa.

Este estudo se justifica pela busca de conhecimentos e entendimentos do processo de harmonização contábil que vem ocorrendo desde 2007 e assim, como as Normas Brasileiras de contabilidade devem ser aplicadas na contabilidade de uma empresa de pequeno porte, considerando o setor da construção civil, de maneira especifica a NBC TG 17 (R4) (2012) e a NBC TG 1000 (2009). E ainda, quanto às obrigações fiscais acessórias que fazem parte do dia a dia das empresas e que podem ser passíveis de multa em caso do não envio da informação a RFB, que participa de forma atuante no cotidiano das empresas.

O setor optado foi o da construção civil, por ser um ramo que contribui muito para a alavancagem da economia brasileira, por ser capaz de absorver grande número de mão-de-obra, gerar emprego e renda. Mas é uma atividade complexa, onde os valores envolvidos são muitos e as ferramentas e informações essenciais para a gestão destas pequenas empresas são escassas.

A busca teórica será de grande importância por servir de base para o levantamento de informações e para a interpretação e análise de uma Norma emergente no ramo. Entender o tratamento contábil frente a NBC TG 17 (R4) (2012),

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trará consigo um levantamento de como esta está aplicada na entidade em questão ou como deveria estar sendo utilizada.

Para a Universidade, para o Curso de Ciências Contábeis e para a sociedade em geral, este estudo servirá como fonte de pesquisa para futuros acadêmicos que se interessarem pelo tema abordado, a fim de formar uma aprendizagem mais ampla e aprofundar os conhecimentos já adquiridos no decorrer do curso. O mesmo irá os auxiliar na busca frente à legislação pertinente, às práticas contábeis aplicadas, à apuração de tributos e as formas de tributação para empresas de pequeno porte.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico tem por objetivo apresentar os estudos, sobre o tema específico, acerca do problema proposto já realizados por outros autores. Faz-se neste, uma revisão acerca de trabalhos já produzidos e literaturas existentes para dar consistência e contexto à busca pela resposta da questão problema (VERGARA, 2010).

Neste capítulo apresenta-se a revisão bibliográfica que embasa este estudo. Inicialmente traz conceitos quanto a contabilidade. Em seguida, menciona sobre o que são demonstrações contábeis e cita as mais utilizadas e exigidas por lei, que são o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício; a Demonstração do Resultado Abrangente; a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Valor Adicionado; a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e as Notas Explicativas.

Na sequência, o referencial teórico expõe sobre a Contabilidade Tributária e o enquadramento quanto ao Simples Nacional, bem como as obrigações tributárias acessórias.

Por fim, está explanado sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade e a referência para a NBC TG 17(R4) (2012), sobre Contratos de Construção Civil e a NBC TG 1000 (2009), contabilidade para pequenas e médias empresas.

2.1 CONTABILIDADE

De acordo com Basso (2011), a contabilidade é um conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios de métodos próprios de evidenciação para estudar, controlar e observar o patrimônio das empresas sob os aspectos quantitativos e qualitativos, coletando, catalogando e registrando as informações quanto às variações e situações de natureza econômica e financeira sofridas pela entidade. Segundo o autor, para isto, a contabilidade se utiliza de técnicas exclusivas, regidas por leis e normas próprias, e assim se torna útil para a sociedade em geral e cumpre com a finalidade para qual foi concebida, se enquadrando assim, como uma ciência social.

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De acordo com Lopes de Sá (2002, p. 46), a “contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos patrimoniais, preocupando-se com a realidade, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia funcional das células sociais”. Segundo o autor, a contabilidade se preocupa com os registros, demonstrações, revisões, apurações de resultados, apurações dos custos, entre outros itens de sua atribuição, comprometendo-se com a adequada evidenciação numérica dos fatos patrimoniais.

