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Norma Brasileira de Contabilidade – NBC TG 17 (R4) (2012) – Contratos

2.4 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

2.4.1 Norma Brasileira de Contabilidade – NBC TG 17 (R4) (2012) – Contratos

Esta norma objetiva estabelecer os critérios de reconhecimento e mensuração das receitas e das despesas advindas de contratos de construção, bem como suas alocações no decorrer do período de execução da obra, já que, geralmente, caem em períodos contábeis diferentes. Para reconhecimento das receitas e despesas,

esta norma se utiliza da NBC TG Estrutura Conceitual, trazendo indicação prática sobre a aplicação destes critérios (NBC TG 17 (R4), 2012).

Contrato de construção é um contrato especificamente negociado para a construção de um ativo ou de uma combinação de ativos que estejam diretamente inter-relacionados ou interdependentes em função da sua concepção, tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final (NBC TG 17 (R4), 2012, ITEM 03).

Os contratos de construção incluem os serviços da construção do ativo, serviços de arquitetura e gestão do projeto, ou podem ser para destruição, restauração ou recuperação de algum ativo já existente. Os contratos podem ser negociados em forma de contrato de preço fixo, que é quando a contratante pré-fixa valores por unidade que for sendo concluída a construção, e a contratada concorda com este; ou pode ser por contrato de custo mais margem, onde a contratada é custeada pela contratante, quando aprovado entre as partes, de um percentual sobre os custos, ou uma remuneração pré-determinada, para o decorrer da execução dos serviços (NBC TG 17 (R4), 2012).

Conforme o item 12 da NBC TG 17 (R4) (2012), “a receita do contrato deve ser mensurada ao valor justo da contraprestação recebida ou a receber”, ela compreende a quantia inicial da receita estabelecida em contrato e as variações que forem ocorrendo no trabalho contratado. De acordo com a Norma, a receita pode ser afetada pela variação da execução do serviço, por diversas funções, como a alteração climática, o atraso ou o avanço da prestação do serviço, o aumento de unidades construídas, entre outras instruções dadas pela contratante que altere o trabalho a ser executado de acordo com o contrato, ou ainda por custos incorridos e não previstos no contrato, em que a contratada reivindica à contratante, desde que hajam condições de serem mensurados com confiabilidade.

De acordo com a NBC TG 17 (R4) (2012), pode haver pagamento de receita, da contratante à contratada, antecipadamente, por motivos de conclusão antecipada do serviço contratado, ou por razão de os padrões de desempenho estarem sendo alcançados ou superados, sendo assim, incentivos contratuais.

Quanto aos custos, a NBC TG 17 (R4) (2012) esclarece ser atribuíveis a um contrato desde a data em que o mesmo for firmado até a data de sua conclusão, e estabelece que:

a) Devem estar relacionados a um contrato específico, sendo eles os custos de mão de obra e supervisão, materiais utilizados na construção, depreciação de ativos utilizados na execução, custos de transportes, fretes e deslocamentos, aluguel de instalações e equipamentos, assistência técnica, entre outros, podendo ser reduzidos por receita ocasional não contratada como a venda de sobras de materiais;

b) Sejam atribuíveis a atividade contratada para poderem estar alocados ao contrato, como prêmios de apólice de seguro, assistência técnica não relacionada ao contrato específico, e outros gastos gerais de construção como os custos com a elaboração da folha de pagamento e custos com empréstimos, em que podem ser alocados por métodos sistemáticos e racionais ao nível de atividade de construção;

c) E quando imputáveis ao contratante, como os custos de natureza administrativa e custos de desenvolvimento, onde os reembolsos estejam previstos no contrato.

Não podem ser atribuídos à atividade do contrato ou não podem ser alocados ao contrato, devendo ser excluídos dos custos do contrato de construção, os gastos gerais administrativos e as despesas de vendas, com pesquisas e desenvolvimento, que não estejam previstos reembolsos pelo contrato, e as depreciações e ociosidades de equipamentos que não forem utilizados para o contratado (NBC TG 17 (R4), 2012).

Quando a conclusão do contrato de construção puder ser estimada com confiabilidade, as receitas e os custos associados ao contrato de construção devem ser reconhecidos como receitas e despesas, respectivamente, tomando como referência o estágio de execução da atividade contratual ao término do período de reporte. A perda esperada com o contrato de construção deve ser reconhecida imediatamente como despesa (NBC TG 17 (R4), 2012, ITEM 22).

Para o reconhecimento da receita e das despesas, tem-se como referência o estágio da execução do contrato e usa-se o método da percentagem completada, onde a receita contratual é confrontada com os custos contratuais incorridos de acordo com cada estágio da obra executado, podendo reconhecer assim, inclusive, a proporção do lucro obtido até dado momento, pois por este método, as receitas e despesas alocadas são reconhecidas na Demonstração do Resultado. Os reconhecimentos devem ocorrer se a estimativa for confiável, caso contrário a receita reconhecida e não realizável passará a ser uma despesa. Por isto, há a

necessidade de significativa revisão dos registros, das estimativas e da progressão do trabalho, para que a conclusão das etapas ou do contrato sejam seguras. Qualquer mudança que houver nas estimativas do método da percentagem completada, deve ser contabilizada como mudança de estimativa contábil, já que este método é aplicado com base cumulativa em cada período contábil (NBC TG 17 (R4), 2012).

Os custos do contrato, cuja probabilidade de recuperação não seja provável, devem ser reconhecidos imediatamente como despesa. Exemplos de circunstâncias em que a recuperação dos custos de um contrato incorridos pode não ser provável, e em que os custos do contrato devem ser reconhecidos imediatamente como despesa, incluem contratos:

(a) que não dispõem de instrumentos de coerção para seu cumprimento integral, isto é, sua validade pode ser seriamente questionada;

(b) cuja conclusão está sujeita ao desfecho de litígio ou de legislação pendente;

© relacionados com propriedades que tenham a possibilidade de serem condenadas ou expropriadas;

(d) em que o contratante (cliente) está impossibilitado de cumprir com as suas obrigações; ou

(e) em que a entidade contratada (fornecedora dos serviços) é incapaz de completar o contrato ou de cumprir com as suas obrigações, nos termos do contrato (NBC TG 17 (R4), 2012, ITEM 34).

A contratada deve divulgar as receitas e despesas de cada período e o método usado para cada determinação, o montante de custos e lucros até a data, o montante de adiantamentos recebidos e de retenções de faturamentos não quitados. A mesma deve apresentar como ativo o valor bruto devido pelo contratante, e como passivo o valor devido ao contratante, onde em ambos, são como os custos incorridos e os lucros reconhecidos menos as perdas e o faturamento em andamento (NBC TG 17 (R4), 2012).

2.4.2 Norma Brasileira de Contabilidade – NBC TG 1000 (2009) – Contabilidade