• Nenhum resultado encontrado

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 BALANÇO PATRIMONIAL

4.1.1 Ativo

4.1.1.4 Imobilizado

O BP de 2016, da empresa objeto deste estudo, apresentou como imobilizado móveis e utensílios, container, máquinas e equipamentos, computadores e periféricos equipamentos de informática, outros equipamentos, gerador de energia e veículos, conforme mostra o quadro 5.

Quadro 5: BP empresa Alfa (2016): conta imobilizado.

Ativo não circulante 632.091,47

Imobilizado 630.891,47

Móveis e utensílios 13.254,39

Container 6.500

Máquinas e equipamentos 59.230,74

Computadores e periféricos, equipamentos de informática 15.326,16

Outros equipamentos 19.202,10

Gerador de energia 3.200,00

Veículos 514.178,08

Fonte: Dados da pesquisa.

Observou-se no quadro 5 que algumas contas como container e outros equipamentos, não trazem clareza no repasse da informação aos usuários. A proprietária da empresa foi questionada quanto a cada uma destas subcontas para que fosse possível identificar o que compõe cada uma na sua percepção e como ela estava interpretando as contas desta forma apresentadas.

Ela salienta que a conta de móveis e utensílios seriam os móveis e utensílios que estão dispostos no escritório da empresa e nos alojamentos disponibilizados aos funcionários nas obras que estão sendo executadas. Ela esclarece que é responsabilidade da empresa fornecer alojamento aos funcionários em cada obra que for executada. Para isto, o container apresentado no BP foi adquirido pelo valor que ali consta, mas que o mesmo foi transformado em alojamento, sendo todo

reestruturado, janelas e portas foram abertas, móveis e climatizadores de ar foram instalados. Os itens acrescidos ao container no processo de transformação, estão tabulados em planilhas de controle patrimonial realizado pela empresa e atualizada constantemente.

Considerando a NBC TG 1000 (2009) em seu item 17.9 “a entidade deve mensurar um item do ativo imobilizado no reconhecimento inicial pelo seu custo.” Para melhor entendimento da aplicação, foi analisado a NBC TG 27 que trata especificadamente dos ativos imobilizados.

Um item do ativo imobilizado que seja classificado para reconhecimento como ativo deve ser mensurado pelo seu custo.

O custo de um item do ativo imobilizado compreende: (a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; (b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração; (c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a obrigação em que a entidade incorre quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante determinado período para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período (NBC TG 27 (R3), 2015, ITEM 15 E 16). O Container apresentado pelo BP foi mensurado pelo seu custo de aquisição somente. Na reestruturação do BP, foi acrescido ao valor deste ativo, o custo com o transporte e entrega do bem, inclusos no documento da compra, porém os demais custos de transformá-lo em alojamento, como pinturas, divisórias, aberturas, entre outros, não estão acrescidos no valor do ativo, pois se referem a exercícios sociais anteriores, não sendo objeto deste estudo.

Questionada quanto à conta de máquinas e equipamentos, ela retornou que são as máquinas e equipamentos que são utilizados na execução das obras, com uma vida útil maior que uma ferramenta comum, citando bombas, perfuratriz móvel, furadeiras, parafusadeiras, lixadeiras, máquinas de dobrar e cortar ferro, máquinas para cortar concreto, betoneiras, entre outras, e que o gerador de energia que consta como uma subconta, poderia estar agrupado na subconta máquinas e equipamentos já que segue o mesmo critério de avaliação. Então, para ela esta conta traz informação clara o suficiente, mas poderia unir duas subcontas em uma só.

Quanto à conta outros equipamentos, para a proprietária não está clara a informação, pois ela não soube explicar o que contempla esta conta, ou seja, quais

seriam estes outros equipamentos. Para isto, deveria haver uma Nota Explicativa descrevendo o que compõe esta conta, o qual a contabilidade não realizou nos demonstrativos contábeis e nem separado a eles. Portanto, não há como descrever o que compõe esta conta e como ela poderia estar sendo reestruturada ou reescrita.

A informação quanto aos outros equipamentos foram buscadas pela sócia junto a contabilidade, que esclareceu que nesta conta estão os equipamentos como ar condicionados e climatizadores do escritório e dos alojamentos, aparelhos de telefone fixos e celulares.

Segundo a proprietária, a conta veículos está clara para ela, sendo que ela entende abranger todos os veículos que a empresa possuía na data do BP, e a conta computadores e periféricos equipamentos de informática são todos os computadores e equipamentos de informática, como impressoras e outros, que a entidade possuía.

Verificou-se que a empresa não possuía edificações, prédios ou instalações em seu BP. Quando indagada, a sócia proprietária retornou que a entidade não possuía e ainda não possui prédio próprio, somente alugado. Isto se confirma pelo DRE, onde constou a despesa com aluguel.

Segundo a NBC TG 27 (R3) (2015), ativo imobilizado é um item tangível mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros ou para fins administrativos, que se espera utilizar por mais de um período, ou seja, mais de doze meses. São bens corpóreos destinados à manutenção ou exercício das atividades da entidade. Este item será reconhecido como ativo se “for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para a entidade e o custo do item puder ser mensurado confiavelmente (NBC TG 27 (R3), 2015, ITEM 7).

Percebeu-se que os demonstrativos da empresa Alfa não possuem depreciações. Para fins deste estudo, foi utilizada a tabela de depreciação da Receita Federal Brasileira disponibilizada pela Tax Contabilidade (2017), onde pegou-se o prazo em anos para depreciação de cada item que constava do BP de 2016 da empresa em estudo. Em conjunto com a proprietária da empresa, foram estabelecidos o valor residual dos itens, como sendo 20% (vinte por cento) do valor que constava no BP de 2016, que segundo a sócia são os valores em que os bens foram adquiridos. Foram incluídos ainda no BP duas retroescavadeiras que não constavam no ativo imobilizado, e da mesma forma, depreciadas.