A contabilidade é responsável por gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio da entidade, emitindo relatórios e demonstrativos úteis para o controle e planejamento da empresa e para o processo de tomada de decisões importantes para o futuro da mesma. Os principais interessados por estas informações são: os administradores, diretores e executivos para tomada de decisões; os sócios e acionistas para posicionamento quanto a real situação do patrimônio do empreendimento; os bancos, financiadores e investidores que visam avaliar as garantias oferecidas; os fornecedores para verificar sua capacidade para quitar as obrigações; e o governo como um todo, para o controle das receitas tributárias (BASSO, 2011).

Conforme Franco (1997, p. 19), a contabilidade tem por função “registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientações sobre a composição e as variações desse patrimônio” servindo como base para tomadas de decisões.

A finalidade da contabilidade é de assegurar o controle patrimonial dos administradores, fornecendo informações e orientações necessárias às ações administrativas, carregando ainda interpretações sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades da entidade (FRANCO, 1997).

A contabilidade possui diversas funções, desde a simples escrituração para registro dos fatos, depois a elaboração das demonstrações contábeis cabíveis à situação e enquadramento da empresa, onde algumas são exigidas por lei, outras, para algumas entidades não são obrigatórias, mas para outras sim. Tem ainda a função de confirmar os registros efetuados e as demonstrações elaboradas através da auditoria, e a atribuição de análise, comparação e interpretação dos mesmos por meio da análise de balanços (BASSO 2011; FRANCO, 1997).

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2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As demonstrações contábeis são informações econômicas e financeiras, que as empresas fornecem aos diferentes usuários da contabilidade e interessados, de forma sintética, sobre seu patrimônio em geral e o que ocorreu nele durante o período de referência. Elas são estruturadas após o encerramento do exercício social das entidades, logo após a apuração, distribuição e destinação do resultado do exercício (BASSO, 2011).

As demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros decorrentes de transações, e estes são agrupados conforme suas características, sendo chamados de elementos das demonstrações contábeis. Estes elementos são divididos relacionando sua mensuração, ou seja, se é um elemento que compõe a posição patrimonial e financeira da entidade, o mesmo pode ser ativo, passivo ou patrimônio líquido e está abordado no Balanço Patrimonial; se é um elemento relacionado com o desempenho da empresa, são as receitas e despesas e estarão na Demonstração do Resultado. Os elementos das demonstrações contábeis ainda se subclassificam conforme sua natureza ou função no negócio da empresa (NBC TG, ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011).

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados (NBC TG 26 (R4), 2016, ITEM 09).

De acordo com Iudícibus et al. (2010, p. 33), “as demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas”. Para o autor, estes usuários são governos, órgãos fiscais, fornecedores, clientes, entre outros, satisfazendo aos interesses comuns entre eles, de forma geral, não se detendo a uma finalidade específica ou a necessidade de um só grupo de usuários.

Demonstrações contábeis elaboradas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como: (a) decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; (b) avaliar a administração da entidade

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quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas; (c) avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios; (d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade; (e) determinar políticas tributárias; (f) determinar a distribuição de lucros e dividendos; (g) elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou (h) regulamentar as atividades das entidades (NBC TG, ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011, ITEM P. 4).

Cinco são as demonstrações contábeis obrigatórias pela legislação às entidades. Duas das cinco são consideradas básicas, de onde derivam as informações para as outras três demonstrações: o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). As demais complementam as anteriores, que são: a Demonstração dos Fluxos de Caixa; a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração do Valor Adicionado (BASSO, 2011).

Para as empresas que apresentarem em seus resultados, variações que modifiquem o patrimônio líquido e que estas não sejam constituídas pelas transações de capital entre a empresa e seus sócios, incluindo o aumento ou a devolução de capital social, a distribuição de lucros ou a compra e venda de ações e quotas próprias dos sócios estarão obrigadas a elaboração da Demonstração do Resultado Abrangente (IUDÍCIBUS et al., 2010).

Para esclarecimentos dos métodos e critérios utilizados para estruturação, para detalhamento dos procedimentos utilizados e das informações sintetizadas nas demonstrações contábeis, as Notas Explicativas complementam o conjunto de demonstrações. Esta é obrigatória por Lei para as Sociedades por Ações e complementar para as demais entidades, já que não se constitui uma demonstração, e sim, integrante delas (BASSO, 2011; IUDÍCIBUS et al., 2010; NBC TG 26 (R4), 2016) .

2.2.1 Balanço Patrimonial

Para Basso (2011), o Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que representa de forma quantitativa e sintética os elementos patrimoniais da empresa em determinada data, revelando sua situação financeira e patrimonial do período apurado.

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Segundo Iudícibus e Marion (2010, p. 214), o Balanço Patrimonial “reflete a posição financeira em determinado momento, normalmente no fim do ano ou de um período prefixado”.

De acordo com Lopes de Sá (2006, p. 81), “o Balanço Patrimonial deve ser a imagem fiel do patrimônio e nele possuímos uma igualdade de valores porque o ativo é um efeito do que lhe permitiu ser o passivo e a situação líquida (estas são causas)”.

Para Basso (2011), o Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que representa de forma quantitativa e sintética os elementos patrimoniais da empresa em determinada data, revelando sua situação financeira e patrimonial do período apurado.

Para Franco (1997), o Balanço Patrimonial é uma demonstração que apresenta de forma resumida a situação dos componentes patrimoniais em uma data determinada, igualando da mesma forma, as origens e as aplicações dos capitais envolvidos.

Conforme Iudícibus et al. (2010), o Balanço Patrimonial tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em uma determinada data, com um posicionamento estático, com contas classificadas conforme os elementos do patrimônio que o compõe, agrupados para facilitar o conhecimento e análise da situação financeira da organização.

O Balanço Patrimonial é constituído pelas contas: de ativo, que são os bens e direitos da empresa; de passivo, que são as obrigações da mesma; e do patrimônio líquido, resultante da diferença entre o total do ativo e do total do passivo, onde se concentram o capital próprio da empresa (BASSO, 2011; IUDÍCIBUS et al., 2010; IUDÍCIBUS; MARION, 2010).

2.2.1.1 Ativo

O ativo (A) é a parte do Balanço Patrimonial que representa as aplicações de recursos da empresa. É composto pelos bens e direitos de propriedade da entidade que são mensuráveis monetariamente e representam benefícios presentes ou futuros para ela (BASSO, 2011; IUDÍCIBUS et al., 2010).

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Segundo Iudícibus e Marion (2010, p. 2), “ativo compreende os recursos controlados por uma entidade e dos quais se esperam benefícios econômicos futuros”.

Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou outros eventos passados, e passam a gerar benefícios econômicos futuros, pois contribuem para o fluxo de caixa e equivalentes de caixa, são utilizados para a produção da atividade fim da empresa, podem ainda ser usados para liquidar um passivo ou ser distribuído aos proprietários da entidade (NBC TG, ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011).

As contas que compõem o ativo são dispostas, conforme Basso (2011, p. 295), “em ordem crescente dos prazos esperados de realização, ou seja, de acordo com o grau decrescente de liquidez de seus elementos” classificando-se em contas de ativo circulante e ativo não circulante.

2.2.1.1.1 Ativo Circulante

No ativo circulante (AC), ou realizável á curto prazo (RCP) do Balanço Patrimonial se encontram as contas mais líquidas da empresa, são itens transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja, em menos de um ano: no decorrer do próximo exercício social (IUDÍCIBUS; MARION, 2010).

O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:

(a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade;

(b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; © espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou (d) é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido na NBC TG 03), a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço (NB CTG 26 (R4), 2016, ITEM 66).