O método de depreciação utilizado foi o método linear, que segundo a NBC TG 27 (R3) (2015), se o valor residual do bem não alterar, resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo. A mesma norma aborda que tanto o valor residual, como a vida útil e o método de depreciação do bem, deve ser revisado pelo menos ao final de cada exercício e se houver alterações, o método de depreciação deve ser alterado refletindo as mudanças.

Sendo assim, a depreciação da empresa objeto deste estudo, deveria estar estruturada como apresentam os quadros 6 e 7.

Quadro 6: Depreciação dos veículos da empresa Alfa de 2016.

Veículo Valor Aquisição Data Aquisição Valor Residual Vida Útil (Anos) Base Depreciaç ão Deprecia ção Toyota SW4 130.000,00 17/02/2014 26.000,00 5 104.000,00 20.800,00 Citroen C3 43.147,65 23/07/2013 8.629,53 5 34.518,12 6.903,62 Kombi 41.030,43 11/07/2012 8.206,09 5 32.824,34 6.564,87 Caminhão GMC com máquina perfuratriz 300.000,00 25/06/2013 60.000,00 5 240.000,00 48.000,00 82.268,49 Fonte: Elaborado pela autora.

Quadro 7: Depreciação do ativo imobilizado da empresa Alfa do BP de 2016.

Bem Data Aquisição Valor Aquisição Valor Residual Vida Útil (Anos) Depreciação Mensal Depreciação Anual Móveis e utensílios 13.254,39 2.650,88 5 176,73 2.120,70 Alojamento/ Container 01/08/2014 8.250 1.650,00 10 55,00 660,00 Máquinas e equipamentos 62.430,74 12.486,15 4 1.040,51 12.486,15 Computadores e periféricos 15.326,16 3.065,23 6 204,35 2.452,19 Outros equipamentos 19.202,10 3.840,42 10 128,01 1.536,17 Retroescavadeira 580L 29/10/1999 68.000,00 13.600,00 5 226,67 2.720,00 Retroescavadeira 580H 23/08/2011 40.000,00 8.000,00 5 133,33 1.600,00 Veículos 514.178,08 102.835.62 5 6.855,71 82.268,49

Total de depreciação para o BP de 2016 8.820,31 105.843,70

Fonte: Elaborado pela autora.

De acordo com a NBC TG 27 (R3) (2015), “depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil”; o valor residual é o valor que a empresa estima obter com a venda do bem, quando deduzidas as despesas de venda, num período determinado pela entidade para o fim de suas condições de uso ou o fim de sua vida útil, esta que é o período de

tempo em que a entidade espera utilizar o ativo ou o número de unidades de produção ou semelhante que a entidade espera obter com a utilização do bem.

Ao longo da vida útil estimada de um ativo, ele deve ser depreciado de forma sistemática. O valor residual e a vida útil de um bem devem ser revisados pelo menos ao final de cada exercício e se as expectativas se diferem das estimativas anteriores, deve haver a contabilização da mudança de estimativa contábil. Reparos e manutenções de um ativo não evitam a necessidade de depreciá-lo. O método de depreciação utilizado reflete o padrão de consumo pela entidade dos benefícios econômicos futuros que o ativo poderá gerar, e este deve ser revisado ao final de cada exercício, se houver alteração no padrão de consumo previsto, o método de depreciação deve ser alterado para refletir esta mudança (NBC TG 27 (R4), 2015).

A depreciação ilustrada nos quadros 6 e 7 da empresa objeto deste estudo, foi elaborada pelo método de depreciação linear, que “resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo, caso o seu valor residual não se altere” (NBC TG 27 (R4), 2015, ITEM 62). Este método utilizado deve estar em Notas Explicativas, bem como as vidas úteis de cada item e o valor contábil bruto e a depreciação acumulada no inicio e no final do período.

As contas do ativo não circulante, imobilizado, da empresa Alfa, poderiam estar reestruturadas diferentemente para trazer maior clareza para os usuários destas informações. Desta forma, o quadro 8 apresenta como deveria estar estruturada a conta do ativo não circulante imobilizado da empresa Alfa, no BP de 2016.

Quadro 8: Como deveria estar apresentada a conta imobilizado no BP da empresa Alfa de 2016.

Ativo não circulante 593.877,77

Imobilizado 593.797,77 Móveis e utensílios 13.254,39 (-) Depreciação acumulada (2.120,70 Alojamento/Container 8.250,00 (-) Depreciação acumulada (660,00) Máquinas e equipamentos 62.430,74 (-) Depreciação acumulada (12.486,15)

Computadores e periféricos equipamentos de informática 15.326,16

(-) Depreciação acumulada (2.452,19) Outros equipamentos 19.202,10 (-) Depreciação acumulada (1.536,17) Retroescavadeiras 66.000,00 (-) Depreciação acumulada (4.320,00 Veículos 514.178,08 (-) Depreciação acumulada (82.268,49)

A proprietária discorreu durante a entrevista, que nunca houve depreciações nos demonstrativos da entidade durante suas atividades e que inclusive desconhece como isto deveria ser apresentado, visto que há bens que já estão em poder da empresa por anos e não foi feito depreciação alguma até o momento.

Os valores calculados e recalculados são apresentados em um novo BP, o qual faz parte dos objetivos deste estudo, e que estão estruturados a seguir neste relatório.