O ativo circulante é composto por contas que apresentam o dinheiro disponível pela empresa na data em que o Balanço Patrimonial foi elaborado. Elas são chamadas de caixa e bancos ou aplicações, e encontram-se dentro do grupo disponível. Também compõe o ativo circulante, as contas que deverão ser transformadas em dinheiro dentro do próximo exercício social, ou seja, que são mais rapidamente conversíveis em disponibilidades. Estas são dispostas nos grupos:

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clientes, outros valores a receber, estoques e despesas do exercício seguinte, pagas antecipadamente, entre outras (BASSO, 2011).

2.2.1.1.2 Ativo Não Circulante

Os ativos não circulantes (ANC) são os ativos que se transformam em valor monetário no longo prazo, são realizáveis a longo prazo (RLP). O ativo não circulante representa os bens e direitos da empresa que deverão ser transformados em dinheiro após o próximo exercício social, ou ainda, são os elementos que raramente serão convertidos em disponibilidades por poderem estar relacionados às atividades fins da entidade, sendo de permanência mais duradoura (BASSO, 2011).

Esta Norma utiliza o termo “não circulante” para incluir ativos tangíveis, intangíveis e ativos financeiros de natureza associada a longo prazo. Não se proíbe o uso de descrições alternativas desde que seu sentido seja claro. O ativo não circulante deve ser subdividido em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível (NBC TG 26 (R4), 2016, ITEM 67).

Conforme Basso (2011), as contas que compõe o ativo não circulante se dividem em: realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

2.2.1.2 Passivo

Compõe também o Balanço Patrimonial o passivo (P), que compreende as origens de recursos de terceiros, ou seja, as obrigações da empresa decorrente de suas atividades e de financiamentos. Ou melhor, o passivo aborda as exigibilidades e as obrigações que a entidade possui no período de apuração e estruturação do Balanço Patrimonial (BASSO, 2011; IUDÍCIBUS et al., 2010).

O passivo de uma entidade é uma obrigação presente ou um compromisso futuro, fruto de transações ou eventos passados. Um passivo passa a existir sempre que a empresa adquirir um ativo, por exemplo. Ou seja, quando a empresa comprar mercadoria para estoque, a prazo, a mercadoria de estoque é ativo e a conta a pagar é um passivo. Outra situação é quando a empresa realiza um empréstimo para compra de um bem, ou para capital de giro, estes que são ativos, juntamente contraem uma dívida, uma obrigação, ou seja, um passivo. Mas também pode haver passivo a partir do patrimônio líquido, com as distribuições do resultado, como a

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conta de dividendos e participações a pagar (BASSO, 2011; NBC TG, ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011).

As contas do passivo, igualmente às de ativo, se dividem em passivo circulante e passivo não circulante, conforme a ordem de exigibilidade de cada item.

2.2.1.2.1 Passivo Circulante

No passivo circulante (PC) são encontradas as obrigações, as dívidas da empresa, que deverão ser liquidadas num prazo mais curto, dentro do exercício social seguinte (BASSO, 2011; IUDICIBUS; MARION, 2010).

O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:

(a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;

(b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; (c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou

(d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver item 73). Os termos de um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua liquidação por meio da emissão de instrumentos patrimoniais não devem afetar a sua classificação (NBC TG 26 (R4), 2016, ITEM 69).

Os passivos circulantes, de acordo com a NBC TG 26 (R4) (2016), são liquidados como parte do ciclo operacional da empresa, ou seja, prevê sua quitação no período de até 12 meses da data do balanço, no decorrer do próximo exercício social.

As contas que compõe o passivo circulante, conforme Basso (2011) são: obrigações de funcionamento como fornecedores, impostos e taxas a pagar, encargos sociais a pagar, ordenados a pagar, previsão para IR e CSLL, receitas antecipadas e as contas de financiamento, em moeda nacional e em moeda estrangeiras, debêntures a pagar, entre outras.

2.2.1.2.2 Passivo Não Circulante

O passivo não circulante (PNC) reúne as contas que representam obrigações de longo prazo. Também são chamadas de exigíveis a longo prazo (ELP) por terem suas previsões para liquidação após o exercício social seguinte, ou seja, após 12

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meses da elaboração do balanço patrimonial (BASSO, 2011; IUDICIBUS; MARION, 2010; NBC TG 26 (R4), 2016).

O passivo é classificado como não circulante se o credor tiver concordado, até a data do balanço, em proporcionar uma dilação de prazo a terminar pelo menos doze meses após a data do balanço, dentro do qual a entidade pode retificar a quebra de covenant contratual (reenquadramento nos índices de endividamento e cobertura de juros, por exemplo) e durante o qual o credor não pode exigir a liquidação imediata do passivo em questão (NBC TG 26 (R4), 2016, ITEM 75).

Segundo Basso (2011), o PNC, assim como o PC, é composto pelas contas de obrigações de funcionamento, como fornecedores e parcelamento de impostos e encargos e obrigações de financiamento, tanto em moeda nacional como estrangeira, debêntures a pagar, débitos de sócios, de coligadas/controladas, entre outras.

2.2.1.3 Patrimônio Líquido

O patrimônio líquido (PL) representa no Balanço Patrimonial os recursos próprios da entidade. Ou seja, são os investimentos dos proprietários na empresa, mais o lucro acumulado no decorrer dos anos de atividade da mesma, não distribuídos. O patrimônio líquido representa ainda a diferença entre o ativo e o passivo da entidade, que quer dizer, o valor líquido da entidade (BASSO, 2011; lUDÍCIBUS et al., 2010; IUDÍCIBUS; MARION, 2010).

De acordo com o item 4.4 da NBC TG, estrutura conceitual (2011), o patrimônio líquido “é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos”, e o seu valor apresentado no Balanço Patrimonial depende dos ativos e passivos mensurados, ou seja, normalmente tem seu valor igual ao valor do mercado das ações da entidade, ou, tem seu valor conforme a soma dos ativos vendidos, menos os passivos liquidados.

Conforme Basso (2011), no patrimônio líquido se encontram as contas de capital social, reservas de capital, reserva de lucros, ajustes de avaliações patrimoniais, ações em tesouraria, lucros ou prejuízos acumulados.

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2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um relatório apresentado pelas empresas que mostra de forma ordenada as receitas e as despesas que gerou em determinado período (IUDÍCIBUS; MARION, 2010).

De acordo com Lopes de Sá (2006), a DRE tem por objetivo evidenciar os componentes de lucro ou de perda em determinado período ou exercício social, apresentando as receitas, os custos e as despesas para finalizar com lucro ou prejuízo. E este resultado é incorporado ao patrimônio líquido do Balanço Patrimonial da entidade.

Segundo Basso (2011, p. 308) a Demonstração do Resultado do Exercício “sintetiza as operações que deram origem ao resultado de determinado exercício social”, sendo estruturada de forma que evidencia as diversas fases incorridas para chegar a tal resultado.

Conforme a NBC TG 26 (R4) (2016); Basso (2011); Iudícibus e Marion (2010), a Demonstração do Resultado do Exercício é composta pelos seguintes:

a) Receita bruta: compreende a soma das receitas obtidas através das vendas de mercadorias ou de produtos fabricados e/ou pela prestação de serviços.

b) Dedução da receita: que são as devoluções de vendas, vendas canceladas e abatimentos e/ou os impostos sobre as vendas, como o ICMS, o IPI, o ISS.

c) Receita operacional líquida: é a diferença entre a receita bruta e as deduções.

d) Custos: são os custos das mercadorias vendidas (CMV), custos dos produtos vendidos e/ou custos dos serviços prestados, e são abatidos da receita operacional líquida.

e) Lucro bruto: é o resultado da receita operacional líquida descontado os custos.

f) Despesas: são as despesas operacionais, como despesas com vendas, despesas gerais e administrativas.

g) Lucro antes do resultado financeiro: que é o lucro bruto diminuído às despesas.

h) Resultado financeiro ou outras receitas e despesas: são receitas financeiras ou despesas financeiras, que não se enquadram no item anterior.

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i) Resultado antes dos tributos: neste é o lucro antes do resultado financeiro somado ou diminuído o resultado financeiro.

j) Previsão para tributos: aplica-se o percentual cabível de IR e CSLL da entidade, ao valor do resultado antes dos tributos.

k) Lucro das operações descontinuadas: que é o resultado do exercício para a empresa que não possui operações descontinuadas. É o resultado antes dos tributos, menos o valor correspondente ao percentual aplicável dos tributos.

l) Operações descontinuadas: neste item consideram-se os ganhos ou as perdas com operações que a empresa descontinuou, ou não exerce mais.

m) Lucro líquido do período: para as empresas que possuem operações descontinuadas, este item traz a diferença do lucro das operações descontinuadas somando ou diminuindo as perdas e/ou os ganhos que tais operações geraram. Portanto, é o resultado do exercício para estas entidades.

Conforme o item 4.25 da NBC TG, Estrutura Conceitual (2011), “receitas são aumento nos benefícios econômicos durante um período contábil” sendo com entrada de recursos, aumento de ativos ou redução de passivos. De acordo com o mesmo item da Norma citada, “despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil” e podem ser pela saída de recursos, pela redução de ativos ou pelo aumento de passivos.

As receitas e despesas podem ser apresentadas na demonstração de diferentes maneiras, fornecendo informações relevantes para a tomada de decisões e permitindo medir o desempenho da entidade (NBC TG, ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011).

2.2.3 Demonstração do Resultado Abrangente

Esta demonstração apresenta receitas, despesas e outras variações do patrimônio líquido, e que não são reconhecidas na Demonstração do Resultado do Exercício. As variações que ocorrem são somadas ao resultado do período como outros resultados abrangentes, compondo os lucros ou prejuízos acumulados (IUDÍCIBUS; MARION, 2010; IUDÍCIBUS et al., 2010).

Conforme Iudícibus et al. (2010) o resultado abrangente é “a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios” proprietários.

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Segundo Iudícibus et al. (2010), a Demonstração do Resultado Abrangente pode ser apresentada separadamente das demais demonstrações, dentro da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, como continuidade da Demonstração do Resultado do Exercício ou ainda nas Notas Explicativas. Porém, a NBC TG 26 (R4) (2016) carrega que a legislação societária brasileira vigente na data da emissão desta Norma requer que a Demonstração do Resultado Abrangente seja apresentada em uma demonstração separada, e que assim não deve incluir nela o resultado da Demonstração do Resultado do Exercício.

Esta demonstração contábil é exigida por lei para as empresas que não apresentam em seus resultados, mas que constam no patrimônio líquido da entidade, as seguintes situações, de acordo com o item 98 da NBC TG 26 (R4) (2016):

(a) reduções nos estoques ao seu valor realizável líquido ou no ativo imobilizado ao seu valor recuperável, bem como as reversões de tais reduções;

(b) reestruturações das atividades da entidade e reversões de quaisquer provisões para gastos de reestruturação;

(c) baixas de itens do ativo imobilizado; (d) baixas de investimento;

(e) unidades operacionais descontinuadas; (f) solução de litígios; e

(g) outras reversões de provisão.

Segundo Iudícibus et al. (2010), inclui-se nos itens a serem apresentados pela Demonstração dos Resultados Abrangentes, as variações por reavaliações de ativos imobilizados e ativos intangíveis, os ganhos e perdas atuariais com benefícios a empregados, os ganhos e perdas por conversões cambiais em operações com o estrangeiro, os ganhos e perdas na remuneração de ativos financeiros disponíveis para venda e os ajuste de avaliação de ganho ou perda de valores justos de instrumentos financeiros.

2.2.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) visa demonstrar como ocorreram as movimentações das disponibilidades da entidade, em um determinado período. Esta demonstração abrange todos os fluxos de entrada e saída de caixa derivados das atividades operacionais, das atividades de investimento e das atividades de

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financiamento da empresa, sendo uma exigência estabelecida em lei, para entidades de capital aberto (IUDÍCIBUS et al., 2010).

Este demonstrativo tem por objetivo facilitar, a seus usuários, o entendimento das informações dos fluxos de caixa da empresa, a fim de fornecer base para avaliação da capacidade da entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como de suas necessidades de liquidez e ainda da época e do grau de segurança de geração de tais recursos (IUDÍCIBUS; MARION, 2010; NBC TG 03 (R3), 2016).

A Demonstração dos Fluxos de Caixa deve ser apresentada aos usuários da contabilidade, como parte integrante das demais demonstrações contábeis, ao final de cada período, para assim, em conjunto com as demais, dispor de informações que os permitam avaliar as mudanças nos ativos líquidos da empresa, de sua estrutura financeira e de sua capacidade para alterar valores e prazos dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades que está inserida. Servem também para avaliar a capacidade que a empresa tem de gerar recursos e comparar seu desempenho operacional frente às demais entidades (IUDÍCIBUS; MARION, 2010).

Os usuários das demonstrações contábeis de uma entidade estão interessados em saber como a entidade gera e utiliza caixa e equivalentes de caixa. Esse é o ponto, independentemente da natureza das atividades da entidade, e ainda que o caixa seja considerado como produto da entidade, como pode ser o caso de instituição financeira. As entidades necessitam de caixa essencialmente pelas mesmas razões, por mais diferentes que sejam as suas principais atividades geradoras de receita. Elas precisam de caixa para levar a efeito suas operações, pagar suas obrigações e proporcionar um retorno para seus investidores (NBC TG 03 (R3), 2016, ITEM 3).

Conforme Iudícibus e Marion (2010), a Demonstração dos Fluxos de Caixa se divide em três partes: atividades operacionais, que são os fluxos de caixa e equivalentes de caixa decorrentes das atividades operacionais, geradoras de receita para a empresa; atividades de investimentos são os fluxos gerados por dispêndios de recursos feitos pela entidade afim de que gerem resultados e fluxos de caixa no futuro; e as atividades de financiamento, que são fluxos decorrentes de fornecedores de capital à entidade.

Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades que não são de investimento e tampouco de financiamento. Atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. Atividades de financiamento são aquelas que

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resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade (NBC TG 03 (R3), 2016, ITEM 6).

Conforme Iudícibus e Marion (2010, p. 262), “a classificação por atividade proporciona informações que permitem aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa” bem como podem ser usadas para avaliar a relação entre estas atividades. O autor salienta ainda que uma única transação pode incluir fluxos em mais de uma atividade.

2.2.5 Demonstração do Valor Adicionado

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é obrigatória para as companhias abertas, sendo que devem ser divulgadas ao final de cada exercício, juntamente com as demais demonstrações (IUDÍCIBUS et al., 2010).

A DVA demonstra o valor da riqueza gerada pela companhia, e sua distribuição entre os elementos que contribuíram para sua geração, ou seja, entre os fatores de produção. Portanto, mostra a riqueza criada pela empresa e como esta riqueza é distribuída ou transferida, ou melhor, para quem a empresa canaliza a renda obtida (BASSO, 2011; IUDÍCIBUS et al., 2010; IUDÍCIBUS; MARION, 2010).

De acordo com a NBC TG 09 (2008), a distribuição da riqueza que foi gerada deve ser detalhada entre pessoal e encargos (remuneração direta, benefícios e FGTS); imposto, taxas e contribuições (federais, estaduais e municipais); juros e aluguéis e outras remunerações de capitais de terceiros; juros sobre o capital próprio e dividendos; e lucros retidos ou prejuízos do exercício. De acordo com a Norma, a riqueza gerada advém de receitas brutas geradas pela própria empresa, como venda de mercadorias, produtos e serviços; insumos adquiridos de terceiros como o CMV, energia, materiais e serviços, depreciação e amortizações; e ainda por valor recebido em transferência, por resultado de equivalência patrimonial, receitas financeiras e outras.

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2.2.6 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados tem a finalidade de demonstrar o que ocorreu com o resultado líquido do exercício apurado e a movimentação que ocorreu com este no exercício social anterior. Ou seja, visa mostrar o que aconteceu com os lucros ou os prejuízos acumulados do período anterior. Sendo assim, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados é destinada a evidenciar as mutações nos resultados acumulados da entidade em determinado período (BASSO, 2011).

Conforme Iudícibus et al. (2010), a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados deve apresentar os efeitos do resultado do exercício apurado anterior, no exercício atual de apuração. Segundo o autor, como o resultado do período anterior não faz parte do atual, mas é acrescido a ele quando no patrimônio líquido da entidade junto ao Balanço Patrimonial, então este deve ser detalhado, a fim de mostrar o que aconteceu na mudança do valor da conta de lucros ou prejuízos acumulados.

Segundo Iudícibus e Marion (2010), nas Sociedades Anônimas o lucro líquido, resultado obtido pela elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício, é distribuído aos proprietários da empresa através de dividendos, ou é retido pela própria empresa como retenção do lucro para ser reinvestido no negócio, e é desta forma que aparece no Balanço Patrimonial. Porém, entre a apuração da DRE e o lançamento no Balanço Patrimonial, faz-se a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, com a finalidade de apresentar o que ocorreu com o valor do lucro líquido, ou melhor, o destino que teve o lucro líquido obtido pela empresa, já que este é distribuído em sua totalidade, ou seja, não se transforma em lucros acumulados, todo o valor é distribuído em dividendos ou reservas.

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, segundo Basso (2011), é mais abrangente por incluir as informações de todas as contas que integram o patrimônio líquido da entidade, inclusive as obtidas pela Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, com os saldos iniciais e finais. De acordo com o autor, a DMPL evidencia as mudanças, em valor e em natureza, que houve no patrimônio líquido da empresa, em um determinado período ou exercício social.

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Na concepção de Iudícibus e Marion (2009), esta demonstração evidencia todo acréscimo ou diminuição do patrimônio líquido, bem como da formação e utilização das reservas, inclusive aquelas não originadas por lucro. Os autores completam dizendo que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é muito importante para as empresas que movimentam constantemente as contas do patrimônio líquido.

Lopes de Sá (2006) explana que ambas as demonstrações, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, evidenciam se a empresa acumulou lucros ou acumulou perdas em seus resultados.

Estas demonstrações são exigidas por lei para as Sociedades por Ações (SA) e podem ser optadas pela empresa, em apresentar uma ou outra, ou ainda incluir na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e assim não elaborar esta última (IUDÍCIBUS et al., 2010).

2.2.7 Notas Explicativas

De acordo com Franco (1997) as demonstrações contábeis são apresentadas de forma resumida, não sendo possível expor de forma analítica ou esclarecedora, certas informações que precisariam assim ser apresentadas para o melhor entendimento e interpretação das operações que ocorreram na empresa. Segundo o autor, por esta razão as demonstrações contábeis devem estar acompanhadas por Notas Explicativas, estas que expõem dados e esclarecimentos complementares.

Notas Explicativas não é uma demonstração contábil, mas sim complementar às demonstrações contábeis, pois carrega informações de forma a esclarecer as situações patrimoniais, as movimentações ocorridas ou ainda os resultados obtidos. Apresenta-se de forma analítica, ordenada e clara, para o fim de explicar de modo a garantir aos usuários informações completas e confiáveis sobre a posição da empresa (IUDÍCIBUS; MARION, 2009; IUDÍCIBUS et al., 2010).

As Notas Explicativas não se constituem em outra demonstração contábil, mas em informações que a elas se integram com a finalidade de explicar algo ou ampliar informações que se encontram resumidas nas demonstrações contábeis que as acompanham (BASSO, 2011, P. 335).

Referências

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